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Efeitos diferenciais das estratégias de foco atencional durante o treinamento resistido

de longa duração

ArtigoemEuropean Journal of Sport Science · Março de 2018

DOI: 10.1080/17461391.2018.1447020

CITAÇÕES LER
0 9.592

8 autores, Incluindo:

Brad J Schoenfeld Andrew Vigotsky

Universidade da Cidade de Nova York - Lehman College Universidade do Noroeste

167PUBLICAÇÕES1.990CITAÇÕES 53PUBLICAÇÕES201CITAÇÕES

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Bret Contreras André Alto

Universidade da Cidade de Nova York - Lehman College
56PUBLICAÇÕES 533CITAÇÕES
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 Jornal Europeu de Ciências do Esporte

ISSN: 1746-1391 (Impresso) 1536-7290 (Online) Página inicial da revista:http://www.tandfonline.com/loi/tejs20

Efeitos diferenciais das estratégias de foco atencional durante

o treinamento resistido de longa duração

Brad Jon Schoenfeld, Andrew Vigotsky, Bret Contreras, Sheona Golden,

Andrew Alto, Rachel Larson, Nick Winkelman e Antonio Paoli

Para citar este artigo:Brad Jon Schoenfeld, Andrew Vigotsky, Bret Contreras, Sheona Golden, Andrew
Alto, Rachel Larson, Nick Winkelman e Antonio Paoli (2018): Efeitos diferenciais das estratégias de foco
de atenção durante o treinamento de resistência de longo prazo, European Journal of Sport Science,
DOI:10.1080/17461391.2018.1447020

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Publicado online: 13 de março de 2018.

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 Jornal Europeu de Ciência do Esporte,2018 https://
doi.org/10.1080/17461391.2018.1447020

ARTIGO ORIGINAL

Efeitos diferenciais das estratégias de foco atencional durante o treinamento resistido

de longa duração

BRAD JON SCHOENFELD1, ANDREW VIGOTSKY2, BRET CONTRERAS3, SHEONA GOLDEN1,

ANDREW ALTO1, RACHEL LARSON4, NICK WINKELMAN5, & ANTÔNIO PAOLI6

1Departamento de Ciências da Saúde, CUNY Lehman College, Bronx, NY, EUA;2Departamento de Engenharia Biomédica,
Northwestern University, Evanston, IL, EUA;3Sport Performance Research Institute, AUT University, Auckland, Nova Zelândia;4
Departamento de Ciência do Exercício e Promoção da Saúde, Arizona State University, Phoenix, AZ, EUA;5Irish Rugby Football
Union, Dublin, Irlanda e6Departamento de Ciências Biomédicas, Universidade de Pádua, Pádua, Itália

Abstrato
O objetivo deste estudo foi investigar os efeitos do uso de um foco de atenção interno versus externo durante o treinamento de
resistência nas adaptações musculares. Trinta homens em idade universitária não treinados foram aleatoriamente designados para um
grupo de foco interno (INTERNO) que se concentrou na contração do músculo alvo durante o treinamento (n =15) ou um grupo de foco
externo (EXTERNO) que se concentrou no resultado do levantamento (n =15). O treinamento para ambas as rotinas consistiu em 3
sessões semanais realizadas em dias não consecutivos durante 8 semanas. Os indivíduos realizaram 4 séries de 8 a 12 repetições por
exercício. As mudanças na força foram avaliadas por seis repetições máximas na rosca bíceps e contração isométrica voluntária máxima
na extensão do joelho e flexão do cotovelo. Alterações na espessura muscular para os flexores do cotovelo e quadríceps foram avaliadas
por ultra-som. Os resultados mostram aumentos significativamente maiores na espessura do flexor do cotovelo em INTERNO versus
EXTERNO (12,4% vs. 6,9%, respectivamente); mudanças semelhantes foram observadas na espessura do quadríceps. A força isométrica
de flexão do cotovelo foi maior para o INTERNO, enquanto a força isométrica de extensão do joelho foi maior para o EXTERNO, embora
nenhum deles tenha alcançado significância estatística.

Palavras-chave:Conexão mente-músculo, cueing, hipertrofia muscular

Destaques
. Um foco interno aumenta a hipertrofia dos flexores do cotovelo durante a flexão do cotovelo em uma única articulação, possivelmente pelo aumento da
ativação da musculatura.
. O foco atencional não afetou a hipertrofia do quadríceps durante a extensão uniarticular do joelho; isso pode ser devido a uma capacidade
reduzida de indivíduos não treinados de desenvolver uma conexão mente-músculo com a musculatura inferior do corpo.
. Não está claro como a adoção de um foco interno versus externo durante o treinamento de resistência ao longo do tempo afeta a força
isométrica máxima quando o teste é realizado sob condições neutras de foco atencional.

Introdução O tópico pode ser subclassificado em duas estratégias

O foco atencional é um conceito bem estabelecido de
aprendizagem motora, e seu uso tem implicações
potencialmente importantes para promover adaptações
musculares induzidas por exercícios (Schoenfeld & Contreras,
2016). O foco atencional pode ser operacionalmente definido
como o que um indivíduo pensa ao realizar uma determinada
atividade (Schoenfeld & Contreras,2016). O
primárias relacionadas ao foco: foco interno e foco
externo. Um foco interno de atenção envolve pensar
sobre os movimentos corporais ao realizar uma
atividade; por exemplo, direcionar um indivíduo para
“apertar” seu músculo. Por outro lado, um foco de
atenção externo envolve a visualização do resultado
durante a performance; por exemplo, direcionar um
indivíduo para mover o peso.

Correspondência: Brad Jon Schoenfeld, Departamento de Ciências da Saúde, CUNY Lehman College, Bronx, NY, EUA. E-mail:
brad@workout911.com

© 2018 Colégio Europeu de Ciências do Esporte

Conteúdo licenciado para Juliano Moraes - 345.203.458-55

 2BJ Schoenfeld et ai.
O corpo da literatura parece indicar que um foco externo
de atenção otimiza a execução de tarefas orientadas para o
desempenho. Uma revisão recente de Wulf (2013)
concluíram que um foco externo apresentou melhores
melhorias na aprendizagem motora em comparação com
um foco interno em mais de 90% dos estudos publicados
sobre o tema. Resultados superiores foram observados em
uma variedade de atividades físicas em uma variedade de
populações diferentes, fornecendo forte suporte para o uso
de um foco externo para melhorar as medidas relacionadas
ao desempenho.
Embora exista uma miríade de dados sobre o foco
atencional para tarefas orientadas ao desempenho, a
pesquisa sobre o uso do foco atencional durante o
treinamento de resistência (TR) está em sua infância.
Agudamente, o foco externo é benéfico para a produção
de força, enquanto o foco interno aumenta as
amplitudes da eletromiografia de superfície (sEMG)
agonistas e antagonistas (Marchant, Greig, & Scott,2009).
Embora os padrões de movimento mais econômicos
observados durante as condições de foco externo
pareçam melhorar a aquisição de habilidades, eles
podem ser subótimos para adaptações hipertróficas. De
fato, estudos eletromiográficos (EMG) relatam maiores
amplitudes EMG da musculatura alvo durante o exercício
de resistência com o uso de um foco interno (Snyder &
Fry,2012; Snyder & Leech,2009). Assim, especula-se que
um foco interno, referido como uma “conexão mente-
músculo” nos círculos de musculação, deve ser adotado
quando o objetivo é maximizar o desenvolvimento
muscular (Schoenfeld & Contreras,2016). No entanto,
fazer inferências sobre a adaptação de estudos
anteriores não deve ser feito sem escrutínio. Primeiro,
estudos agudos anteriores que empregam carga
isoinercial não controlam a carga relativa; o esforço
diferiu entre as condições porque a mesma carga
externa absoluta foi usada, enquanto uma sugestão
produz movimento mais “econômico” do que outra. Isso
significa que os participantes podem ter utilizado uma
porcentagem diferente do máximo para cada condição, o
que é suportado por dados isocinéticos (Marchant et al.,
2009). Em segundo lugar, fazer inferências de medidas
agudas, como sEMG, tem sido recentemente um tópico
de crítica, e uma chamada foi feita para mais pesquisas
longitudinais para tirar conclusões mais definitivas
(Halperin, Vigotsky, Foster, & Pyne,2017).
Atualmente, há uma escassez de dados que investigam os
efeitos do foco atencional durante o RT em mudanças de
força a longo prazo. Além disso, para o conhecimento dos
autores, nenhum estudo até o momento comparou os
resultados hipertróficos induzidos por RT ao empregar
diferentes estratégias de foco atencional, conforme
necessário para recomendações de treinamento. Assim, o
objetivo deste estudo foi investigar os efeitos do uso de um
foco interno versus externo durante o TR nas adaptações
musculares. Nossa hipótese é que o foco interno
Conteúdo licenciado para Juliano Moraes - 345.203.458-55
levaria a maiores aumentos na hipertrofia muscular,
enquanto o foco externo resultaria em maiores
ganhos de força.
Materiais e métodos
assuntos
Os sujeitos foram 30 voluntários do sexo masculino (idade =
21,7 ± 3,7 anos; altura = 176,3 ± 9,1 cm; massa = 78,2 ± 18,4
kg) recrutados de uma população universitária. Os
indivíduos tinham entre 18 e 35 anos, não apresentavam
distúrbios cardiorrespiratórios ou musculoesqueléticos,
alegavam estar livres do consumo de esteróides
anabolizantes ou quaisquer outros agentes legais ou ilegais
conhecidos por aumentar o tamanho muscular atualmente e
no ano anterior e não haviam realizado qualquer RT
regulamentado por pelo menos o ano passado.Tabela I
fornece dados antropométricos para cada grupo.
Os participantes foram pareados de acordo com a
espessura muscular (MT) basal (uma composição de valores
dos flexores do cotovelo e quadríceps) e, em seguida,
aleatoriamente designados para um dos dois grupos
experimentais usando software online (randomizer.org): um
grupo de foco interno (INTERNAL ) que focava na contração
do músculo alvo durante o treinamento (n =15) ou um grupo
de foco externo (EXTERNO) que se concentrou no resultado
do levantamento durante o treinamento (n =15). A
aprovação para o estudo foi obtida do Conselho de Revisão
Institucional da faculdade. O consentimento informado foi
obtido de todos os participantes antes do início do estudo.
Design experimental
A investigação foi realizada durante um período de 10
semanas, com 8 semanas dedicadas ao programa de RT
e 2 semanas alocadas para testes. O teste pré-estudo foi
realizado na semana 1 e o teste pós-estudo foi realizado
na semana 10. Uma RT progressiva supervisionada foi
realizada entre as semanas 2–9.
procedimentos de RT
O protocolo de TR consistiu em dois exercícios: rosca direta com
barra e extensão de perna na máquina. Esses exercícios foram
escolhidos porque é mais fácil direcionar o foco internamente
durante a execução de movimentos uniarticulares, ajudando
assim a preservar a validade interna. Os indivíduos foram
instruídos a abster-se de realizar qualquer tipo de resistência
adicional ou treinamento anaeróbico de alta intensidade durante
o estudo.
O treinamento para ambas as condições consistiu em 3 sessões
semanais realizadas em dias não consecutivos durante 8 semanas.
Todas as rotinas eram supervisionadas diretamente pelo
 Efeitos diferenciais das estratégias de foco atencional durante o treinamento resistido de longa duração3
Tabela I. Dados demográficos dos participantes.
n Anos de idade)
INTERNO 14 21,7 ± 3,7
EXTERNO 13 21,8 ± 3,1
Combinado 27 21,5 ± 3,3
equipe de pesquisa, que incluiu um especialista certificado
em força e condicionamento da National Strength and
Conditioning Association e personal trainers certificados,
para garantir o desempenho adequado das respectivas
rotinas. Os indivíduos realizaram 4 séries de 8 a 12
repetições por exercício. O membro supervisor da equipe de
pesquisa forneceu dicas relevantes aos sujeitos em cada
repetição para reforçar o foco de atenção dado. Para
INTERNAL, os sujeitos foram instruídos a "apertar o
músculo!" em cada repetição; para EXTERNO, os
participantes foram instruídos a “aumentar o peso!” em cada
repetição. Todas as séries foram realizadas até o ponto de
falha muscular concêntrica momentânea, operacionalmente
definida como a incapacidade de realizar outra repetição
concêntrica, mantendo a forma adequada. A cadência da
parte concêntrica das repetições foi realizada de forma a
permitir que os sujeitos alcançassem melhor o foco
atencional dado; ações excêntricas foram realizadas em um∼
Tempo de 2 segundos para garantir o abaixamento
controlado dos pesos. Os indivíduos tiveram 2 minutos de
descanso entre as séries. As cargas foram ajustadas para
cada exercício conforme necessário em séries sucessivas
para garantir que os sujeitos atingissem a falha na faixa de
repetição alvo. Tentativas foram feitas para aumentar
progressivamente as cargas levantadas a cada semana
dentro dos limites de manter a faixa de repetição alvo. Antes
do treinamento, os indivíduos foram submetidos a um teste
de 10 repetições máximas (RM) para determinar as cargas
de treinamento iniciais individuais para cada exercício. O
teste de RM foi consistente com as diretrizes reconhecidas
estabelecidas pela National Strength and Conditioning
Association (Baechle & Earle,2008).
Adesão dietética
Para evitar uma potencial confusão dietética dos resultados,
os indivíduos foram aconselhados a manter seu regime
nutricional habitual e evitar tomar quaisquer suplementos
além dos fornecidos no decorrer do estudo. A adesão
dietética foi avaliada por registros alimentares de 5 dias
auto-relatados usando MyFitnessPal.- com (http://
www.myfitnesspal.com), que foram coletados duas vezes
durante o estudo: 1 semana antes da primeira sessão de
treinamento (ou seja, linha de base) e durante a última
semana do protocolo de treinamento. Os indivíduos foram
instruídos sobre como registrar adequadamente todos os
itens alimentares e suas respectivas porções consumidas no
período designado de interesse. Cada item de comida
Conteúdo licenciado para Juliano Moraes - 345.203.458-55
Estatura (cm) Massa (kg)
175,8 ± 9,3 75,9 ± 20,1
176,8 ± 9,1 81,0 ± 16,6
176,3 ± 9,1 78,2 ± 18,4
foi inserido individualmente no programa, e o programa
forneceu informações relevantes quanto ao consumo
total de energia, bem como a quantidade de energia
derivada de proteínas, gorduras e carboidratos para
cada período analisado. Para ajudar a garantir que as
necessidades de proteína fossem atendidas para o
anabolismo, os indivíduos receberam um suplemento
nos dias de treinamento contendo 25 g de proteína e 1 g
de carboidrato (Iso100 Hydrolyzed Whey Protein Isolate,
Dymatize Nutrition, Dallas, TX) imediatamente após a
sessão de RT (Aragon & Schoenfeld,2013).
Medidas
Composição corporal e antropometria.A altura dos
participantes foi medida usando uma escala Detecto
Physicians (Cardinal Scale Manufacturing Company,
Webb City, MO). A avaliação da massa gorda, massa livre
de gordura e massa muscular esquelética foi realizada
usando um dispositivo de impedância bioelétrica de
multifrequência InBody 770 (Biospace Co. Ltd., Seul,
Coréia) de acordo com as instruções do fabricante. Os
indivíduos foram instruídos a abster-se de comer por 12
horas antes do teste, eliminar o consumo de álcool por
24 horas, abster-se de exercícios extenuantes por 24
horas e urinar imediatamente antes do teste. Antes de
cada medição, as palmas das mãos e solas dos indivíduos
foram limpas com um lenço de eletrólito. Os indivíduos
então se posicionaram no InBody 770, colocando as
solas dos pés nos eletrodos. O instrumento derivou a
massa corporal do sujeito, e sua idade e sexo foram
inseridos manualmente na tela pelo pesquisador. Os
sujeitos então seguraram as alças da unidade garantindo
que a palma e os dedos de cada mão fizessem contato
direto com os eletrodos. Os braços foram totalmente
estendidos e abduzidos aproximadamente 20°. A análise
da composição corporal foi determinada pela unidade
com os sujeitos permanecendo o mais imóvel possível.
Espessura muscular.Imagens de ultrassom foram usadas
para obter medidas de MT. Um técnico treinado realizou
todos os testes usando uma unidade de ultrassom em
modo B (ECO3, Chison Medical Imaging, Ltd, Província de
Jiang Su, China). O técnico aplicou um gel de transmissão
solúvel em água (gel Aquasonic 100 Ultrasound
Transmission, Parker Laboratories Inc., Fairfield, NJ) em
cada local de medição e uma sonda de ultrassom de 5
MHz foi colocada paralelamente
 4BJ Schoenfeld et ai.
à interface do tecido sem deprimir a pele. Quando
a qualidade da imagem era considerada
satisfatória, o técnico salvava a imagem em um
disco rígido e obtinha as dimensões MT medindo a
distância da interface músculo-tecido adiposo
subcutâneo à interface músculo-osso, conforme
descrito anteriormente (Abe, DeHoyos, Pollock, &
Garzarella,2000). As medições foram feitas no lado
direito do corpo em três locais: (1) flexores do
cotovelo, (2) meio da coxa (um composto do reto
femoral e vasto intermediário) e (3) coxa lateral
(um composto do vasto lateralis e vasto
intermediário). Para a parte anterior do braço, as
medidas foram feitas 60% distalmente entre o
epicôndilo lateral do úmero e o processo acrômio
da escápula; para o meio e lateral da coxa, as
medidas foram feitas 50% entre o côndilo lateral
do fêmur e o trocânter maior para o quadríceps
femoral. Em um esforço para garantir que o
inchaço nos músculos do treinamento não
obscurecesse os resultados, as imagens foram
obtidas 48 a 72 horas antes do início do estudo,
bem como após a sessão final de treinamento.2012
). Para garantir ainda mais a precisão das
medições, três imagens foram obtidas para cada
local e, em seguida, calculadas a média para obter
um valor final.
Força muscular isométrica.As avaliações de força foram
realizadas por meio de teste de dinamometria isométrica
(Biodex System 4; Biodex Medical Systems, Inc. Shirley,
NY, EUA). Após a familiarização com o dinamômetro e o
protocolo, os sujeitos sentaram-se na cadeira e
realizaram ações isométricas dos extensores do joelho e
flexores do cotovelo. Todos os testes isométricos foram
realizados nos membros dominantes dos sujeitos.
Durante os testes de extensão do joelho, os indivíduos
sentaram-se com as costas encostadas no encosto do assento e
mantiveram os ângulos da articulação do quadril de 85° com o
centro de seus côndilos femorais laterais alinhados com o eixo
de rotação do dinamômetro. O comprimento do braço do
dinamômetro foi ajustado para cada indivíduo para permitir que
a caneleira fosse fixada com tiras proximais aos maléolos
mediais. Os participantes foram instruídos a segurar as alças
para estabilidade e também foram amarrados na coxa
ipsilateral, quadris e tronco para ajudar a evitar movimentos
estranhos durante a performance. O teste foi realizado em um
ângulo da articulação do joelho de 70° (Knapik, Wright,
Mawdsley, & Braun,1983).
Durante os testes de flexão do cotovelo, os indivíduos
estavam sentados com o braço dominante flexionado a
30° e apoiado no plano sagital para eliminar os efeitos da
gravidade. O antebraço dominante foi amarrado
Conteúdo licenciado para Juliano Moraes - 345.203.458-55
a fixação da extremidade superior e o punho foi
colocado em posição supinada. Os ângulos articulares do
quadril e do joelho foram mantidos em 85° e 90°,
respectivamente. O braço não dominante foi mantido
preso ao lado esquerdo do tronco com o antebraço no
abdome. Os participantes foram amarrados por arreios
de ombro cruzados e um cinto abdominal para ajudar a
evitar movimentos estranhos durante a performance. O
teste foi realizado em um ângulo de articulação do
cotovelo de 90° (Knapik et al.,1983).
Cada tentativa de contração voluntária máxima durou 5 s,
seguido de 30 s de descanso, para um total de três a quatro
tentativas em cada posição (se o momento articular líquido de
um participante continuou a aumentar na terceira tentativa,
uma quarta tentativa foi realizada). Os participantes foram
verbalmente encorajados a produzir força máxima ao longo de
cada sessão. O momento de extensão líquido de pico mais alto
de cada uma das três tentativas para cada posição de contração
voluntária máxima foi usado para análise.
análise estatística
Os dados foram importados para Jamovi (versão 0.7.7.3, equipe
Jamovi) para análise estatística. Antes de realizar as análises, a
igualdade de variâncias (homogeneidade) foi assegurada pelo
teste de Levene. Em vez de comparar os valores da linha de base
estatisticamente, usandot-testes, os valores da linha de base
foram usados como covariáveis em análises de covariância
(ANCOVA), a partir das quais as diferenças na magnitude das
alterações da linha de base foram comparadas (de Boer,
Waterlander, Kuijper, Steenhuis, & Twisk,2015; Vickers & Altman,
2001). Não foram feitas comparações dentro do grupo a partir
da linha de base (Bland & Altman,2011,2015). Os tamanhos de
efeito foram calculados
usando eta quadrado parcial (h2 p), que representa o
variância no modelo explicada pela diferença entre os
grupos. Como esse modelo é análogo a uma
regressão múltipla ou correlação parcial (Vickers &
Altman,2001),h2 ppode ser interpretado como o quadrado
de um Pearsonrtamanho do efeito. Como tal, as interpretações
do coeficiente de correlação conforme definido por Hopkins
(Hopkins,2002) foram adaptados (ao quadrado) para
ive interpretação: 0≤h2p<0,01 é trivial; 0,01≤h2 p<
0,09 é pequeno; 0,09≤h2 p<0,25 é moderado;
0,25≤h2 p<0,49 é grande; 0,49≤h2 p<0,81 é muito
grande; 0,81≤h2 p<1 é quase perfeito; eh2 p=1 é
perfeito. Alfa foi definidoa prioria 0,05 para determinar
diferenças estatísticas entre os grupos.
Resultados
Dos 30 participantes iniciais, 27 finalmente completaram
o estudo; Desistiram 2 sujeitos por motivos pessoais e os
dados de outro sujeito foram descartados por falta de
adesão. Dados demográficos dos incluídos
 Efeitos diferenciais das estratégias de foco atencional durante o treinamento resistido de longa duração5
participantes podem ser encontrados emTabela I. A
adesão ao protocolo foi boa tanto para o grupo INTERNO
quanto para o EXTERNO, com frequência média de 93% e
92% das sessões, respectivamente.
Hipertrofia
Dos três músculos medidos, apenas a hipertrofia dos
flexores do cotovelo diferiu estatisticamente entre os
grupos, com um tamanho de efeito grande favorecendo a
condição de foco (F1,24= 10,64;h2 p=0,307;p =
0,003). Tamanhos de efeito pequenos e triviais favorecendo
o foco externo e interno foram observados para reto
femoral e vasto lateral, respectivamente (F1,22= 0,68;h2 p=
0,030;p =0,418 eF1,24≈0;h2 p≈0;p =0,999)
(Tabela II).
Força
Nenhuma diferença estatística entre os grupos foi encontrada para
nenhuma das medidas de força. Pequenos tamanhos de efeito
favorecendo a condição de foco externo foram observados
para força isométrica de extensão do joelho (F1,22= 1,50;
hp2=0,064;p =0,234), enquanto um tamanho de efeito moderado
favorecendo o foco interno foi observado para isométrico
força de flexão do cotovelo (F1,22= 2,82;h2 p=0,114;p =
0,107) (Tabela II).
Composição do corpo
Nenhuma diferença estatística entre os grupos foi encontrada para
quaisquer medidas de composição corporal. Tamanhos de efeito
pequenos e triviais que favorecem o foco interno foram observados para
aumentos na gordura corporal e no peso corporal, respectivamente
(F1,24= 0,618;h2 p=0,025;p =0,439 eF1,24=
0,179;h2 p=0,007;p =0,676). Um pequeno tamanho de efeito
favorecendo o foco externo foi notado por aumentos em
massa muscular esquelética (F1,24= 0,288;h2 p=0,012;p =
0,596) (Tabela II).
ingestão nutricional
Apesar das tentativas de aconselhar os participantes sobre como
registrar adequadamente as informações nutricionais, a análise dos
diários alimentares indicou erros grosseiros de registro de dados.
Portanto, não conseguimos determinar se/como as mudanças nas
práticas alimentares podem ter impactado os resultados.
Discussão
Este é o primeiro estudo a investigar os efeitos de diferentes
estratégias de foco atencional nas adaptações musculares
de longo prazo. O estudo produziu várias descobertas novas
e notáveis. Primeiro, um foco interno provocou
Conteúdo licenciado para Juliano Moraes - 345.203.458-55
aumentos hipertróficos superiores nos flexores do cotovelo
em comparação com um foco externo, mas MT no
quadríceps não foi afetado pela estratégia de foco
atencional. As diferenças nas mudanças no tamanho dos
flexores do cotovelo entre INTERNO e EXTERNO (12,4% vs.
6,9%, respectivamente) se traduziram em uma grande
magnitude de efeito favorecendo a condição INTERNA (hp2 =
0,307). Essas descobertas apoiam parcialmente a afirmação
comum do fisiculturismo de que uma conexão mente-
músculo aumenta o crescimento muscular. Embora não
tenhamos tentado determinar as razões mecanísticas para
os achados discrepantes entre os membros superiores e
inferiores, pode-se especular que os indivíduos acharam
mais fácil focar nos músculos flexores do cotovelo em
comparação com as coxas - um sentimento que foi expresso
de forma anedótica por vários participantes em o grupo
INTERNO. Postulações sobre os mecanismos desse
fenômeno podem ser deduzidas das perspectivas do
controle motor e da neuroplasticidade. Primeiro, a
reeducação neuromuscular, pelo menos após a
transferência do tendão, parece ser mais prevalente nas
extremidades superiores em comparação com as inferiores
(Sperry,1945), sugerindo que o sistema nervoso é mais capaz
de alterar os padrões de recrutamento muscular da
extremidade superior. Em segundo lugar, os indivíduos têm
maior controle de força dos flexores do cotovelo do que dos
extensores do joelho (Tracy, Mehoudar, & Ortega,2007). De
fato, isso pode estar relacionado ao motivo pelo qual os
indivíduos têm melhor controle e coordenação com suas
extremidades superiores quando comparados às
extremidades inferiores (Kauranen & Vanharanta,1996). Na
prática, Gordon e Ferris (Gordon & Ferris, 2004) especulou,
Se houver diferenças inerentes no controle eferente entre
quaisquer grupos musculares, parece provável que os músculos
dos membros inferiores sejam os menos precisos. Os seres
humanos raramente realizam tarefas motoras finas com seus
membros inferiores, em vez disso, dependem deles para a
produção de energia bruta durante a locomoção.
Tais sentimentos não impedem que alguém seja capaz de
aprender como utilizar efetivamente um foco interno de
atenção. Ou seja, tal fenômeno pode estar relacionado ao
estado destreinado dos sujeitos, pois indivíduos com
experiência em RT demonstraram ser capazes de aumentar
a amplitude EMG do quadríceps quando direcionados para
focar na musculatura da coxa durante o exercício de
extensão do joelho (Marchant & Greig,2017), e evidências
recentes sugerem que o controle dependente do status do
treinamento pode, de fato, ser específico do músculo
(Calatayud et al.,2016). Se for verdade, isso sugere que os
indivíduos treinados podem ser capazes de aumentar a
hipertrofia do quadríceps adotando um foco interno durante
o treinamento físico da parte inferior do corpo. Talvez as
diferenças a esse respeito tivessem sido confirmadas com
um período de intervenção mais longo. Mais investigações
são necessárias para testar a validade dessa hipótese.
 6BJ Schoenfeld et ai.
Tabela II. Mudanças dentro e entre grupos após 8 semanas de treinamento de força com foco interno ou externo de atenção.

foco interno Foco externo Diferença entre grupos

Tamanho do efeito p-
Pré Publicar Mudar Pré Publicar Mudar Absoluto (h2p) Interpretação valor

Espessura do flexor do cotovelo 39,62 ± 8,07 44,55 ± 8,15 4,93 ± 1,73 40,22 ± 6,53 42,98 ± 6,40 2,77 ± 1,63 2,14 (0,85–3,43) 0,307 Grande 0,003
(milímetros)

reto femoral 55,10 ± 11,57 57,82 ± 10,99 2,72 ± 2,62 55,09 ± 5,90 58,69 ± 5,74 3,60 ± 2,87 − 0,88 (−2,98–1,22) 0,030 Pequeno 0,418
espessura (mm)
Vasto lateral 51,81 ± 11,03 55,10 ± 10,80 3,29 ± 2,94 53,82 ± 5,47 56,99 ± 6,09 3,17 ± 3,37 0,00 (-2,41–2,41) 0,000 Trivial 0,999
espessura (mm)
Flexão de cotovelo isométrica 57,46 ± 12,96 66,78 ± 17,87 9,32 ± 10,88 62,45 ± 14,56 64,06 ± 11,55 1,61 ± 9,21 6,90 (-1,16–14,96) 0,114 Moderado 0,107
(Nm)
joelho isométrico 286,99 ± 70,04 316,08 ± 68,82 29,09 ± 55,04 280,99 ± 60,90 338,33 ± 55,38 57,34 ± 52,66 − 12,80 (−33,38–7,78) 0,064 Pequeno 0,234
extensão (Nm)
Massa corporal (kg) 76,46 ± 20,60 77,90 ± 20,58 1,44 ± 1,24 80,89 ± 16,60 81,85 ± 15,18 0,95 ± 2,64 0,16 ± (−0,58–0,90) 0,007 Trivial 0,676
Massa muscular esquelética 33,66 ± 6,90 34,26 ± 6,78 0,60 ± 0,63 34,55 ± 4,42 35,25 ± 4,33 0,71 ± 0,58 − 0,06 (−0,29–0,17) 0,012 Pequeno 0,596
(kg)
Corpo gordo (%) 20,02 ± 10,54 20,36 ± 10,01 0,34 ± 1,46 23,17 ± 8,88 22,82 ± 8,64 − 0,35 ± 2,01 0,52 (-0,77-1,81) 0,025 Pequeno 0,439

Notas: As pontuações pré, pós e mudança são apresentadas como média ± DP. Entre os grupos, as diferenças absolutas são apresentadas como média (95% CI), com um valor positivo sendo a favor do foco interno (ou seja, uma
pontuação de mudança maior ou mais positiva), e são corrigidas para os valores da linha de base.

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 Efeitos diferenciais das estratégias de foco atencional durante o treinamento resistido de longa duração7
O foco atencional teve efeitos marcadamente diferentes
específicos para os membros superiores e inferiores. Com
relação ao pico de força isométrica de flexão do cotovelo, o
INTERNAL resultou em um aumento de 16,2% contra 2,6%
no EXTERNAL, traduzindo-se em um ES de um
magnitude moderada de efeito (h2 p=0,114). Esses
resultados potenciais estão em contraste com estudos
agudos, em que um foco externo de atenção é
frequentemente encontrado para resultar em maior
desempenho de força do que um foco interno de atenção
(Marchant et al., 2009); portanto, é importante observar que
os participantes não foram estimulados a utilizar focos
atencionais específicos durante o teste de força. Embora os
mecanismos potenciais para essas diferenças não
estatísticas na força isométrica de flexão do cotovelo não
tenham sido estudados, dois mecanismos frequentemente
propostos de ganho de força incluem alterações periféricas
(ou seja, hipertrofia muscular e força muscular normalizada)
e neurais (ou seja, impulso neural e excitação) (Erskine,
Jones, Williams, Stewart e Degens,2010). Para explorar o
tamanho do músculo como um potencial contribuinte, uma
ANCOVA adicional foi realizadapost hoc,usando a mudança
na espessura do flexor do cotovelo como uma covariável.
Depois de contabilizar a mudança na espessura do flexor do
cotovelo, a magnitude do efeito do grupo diminuiu
substancialmente, de moderado (h2p=0,114) para trivial
(h2p=0,006). Em contraste com as recentes críticas ao
teoria de que a hipertrofia está relacionada a mudanças
na força (Buckner et al.,2016), parece que, neste estudo,
as diferenças na hipertrofia foram responsáveis por
possíveis diferenças na força entre os grupos.
Ao contrário da força isométrica de flexão do cotovelo,
o pico de força isométrica de extensão do joelho
favoreceu EXTERNO versus INTERNO (20,4% vs. 10,1%,
respectivamente), com o ES indicando uma pequena
magnitude do efeito (h2 p=0,064). Apesar de
tamanho do efeito observado foi pequeno e não atingiu o a
priorialfa, no interesse da consistência, outro post hocA
ANCOVA foi realizada, utilizando ambas as alterações na
espessura do vasto lateral e do reto femoral como
covariáveis, mas, ao contrário da força de flexão do cotovelo,
a alteração na magnitude do tamanho do efeito foi mínima.
cule (h2p=0,052).
O estudo teve várias limitações notáveis. Primeiro, o protocolo de
exercício empregou uma faixa de repetição moderada e, portanto, os
resultados não podem necessariamente ser extrapolados para
treinamento com cargas mais pesadas ou mais leves, especialmente
porque os efeitos agudos da sinalização interna são dependentes da
carga (Calatayud et al.,2016). Em segundo lugar, embora tenhamos
fornecido instruções explícitas sobre o foco da atenção e
complementado as instruções com sugestões ao longo de cada série,
não há como ter certeza de que os sujeitos estavam realmente
focando conforme as instruções. Ainda é possível que alguns sujeitos
não tenham aderido ao foco adequado em pelo menos algumas das
séries, o que, por sua vez, pode ter alterado os resultados. Que
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disse, as diferenças marcantes entre os grupos no crescimento
dos músculos flexores do cotovelo, favorecendo a condição de
foco interno, fornecem fortes evidências de que as estratégias
de sinalização afetam os resultados hipertróficos. Em terceiro
lugar, MT foi medido apenas na porção média dos músculos.
Embora essa região seja amplamente considerada indicativa de
crescimento muscular geral, alguns estudos relatam que a
hipertrofia se manifesta de maneira regionalespecífica, com
maiores adaptações observadas proximal e/ou distalmente
(Wakahara et al.,2012; Wakahara, Fukutani, Kawakami e Yanai,
2013). Assim, não podemos descartar a perspectiva de que
maiores aumentos proximais ou distais em MT ocorreram em
um protocolo versus o outro. Em quarto lugar, não fomos
capazes de obter relatórios precisos sobre as práticas
alimentares ao longo do estudo e, portanto, não podemos
descartar a possibilidade de que as diferenças na ingestão
nutricional tenham confundido indevidamente os resultados.
Finalmente, as descobertas são específicas para indivíduos não
treinados; pesquisas futuras são necessárias para determinar os
efeitos relacionados à força e hipertrofia de diferentes
estratégias de foco atencional naqueles com experiência
anterior de RT.
Conclusão
Nossos achados indicam que um foco de atenção interno
é superior a um foco de atenção externo quando o
objetivo é maximizar a hipertrofia dos flexores do
cotovelo. O foco atencional parece não afetar a
hipertrofia dos membros inferiores, o que pode ser
devido à dificuldade de indivíduos não treinados em
estabelecer uma “conexão mente-músculo” na
musculatura da coxa durante o exercício resistido.
Reconhecimentos
Os autores agradecem as contribuições dos
assistentes de pesquisa que facilitaram a coleta de
dados e sem os quais este projeto não poderia ter
sido realizado: Harold Belen, Jesus Martinez, Audrey
Rivera, Alyssa Dumlao, Ezenwa Emerjuru, Anthony
Masner, Lauren Colenso-Semple, Mario Rosario,
Sussan Soto, Chris Morrison, Anthony Rambarran,
Denise Flores, Teshawna Smith, Andrea Mene, Ronnie
Guerra, Miguel Melendez, Kyron Slater, Bryan
Taveras, Greg Andronico e Leila Nasr. Também
gostaríamos de expressar nossa gratidão à Dymatize
Nutrition por fornecer os suplementos de proteína
usados neste estudo. Os autores declaram não haver
conflitos de interesse.
declaração de divulgação
Nenhum potencial conflito de interesse foi relatado pelos autores.
 8BJ Schoenfeld et ai.
Financiamento
Este estudo foi financiado por uma bolsa da Dymatize Nutrition.
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