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ARBITRAGEM

Discentes: Amanda de Souza Mendes, Emylli Patrocinio Silva, Ingryd Florisbelo


Evangelista, Kamilla de Souza Almeida, Mírian Cristina da Silva Souza, Pablo Gabriel
Gondim Alves e Thais Dias Ramos.
Discentes do Curso de Direito do CENTRO SUPERIOR UNA de Catalão-GO.

ACÓRDÃO ANALISADO: GOIÁS. Tribunal de Justiça do Estado de Goiás TJ-GO (Quinta


Câmara Cível) Apelação n°: 5037458-57.2021.8.09.0051. 5ª VARA CÍVIL E AMBIENTAL
DA COMARCA DE GOIÂNIA. Apelante: JOSIANE GONÇALVES DE MATOS. Apelada:
GRAJAU ORIENTE 1 SPE LTDA. Relator: DES. KISLEU DIAS MACIEL FILHO. Data de
Julgamento: 04/05/2023 (Decisão por unanimidade).

PALAVRAS-CHAVE DA EMENTA: COMPROMISSO ARBITRAL VÁLIDO.


VEDAÇÃO AO COMPORTAMENTO. ARGUIÇÃO DE NULIDADE DO ÉDITO
ARBITRAL. PRECLUSÃO DA DISCUSSÃO DE PARTE DAS MATÉRIAS
ABORDADAS NO TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL. COISA JULGADA.
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE SENTENÇA
ARBITRAL

1. SÍNTESE DOS PRINCIPAIS FATOS:

O presente caso julgado, trata-se de uma ação para fins de anular a sentença arbitral,
ajuizada por JOSIANE GONÇALVESDE MATOS, em face de GRAJAU ORIENTE 1SPE
LTDA, a ação tem a finalidade de anulação da cláusula de arbitragem, no qual a mesma se
recusou a assinar o termo de Compromisso Arbitral, visto que a cláusula compromissória se
deu de forma impositiva. Através do artigo 32, I, da Lei n° 9.307/96 a sentença arbitral seria
nula no caso de configurar uma das oito hipóteses ali relacionadas.
É declarado nos autos do processo que, as partes antes da possível assinatura do
presente contrato, tiveram uma reunião de conciliação. A autora do processo ao ver devida
que a devida sentença arbitral que lhe seria desfavorável, veio ao Poder Judiciário para
invocar a nulidade da sentença arbitral.
O processo foi julgado improcedente, por não apresentar fatos de anualidade da
arbitragem. A autora da ação, interessada no processo, interpôs o presente recurso de
apelação, com a tentativa de revisão da sentença proferida na inicial.

2. SÍNTESE DOS PRINCIPAIS FUNDAMENTOS JURÍDICOS:

No tocante aos principais fundamentos empossados pela 1ª Turma da 5ª Câmara Cível


do Tribunal de Justiça de Goiás, sob relatoria do Des. Kisleu Dias Maciel Filho, destaca-se
que o êxito da ação voltada à anulação da sentença arbitral requer a presença de uma das
hipóteses previstas no art. 32 da Lei nº 9.307/1996, caracterizadas como vício de
procedimento (erro in procedendo). Isso se deve ao fato de que o procedimento estabelecido
pela Corte de Arbitragem e a sentença por ela proferida gozam de soberania, tal como se
tivesse sido proferido pelo Poder Judiciário, tornando-se, portanto,inviável a incursão no
mérito da decisão (erro in judicando).
Em outras palavras, a ação anulatória da sentença arbitral não permite questionar a
solução final do árbitro, uma vez que ultrapassa os limites de revisão do Poder Judiciário, que
se restringem à presença das hipóteses legais previstas no artigo supramencionado.
A apelante, ao buscar anular a sentença arbitral, não ingressou com uma ação principal
diretamente no Poder Judiciário que poderia evidenciar sua discordância em relação ao
procedimento arbitral. Pelo contrário, ela foi citada na ação de rescisão contratual movida pela
empresa apelada perante a Corte de Arbitragem. Compareceu à audiência de conciliação
acompanhada de advogado, e, embora tenha tido a oportunidade de contraditório e ampla
defesa, não esteve presente na audiência de instrução, momento em que foi proferida a
sentença desfavorável.
Diante da sentença desfavorável, a apelante buscou o judiciário alegando a nulidade da
cláusula compromissória. No entanto, isso é considerado incoerente, uma vez que participou
do procedimento arbitral e manifestou descontentamento apenas quando percebeu que o
desfecho seria desfavorável. Esse descontentamento, no final das contas, refere-se ao mérito
da decisão e não configura um vício de procedimento. Por esse motivo, o recurso foi
desprovido.

3. SÍNTESE DA DECISÃO:

Diante dos principais fatos e fundamentos jurídicos apresentados no caso em


comenta, o Juízo em auxílio na 5ª Vara da Comarca de Goiânia, julga improcedente o pedido
inaugural de anulação de sentença arbitral da sra. JOSIANE GONÇALVESDE MATOS.
Com custas e honorários advocatícios fixados em 10% sobre o valor atualizado da causa,
consoante o disposto no ART.85, § 2°, do Estatuto Processual Civil, ficando suspensa a
cobrança em virtude do deferimento da justiça gratuita, por força do artigo 98, § 3°, da
aludida processual.
No entanto, JOSIANE, inconformada com a decisão, ajuíza uma ação de anulação da
sentença arbitral, visando fazer valer a força do artigo 32, I, da Lei n° 9.307/96. Entretanto,
foi pontuado pela magistrada e verificado nos autos, que a autora concordou expressamente
com a instituição do compromisso arbitral, não tendo ajuizado a demanda judicial para
demonstrar o posterior desinteresse na avença, assim como também foi regularmente
notificada e compareceu na audiência de conciliação acompanhada por seu advogado, desse
modo o procedimento arbitral ocorreu de maneira regular.
Em suma, as alegações da autora não trazem novidades fatídicas em relação ao
julgado em primeira instância, para que houvesse possibilidade de anular a sentença. Portanto,
o Desembargador Kisleu Dias Maciel Filho deu voto no sentido de conhecer o recurso e negar
provimento ao mesmo, sustentando os termos da sentença tal qual proferida e em razão do
disposto no §11°, art.85 do CPC, majorou a verba honorária advocatícia para 12% sobre o
valor da causa, ressaltando sua exigência suspensa por força da gratuidade da justiça deferida
à parte autora.

4. ANÁLISE CRÍTICA:

De fato, é de suma importância o amparo dos filhos aos genitores, quando estes estão
em situação de vulnerabilidade e necessidade, carecendo de ajuda tanto material quanto
emocional. Entretanto no caso exposto, o afastamento partiu do de cujus que nunca manteve
uma relação saudável com os filhos, não podendo cobra-los por tal comportamento, uma vez
que, ele durante a vida não agiu de forma ética e amorosa, causando traumas irreversíveis em
seus filhos de modo que não conseguiram manter uma convivência benéfica com o pai,
efetivamente o de cujus foi acometido por uma enfermidade, ocorre que mesmo perante este
fato, não houve desamparo ao mesmo, já que em nenhum momento passou por necessidades
materiais ou emocionais. Portanto, a opinião do grupo vai de acordo com o acordão dos
desembargadores no sentindo de negar provimento ao recurso da autora.

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