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Prova Especial de Prática do Trabalho – Professor Maurício Góes – PUCRS –

SEMESTRE 2020/2 – T. 169


Prova individual – vale 6,0. Digitada. Data FATAL de entrega: 08/12/2020
ENVIAR A PROVA PARA goespratica169@gmail.com
Enunciado
James Hetfield, em 20/04/2020, ajuizou reclamação trabalhista contra a empresa
Metallica Ltda. Trabalhou em POA/RS, de 01/03/2018 a 01/03/2020, ocasião em que
foi desligado sem justa causa. Exerceu as funções inerentes ao cargo de operador de
prensa II. Percebeu como último salário a quantia de R$2.800,00. Conforme recibos
juntados com a petição inicial, alegou que gastava, em média, R$45,00 mensais com a
compra de produtos especiais para a lavagem dos uniformes fornecidos pela empresa,
postulando a respectiva indenização/ressarcimento de valores. Alegou que, ao longo
do seu contrato de trabalho, sempre desempenhou as mesmas funções do paradigma
Bruce Dickson, o qual trabalhava na unidade da empresa localizada no município de
Canoas. Foi contratado para trabalhar 8 horas por dia, de segunda à sexta-feira, e 4
horas no sábado. Fazia efetivamente uma hora de intervalo. Alega, porém, que
diariamente, de segunda à sexta, estendia seu horário em 40 minutos/uma hora, sem
jamais receber a devida contraprestação, razão pela qual tem direito ao pagamento de
horas extras acrescidas do adicional legal.
A reclamada foi notificada e, tempestivamente, contestou todos os pedidos,
impugnando um a um. Em síntese, alegou que não há direito ao ressarcimento pela
lavagem de uniformes, pois o caso dos autos não se enquadra na hipótese prevista na
CLT e que a responsabilidade pela lavagem dos uniformes é do trabalhador. Quanto à
equiparação salarial, a reclamada admite que reclamante e paradigma exerciam as
mesmas funções, mas, no caso dos autos, resta ausente o requisito “mesma
localidade” previsto no artigo 461 da CLT. No tocante ao pedido de horas extras, a
reclamada nega que tenha ocorrido trabalho extraordinário por parte do reclamante e
junta aos autos todos os seus cartões de ponto, os quais mostram que não havia
registro de horas extras.
A audiência una foi realizada na forma dos artigos 845 e 849 da CLT.
Aberta a audiência, o procurador do reclamante manifestou-se sobre os cartões ponto
juntados e lançou impugnação expressa, dizendo que os registros efetuados,
sobretudo do final na jornada, não correspondem à realidade, pois não eram
permitidos os registros de horas extras pelo chefe do reclamante.
Em depoimento pessoal, o reclamante admitiu que o paradigma trabalhava na unidade
de Canoas, ou seja, noutra localidade. Em depoimento pessoal, o preposto declarou
que, em razão da atividade de lubrificação, os uniformes fornecidos pela empresa
necessitam de produtos diferentes ou especiais para que fiquem plenamente limpos.
O procurador do reclamante informou que tinha duas testemunhas para provar a tese
de jornada extraordinária, cuja oitiva foi indeferida pelo juiz, pois este alegou não
haver necessidade de prova no caso dos autos e que já estava convencido. O
procurador registrou seu protesto. O procurador da reclamada informou que não tinha
testemunhas a serem ouvidas. A instrução foi encerrada com razões finais remissivas,
reiterando o procurador do reclamante o protesto lançado.
Em sentença, o juiz julgou improcedente os pedidos articulados na reclamação,
entendendo que:
 De acordo com a CLT, a responsabilidade pela lavagem dos uniformes é
exclusiva do trabalhador;
 Não há o que se falar em equiparação salarial, pois o reclamante e paradigma
trabalhavam em municípios distintos, não estando presente, assim, a exigência
de trabalho na “mesma localidade” prevista na CLT;
 Não há como deferir horas extras, em razão de que os cartões de ponto
representam prova documental absoluta e que comprovaram a tese de defesa
de inexistência de jornada extraordinária;
 o reclamante deverá pagar 5% de honorários de sucumbência.

Ainda, o juiz atribuiu ao reclamante o pagamento de custas de R$ 1.000,00


sobre o valor da causa de R$ 50.000,00, mas dispensado do pagamento, em
razão da concessão do BJG.
Como advogado do reclamante e irresignado com a decisão, elabore o recurso cabível.

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