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RESUMO SOBRE RELAÇÕES JURÍDICAS

TAREFA DA AULA DO DIA 13/04/2022

IAD II

OSÉAS - MATRÍCULA 20210087587

O que será verificado neste resumo é o cometimento normativo das relações jurídicas.
Este cometimento serve para estabelecer uma diferença entre o emissor (autoridade) e o
receptor (sujeito, aquele que se submete) – relação hierárquica.

Sabe-se que a doutrina é um conjunto de teorias com função social. Isso significa que é
decisivo, para a dogmática jurídica, que a decidibilidade dos conflitos que ocorrem nas
relações é considerado o núcleo do conflito social. Isso pode ocorrer tanto numa
disputa acadêmica, quanto nas relações familiares, negociais, comerciais,
empresariais, políticas, religiosas, sexuais etc.

Diante do exposto, surge a primeira dificuldade teórica para a dogmática, que é a de


definir o conceito das relações jurídicas. Estas devem abranger as relações sociais ou,
por motivos práticos, considerálas sob uma outra perspectiva?

Para Kelsen, relação jurídica nada mais é do que uma relação entre normas
(normas que qualificam os sujeitos, ativo e passivo, normas que lhes prescrevem
condutas). Salientando-se que o credor é o sujeito de um direito (ex.: fulano deve pagar
sob pena de prisão) e o devedor é o sujeito da obrigação (ex.: ciclano pagará, adotando
uma postura prescrita na norma, evitando sofrer a sanção de prisão).
Bilateralidade Atributiva é uma relação objetiva que, ligando entre si dois ou mais
seres, lhes confere e garante, de maneira recíproca ou não, pretensões ou competências.
Assim sendo a bilateralidade atributiva não se confunde com a bilateralidade comum.

A ação moral é unilateral e subjetiva; enquanto a ação jurídica é intersubjetiva e


bilateral.

Uma relação jurídica é uma relação entre dois sujeitos, dentre os quais um
deles, o sujeito ativo, é titular de um direito, o outro, o sujeito passivo, é titular de um
dever e obrigação. A relação jurídica é, em outras palavras, uma relação direito-
dever. Ora, o que significa ter um direito? Significa ter o poder de realizar uma
certa ação. Mas, de onde deriva este poder? de uma regra, a qual no mesmo
momento em que me atribui este poder, atribui a um outro, a todos os outros, o
dever de não impedir a minha ação. E o que significa ter um dever? Significa
estar obrigado a comportar-se de um certo modo.
A relação jurídica, enquanto direito-dever, remete sempre a duas regras de conduta,
dentre as quais a primeira atribui um poder, a outra atribui um dever.

A relação jurídica é aquela que se distingue de todos os outros tipos de relação por
ser regulada por uma norma jurídica. A relação jurídica é caracterizada não pela
matéria que constitui seu objeto, mas pelo modo com que os sujeitos se
comportam um em face do outro. E se exprime também desta maneira: o que
caracteriza a relação jurídica não é o conteúdo, mas a forma.

Uma norma NÃO é jurídica porque regula uma relação jurídica, mas sim que uma
relação é jurídica porque é regulada por uma norma jurídica.

Se é verdade que nenhuma relação é naturalmente jurídica, é igualmente verdade que


qualquer relação entre homens pode se tornar jurídica, desde que seja regulada por
uma norma pertencente a um sistema jurídico. Diz-se entre os juristas que uma relação,
enquanto não for regulada pelo direito, é uma relação de fato.

Norma é uma regra de conduta, podendo ser jurídica, moral, técnica, etc. Esta abrange
também o costume e os princípios gerais do direito.

Norma jurídica é uma regra de conduta imposta, admitida ou reconhecida pelo


ordenamento jurídico.

A posição de Kelsen, mesmo que não seja adotada a sua tese normativista, implica no
uso das normas ou, no mínimo, que elas sejam usadas para o fim a que destina. As
normas jurídicas não constituem prescrições claras e diretas, mas são expressões
que se reportam a mecanismos que produzem certos efeitos: obrigação, direito
subjetivo, responsabilidade, etc.

Para Kelsen, a realidade das relações jurídicas está relacionada ao sentido normativo da
conduta. A relação entre credor e devedor não é uma relação em si (substância)
que o direito vem a disciplinar, mas é a própria disciplina: juridicamente, credor
é um objeto constituído pelas normas e não reconhecido por elas , a relação
entre ele e o devedor idem. Por exemplo, a norma penal, ao fixar a conduta tipo
(modelo de conduta criminosa) e prescreverlhe uma sanção, não disciplina nenhuma
relação entre indivíduos, mesmo porque o delito penal, um crime de morte, não
é, juridicamente, uma relação entre criminoso e vítima, mas decorre de uma
exigência da sociedade toda.

Existem duas concepções de sociedade que possuem consequências diferentes para


a noção de relação jurídica. Se a sociedade é concebida como um conjunto de
seres humanos concretos, as relações jurídicas serão relações entre indivíduos.
Entretanto, se ela é concebida como um sistema de ações, elas serão relações entre
os papéis sociais a elas correspondentes. Neste último, por exemplo, a compra e a
venda são ações que competem ao vendedor e ao comprador cuja relação é regulada
juridicamente.

Já que as relações jurídicas são estruturadas por normas, é possível propor uma
organização sistemática baseada nas classificações normativas. São elas: Normas de
Conduta e Normas de Competência. As primeiras estabelecem obrigações,
proibições, faculdades e impõem sanções. Já as Normas de competência
configuram poderes, os delimitam, limitam seu exercício e preveem nulidade
quando descumpridas. Por exemplo, a relação imposta pela norma contratual entre
o agente que deve pagar o preço (sujeito passivo ) e o agente que pode exigir o
pagamento (sujeito ativo) é uma relação de coordenação. Entretanto, se a relação
ocorre em face de um poder juridico (emanar normas, legislar, regulamentar,
julgar) a um agente (sujeito ativo) em face de outro agente (sujeito passivo)
por exemplo: ter o poder de estabelecer normas tributárias (competência da
União, dos Estados, dos Municípios) para os cidadãos é uma relação de
subordinação.

A relação de coordenação pode ser de 4 tipos: de dever , de faculdade, de liberdade e


de não faculdade. Para que haja uma relação de coordenação de dever, é necessária
uma norma de obrigação (que impõe a conduta e que estabelece uma sanção
para a conduta contrária). Para que ocorra uma relação de faculdade, é preciso
uma norma de permissão forte (obrigatória). Para que ocorra uma relação de
liberdade, é necessária uma permissão fraca, isto é, é preciso que a conduta não
esteja nem proibida, nem seja obrigatória, nem seja expressamente facultada.
Para que ocorra a nãofaculdade, é preciso uma norma que expressamente proíba
um ato de interferência.

As relações de coordenação (basicamente privadas) podem ser exemplificadas com


o que temos disposto no artigo 927 do Código Civil em que encontramos: “Aquele
que, por ato ilícito causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo”.

Há uma ideia de dever x faculdade que se contrapõe à liberdade x não faculdade.


A relação de subordinação, por sua vez, está relacionada à sujeição de A
(particular) e a potestade de B (ente público); por exemplo, a subordinação de A às
leis tributárias de B. Entre a imunidade de A e a impotência de B; por exemplo,
a nulidade do ato de um órgão que imponha condutas fora dos limites em que
está autorizado significa para o cidadão uma imunidade e para o órgão uma
incompetência.

Por imunidade, nesta sistematização geral, estamos entendendo a situação


relacional em que ocorre uma restrição à potestade (impõe conduta).

Nos regimes jurídicos estatais, isto é, em que só as autoridades públicas podem


impor condutas, os agentes privados não têm competência, só capacidade, isto é,
só podem impor condutas a si mesmos (autonomia privada).

Competência é uma qualificação do poder público.

Em suma, existem 4 relações de subordinação: potestade, imunidade, sujeição e


impotência.

Na relação de potestade, é preciso uma norma de permissão forte, que autorize o


ato de editar normas, impondo condutas a outrem.

Na relação de sujeição, precisamos de uma norma de obrigação que,


impositivamente, limite a possibilidade de agir.

Imunidade e impotência são termos negativos e correlatos.

As relações jurídicas também podem ser cruzadas com a dicotomia direito público
e privado, falamos, então, em relações jurídicas de direito público, aquelas que,
genericamente, são dominadas pelo princípio do jus imperii (direito de mandar, de
exercer autoridade, de governar), e relações jurídicas de direito privado, as que são do
minadas pelo princípio da autonomia privada.

Para terminar, ao se estabelecer uma análise da relação jurídica como direito e dever,
deve-se tomar cuidado para não entendê-la de forma simplificada, pois a expressão
direito subjetivo não é pura e simplesmente um correlato de dever, mas abarca
um conjunto de modalidades relacionais. Por exemplo, o direito (subjetivo) de
propriedade inclui relações de faculdade, liberdade, imunidade, capacidade,
competência e seus correlatos. A noção de direito subjetivo serve ao jurista para
operar relações, isto é, descrever, de uma forma sintética, relações reguladas por
normas.

CORRELAÇÃO ENTRE FACULTAS AGENDI E NORMAS AGENDI

Esta correlação entre facultas agendi e norma agendi se verifica numa ordem
interessante de fatores, pois como as regras jurídicas têm como destinatários sempre o
indivíduo – sujeito de direitos -, cabe a partir disso, a reflexão sobre o que consiste a
possibilidade que têm as pessoas (sejam físicas ou jurídicas) de ser, de pretender, de agir
com referência ao sistema de regras jurídicas em um determinado país, sendo este
exatamente o problema do direito subjetivo, ou mais ainda, das situações jurídicas.
Facultas está correlacionada ao Direito Subjetivo, pois advém de “faculdade”, ou seja,
aquilo que não é obrigatório. Já a Norma Agendi está correlacionada ao Direito
Objetivo, pois é uma regra.

Norma Agendi tem sua origem do latim e significa "norma de agir", é uma norma de
conduta, a qual pode ser uma lei, norma ou regra. Já a Facultas Agendi à faculdade de
agir conforme a norma, trata-se do "agir dentro das leis do direito".

Origem da Norma Agendi e Facultas Agendi

O direito objetivo nasceu na cultura romana. A partir do código novo para ordenar ou
como diziam os romanos “fazer jus” usavam a norma agendi e Facultas Agendi “agir
dentro das regras do direito”. Para conviver é necessário um ambiente pacífico, foi
criado um conjunto de normas e regras jurídicas.

Desta forma, a norma agendi valia para todas as pessoas do império. Caso alguma regra
não fosse levada a sério por alguém, o seu não cumprimento geraria uma sanção.

Como funciona a Norma Agendi e a Facultas Agendi?

A norma agendi e a facultas agendi tratam-se da forma de agir perante as leis criadas
pelo Estado, ou seja, são as regras estabelecidas pelos órgãos responsáveis pela criação,
legislação e fiscalização de:

 Regulamentos; normas; Leis.


Direito Objetivo

No direito objetivo, cada indivíduo deve ter um comportamento que siga a ordem social.

Então, o direito objetivo nada mais é do que o conjunto de normas legais que são
impostas à população com a finalidade de nortear as relações de trabalho, lazer,
convivência entre outras.

Podemos exemplificar as leis e normas observadas pela norma agendi :

 Constituição Federal;

 Código de Processo Penal;

 Código de Processo Civil;

 Código de Proteção e Defesa do Consumidor etc.

É a norma agendi (norma de agir) que preside nossa vida em sociedade evitando o caos
e a anarquia. É direito objetivo, positivado em nossos diplomas legais.

A relatora de recurso especial no STJ, ministra Nancy Andrighi, pontuou que “os
costumes, obviamente, assumem importante papel no contexto de interpretação das leis,
pois, enquanto fonte mediata ou secundária do direito, decorrente da repetição geral de
comportamentos, incutem nas pessoas a ideia de um modo de agir. Todavia, frisou a
ministra “esse modo de agir (‘facultas agendi‘) não será tolerado pelo direito se violar a
norma de agir (‘norma agendi‘)”.

Fonte: (Migalhas)
O direito objetivo é o conjunto de normas que o estado mantém em vigor. Constitui uma
entidade objetiva frente aos sujeitos de direitos, que se regem segundo ele.

Sendo assim, é o conjunto de normas que obrigam a pessoa a um comportamento


consentâneo com a ordem social. Ou seja, através das normas, determina a conduta que
os membros da sociedade devem observar nas relações sociais. O direito objetivo é tudo
que está previsto na lei, como por exemplo, o caso da gestante que tem direito a licença
à maternidade, esse direito está previsto na lei, na constituição.

Também chamado de direito positivo, pois é um direito posto. Ou seja, o conjunto de


regras (leis, costumes, regulamentos) que preside à nossa vida em sociedade. A norma
de agir (NORMA AGENDI).

Então, podemos chamar de direito objetivo, o conjunto de regras vigentes num


determinado momento, para reger as relações humanas, e que são impostas
coativamente, à obediência de todos. Ou melhor, pode definir-se como o complexo das
regras impostas aos indivíduos nas suas relações externas, com caráter de
universalidade, emanadas dos órgãos competentes segundo a constituição e tornadas
obrigatórias mediante coação

É o conjunto de leis vigentes, que nasceram da vontade geral e passam a integrar o


ordenamento jurídico. como por exemplo, a Constituição, as legislações, Penal, Civil,
de Proteção e Defesa do Consumidor, etc.

O Direito Objetivo estabelece normas de conduta social. De acordo com elas, devem
agir os indivíduos.

Já o direito subjetivo, designa a faculdade da pessoa de agir dentro das regras do direito
(FACULTAS AGENDI). É o poder que as pessoas têm de fazer valer seus direitos
individuais.

Então, nasce da vontade individual. É a faculdade de alguém fazer ou deixar fazer


alguma coisa, de acordo com a regra de ação, ou seja, de acordo com a norma. Os
direitos subjetivos revelam poder e dever. Poder de cobrar e dever de pagar uma dívida.
Está ligado a pessoa, exige o direito objetivo que está na lei. Por exemplo, posso exigir
a licença à maternidade, sendo esse direito objetivo. Mas preciso provar esse direito
subjetivo, ou seja, preciso provar que estou grávida. É aquele que pode ser exigido pelo
seu titular,

Assim, direito subjetivo é a prerrogativa do indivíduo invocar a lei na defesa de seu


interesse, ou ainda, os direitos subjetivos encontram proteção na norma, do Direito
Objetivo. É este que os garante. Em outras palavras, é o Direito Objetivo que confere às
pessoas direitos subjetivos.
Portanto, o direito objetivo indica o ordenamento positivo colocado diante de nós e o
direito subjetivo a faculdade de exigir seu cumprimento.

Obs.: Sujeito de Direito pode ser além dos cidadãos, uma pessoa jurídica, ou seja, ser
uma personalidade jurídica.

Segundo Puchta, autor do século XIX, “o homem é sujeito do direito, posto que
aquela possibilidade de se determinar a ele se atribui, já que ele tem uma vontade."
Fazendo uma correlação entre uma propriedade e o corpo humano, deduz-se que se o
sujeito é titular de uma propriedade privada e a noção desta é identificada com a
possibilidade de se produzir bens (adquirir “riqueza”), silogisticamente, deduz-se
também que o próprio corpo humano, por ser uma fonte de trabalho, é sujeito jurídico
por excelência.

Segundo o uso doutrinário mais tradicional, o sujeito jurídico enquanto ser humano
é aquele que é sujeito de um direito ou de um dever correspondente. Para Kant,
no direito, o homem é para o homem sempre pessoa, nunca objeto. Porém, como
não apenas o homem, mas também as sociedades, as associações, uma empresa
mercantil, o próprio Estado são também portadores de direitos e deveres, a
doutrina estende o conceito de pessoa a esses entes, falando então também em
pessoa jurídica.

Toda pessoa fisica ou jurídica é um sujeito jurídico. pode ser uma pessoa, fisica
ou jurídica, mas também um patrimônio. A ele se atribuem, nele convergem
normas que conferem direitos e deveres. Falase assim em sujeito ativo (de um
direito subjetivo) e em sujeito passivo (de um a obrigação).

A pessoa jurídica aparece no direito como uma forma de dar personalidade a grupos de
pessoas que se unem em torno de uma atividade e têm um objetivo em comum e,
principalmente, para distinguir a personalidade do grupo daquela dos seus
integrantes. Isso é importante para diferenciar o patrimônio da pessoa jurídica e de seus
integrantes, o que será relevante, por exemplo, caso os bens da pessoa jurídica sejam
penhorados pois, via de regra, os bens dos seus integrantes não podem ser penhorados
para a quitação de dívida da pessoa jurídica.
Direito Subjetivo (explicação do Professor) advém, do termo em latim “Subjectum” e
está relacionado àquelas garantias que fazem parte do patrimônio jurídico de uma
determinada pessoa e que, em geral, somente por ela pode ser exercida pois ela é o
titular daquele direito. Existem as exceções que estão correlacionadas aos casos de
representações como tutela e curatela, cujos direitos pertencem aos representados.

Diferença entre capacidade jurídica e capacidade de fato: Antes de apontar as


diferenças, cabe ressaltar que a doutrina brasileira prefere o uso da expressão
personalidade para indicar a condição humana de ser sujeito de direitos e
deveres e capacidade, para significar o exercício de direitos e deveres. Em
relação à diferença, para facilitar, cito o exemplo de um menor de idade; este é um
sujeito de direito e de dever, porém ele não possui capacidade de ação, pois esta refere-
se à “aptidão para agir”, ou seja, embora possua capacidade jurídica (refere-se ao direito
à personalidade), ele não pode assumir por si só obrigações jurídicas e nem ser
responsabilizado juridicamente por seus atos. O menor não tem capacidade de firmar
contratos e nem capacidade política.. Não obstante isso, são sujeitos ativos de certos
direitos, por exemplo, de sucessão, de cuidados especiais, quando abandonadas,
podendo destarte ser também, por seu patrimônio, sujeito passivo de certas
obrigações; por exemplo, se recebem mais do que lhes competia em sua parte
hereditária, são obrigadas a restituir. Aí estaria a razão prática para separar
capacidade de ação de capacidade jurídica. Entra nesse caso a figura da representação
(pais, tutores, etc.). Essa representação se distingue da representação pública (ex.:
representação política, o direito de participar politicamente da elaboração das
normas legais para toda a comunidade). Costuma se dizer que o representante em
geral recebe uma procuração, enquanto o representante político tem um mandato.

Quando a dogmática quer se referir ao poder jurídico conferido a pessoas físicas


e jurídicas privadas, ela fala em capacidade de ação. Quando se refere às
pessoas jurídicas públicas, fala em competência. Competência é o poder jurídico
atribuído pelo estatuto da pessoa jurídica (pública ou privada) a seus órgãos. E,
pois, um conceito típico das organizações burocráticas. Ex.: O mandato corresponde
a um poder jurídico para o exercício de certas funções estatutariamente delimitadas, ao
que se dá o nome de competência. A competência é apenas para exercer poder jurídico,
isto é, assumir direitos e deveres ou, mais genericamente, realizar atos jurídicos.
Competência e capacidade são formas de poder jurídico, isto é, de aptidão do
sujeito para o exercício impositivo de comportamentos ou para si próprio (capacidade)
ou para terceiros (competência). Assim, para que um sujeito seja capaz ou
competente, é preciso o estabelecimento, por meio de normas, da autorização para
agir e das respectivas condições.

Capacidade – gerada pelas normas instituidoras de poder (autonomia privada) capaz de


dar forma aos seus prórios interesses.

Competência - gerada pelas normas instituidoras de poder (poder heterônomo) capaz de


dar forma a relações jurídicas de terceiros.

DIFERENÇA ENTRE ATO JURÍDICO E FATO JURÍDICO

Segundo o jurista francês François Geny, existem dois tipos de fontes, as substanciais
(que são dados) e as formais (corresponde à elaboração técnica do material).
No século XIX, com o desenvolvimento das Teorias do Direito Público, surgiu um
conceito-chave de:

ATO JURÍDICO, que corresponde às condutas que positivam o Direito e são emanadas
do Estado e seus órgãos, a sociedade, indivíduos, etc... Podem ser Atos Jurídicos
Estatais que produzem normas gerais (leis e decretos) ou Jurisdicionais (sentenças) ou
Estatutários (estatutos de sociedades civis e comerciais) ou Atos Negociais (contratos,
doações).

Ex.: A promulgação é o ato de sancionar a lei, é o ato que lhe confere


tecnicamente a entrada no universo do ordenamento.

Ex.: Atos legislativos: são os que estabelecem emendas à Constituição, cujas


normas passam a integrála, leis complementares à Constituição. Cabe ressaltar que
Todo ato de legislação, realizado pelo poder competente e obedecidos os
requisitos do ordenamento, é lei.

O ato jurídico perfeito é aquele em que já se consumou de acordo com a lei vigente à
época. O direito já foi exercido, todos os atos já foram praticados, não podendo ser
modificados por Lei posterior. “§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado
segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou.”

Ato jurídico: É definido pelo artigo 81 do Código Civil que “Todo o ato lícito que tenha
por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar ou extinguir direitos, se
denomina ato jurídico”.

Atos Jurídicos no Sentido Amplo

O Ato jurídico “lato sensu”, necessariamente, é decorrente da vontade do homem


devidamente manifestada, ou seja, não há ato jurídico sem a devida participação volitiva
humana. Para que se constitua um ato jurídico, o direito brasileiro adotou a necessidade
da declaração da vontade, que pode ser expressa ou tácita.

Convém ressaltar que os efeitos jurídicos decorrentes da volição humana são instituídos
pela norma jurídica, assim como os provenientes da ação da natureza também o são.
Porém, no âmbito dos atos jurídicos, o caminho para a realização dos objetivos visados
pelo declarante da vontade depende da natureza ou do tipo do ato realizado. Tal
caminho terá que ser seguido na conformidade da lei ou poderá ser traçado
autonomamente pela parte interessada.

Atos Jurídicos “Stricto Sensu”

Conforme a doutrina pandeccista alemã, os atos jurídicos no sentido estrito são aqueles
decorrentes de uma vontade moldada perfeitamente pelos parâmetros legais, ou seja,
uma manifestação volitiva (reflete a materialização dos pensamentos de
uma pessoa através dos seus atos) submissa à lei. São atos que se caracterizam pela
ausência de autonomia do interessado para auto regular sua vontade, determinando o
caminho a ser percorrido para a realização dos objetivos perseguidos.

Responsabilidade civil é a possibilidade jurídica que determinada pessoa tem de


responder pelos seus atos, sejam eles lícitos ou não. A responsabilidade pode ser direta
(responder pelos próprios atos) ou indireta (responder por atos de terceiros).

O Ato Jurídico Inexistente não constitui um ato propriamente dito, de vez que a própria
expressão ato inexistente constitui uma contradictio in adiectio (uma contradição entre
partes de um argumento").

Ato Jurídico Nulo é um Ato desprovido de requisitos substanciais ou que fere a norma
jurídica, sendo inquinado de ineficácia absoluta. O Código Civil exige, no art. 82, para a
validade do ato jurídico, agente capaz, objeto lícito e forma prescrita ou não defesa em
lei.

Ato Jurídico Anulável ato praticável em desatendimento a formalidades legais, e que,


embora ratificável, pode ser anulado por quem tenha interesse na sua ineficácia.
Determina o Código Civil “Art. 147. anulável o ato Jurídico, por incapacidade relativa
do agente (art. 6º); por vício resultante de erro, dolo, coação, simulação, ou fraude (arts.
86 a 113). Art. 148. O ato anulável pode ser ratificado pelas partes, salvo direito de
terceiro. A ratificação retroage à data do ato”. O art. 152 estabelece: “As nulidades do
art. 147 não tem efeito antes de julgadas por sentença, nem se pronunciam de ofício. Só
os interessados as podem alegar, e aproveitam exclusivamente aos que as alegarem,
salvo o caso de solidariedade, ou indivisibilidade”.
Ato-Condição é necessário para que a lei possa ser aplicada. Pressupõem um imperativo
hipotético, cuja concretização depende da realização de certos atos voluntários ou,
mesmo, fatos. Ato-condições não se confunde com o ato jurídico em sentido restrito
porque no ato-condição o efeito jurídico, produzido pela aplicação de uma situação
jurídica criada, ao passo que no ato Jurídico em sentido estrito, à vontade daquele que
pratica o ato que produz o efeito jurídico.

FATO JURÍDICO BRUTO E PERCEBIDO

Os fatos brutos são aqueles mais gerais que não tem relevância jurídica. O fato se torna
jurídico na medida em que ele passa de fato bruto para fato percebido.

Miguel Reale Apud Renan Lotufo explica que o direito não fica reduzido a qualquer
fato, ao chamado pelo mesmo de fato bruto; os fatos que tem relação como direito são
chamados de fatos juridicamente qualificados, pois as normas jurídicas lhe atribuíram
consequências.

Qualquer fato social é percebido de acordo com a compreensão cultural da sociedade


em determinado momento histórico, e assim também é valorado pelo direito.

Imagine-se o interesse pelo meio ambiente equilibrado; as interferências consideradas


normais de vizinhança; ou a crescente exposição da imagem das pessoas (como
comparar a repercussão de alguém na praia, há 50 anos, em sucintos trajes de banho e
nos dias de hoje).

O direito traduz a realidade fática, a qual, em contrapartida, reflete a valoração da


ordem jurídica (como apreendida pelo grupo social). Há, portanto, íntima comunicação
entre fato e norma, de tal modo que não se pode conceber um desses elementos sem o
outro. Supera-se, desse modo, a distinção entre fato social e fato jurídico.

Todo fato social potencialmente relevante para o direito e moldado pela valoração
(social decorrente) do elemento normativo (o qual, ao mesmo tempo, é construído na
historicidade evolutiva da sociedade), é fato jurídico.

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