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DIREITO CONSTITUCIONAL – CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

Conceito de Controle de Constitucionalidade:

O controle de constitucionalidade é o mecanismo legal que verifica a conformidade das leis,


atos normativos e condutas estatais com a Constituição de um país. Ele assegura a supremacia
da Constituição como a lei fundamental do Estado.

Pressupostos do Controle de Constitucionalidade:

1. Existência de uma Constituição rígida;


2. Existência de normas constitucionais;
3. Existência de órgão ou tribunal competente para realizar o controle.

Legislação Aplicada (quais?)

O controle de constitucionalidade pode ser regulamentado por dispositivos constitucionais,


leis ordinárias ou leis complementares, variando de acordo com o sistema legal de cada país.

Inconstitucionalidade por Ação e por Omissão:

 Por Ação: Refere-se à inconstitucionalidade de normas ou atos normativos que


contrariam a Constituição.

 Por Omissão: Ocorre quando o Poder Público não cumpre seu dever de regulamentar
uma norma constitucional que necessita de regulamentação para ter eficácia.

Inconstitucionalidade Material e Formal:

 Material: Refere-se à incompatibilidade do conteúdo da norma com a Constituição,


violando direitos fundamentais, por exemplo.

 Formal: Diz respeito à violação das regras do processo legislativo, como falta de
quórum ou vício de iniciativa.

Inconstitucionalidade Total ou Parcial:

 Total: Quando toda a norma ou ato é considerado inconstitucional e, portanto, é


completamente invalidado.

 Parcial: Apenas uma parte da norma ou do ato é inconstitucional, e o restante pode


permanecer em vigor.
Sistemas de Controle de Constitucionalidade:

 Sistema de Controle Difuso: Qualquer juiz ou tribunal pode declarar a


inconstitucionalidade, sem necessidade de processo específico.

 Sistema de Controle Concentrado ou Abstrato: O controle é atribuído a um tribunal


específico que se pronuncia de forma geral sobre a constitucionalidade das normas.

Momentos do Controle de Constitucionalidade:

 Controle Preventivo: Realizado antes da promulgação da norma.

 Controle Repressivo: Realizado após a promulgação da norma.

Modelos de Controle de Constitucionalidade:

 Modelo Europeu: Cria tribunais constitucionais independentes para realizar o


controle.

 Modelo Americano: Permite que qualquer tribunal declare a inconstitucionalidade em


casos concretos.

 Modelo Misto: Combina elementos dos modelos europeu e americano.

Formas de Controle de Constitucionalidade:

 Por via de exceção: A inconstitucionalidade é alegada como defesa em um caso


concreto.

 Por via de ação: A inconstitucionalidade é objeto principal de uma ação judicial.

 Por via de recurso: A inconstitucionalidade é alegada em recurso contra decisões


judiciais.

1. Controle Difuso:

 Qualquer juiz ou tribunal pode declarar a inconstitucionalidade em casos concretos.


 A decisão não tem efeito vinculante, apenas inter partes.

2. Controle Concentrado:

 Concentra o exame da constitucionalidade em um tribunal específico.


 Decisões possuem efeito vinculante e erga omnes.

3. Instrumentos de Controle Concentrado:

 ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade): Proposta por legitimados perante tribunal


constitucional para questionar a constitucionalidade de leis ou atos normativos.
 ADO (Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão): Usada quando o Poder
Público não cumpre o dever de regulamentar normas constitucionais.

 ADC (Ação Declaratória de Constitucionalidade): Visa confirmar a constitucionalidade


de uma norma contestada.

 ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental): Busca preservar


preceitos fundamentais da Constituição em situações de lesão a direitos.

4. Inconstitucionalidade por Arrastamento (Arrasto, Atração, consequencial ou Reverberação


Normativa):

Quando uma norma é declarada inconstitucional, as demais normas vinculadas a ela também
se tornam inconstitucionais, por terem relação de dependência.

5. Normas Constitucionais Originárias Inconstitucionais:

Em casos raros, uma norma diretamente inserida na Constituição pode ser declarada
inconstitucional.

6. Transcendência dos Motivos Determinantes:

O tribunal deve considerar apenas os motivos determinantes da norma, não podendo se


aprofundar em questões laterais.

7. Declaração de Nulidade sem Redução de Texto:

A norma é declarada inconstitucional, mas seu texto permanece na Constituição.

8. Inconstitucionalidade Progressiva:

Quando uma norma, inicialmente constitucional, torna-se inconstitucional devido a mudanças


na realidade.

9. Lei Ainda Constitucional ou Inconstitucionalidade em Trânsito:

Quando uma norma é considerada inconstitucional, mas o tribunal concede um prazo para sua
adequação.

10. Bloco de Constitucionalidade:

Conjunto de normas com status constitucional, incluindo tratados e convenções


internacionais.
11. Controle de Constitucionalidade nos Estados-Membros e no Distrito Federal:

Os estados brasileiros e o Distrito Federal podem ter sistemas próprios de controle de


constitucionalidade.

12. Controle de Constitucionalidade pelos Tribunais de Contas:

Alguns países conferem aos Tribunais de Contas a função de analisar a conformidade das
contas públicas com a Constituição.

13. Controle de Constitucionalidade na Ação Civil Pública:

Ação civil pública pode ser usada para questionar a constitucionalidade de leis e atos
normativos.

14. Estado de Coisas Inconstitucionais:

Doutrina que permite ao tribunal declarar inconstitucional uma situação sistêmica de


desrespeito à Constituição.

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