Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Sylvio Motta
01) Assinale a opção incorreta:
a) A cláusula constitucional do due process of law encontra, no dogma da
inadmissibilidade processual das provas ilícitas, uma de suas mais expressivas
projeções concretizadoras, pois o réu tem o direito de não ser denunciado, de não ser
processado e de não ser condenado com apoio em elementos probatórios obtidos ou
produzidos de forma incompatível com os limites ético-jurídicos que restringem a
atuação do Estado em sede de persecução penal.
b) Qualifica-se como prova ilícita o material fotográfico que, embora alegadamente
comprobatório de prática delituosa, foi furtado do interior de um cofre existente em
consultório odontológico pertencente ao réu, vindo a ser utilizado pelo Ministério
Público, contra o acusado, em sede de persecução penal, depois que o próprio autor
do furto entregou à Polícia as fotos incriminadoras que havia subtraído.
c) No contexto do regime constitucional brasileiro, no qual prevalece a
inadmissibilidade processual das provas ilícitas, impõe-se repelir, por juridicamente
ineficazes, quaisquer elementos de informação, sempre que a obtenção e/ou
produção dos dados probatórios resultarem de transgressão, pelo Poder Público, do
ordenamento positivo, notadamente naquelas situações em que a ofensa atingir
garantias e prerrogativas asseguradas pela Carta Política, mesmo que se cuide de
hipótese configuradora de ilicitude por derivação.
d) Para os fins da proteção constitucional a que se refere o art. 5º, XI, da Carta Política,
o conceito normativo de “casa” revela-se abrangente e, por estender-se a qualquer
compartimento privado onde alguém exerce profissão ou atividade (CP, art. 150, §
4º, III), todavia, não compreende os consultórios profissionais dos cirurgiões-
dentistas.
e) Nenhum agente público pode ingressar no recinto reservado ao exercício da
atividade profissional, sem consentimento, exceto nas situações taxativamente
previstas na Constituição (art. 5º, XI). A imprescindibilidade da exibição de
mandado judicial revelar-se-á providência inafastável, sempre que houver
necessidade, durante o período diurno, de proceder-se, no interior de local de
trabalho, a qualquer tipo de perícia ou à apreensão de quaisquer objetos que possam
interessar ao Poder Público, sob pena de absoluta ineficácia jurídica da diligência
probatória que vier a ser executada em tal local.
1
seu morador, que se qualifica, para efeito de ingresso de terceiros no recinto privado,
como o único titular do direito de inclusão e de exclusão.
b) A persecução penal, cuja instauração é justificada pela suposta prática de um ato
criminoso, não se projeta e nem se exterioriza como uma manifestação de
absolutismo estatal. De exercício indeclinável, a persecutio criminis sofre os
condicionamentos que lhe impõe o ordenamento jurídico. A tutela da liberdade,
desse modo, representa uma insuperável limitação constitucional ao poder
persecutório do Estado.
c) Se, no entanto, a prova penal incriminadora resultar de ato ilícito praticado por
particular, e a res furtiva, por efeito de investigação criminal promovida por agentes
policiais, for por estes apreendida, também aqui - mesmo não sendo imputável ao
Poder Público o gesto de desrespeito ao ordenamento jurídico, posto que
concretizado por um menor infrator – não remanescerá caracterizada a situação
configuradora de ilicitude da prova.
d) O princípio da proporcionalidade não pode converter-se em instrumento de
frustração da norma constitucional que repudia a utilização, no processo, de provas
obtidas por meios ilícitos. Esse postulado, portanto, não deve ser invocado
indiscriminadamente, ainda mais quando se acharem expostos a clara situação de
risco os direitos fundamentais assegurados pela Constituição.
e) Como se sabe, o processo penal condenatório, em nosso ordenamento positivo,
delineia-se como estrutura jurídico-formal em cujo âmbito o Estado desempenha a
sua atividade persecutória. Nele antagonizam-se exigências contrastantes que
exprimem uma situação de tensão dialética configurada pelo conflito entre a
pretensão punitiva deduzida pelo Estado e o desejo de preservação da liberdade
individual manifestado pelo réu.
2
c) A Constituição da República, ao outorgar às Comissões Parlamentares de Inquérito
“poderes de investigação próprios das autoridades judiciais” (art. 58, § 3º),
claramente delimitou a natureza de suas atribuições institucionais, restringindo-as,
unicamente, ao campo da indagação probatória, com absoluta exclusão de quaisquer
outras prerrogativas que se incluem, ordinariamente, na esfera de competência dos
magistrados e Tribunais, inclusive aquelas que decorrem do poder geral de cautela
conferido aos juízes, como o poder de decretar a indisponibilidade dos bens
pertencentes a pessoas sujeitas à investigação parlamentar.
d) A circunstância de os poderes investigatórios de uma CPI serem essencialmente
limitados levou a jurisprudência constitucional do Supremo Tribunal Federal a
advertir que as Comissões Parlamentares de Inquérito não podem formular
acusações e nem punir delitos, nem desrespeitar o privilégio contra a auto-
incriminação que assiste a qualquer indiciado ou testemunha, nem decretar a prisão
de qualquer pessoa, exceto nas hipóteses de flagrância.
e) O sigilo bancário, o sigilo fiscal e o sigilo telefônico (sigilo este que incide sobre os
dados/registros telefônicos e que não se identifica com a inviolabilidade das
comunicações telefônicas) - ainda que representem projeções específicas do direito
à intimidade, fundado no art. 5º, X, da Carta Política - não se revelam oponíveis,
em nosso sistema jurídico, às Comissões Parlamentares de Inquérito, eis que o ato
que lhes decreta a quebra traduz natural derivação dos poderes de investigação que
foram conferidos, pela própria Constituição da República, aos órgãos de
investigação parlamentar.
3
E) O princípio da presunção da inocência ilide a prisão cautelar caso o preso não seja
informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado.
4
B) É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito para o
cargo de direção de comissões internas de prevenção de acidentes, desde o
registro de sua eleição até um ano após o final de seu mandato, ainda que eleito
como suplente.
C) É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa da empregada gestante,
desde a confirmação do parto até cinco meses após o parto.
D) É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado sindicalizado
a partir da eleição a cargo de direção ou representação sindical, ainda que
suplente, até um ano após o final do mandato.
E) A atual Constituição Federal não estabelece nenhum caso de estabilidade
provisória no seu texto.
5
B) a desapropriação por necessidade ou utilidade pública ou por interesse social,
mediante justa e prévia indenização em dinheiro, observado o devido processo
legal posto na lei, ressalvados os casos previstos na própria Constituição.
C) a desapropriação por interesse social, para fins de reforma agrária, de imóvel
rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa
indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos na própria Constituição.
D) no caso de iminente perigo público, que a autoridade competente, mediante
autorização judicial, use a propriedade particular, assegurando ao proprietário
indenização ulterior.
E) a desapropriação de imóvel rural, inclusive suas benfeitorias úteis e
necessárias, por interesse social, para fins de reforma agrária, mediante justa e
prévia indenização em títulos da dívida agrária, de valor real preservado,
resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do 2° ano de sua emissão.
6
inconstitucional a fixação de prazo para a impetração de mandado de segurança.
C) Segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a determinação
contida na lei de crimes hediondos no sentido de que os autores de determinados
crimes cumpram a condenação em regime fechado atenta sempre contra o
princípio da individualização da pena.
D) A denúncia vaga ou genérica no processo penal é plenamente incompatível
com o princípio constitucional da ampla defesa.
E) O preso tem o direito de apanhar calado.
7
Dadas as proposições acima, estão corretas as assertivas:
A) I, II e IV. B) V . C) II e IV. D) II e III. E) I.
GABARITO:
1) D
2) C
3) A
4) B
5) B
6) D
7) C
8) B
9) A
10) A
11) D
12) B
13) C
14) B
15) D
16) D
17) E
8
18) A
19) C
20) A