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UNIVERSIDADE ANHAGUERA-UNIDERP

SISTEMA DE ENSINO A DISTÂNCIA


EDUCAÇÃO FÍSICA LICENCIATURA

PEDRO VICTOR RODRIGUES DE BRITO

PROJETO DE ENSINO
EM EDUCAÇÃO FÍSICA

Cidade
2020
Cidade
2020
Cidade

Belo Horizonte
2023
PEDRO VICTOR RODRIGUES DE BRITO

PROJETO DE ENSINO
EM EDUCAÇÃO FÍSICA

Projeto de Ensino apresentado à Anhanguera-


UNIDERP, como requisito parcial à conclusão
do Curso de Educação Física Licenciatura.

Docente supervisor: Prof. Bruno José Frederico


Pimenta

Belo Horizonte
2023
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO
1 TEMA....................................................................................................................4
2 JUSTIFICATIVA....................................................................................................5
3 PARTICIPANTES.................................................................................................6
4 OBJETIVOS......................................................................................................... 7
5 PROBLEMATIZAÇÃO..........................................................................................8
6 REFERENCIAL TEÓRICO...................................................................................9
7 METODOLOGIA.................................................................................................14
8 CRONOGRAMA.................................................................................................16
9 RECURSOS....................................................................................................... 17
10 AVALIAÇÃO....................................................................................................... 18
CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................19
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 20
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INTRODUÇÃO

Um dos grandes desafios do professor de Educação Física do século XXI


consiste em proporcionar atividades que estimulem e engajem o alunado no
contexto de sua participação. É importante que o docente compreenda a
necessidade de articular atividades que sejam apropriadas para a faixa etária dos
alunos e que os motivem na apreensão dos conhecimentos sobre a cultura corporal.
O presente projeto de ensino em Educação Física consiste na estruturação de
uma excursão a um campo de aventuras para os alunos do Ensino Médio, localizado
entre as municipalidades de Petrópolis e Itaipava, próximo ao Parque Nacional da
Serra dos Órgãos, o qual conta com atividades como arvorismo, paintball, rapel,
cascading na cachoeira, tirolesa, cabo aéreo, canyonyng, rafting, caminhadas e
escaladas.
O projeto será detalhadamente descrito em relação às atividades a serem
desenvolvidas na excursão, bem como na aplicação dos conhecimentos lecionados
em sala de aula para proporcionar um processo de ensino-aprendizagem otimizado
e voltado para o público jovem a partir das atividades de aventura, as quais estão
presentes na Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
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1 TEMA

De acordo com Areias (2021) a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) a


Educação Física (EF) no Ensino Médio (EM) é o componente inserido na área de
linguagens e tecnologias, abordando dimensões e aprendizagens do Ensino
Fundamental de modo especializado, como as práticas corporais de aventura,
brincadeiras, jogos, ginásticas, esportes e lutas. Na visão do autor do presente
estudo, os professores dão ênfase demais para as práticas corporais na realização
de atividades esportivas tradicionais, de modo que o estudo busca considerar uma
experiência de aventura para os alunos.
Para tanto, entende-se que o mais adequado para esse tipo de atividade é a
retirada dos alunos do espaço físico da escola, de modo que a atividade selecionada
consiste em uma excursão ao CAMPO DE AVENTURAS PARAÍSO AÇU, localizado
entre as municipalidades de Petrópolis e Itaipava, próximo ao Parque Nacional da
Serra dos Órgãos, o qual conta com atividades como arvorismo, paintball, rapel,
cascading na cachoeira, tirolesa, cabo aéreo, canyonyng, rafting, caminhadas e
escaladas.
Trata-se de uma atividade que além de contemplar as práticas corporais de
acordo com os objetivos da disciplina, proporciona um maior contato com a natureza
e gera lazer. Os alunos são retirados das práticas comuns da Educação Física,
como a prática de Futebol e Basquete, conhecem um lugar novo e são apresentados
a um aprendizado mais leve e envolvente.
Ademais, a atividade selecionada também possui caráter interdisciplinar, já
que conhecimentos de outras disciplinas, como da Física, podem ser observados e
aplicados no desenvolvimento das atividades. O professor, na atividade, deve
orientar e organizar os alunos para que as atividades sejam desenvolvidas
priorizando sempre a segurança (e com o consentimento e autorização expressa
dos pais) dos alunos e articulando os esportes selecionados para os conteúdos
apresentados ao longo do semestre. É uma oportunidade de fugir da rotina escolar,
trabalhando os conteúdos de Educação Física e despertando o espírito aventureiro e
atlético dos alunos no Ensino Médio, sempre se atentando aos objetivos de
aprendizagem da disciplina para proporcionar benefícios ao processo de ensino-
aprendizagem.
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2 JUSTIFICATIVA

De acordo com Bugenstag et al. (2017) a juventude é uma fase propensa


para a realização de práticas de aventura e esportes radicais, sendo a Educação
Física a disciplina correta para estruturar esse tipo de atividade. Os autores
destacam que o Ensino Médio reivindica uma formação geral e ampla do indivíduo
no contexto das culturas corporais, de modo que as atividades de aventura para
esse campo de estudos costumam ser mais instigantes para a maior parte dos
alunos, sobretudo com o oferecimento de opções diversas, para que eles
selecionem a mais adequada.
Segundo Badaró et al. (2020, p. 4) a aventura permite “refletir possibilidades
de construção de uma EF mais prazerosa, dinâmica e respeitosa, com conteúdos
que possam trazer novas formas de interação do indivíduo consigo e com os
outros”, sendo algo ainda considerado inovador no contexto pedagógico, a partir da
intervenção e mediação do professor da disciplina para gerar condições de
aprendizagem, fazendo com que os alunos aprendam ao mesmo tempo em que se
divertem em sua empreitada aventureira.
Embora a pesquisa realizada pelo autor do projeto tenha constatado um
número crescente de artigos científicos e demais publicações sobre a aventura na
EF do Ensino Médio, a maior parte desses estudos são puramente teóricos (vide
capítulo 6), de modo que o projeto vislumbra novas possibilidades do ensino da
disciplina com as atividades aventureiras de modo dinâmico e cativando a juventude
na cultura da prática de esportes e atividades corporais como um todo.
A justificativa para o desenvolvimento do projeto parte justamente da
necessidade de oportunizar a aventura como uma possibilidade didática a ser
explorada pelos professores de Educação Física no EM, estabelecendo como se
daria na prática. A relevância da pesquisa realizada contribui também para que os
docentes da Educação Física busquem incorporar atividades inovadoras na sua
prática pedagógica, deixando as quadras e os muros da escola para possibilitar uma
participação voluntária dos alunos na EF, os motivando no aprofundamento dos
conteúdos e em sua utilização prática.
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3 PARTICIPANTES

Os participantes do projeto, além do professor, consistem nos alunos do 3º


ano do Ensino Médio e de professores de outras disciplinas que desejem atuar como
supervisores do andamento da atividade. O número máximo de alunos participantes
por ordem de confirmação e mediante autorização expressa dos pais e responsáveis
é de 40 alunos, diante do frete ônibus para o deslocamento para o Campo de
Aventuras de modo seguro e organizado.
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4 OBJETIVOS

O objetivo geral do desenvolvimento do projeto consiste na realização de


uma atividade de excursão a um campo de aventuras proporcionando ao
alunado a aplicação de conhecimentos teóricos da Educação Física no Ensino
Médio na prática e a aquisição de novos conhecimentos da disciplina a partir da
execução de atividades aventureiras selecionadas.
Para proporcionar o alcance do objetivo geral supramencionado, os
objetivos específicos foram definidos na seguinte disposição:
 Apresentar os benefícios das práticas aventureiras no contexto do
aprendizado do Ensino Médio;
 Estruturar as atividades a serem desenvolvidas no Campo de
Aventuras;
 Desenvolver uma metodologia aplicável ao Projeto de Ensino,
contemplando as fases de planejamento e execução do mesmo, se
atendo às especificidades do Ensino Médio.
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5 PROBLEMATIZAÇÃO

No Ensino Médio os alunos de Educação Física já estão no fim da sua


trajetória escolar, sendo preparados para o mercado de trabalho e para o campo
acadêmico, em um momento no qual eles podem dar mais ênfase para outras
disciplinas para a realização do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). A
Educação Física, nesse contexto, não é apenas uma disciplina fundamental para
aumentar o contato dos alunos com as práticas corporais e contribuir para o
exercício da cidadania e para o desenvolvimento de valores, mas também um
campo que pode contribuir para aliviar a pressão desse momento derradeiro da vida.
As atividades físicas também podem evitar o desenvolvimento de certos hábitos na
beira da vida adulta, como o consumo de drogas, tabaco e álcool, além de estimular
uma dieta adequada e um estilo de vida saudável como um todo.
Para aproximar os alunos do mundo das práticas corporais é fundamental que
a disciplina incorpore práticas inovadoras e fuja do padrão das atividades
desenvolvidas na sala de aula. A aventura é um segmento estimulador para os
alunos do Ensino Médio e uma excursão para um Campo de Aventuras possibilita
uma maior interação dos alunos entre si e com o professor de Educação Física,
sendo uma possibilidade para novar na estruturação da disciplina e para trabalhar os
conteúdos e objetivos da EF.
Contudo, não basta que o professor simplesmente organize a excursão ao
Campo de Aventura para alcançar aos objetivos de aprendizagem: é necessário
planejar como irá ocorrer a organização e o desenvolvimento dos trabalhos para
gerar condições eficazes no processo de ensino-aprendizagem, refletindo sobre
questões que podem ocorrer no espaço aventureiro para proporcionar atividades
seguras e a supervisão dos alunos.
É necessário considerar, deste modo, o momento da vida vivenciado pelos
alunos do Ensino Médio, mais especificamente do 3º ano do EM que estão em um
processo derradeiro de conclusão das atividades educacionais a nível da Educação
Básica, para que seja possível estruturar um projeto consistente e que gere
benefícios ao ensino da EF.
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6 REFERENCIAL TEÓRICO

Conforme apontado por Corrêa et al. (2020, p. 254) o "campo de


investigação empírica e teórica que envolve as Atividades de Aventura (AA) está
evidentemente em expansão e solidificação", com produções científicas que vêm
produzindo o surgimento de novos problemas, reflexões e achados empíricos,
elucidando a interdisciplinaridade e temas transversais que envolvem saúde,
juventude, natureza, meio ambiente, lazer, sensibilidade, ética e cidadania.
Segundo Inácio (2021) as Práticas Corporais de Aventura (PCAs) são
previstas na BNCC, recomendando que elas sejam realizadas de modo distinto
na natureza e em contextos urbanos. O autor apresenta algumas das práticas de
aventura que podem ser exploradas no âmbito da EF, as quais são
apresentadas no quadro 1, abaixo:

MODALIDADES PRATICADAS EM
TERRA

Caving Exploração de cavernas com o emprego de técnicas físicas


variadas

Corrida de Aventura Deslocamento entre pontos em locais naturais, em uma


combinação de práticas e atividades de aventura por parte
dos alunos

Corrida de Orientação Também é uma prática competitiva, a qual conta com o uso
de mapa e bússola para correr entre pontos determinados

MODALIDADES PRATICADAS NA
ÁGUA

Canoagem Faz uso de canoas, caiaques ou botes que trafegam em


mares, lagos, rios ou quaisquer espaços aquáticos que os
comportem

Kitesurf Prática de surf com uma pipa e uma pequena prancha com
suporte para os pés dentro da água

Mergulho Prática subaquática na qual os alunos mergulham em


águas, com ou sem a utilização de equipamentos
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MODALIDADES PRATICADAS NO
AR

Asa-Delta Prática livre de voo livre com asa-delta, realizada com


equipamentos de segurança

Balonismo Deslocamento entre diferentes pontos com o uso de balões


de ar

Bungee Jump Salto de estruturas elevadas mediado por cordas elásticas

Quadro 1 – Exemplos de PCAs que podem ser exploradas nas aulas de Educação
Física. Fonte: Elaborado pelo autor do presente projeto a partir dos ensinamentos de
Inácio (2021, p. 3)

Inácio (2021) destaca ainda que essas são apenas algumas dentre as
inúmeras modalidades disponíveis de Práticas Corporais de Aventura, apenas
para exemplificar como elas podem ser vislumbradas em diferentes contextos,
diferentes meios e com o emprego de diversos equipamentos que as tornem
seguras para os alunos.
De acordo com Gonçalves et al. (2020, p. 4) “o professor de Educação
Física deve proporcionar ao aluno múltiplas práticas, além das modalidades
esportivas tradicionais, em sua intervenção no meio escolar, superando o
predomínio de aulas tradicionais esportivizadas no contexto escolar”. Os autores
destacam que a partir da elaboração dos Parâmetros Curriculares Nacionais
(PCNs) tais atividades emergiram como conteúdo das aulas de EF com as
denominações de Esportes Radicais e Atividades de Lazer Ecológico, de modo
que o professor tem a oportunidade de aprofundar o tema e elaborar conceitos e
procedimentos de intervenção na escola, o que está consoante com a BNCC
vigente, que adotou a nomenclatura das PCAs:
As atividades de aventura podem ser caracterizadas por sua imprevisibilidade
atrelada à vertigem e ao risco, mas são diferenciadas de acordo com o local
em que são praticadas, já que podem ser realizadas em ambientes naturais
ou adaptados, enquanto as práticas de aventura urbanas em exploram os
ambientes das cidades. As modalidades dessas práticas corporais de
aventura são diversas: corrida orientada, corrida de aventura, rapel, tirolesa,
parkour, skate, patins, dentre outras (GONÇALVES et al.: 2020, p. 5).

Ora, há uma infinidade de práticas de aventura que podem ser


vislumbradas pelo professor de EF. Os autores supra referenciados destacam
que a escalada, prática que existe no Centro de Aventura selecionado para a
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execução do Projeto, consiste em uma estratégia pedagógica voltar para


promover a educação inclusive, contando com desafios à inteligência humana e
com situações-problemas que são originadas nesse processo que melhoram a
consciência corporal, autonomia e habilidades motoras, resgatando a relação do
ser humano com a natureza.
Em relação às caminhadas ecológicas, Coelho e Queiroz (2016) as
apontam como uma possibilidade para o desenvolvimento da EF sustentável,
permitindo um maior nível de conscientização dos alunos quanto a questões
essenciais para o exercício da cidadania, como a preservação ambiental
(evitando, por exemplo, que estes joguem lixo no chão), reciclagem, consumo
consciente e poluição, permitindo que eles intervenham na realidade social e
reflitam sobre ela ao mesmo tempo em que realizam práticas corporais.
Os efeitos do rapel, outra prática disponível no Centro de Aventura foram
analisados por Tirani, Silva e Silva (2020), os quais afirmam que vivenciar a
possibilidade de risco controlado e fortes emoções é uma premissa da EF
aventureira e sustentável: o rapel pode inclusive fazer com que os alunos
vençam medos interiores e superem seus limites, aumentando a capacidade das
práticas corporais do estudante.
O paintball no contexto das PCAs foi analisado por Menezes (2020), o
qual estruturou uma prática dentre as mais exitosas em seu projeto de ensino:
A atividade selecionada e planeada foi o paintball, cujos objetivos eram: melhorar
a relação entre colegas de turma, promover o contacto entre turmas
(colegas estagiários), incrementar o relacionamento entre os diversos
agentes de ensino, fomentar o espírito competitivo de forma saudável,
estimular o trabalho cooperativo e promover momentos de diversão junto
dos alunos. O planeamento e organização desta atividade decorreu durante
o 1º e 2º períodos letivos, tendo ficado agendada a sua realização para as
primeiras duas semanas de aulas do 3º período. Tal como a PL, esta
atividade foi modificada, ajustada e concretizada tendo em conta o novo
contexto (MENEZES: 2020, p. 12).

Os autores supra contemplam que o paintball é uma atividade competitiva


que pode contribuir de modo significativo para o atendimento dos objetivos da
disciplina de EF e também para outras disciplinas correlatas, já que ele não envolve
apenas o corpo, mas também o desenvolvimento de um raciocínio lógico de
combate. Reforçam ainda a necessidade de acompanhamento e orientação por
parte do professor de Educação Física, criando adaptações e modificações dentro
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do projeto de ensino sempre que necessário.


O arvorismo enquanto PCA foi analisado por Amaral, Carvalho e Coutinho
(2020), sendo essa outra oportunidade interdisciplinar, já que ela reúne práticas
corporais com o desenvolvimento de conteúdos e conhecimentos a partir da
travessia em árvores com percurso suspenso, já que os alunos podem identificar
plantas e animais nessa modalidade de aventura.
A autora Oliveira (2018) descreveu em seu estudo o relato de experiência
quanto ao uso do cabo aéreo, outra modalidade de PCA disponível no Centro de
Aventura e a tirolesa em função de outras práticas aventureiras, concluindo o
seguinte:
Portanto, enquanto prática pedagógica e esportiva, a inserção dos esportes de
aventura nas escolas pode ampliar e melhorar a diversidade de conteúdos e
de contribuir com mais elementos da cultura corporal trazendo fundamentais
benefícios para o enriquecimento da EFI Escolar. Cabe ressaltar que,
mesmo em um curto período de tempo, consegui ensinar o Slackline e
houve aprendizado significativo dos alunos. Espera-se que este relato possa
trazer reflexões aos professores que trabalham com crianças na escola e
que os mesmos se interessem pela utilização dos esportes de aventura
como uma ferramenta diferenciada nas aulas de EFI (OLIVEIRA; 2018, p.
28).

Tal autora considera que um número maior de PCAs nas aulas de Educação
Física pode contribuir de modo significativo para a execução dos projetos
educacionais, sabendo ao pedagogo da disciplina a organização e mediação das
atividades desenvolvidas para possibilitar o alcance dos objetivos de aprendizagem.
Kawashima et al. (2020) buscaram analisar o rafting como uma possibilidade
interdisciplinar de PCA, verificando que a prática pode ser vislumbrada
contemplando conhecimentos não apenas da disciplina de EF, mas também de
outros campos do conhecimento, como Geografia, Sociologia e Biologia:
As experiências diferenciadas durante as aulas de Educação Física, Geografia,
Sociologia e Biologia, que provocam sensações novas ou vivências
antes não imaginadas, como a vivência do rafting, constitui-se em
experiências capazes de transformar o próprio sentido das aulas para
os alunos, pois são momentos em que precisam mobilizar os
conhecimentos apreendidos em sala para uma situação nova,
compartilhando e usufruindo desses conhecimentos em situações reais
e problematizadoras. Os alunos se sentem valorizados e valorizam a
atividade. A atividade interdisciplinar passa a ter importância para eles.
Além de estimular áreas cognitiva durante a aprendizagem e revisitar
conceitos teóricos vistos em sala, a prática permitiu desenvolver
habilidade socioemocionais como: planejamento, organização e
compromisso para obtenção dos recursos financeiros para vivência;
diálogo e comunicação empática na resolução dos problemas; relação
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interpessoal auxiliando os colegas na venda de pizza, durante a trilha ou


na prática do rafting; flexibilidade e habilidade intrapessoal para maturidade
de suas próprias emoções diante de todos os desafios desde venda de
pizzas, viagem e vivência do rafting (KAWASHIMA, L.B et al.: 2021, p. 9).

Percebe-se, a partir do exposto, que as mais diversas PCAs podem ser


elaboradas de modo estratégico pelo professor de EF, inclusive na perspectiva
de associação com professores de outras disciplinas. O referencial teórico
apresentado no presente capítulo destacou ainda a existência de ganhos de
aprendizagem em Educação Física nos diferentes dentre os principais esportes
e práticas aventureiras disponíveis no Centro de Aventura.
Essas PCAs podem ser extremamente benéficas para a Educação Física
no Ensino Médio, já que autores como Coelho e Queiros (2016) e Gonçalves
(2020) reforçam que se tratam de atividades que aumentam o estímulo e a
motivação dos alunos, devendo ser trabalhadas pelos professores com o intuito
de promover benefícios no processo de ensino-aprendizagem, o tornando mais
dinâmico, desafiador e inovador.
Todas as atividades disponíveis no Centro de Aventura podem ser
oportunizadas no desenvolvimento do projeto de ensino proposto com alunos do
3º ano do Ensino Médio, considerando tanto as atividades competitivas, como o
paintball, como as cooperativas, como rafting e as recreativas, como as trilhas
ecológicas. O grande diferencial é o trabalho desempenhado pelo professor,
conforme reforçado por Tozetto et al. (2020).
Diante da disponibilização das informações pertinentes às atividades
disponíveis no Centro, o capítulo seguinte conta com a metodologia de
execução do Projeto.
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7 METODOLOGIA

O planejamento do projeto se dá na seguinte ordem cronológica:


 Apresentação da excursão aos alunos;
 Entrega das Autorizações a serem assinadas pelos pais responsáveis;
 Seleção dos professores supervisores que irão acompanhar a excursão e
contribuírem para a abordagem interdisciplinar (professores de Geografia,
Sociologia e Biologia);
 Recolhimento das autorizações assinadas e do pagamento das despesas
para a expedição;
 Triagem dos alunos que irão participar da excursão ao Campo Aventureiro;
 Reserva da data e obtenção das instruções por parte do Campo de
Aventuras;
 Contratação do aluguel de ônibus fretado;
 Definição da data de viagem;
 Realização da excursão e estruturação das práticas aventureiras
selecionadas, a critério dos alunos, explicando seus fundamentos da
disciplina de EF.

Já a execução do projeto envolve:


 Explicação das atividades disponíveis aos alunos;
 Correlacionar as atividades com as práticas corporais;
 Abordagem interdisciplinar em conjunto com os outros docentes;
 Acompanhamento das atividades juntamente com os demais professores
supervisores, instrutores e alunos;
 Verificar os procedimentos de segurança juntamente aos instrutores do
Campo;
 Criar um espaço de reflexão juntamente com os alunos e professores para
verificar se a atividade desenvolvida no projeto foi proveitosa.

Percebe-se que no contexto do desenvolvimento do projeto o mais


importante é o acompanhamento do professor de EF envolvendo os alunos, de
modo conjunto com os demais professores de outras disciplinas, proporcionando
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a abordagem interdisciplinar de conteúdos para sua fixação. Devem ser


proporcionadas aos alunos PCAs que os estimulem e os motivem em sua
realização, mas sem perder de vista os objetivos de aprendizagem. Noções
sobre o equilíbrio, resistência e movimentação corporal podem ser abordadas de
modo constante, sempre se atentando aos padrões de segurança do Centro
para resguardar os alunos participantes.
Espera-se que com o planejamento e execução do projeto os alunos
possam assimilar as práticas e culturas corporais da disciplina de Educação
Física, sempre seguindo as orientações e determinações de diferentes
atividades, e sempre com a manifestação voluntária dos alunos a partir dos
incentivos e da motivação do professor.
Cumpre-se destacar que se trata de um projeto de plena aplicação com
turmas do 3º ano do Ensino Médio, já que as atividades em questão demandam
certa maturidade dos participantes. A partir da execução do projeto, os alunos
podem ter bons ganhos de aprendizagem na abordagem multidisciplinar,
influenciando em um estilo de vida mais saudável, evitando hábitos nocivos à
saúde, aprendendo sobre a prática e a cultura corporal, gerando um
aprendizado divertido, descontraído e inovador.
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8 CRONOGRAMA

PROCESSO DE SELEÇÃO DOS 10-17 nov. 2021.


ALUNOS COM COLETA E
ENTREGA DAS AUTORIZAÇÕES
SELEÇÃO DOS PROFESSORES 10-15 nov. 2021.
PARTICIPANTES DA
ABORDAGEM
MULTIDISCIPLINAR
EXPLICAÇÃO DAS ATIVIDADES 10 nov. 2021.
A SEREM DESENVOLVIDAS NA
EXCURSÃO
TRÂMITES BUROCRÁTICOS 17-18 nov. 2021.
(RESERVA E ALUGUEL DO
FRETE)
REALIZAÇÃO DA EXCURSÃO 23-24 nov. 2021.
REFLEXÃO SOBRE AS 25 nov. 2021.
ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
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9 RECURSOS

 Recursos Humanos: Professor, Alunos, Professores Supervisores, Gestão


Escolar, Motorista e Instrutores/Colaboradores do Centro de Aventura;
 Ônibus para o deslocamento da equipe ao Centro de Aventura;
 Materiais didáticos digitais sobre a cultura corporal a serem enviados para os
alunos e elaborado em conjunto com os demais professores para a
abordagem interdisciplinar;
 Equipamentos de Segurança disponibilizados pelo Centro de Aventura.
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10 AVALIAÇÃO

Por se tratar de um trabalho voluntário, ou seja, financiado pelos


pais/responsáveis de alunos do 3º ano, os quais optam pela sua participação ou
não, o projeto irá contar com um acréscimo de dois pontos na média dos alunos
para a disciplina de Educação Física, sendo 1 ponto assegurado pela
participação nas atividades e outro ponto pela capacidade de desenvolvimento
das habilidades com amparo do professor de EF.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente projeto de ensino em Educação Física consiste na


apresentação de uma excursão a um campo de aventuras para os alunos do
Ensino Médio, localizado entre as municipalidades de Petrópolis e Itaipava,
próximo ao Parque Nacional da Serra dos Órgãos, o qual conta com atividades
como arvorismo, paintball, rapel, cascading na cachoeira, tirolesa, cabo aéreo,
canyonyng, rafting, caminhadas e escaladas.
A prática de atividades com aventura são um recurso estratégico a ser
explorado pelo professor de Educação Física no trabalho realizado com alunos
jovens, já que o momento vivenciado pelos alunos do Ensino Médio consiste em
um momento de muita pressão e incertezas em relação ao futuro. Desta forma,
as atividades acabam servindo como uma válvula de escape, ao mesmo tempo
em que o professor se apropria delas para melhorar o processo de ensino-
aprendizagem e fixar os conteúdos da disciplina perante os alunos.
O projeto revelou que uma atividade desse porte deve ser pensada não
apenas em termos didáticos e pedagógicos, mas também refletindo sobre outras
questões cruciais, como a segurança dos alunos. O professor é posto como o
mediador das atividades e do conhecimento envolvendo as práticas e culturas
corporais em modalidades diversas, podendo assim extrair o melhor resultado
possível dos esportes praticados.
Embora o presente projeto seja de natureza fictícia em virtude do ainda
momento de enfrentamento da pandemia de Covid-19, ele fora cuidadosa e
detalhadamente elaborado para possibilitar sua plena aplicação em qualquer
turma do Ensino Médio, contendo todos os pontos-base para sua utilização
pelos professores de Educação Física.
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REFERÊNCIAS

AMARAL, C.P; CARVALHO, M.L.C; COUTINHO, C. Trilha Interpretativa: Aliando


Atividade Física Aos Conceitos Biológicos Numa Proposta De Educação
Ambiental. Revbea, São Paulo, V. 15, No1:27-43, 2020.

AREIAS, H. da S. Educação Física No Novo Ensino Médio: Revisão Literária


Sistemáica Sobre A Base Nacional Comum Curricular - BNCC. Scientia
Generalis, [S. l.], v. 2, n. 1, 2021.
BADARÓ, L.F et al . Adventure activities in the educational field: methodological
alternatives for Physical Education classes. Research, Society and Development, [S.
l.], v. 9, n. 11, p. e749119352, 2020.

BUNGENSTAG, G.C. Educação Física No Ensino Médio: Possibilidades De


Ensino Das Práticas Corporais (De Aventura). Corpoconsciência, 21(3), 29-40,
2017.

COELHO, A.P; QUEIROZ, L.V. Trilhando Caminhos Para Uma Educação Física
Sustentável. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Calafiori,
como requisito parcial para aprovação no curso de Licenciatura Educação Física,
São Sebastião do Paraíso, 2016.

CÔRREA, L.V.O.M. Práticas Corporais De Aventura E Biografias De Movimento


Na Educação Física Escolar. Revista Humanidades e Inovação v.7, n.10 - 2020.

GONÇALVES, J et al. Atividades de aventura na educação física escolar: uma


análise nos periódicos nacionais. Revista Pensar a Prática. 2020, v.23:e55858.

INÁCIO, H.L.D. Proposta de classificação das práticas corporais de aventura


para o ensino na educação física escolar. Rev Bras Ciênc Esporte. 2021; 43:
e005321.

KAWASHIMA, L.B et al. O rafting na perspectiva de um projeto interdisciplinar


com o Ensino Médio integrado. Research, Society and Development, v. 10, n.1,
e18210111562, 2021.

MENEZES, P.G.B. Relatório de Estágio Pedagógico em Educação Física


Realizado na Escola Básica e Secundária Dr. Ângelo Augusto da Silva.
Universidade da MADEIRA, REM, dez. 2020.

OLIVEIRA, P.S. Esportes De Aventura Nas Aulas De Educação Física No


Primeiro Ano Do Ensino Fundamental: Um Relato De Experiência. Monografia
apresentada como requisito parcial para conclusão do Curso de Licenciatura em
Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2018.
21

TIRANI, F.S; SILVA, L.R; SILVA, A.J. O efeito da prática do rapel por estudantes
de Educação Física na transformação da percepção do esporte. Revista Kinesis,
Santa Maria, v.38, p.01-12, 2020.

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