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DIREITO CIVIL IV

ATIVIDADE 5
Alunas:. Turma: B02.

AULA 9 e 10(prof. Marcos Ricardo)

1 – Belarminda quer jogar e Carlindo quer fazer uma aposta? De acordo


com o que foi estudado até agora e baseado na nossa Lei Civil, é correto
afirmar que existe diferença entre esses dois institutos contratuais? Explique
apresentando as diferenças.

R= Sim, a diferença é que enquanto no jogo há propósito de distração ou


ganho, com a participação dos contendores, na aposta há o sentido de
afirmação da opinião manifestada, ficando nas mãos do acaso a decisão
sobre a sua prevalência ou não. No jogo, o resultado decorre da
participação dos contratantes. O êxito ou o insucesso dependem da
atuação de cada jogador; na aposta, o resultado não depende das partes,
mas de um ato ou fato alheio e incerto.

2 – É correto afirmar que o jogo e a aposta constituem uma obrigação


contratual? Sobre o aspecto fático que tipo de obrigação? Justifique sua
resposta

R= Os contratos de jogo e aposta possuem natureza jurídica contratual,


constituindo modalidades contratuais bilaterais, com obrigações e
direitos para todos os contratantes. Da mesma forma, só se tornam
relevantes ao Direito quando ocorrem de forma onerosa, constituindo,
assim, uma relação jurídica entre os participantes. E, por fim, tendo em
vista que a obrigação de uma das partes só pode ser considerada devida
em função de elementos futuros, é caracterizado como aleatório.

3 – Como a nossa doutrina tem classificado as espécies de jogos


existentes? Diferencie.

R= Jogos Ilícitos- Nos jogos ilícitos ou proibidos, o resultado depende


exclusivamente da sorte, como ocorre no jogo do bicho, são chamados
de jogos de azar, tendo em vista que o fator sorte tem caráter
predominante. São incriminados pela Lei das Contravenções Penais e por
leis especiais.
Jogos Lícitos- neste o ganho decorre da habilidade, da força ou da
inteligência dos contendores, como no futebol, em que o ganho e a perda
dependem também da habilidade dos parceiros.

Jogos Tolerados- O contrato de jogo tolerado também não cria, portanto,


a obrigação de pagar a dívida resultante da perda. E ao credor não é lícito
exigi-la. Não passando de divertimentos sem utilidade, como a disputa de
uma corrida entre amigos. Embora não ingressem no campo da ilicitude,
não são bem-vistos pela lei, pois sofrem as mesmas limitações impostas
aos ilícitos.

Jogos Autorizados- Assim são chamados os legalmente permitidos. São


aqueles socialmente úteis, pelo benefício que trazem a quem os pratica
(competições esportivas, etc.), ou porque estimulam atividades
econômicas de interesse geral (turfe, trote), ou pelo proveito que deles
aufere o Estado, empregado no sentido de realizar obras sociais
relevantes (loterias).

4 – Armindo tem com Belarmindo uma dívida proveniente de jogo. Como


se posiciona o nosso Código Civil em relação a esse fato? Explique
argumentando com base no princípio que sustenta a posição legal do CC,
inclusive sobre a possibilidade de exceções.

R= O Código Civil se posiciona através do princípio da inexigibilidade do


pagamento, como dispõe o art. 814 do Código Civil. Desse modo, a dívida
resultante da perda no jogo, quer seja lícito (tolerável), quer ilícito
(proibido), constitui obrigação natural, como já foi dito: o ganhador não
dispõe, no ordenamento, de ação para exigir seu pagamento. Mas o que
foi pago voluntariamente não pode mais ser recobrado (CC, art. 882). O
princípio estende-se, também, “a qualquer contrato que encubra ou
envolva reconhecimento, novação ou fiança de dívida de jogo”, porque
não se pode reconhecer, novar ou afiançar obrigação que juridicamente
não existe (CC, art. 814, § 1º). “Mas a nulidade resultante não pode ser
oposta ao terceiro de boa fé” (art. 814, § 1º, segunda parte). O art. 814
retro transcrito estabelece duas exceções à referida regra: a primeira,
fundada no dolo do ganhador, quando este utiliza um artifício malicioso
para vencer a disputa e afastar a álea existente, ficando o solves, neste
caso, autorizado a recobrar o que pagou; a segunda, se o perdedor é
menor ou interdito. Mesmo o fato se passando à margem do direito, não
descura este da ideia de proteção ao incapaz, devido à sua falta de
discernimento.

5 – Armindo vai ser fiador de Bermindo e Carminda vai ser avalista de


Diolinda? De acordo com o que foi estudado existem diferenças entre esses
institutos? Quais? Explique.
R= Sim. A primeira diferença é na assinatura, enquanto o fiador assina o
próprio contrato ou documento à parte, o avalista assina o título de crédito;
outra diferença importante entre um e outro está na preferência de ordem da
execução, no caso da fiança, existe a preferência, no aval, não existe
preferência de ordem, portanto, o credor pode executar qualquer uma das
partes; na fiança constitui uma garantia fidejussória ampla, que acede a
qualquer espécie de obrigação, seja convencional, legal ou judicial, já no
aval é instituto do direito cambiário, restrito aos débitos submetidos aos
princípios deste; fiança é contrato típico e aval trata-se de declaração
unilateral; e no âmbito de responsabilidade a fiança gera
responsabilidade subsidiária ou solidária, conforme avençado pelas
partes e o aval gera responsabilidade sempre solidária.

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