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Bloco OH
SEMINÁRIOS
SEMINÁRIO 1
ABORDAGEM DAS ANEMIAS
CONCEITO
▪ Síndrome clínica→ apresentando sinais clínicos
▪ Quadro laboratorial de diminuição:
• Da concentração de Hb
o Varia de acordo com
➢ Idade
➢ Sexo→ mulheres tem valor mais baixo que homens
➢ Fase de desenvolvimento→ tem a ver com a idade
➢ Estimulação hormonal
➢ Tensão de oxigênio
➢ NÃO EXISTE VARIAÇÃO COM RELAÇÃO A RAÇA!
o Anemia = Hb < que (para nível do mar):
➢ 13,0 g/dL no homem adulto
➢ 12,0 g/dL na mulher adulta
➢ 11,0 g/dL na mulher grávida
o ANEMIAS VERDADEIRAS X ANEMIAS RELATIVAS/POR DILUIÇÃO
➢ Verdadeiras = [Hemácias/Hb]
➢ Relativas/Diluição = grávidas: paciente possui mais água que células. Ocorre
em casos que o paciente retém mais líquido (insuficiências cardíaca, renal,
hepática)
• Do Ht
• Da concentração de hemácias por unidade de volume (hemácias/mm3)
▪ Anemia→ de Hb, Ht ou contagem de células vermelhas
• Classificação fisiopatológica:
o Perda sanguínea
o Menor produção de hemácias
o Destruição excessiva de hemácias
• Classificação morfológica:
o Micro, normo ou macrocítica
o Hipo, hiper ou normocrômica
o Anisocitose→ disparidade do tamanho
▪ Valores normais da hemoglobina:
• Homens: 13 a 18,0 g/dL
• Mulheres: 12,0 a 15,0 g/dL
• Crianças: 11,0 a 16,0 g/dL
ANEMIAS VERDADEIRAS
Brenda Barbosa
Bloco OH
Distúrbios de Multiplicação
▪ Para que a CTP origine CTM é necessário haver multiplicação de células (citoplasmas)
e duplicação dos núcleos (DNA), assim como para originar UFC de hemácias.
▪ Tudo que afetar a duplicação/síntese de DNA, irá provocar anemia por distúrbios de
multiplicação.
▪ Mielodisplasia
▪ Anemia por deficiência de Vit B12 ou Ácido fólico (necessários na produção de DNA)
▪ Anemias macrocíticas
▪ Estão associadas a outras citopenias também
Defeitos na hemoglobinização
▪ As hemácias precisam sintetizar Hb dentro das células.
▪ É necessário um código genético para sintetizar cada cadeia alfa e beta, e cadeia heme.
▪ Hemoglobina A1 é formada por 2 cadeias de β e 2 cadeias de alfa globina, onde existem
4 grupos heme que se ligam a uma molécula de ferro.
▪ A anemia por distúrbios de hemoglobinização ocorre por defeitos em alguma das
cadeias necessárias para a ligação do ferro que forma a Hb.
• Anemia por ausência de cadeia alfa = alfa-talassemia
• Anemia por ausência de cadeia beta = beta-talassemia
• Anemia por ausência de ferro que impede a ligação do heme a globina = anemia
ferropriva.
• Anemia por defeito na síntese do heme = anemia sideroblástica→ geralmente são
tipos de mielodisplasias
▪ Anemias microcíticas e hipocrômicas
Brenda Barbosa
Bloco OH
Talassemias
▪ Hb A1→ 2 cadeias alfa e 2 cadeias beta
▪ Hb A2→ 2 cadeias alfa e 2 cadeias delta
▪ Hb fetal→ 2 cadeias alfa e 2 cadeias gama
Talassemia Beta: cromossomo 11-beta
▪ Herança genética de um cromossomo materno e outro paterno, contendo um gene cada,
para síntese da cadeia β
• Herança do gene β+→ capacidade de produzir pouca cadeia β
• Herança do gene β0→ incapacidade de produzir cadeia β
▪ β e β+: reduz a síntese de cadeia beta. Ocorre produção de hemoglobina A1. Traço β-
talassêmico.
▪ β+ e β+: reduz um pouco mais a síntese de cadeia beta. Ocorre produção de
hemoglobina A1.
• Produção normal de cadeia alfa.
• Utilizada na produção de hemoglobina A2 (delta).
o o Aumento na síntese de cadeia delta, aumentando a síntese de Hb A2.
o o Demonstrada na eletroforese de hemoglobinas (aumento de Hb A2).
o o Código genético de síntese de cadeia delta é limitado.
▪ β0 e β0: ausência de produção de cadeia beta. Incapacidade de sintetizar hemoglobina
A1.
▪ Beta-talassemia maior
• Produção normal de cadeia alfa.
• Utilizada na produção de hemoglobina A2 (delta) e hemoglobina fetal (gama).
o o Código genético de síntese de cadeia delta é limitado.
o o Aumento na síntese de cadeia delta e gama, aumentando a síntese de Hb A2
e fetal.
o o Demonstrada na eletroforese de hemoglobinas (aumento de Hb A2 e de Hb
fetal).
• Repercussões clínicas graves:
o Anemia
o Maior afinidade da hemoglobina fetal pelo oxigênio, com toxemia crônica.
o Dependente de transfusão.
Talassemia alfa: cromossomo 16-alfa
▪ Herança genética de um cromossomo materno e outro paterno, contendo dois genes
cada, para síntese da cadeia α.
▪ Deleção de 1 gene para síntese de cadeia α: normal
▪ Depleção de 2 genes para síntese de cadeia α: anemia leve, discreta microcitose. Traço
α -talassêmico.
▪ Depleção de 3 genes para síntese de cadeia α: redução importante
• Desequilíbrio entre a quantidade de cadeia alfa e beta.
• Produção de hemoglobina H:
o Tetrâmero de hemoglobina beta.
o Incapaz de transportar O2.
o Precipita dentro da hemácia, sendo vista no hematoscopia. Auxilia no
diagnóstico.
▪ Depleção de 4 genes para síntese de cadeia α: ausência de produção de Hb fetal→
Incompatível com a vida humana.
Brenda Barbosa
Bloco OH
ABORDAGEM CLÍNICA
HISTÓRIA CLÍNICA
▪ Sangramento? (fezes, alterações menstruais, hemorroidas?)
▪ Dieta pobre em ferro ou vitaminas?
▪ Consumo de substâncias não alimentares/medicamentos?
▪ Como são as fezes? Gordurosas e volumosas, sugestivas de mal absorção?
▪ Cirurgias prévias (especialmente gástrica/intestinal)?
▪ HF de hemoglobinopatias, CA ou desordens de coagulação?
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Anamnese e exame físico
▪ Hipóxia - sintomas inespecíficos:
• Cansaço
• Fraqueza
• Fadiga
• Letargia
• Dispneia aos esforços
• Síncope (desmaios)
• da tolerância aos exercícios
• Dor precordial
• Zumbido no ouvido
• Sonolência
• Inapetência
• Pica→ perversão de apetite
▪ Mecanismos compensatórios
• da afinidade da Hb pelo O2→ liberação para os tecidos
• do volume-minuto cardíaco→ necessidade de circulação rápida da hemácia;
o Sopro sistólico:
➢ Menor viscosidade, por redução da massa eritrocitária.
➢ Aumento do débito cardíaco.
• Redistribuição do fluxo sanguíneo→ necessidade de irrigação de órgãos nobres
o Haverá vasoconstrição periférica, objetivando levar quantidade > de sangue para
órgãos vitais (coração, fígado, rim, cérebro...)
o Provoca palidez.
▪ Investigar
• Pele fria, pegajosa
• Taquipneia
• Hipotensão (ortostática)
• Palidez (conjuntiva, mucosa, palato, mãos)
• Icterícia se disfunção hepática, ou anemia hemolítica
• Linfoadenopatia→ sugestivo de infecções e/ou neoplasias
• Glossite e queilite
Brenda Barbosa
Bloco OH
Hemograma
Brenda Barbosa
Bloco OH
Contagem de reticulócitos
▪ Não faz parte do hemograma.
Brenda Barbosa
Bloco OH
▪ Reticulócito é a hemácia jovem, anucleada, mas que ainda contém RNA no citoplasma,
sintetizando hemoglobina.
▪ Chamado de reticulócito pelo fato de que o RNA cora pelo retículo, com coloração
diferente da utilizada na hematoscopia.
▪ Diferenciar anemias:
• Anemia por menor produção de hemácias na medula óssea: contagem de
reticulócitos normais ou diminuídos.
• Anemia por destruição de hemácias na medula óssea: contagem de reticulócitos
aumentados.
▪ Associar índices hematimétricos:
• Reticulocitose e macrocitose:
o Reticulócitos, como são uma célula mais jovem, são maiores que hemácias.
o Reticulocitose (aumento de reticulócitos) estará associada à macrocitose
(aumento de VCM).
o Pela observação do hemograma isoladamente, suspeita será de distúrbio de
multiplicação (citoplasma
o aumenta para divisão celular que não ocorre, havendo hemácias aumentadas).
o Associação de macrocitose + reticulocitose→ Anemias por aumento de
destruição / hemólise.
• Reticulocitopenia e macrocitose:
Anemia por menor produção de hemácias→ Distúrbio de multiplicação (citoplasma aumenta
para divisão celular que não ocorre, havendo hemácias aumentadas).
SISTEMATIZAÇÃO
1. História clínica e exame físico completos
2. Hemograma para diagnóstico
3. Contagem de reticulócitos – classificação fisiopatológica
4. Avaliação do VCM – classificação morfológica
5. Caracterização de demais parâmetros hematimétricos
Brenda Barbosa
Bloco OH
SEMINÁRIO 2
HEMATOPOIESE
CONCEITO
▪ Formação, desenvolvimento e especialização de todas as células funcionais que são
liberadas da MO para o sangue periférico
▪ Processo contínuo e regulado→ MO é dependente dos fatores de crescimento e
regulada pela ação de muitas das citocinas e quimiocinas.
▪ Eritropoiese→ produção de hemácias
▪ Granulopoese (PMN) e monopoese (macrófagos)→ produção de leucócitos
▪ Trombopoese→ formação de linhagem mieloide
▪ Linfopoese→ formação da linhagem linfoide
▪ Manutenção do pool de células hematopoéticas = produção de ~ 1 trilhão de células por
dia
• 0,1% de células-tronco pluripotentes→ responsáveis pela manutenção do pool de
células e pela produção de células diariamente
PROCESSOS RESPONSÁVEIS PELA MANUTENÇÃO E REGULAÇÃO DA CÉLULAS
DENTRO DA MO
▪ Autorregeneração das células-tronco
▪ Restrição (commitment) da progênie das células-tronco (precursoras) a uma única
linhagem celular→ ligação da progênie com uma linhagem celular
▪ Proliferação e diferenciação das células precursoras em células maduras e funcionais→
somente células maduras são capazes de exercer de forma adequada sua função no
sangue periférico.
▪ Microambiente
• Capaz de sintetizar fatores necessários a sobrevivência das células progenitoras
(fatores de crescimento)
• Acomodar as células em diferenciação e em desenvolvimento
• Favorecer as interações entre células de diferentes tipos→ ajuda a regular a
Hematopoiese
▪ Estroma
• Composto de fibroblastos, adipócitos, macrófagos (importante para remoção de
células defeituosas), linfócitos (proteção), células endoteliais dos sinusoides (caem
na corrente sanguínea) e matriz extracelular (suporte no microambiente)
• Regula a Hematopoiese
FASES DA HEMATOPOIESE
• Fase primitiva
• Baseada na produção de hemácias dentro do saco vitelínico
• Período: fecundação até 2m de vida IU
2. Hepatoesplênica (6 a 8 semanas) – eritrócitos, plaquetas e granulócitos
• Período: 2m a 5m de vida IU; no fígado pode ir até o nascimento
• Produção de hemácias e plaquetas, e alguns granulócitos
• Fígado mais potente que baço na produção dessas células
3. Medular (5º mês) – eritrócitos, plaquetas, granulócitos e linfócitos
• Mesoblastos já migraram para dentro da MO e o feto já possui todos os ossos
formados.
• Mantida até o último dia de vida
• Características principais:
o Início de produção de todas as células normais
o Já existe ação de fatores de crescimento→ início da regulação da Hematopoiese
sobre os fatores de crescimento
o Proporção 3:1 (quantidade de células da linhagem granulocítica-
leucócitos:quantidade de células da linhagem eritrocítica-precursoras de
hemácias)→ leucócitos e granulócitos possuem tempo de vida curto (dias),
enquanto hemácias vivem em torno de 120 dias; não há reserva de hemácias
dentro da MO, como há de leucócitos; tempo de maturação dos leucócitos
geralmente é longo (14 dias) e as hemácias possuem em torno de 5 dias
(podendo ser reduzido para até 3 dias em situações de emergência).
▪ Ao nascer, 100% dos ossos são hematopoéticos = MO hematopoetica em 100% dos
ossos.
• 4 anos→ depósito de células gordurosas nos ossos longos (medula amarela)
▪ Envelhecimento→ Hematopoiese em ossos longos (por volta de 20-30 anos, não se
tem mais Hematopoiese em fêmur e tíbia) e persistência de Hematopoiese em ossos
chatos e do tronco (centralização da Hematopoiese).
• Adultos (≥ 20 anos)→ MO no esterno, ossos da bacia, crânio, costelas, vertebras e
epífises do fêmur e úmero
• ≥ 40 anos→ ossos do tronco
▪ Com o passar do tempo há:
• Preenchimento do espaço celular por células
gordurosas e fibrose (fibroblastos) levando a progressiva da
• Perda de substância óssea celularidade
• Aumento da cavidade medular
▪ MO criança X MO idoso → saudáveis
CÉLULAS HEMATOPOÉTICAS
CTPLURIPOTENTES
▪ Características
• Divisão assimétrica→ origina outra célula igual
• Capacidade de auto renovação
Brenda Barbosa
Bloco OH
SANGUE PERIFÉRICO
ERITROPOIESE
▪ Compreende produção de 200 bilhões de hemácias/dia
▪ Precursores eritroides = 1/3 das células na MO e intensa síntese proteica que regula
produção de Hb
▪ Proeritroblastos (UFC hemácias) → eritroblastos policromáticos (núcleo grande e
citoplasma pequeno) → eritroblastos ortocromáticos (está completando síntese de Hb
dentro do citoplasma) → reticulócitos (perde RNA) → hemácias
▪ Eritropoetina→ fator de crescimento que regula a produção de hemácias
▪ Duração da eritropoiese normal: 5 a 7 dias (até reticulócitos)
▪ Hemácias – características: forma bicôncava, com duração de ~ 120 dias, com função
de carrear O2.
▪ Sangue periférico: varia de 4,0 a 5,5 milhões de hemácias por mm³
LEUCÓCITOS TOTAIS
Brenda Barbosa
Bloco OH
▪ Funções diversas
▪ 3500 a 10500/mm³
▪ Categorias/classificação funcional:
1. PMN/Granulócitos
• Neutrófilos segmentados
o Origem→ MO
o Sangue periférico (SP)→ 1700 a 8000/mm³
o Maturação: mieloblasto → promielócito → mielócito → metamielócito →
bastonete → segmentados
o Fatores de crescimento:
➢ GM-CSF→ age na MO, na UFC de granulócito/monócito; é possível
produzir em laboratório.
➢ G-CSF→ age na UFC somente de granulócito
o 6 a 7h no sangue periférico→ migara para os tecidos e dura poucos dias
o Função→ fagocitose e destruição intracelular de bactérias, migração do
processo inflamatório e liberação de substâncias do processo inflamatório.
o Características→ citoplasma eosinofílico, núcleo bem lobulado (5-6
lobulações).
o Destruição no tecido para onde vai.
o Reserva na MO = 10 a 15x maior do que no sangue periférico
• Eosinófilos Segmentados
o Origem→ MO
o SP→ 50 a 750/mm³
o Maturação: mieloblasto → promielócito → mielócito → matamielócito →
bastonete → segmentado
o 6 a 7h no SP→ migara para os tecidos e dura poucos dias
o Função→ atividade proinflamatória e citotóxica
➢ Alergias
➢ Parasitoses
➢ Neoplasias
o Características→ citoplasma eosinofílico, núcleo bem lobulado.
o Destruição no tecido em que estiver
Brenda Barbosa
Bloco OH
• Basófilos Segmentados
o Origem→ MO
o SP→ até 100/mm³
o Maturação: mieloblasto → promielócito → mielócito → matamielócito →
bastonete → segmentado
o 6 a 7h no SP→ migara para os tecidos e dura poucos dias
o Características: Relativamente grande
o Grânulos: histamina, serotonina, condroitina e leucotrienos
o Função→ mediadores de reação de hipersensibilidade imediata em
anafilaxia, asma e urticária
o Possuem a maior quantidade de receptores de IgE.
o Mastócitos
➢ Enzimas hidrolíticas
➢ Nasce no tec conjuntivo e não circula no SP
2. Mononucleares
• Linfócitos→ linhagem linfoide
o Características→ Células regulares, arredondadas. Possui elevada relação
núcleo/citoplasma
o SP→ 900 a 2900/mm³
o 3 tipos fisiológicos: linfócitos B, T e NK→ não é possível identificar no ponto
de vista morfológico
o Tecidos linfoides
➢ Primários→ MO e Timo: expressão, pela 1ª vez, dos receptores
antigênicos e atingir a maturidade fenotípica e funcional
✓ MO→ origem de todos os linfócitos e maturação dos linfócitos B (LB)
✓ Timo→ maturação dos linfócitos T (LT)
➢ Secundários→ expressões secundárias de receptores antigênicos:
linfonodos, baco e tecido linfoide associado a mucosa (MALT, BALT e
tecidos do anel de Balmeier)
o Diferenciação entre T e B→ depende características do microambiente do
timo e da MO sobre ação de citocinas
o Linfócitos T (65% a 80%)→ vida média é longa, podendo durar anos
➢ T4 – auxiliares (Th1 e Th2)→ produtoras de citocinas proinflamatórias
➢ T8 – citotóxicos
Brenda Barbosa
Bloco OH
neutrófilo
➢ Tecidos→ meses
o Células derivadas
➢ Macrófagos→ fará parte do sistema fagocítico mononuclear (fagocitose e
eliminação de restos celulares)
➢ Histiócitos (dentro dos linfonodos)→ ativação e estímulo inflamatório
imunológico (papel ~ aos linfócitos)
o Função→ ativados em condições de estímulo inflamatório ou imunológico
➢ 1ª linha de defesa contra parasitas intracelulares
➢ Eliminar restos celulares
o Características→ fácil identificação no SP, pois são as únicas células
vacuolizadas em seu citoplasma
Plaquetas
▪ Não são células
▪ Fazem parte da linhagem megacariocítica
▪ São fragmentos do citoplasma de megacariócitos anucleados (células-mãe)
▪ Produção de 100 bilhões de plaquetas/dia
▪ SP→ 150000 a 450000/mm³
▪ Trombopoetina (hormônio)→ fator de crescimento que estimula a produção de
plaquetas
▪ Vida média: 7 a 10 dias
▪ Funções→ Participam da hemostasia, trombose e coagulação
Megacariócito maduro
Plaquetas
Brenda Barbosa
Bloco OH
SEMINÁRIO 3
HEMOTRANSFUSÃO
▪ 5º procedimento mais realizado em todo o mundo.
▪ Todo hemocentro e hospital tem uma equipe de hemovigilância
HISTÓRIA DA HEMOTERAPIAS
▪ Relatos desde sec XVII/XVIII→ forma direta
▪ Ate 1900→ fase empírica
▪ Após 1900→ fase científica
• 1900: Landsteiner – descoberta do sistema ABO
• Anticoagulantes→ permitiu armazenamento do sangue
• 1926: 1º centro de transfusão de sangue em Moscou (hemocentro)
• 1942: Landsteiner – descoberta do sistema Rh
▪ Bancos de sangue privados→ remuneração para doação de sangue
▪ Déc 80 – hemocentros públicos→ AIDS
▪ Legislação específica
• Portaria nº 158 de 4/02/2016
• Sangue: bem não mercantil, doação voluntaria, gratuita, anonima e altruísta,
programas de captação de doadores voluntários, obrigatoriedade de testes
sorológicos e de fracionamento
ROTINA HEMOTERÁPICA
▪ Imuno-hematológicos: ABO, Rh, PAI
▪ Triagem sorológica: GS (grupo sanguíneo) e fator Rh, sorologias para HIV, hepatites B
e C (anti-HBc, HBsAg, anti-HCV), HTLV I/II (paraparesia espástica tropical ou linfomas),
doença de Chagas e Sífilis.
▪ NAT (tecnologia) = detecta sequência de RNA viral – aproximadamente 12 dias para o
HIV e 25 dias para o HCV, e 31 dias para hepatite B (antes, 20 dias para HIV, 56 e 82
dias para hepatites B e C)→ possibilitou redução da janela imunológica
▪ Anti-CMV (transplantados, RN baixo peso/prematuros, transfusão intraútero)→ 80% da
população é CMV positivo no Brasil, por isso não justifica fazer a triagem no Brasil, custo
alto.
HEMOTERAPIA
▪ 3,7 milhões de bolsas coletadas no brasil/2014
▪ Ideal (OMS) = 5,7 milhões bolsas/ano
▪ Brasil – 60% dos doadores são voluntários/40% dos doadores = reposição (doa por
alguém conhecido que precisa)
▪ Somente 1,8% da população entre 16 e 69 anos doam sangue – ONU considera “ideal”
uma taxa entre 3%.
FRACIONAMENTO
Brenda Barbosa
Bloco OH
~ 550mL
▪ Importante para:
• as reações transfusionais relacionadas a degranulação dos leucócitos
• o risco de contaminação pelo CMV.
▪ Obrigatório para paciente imunossuprimido.
Irradiação
▪ Em pacientes imunossuprimidos ou politransfundidos a carga de linfócitos recebida de
diferentes doadores pode agir como apresentadores de Ag e iniciar um combate contra
o próprio indivíduo, provocando a doença do enxerto contra o hospedeiro.
▪ A irradiação inativa o linfócito e a cél não é mais capaz de apresentar Ag dentro do
sangue do receptor.
▪ Importante para imunossuprimidos e politransfundidos.
▪ Gama→ inativa leucócitos
Lavagem
▪ Lavados com Solução Salina (1 a 3L) - objetivo reduzir proteínas.
▪ Na bolsa de sangue, além de concentrados de hemácias há resquícios de plasma (que
possui proteínas).
▪ Alguns pacientes são alérgicos as proteínas plasmáticas ou são tão politransfundidos
que criam alergia a essas proteínas.
▪ Procedimento: abre-se a bolsa em contato com meio externo, coloca-se uma peneira no
final da bolsa e lava-se a bolsa com soro fisiológico que irá passar dentro da bolsa e sair
por baixo juntamente com resquícios de plasma, deixando somente hemácias dentro da
bolsa.
▪ Após o procedimento a bolsa deve, obrigatoriamente, ser utilizada dentro de 24h→
bancos de sangue não armazenam bolsa lavada, ela será lavada especificamente para
o paciente que necessitar.
▪ Também ocorrerá hemólise, levando a uma diferença de osmolridade→ fazendo com
que a bolsa caia para ~ 200mL.
▪ Para usar sangue lavado em um paciente é necessário quantidade um pouco maior a
ser transfundida.
Concentrado de Plaquetas (~ 50 mL)
Deleucotização→ Filtro menor que o de hemácias, o que garante maior eficácia na
retenção de leucócitos.
Irradiação→ Objetiva inativar linfócitos e evitar doença do enxerto contra hospedeiro no
paciente.
➔ A bolsa irradiada e deleucotizada é uma opção interessante, pois o paciente que recebe
plaqueta é imunossuprimido (transplante de MO, quimioterapia em altas doses).
➔ Lavagem não é possível, pois há escoamento da plaqueta juntamente com o soro.
Plasma Fresco Congelado (~ 200 mL)
▪ Possui proteína albumina e fatores de coagulação (fundamento de se usar plasma
fresco no paciente).
▪ Pode-se fazer uma preparação especial com o plasma fresco em que retira a albumina,
deixando um concentrado de fatores de coagulação (crioprecipitado).
Crioprecipitado:
▪ Papel importante em algumas coagulopatias
▪ Passa a ser uma bolsa de ~ 50 mL→ o que reduz a quantidade de volume a ser oferecida
para o paciente (arriscado)
Hemoderivado
▪ O plasma pode ser vendido para a indústria farmacêutica que tira os fatores de
coagulação ou albumina ou Ig. Após isso, as indústrias liofilizam e transformam a
proteína em pó colocando em um frasco, com quantidade adequada.
Fracionamento do plasma
Brenda Barbosa
Bloco OH
ARMAZENAMENTO
▪ Concentrado de hemácias: 42 dias – 1º a 6º
▪ Concentrado de plaquetas: 5 dias – 20º a 24º
▪ Plasma fresco: 1 ano a -18º
➔ Dos processos, a única bolsa que pode ser armazenada é a irradiada.
TIPAGEM SANGUÍNEA – ABO e Rh
▪ tipagem ABO
▪ sistema Rh (D, C, c, E, e) – Ag
• Rh: presença ou ausência do Ag D→ Rh negativo só é considerado negativo se for
D–
o Rh + (85%)
o Rh – (15%)
• Ag D altamente imunogênico (importância da imunização nos pacientes):
o Gravidez
o Transfusão
PROVA CRUZADA
▪ Direta ou maior→ soro ou plasma do receptor X hemácias do doador.
▪ OBRIGATÓRIA pré-transfusional.
▪ Qualquer reação ou aglutinação na prova cruzada→ é necessário chamar o
hemoterapeuta responsável pelo banco de sangue e discutir o que pode haver.
TRANSFUSÃO SANGUÍNEA
▪ Critérios para prescrição
• Avaliar cuidadosamente, considerando o risco-benefício→ Transfusão é um
transplante.
• Levar em conta a doença de base e o estado clínico do paciente, não somente os
resultados de exames laboratoriais.
• Deve-se dar preferência ao hemocomponente específico que o paciente necessita:
menor volume.
TRANSFUSÃO DE CONCENTRADO DE HEMÁCIAS
▪ Obtido através do sangue total pela remoção de 200 a 250 ml de plasma (Ht ~ 70%) =
bolsa com 300ml
▪ 1 unidade de concentrado de hemácias = 300ml
• Eleva a concentração de hemoglobina em 1 a 1,5g/dl e o hematócrito em torno de
3% em adultos.
Brenda Barbosa
Bloco OH
▪ Dose
• Pool (~50-60ml) ou aférese de doador único (~200-300ml).
• Standard: 2,2 x 1011/m²
o Bolsa de sangue total: 5,5 x 1010
o Aférese: 3,0x1011
Brenda Barbosa
Bloco OH
▪ Contraindicações
• Para corrigir a coagulação anormal em pacientes que:
o Não estão sangrando (Coagulopatias sem sangramento)
o Necessidade de reversão de um antagonista da vitamina K (crioprecipitado).
• Expansor volêmico em hipovolemias agudas (com ou sem hipoalbuminemia).
• Sangramentos sem coagulopatia, exceto na hemorragia aguda grave.
• Estados de perda proteica e imunodeficiências, plasma não é fonte de albumina e
imunoglobulinas.
• Alteração de exames de coagulação sem sangramento ou necessidade de
abordagem.
• Descobrir a causa, mesmo se paciente crítico!
• Manutenção da pressão oncótica
• Como fonte de imunoglobulina
• Complemento da nutrição parenteral
• Tratamento de desnutrição
• Para acelerar cicatrização
• No tratamento de grandes queimados
Crioprecipitado
▪ Composto por
• FVIII
• FvW
• Fibrinogênio
• FXIII
• Fibronectina
▪ Dose:
• Adultos: 2 pools (2 bolsas de 50ml)
• Crianças: 5-10 ml/kg (máximo de 2 pools)
• 1,0-1,5 UI/10kg de peso
▪ Limites e alvos
• Considerar transfusão para pacientes sem hemorragia importante que tenham:
o Hemorragia clinicamente significativa e um nível de fibrinogênio < 150mg/dL
(hipofibrinogenemia congênita ou adquirida)
➢ Após tratamento trombótico
➢ CIVD
➢ Transfusão maciça
• Disfibrinogenemia / Uremia
• Deficiência de fator XIII
Complexo protrombínico
▪ Hemoderivado (indústria)
▪ Oferecer transfusão de concentrado de complexo protrombínico para a reversão, de
emergência, da anticoagulação com varfarina em pacientes com:
• Hemorragia grave
• Traumatismo craniano com suspeita de hemorragia intracerebral
• Cirurgia de emergência
➔ Evita administração de plasma fresco congelado.
➔ Utilização de plasma a fresco implica em maior risco de contaminação por vírus
localizados no plasma.
PAPEL DO MÉDICO NA TRANSFUSÃO
▪ Avaliar indicação
▪ Captar doadores
Brenda Barbosa
Bloco OH
HEMOCOMPONENTES MODIFICADOS
DELEUCOTIZAÇÃO
▪ Filtro especial para leucócitos
▪ Indicações:
• Profilaxia para pacientes politransfundidos. (Aloimunização HLA, RFNH)
• História de 2 reações febris não Hemolíticas.
• Reduz risco de transmissão de CMV: gestantes CMV neg, TMOalo CMV neg,
transfusão intrauterina, RNPT, HIV)
IRRADIAÇÃO
▪ Indicações
• Prevenir Doença do Enxerto versus Hospedeiro.
• Imunossuprimidos: Transplante de Medula alo TMOalo ou autólogo até 3 meses,
Transplante cardíaco e pulmonar.
• Imunodeficiência congênita graeve
• Aplasia de MO em uso de análogos da purina, Timoglobulina.
• RN prematuro ou Baixo peso, transfusão intrauterina
FENOTIPAGEM
▪ Indicações
• Previsão de Múltiplas transfusões→ Hemoglobinopatias, SMD, aplasia de Medula.
• Pesquisa de Anticorpos irregulares na triagem transfusional
LAVAGEM
▪ Indicações
• Profilaxia de reações alérgicas graves - Anafilaxia
• História de reação moderada de repetição.
Brenda Barbosa
Bloco OH
IMEDIATAS
Reação hemolítica aguda
▪ Relativamente simples
▪ Causa: erro humano, incomum; incompatibilidade ABO→ Rápida. Destruição de
eritrócitos durante ou até 24h após.
• Administração de sangue incompatível e hemólise intravascular aguda.
• Liberação de hemoglobina, macromolécula que gera lesão vascular/endotelial,
causando sintomas.
▪ Perda de hemoglobina na urina (hemoglobinúria).
▪ Lesão dos capilares renais, evoluindo com dor lombar, insuficiência renal aguda.
▪ Quadro clínico: febre, tremores, ansiedade, dispneia, dor torácica/lombar,
hemoglobinúria, CIVD (coagulação intravascular disseminada), choque, óbito.
▪ Diagnóstico: Tremor, hemoglobinúria, CIVD, choque, IRA. Lab: CD +, Hemolise. GRAVE
▪ Tratamento:
Brenda Barbosa
Bloco OH
• Interromper a transfusão
• Soroterapia→ hidratação volumosa
• Induzir diurese
• Enviar bolsa + amostras para BS.
• Suporte: CIVD, NTA, IRA
▪ Prevenção: evitar erros na identificação da amostra do paciente e da bolsa.
OUTRAS
▪ Dispneia associado a Transfusão
▪ Contaminação Bacteriana→ Mais frequente após Tx plaq (Temp.): ATB de largo
espectro
▪ Distúrbios metabólicos:
• Anticoagulação a base de citrato→ Alcalose, Hipocalcemia, Hipomagnesemia,
Hipercalemia
▪ Hipotermia
▪ Dor aguda relacionada a Tx.
Brenda Barbosa
Bloco OH
SEMINÁRIO 4
LEUCOPENIA
DEFINIÇÃO
▪ Redução do número de leucócitos
▪ Valores normais:
• Leucócitos globais - 3.500 a 10.000/mm³
• Neutrófilos - 1.700 a 8.000/mm³ (raça negra = < nº de neutrófilos)
• Linfócitos - 900 a 2.900/mm³
• Monócitos - 300 a 900/mm³
• Eosinófilo - 50 a 500/mm³
• Basófilo - < 100/mm³
▪ Redução do número de neutrófilos (bastonetes + segmentados)→ É uma redução na
contagem de neutrófilos sanguíneos (granulócitos), frequentemente levando ao
aumento de suscetibilidade a infecções bacterianas e fúngicas
▪ Número de neutrófilos varia de acordo com a idade e a raça
▪ Considerada neutropenia se < 1500/mm3 (ou <1200 para raça negra)
NEUTROPENIA
Classificação
▪ Leve: 1000 a 1500/mm3 (750-1000)
▪ Moderada: 500 a 1000/mm3 (500-750)
▪ Grave: < 500/mm3→ mais suscetível a infecções
▪ Neutrófilos < 500/mm3→ a flora microbiana endógena pode causar infecções.
▪ Se < 200/mm3→ a resposta inflamatória pode ser abafada e os achados inflamatórios
usuais de leucocitose ou leucócitos na urina ou no local da infecção não ocorrerão.
▪ Neutropenia aguda grave, em especial se outro fator estiver presente (p. ex., câncer)→
também afeta o sistema imunológico e pode ocasionar infecções rapidamente fatais.
▪ Ocorre um desequilíbrio na integridade da pele e das membranas mucosas, o
suprimento vascular para o tecido e o estado nutricional do paciente→ risco de
infecções.
▪ As infecções piogênicas que ocorrem com mais frequência nos pacientes com
neutropenia profunda são:
• Celulite
• Abscessos hepáticos (por bactérias ou fungos)
• Furunculose
• Pneumonia
• Septicemia
▪ Neutrófilos podem ser encontrados em 3 compartimentos:
• Medular - - - - - - - produção, maturação, reserva (10 dias)
• Circulante - - - - - - - 7 a 10 horas
• Tecidos
▪ Cinética normal do neutrófilos
▪ Originam-se das células-tronco da MO→ 1 bilhão de neutrófilos/Kg de peso/dia
▪ Ambiente medular – 10 dias para sofrer maturação
▪ Compartimento mitótico: mieloblastos a mielócitos
▪ Compartimento não mitótico: matamielócito a segmentados → Estágio final da
maturação: reservatório; aptos para liberação rápida
Brenda Barbosa
Bloco OH
→ MO
▪ Cinética normal do neutrófilos:
• Sangue periférico – circulam cerca de 6 a 12 horas
• Pool circulante
• Pool marginal: próximo à parede do endotélio vascular→ transmigram para os
tecidos
▪ Espaço extravascular → onde vão desempenhar suas funções
Etiologia
▪ Classificação quanto ao tempo de evolução:
• A neutropenia aguda (que ocorre por horas ou alguns dias) pode se desenvolver em
razão de utilização rápida ou destruição do neutrófilo, ou por sua produção
insuficiente – pós QTX, pós processo infeccioso
• A neutropenia crônica (que dura meses a anos) normalmente surge da produção
reduzida ou do sequestro esplênico excessivo.
▪ Compartimento medular
• QT, RXT
• Deficiências vitamínicas (B12/ ácido fólico)
• Agentes químicos (benzeno)
• Neutropenias hereditárias
• Neutropenias imuno mediadas
• Infecções virais e bacterianas
• Substituição infiltrativa da medula óssea por cél neoplásicas(neoplasias)
Brenda Barbosa
Bloco OH
▪ Compartimento sanguíneo
• Pseudo-neutropenia: desvio do pool circulante para o marginal→ geralmente é
quadro benigno, diagnosticado ao acaso, neutrófilos no pool marginal; Neutropenia
crônica idiopática do adulto; Infecções bacterianas, desnutrição
• Sequestro intravascular: hiperesplenismo
▪ Compartimento extravascular
• Infecções graves; Anafilaxias → AUMENTO DA UTILIZAÇÃO DOS NEUTRÓFILOS
▪ Neutropenia causada por distúrbios intrínsecos nas células mieloides ou em suas
precursoras → incomum
• Neutropenia idiopática crônica → pouco compreendidos que envolvem as células-
tronco relacionadas à série mieloide; eritrócitos e precursores plaquetários não são
afetados. Não há aumento do baço.
• Neutropenia congênita
o Neutropenia cíclica é um distúrbio granulocitopoético congênito transmitido de
maneira autossômica dominante. Ocorrem oscilações regulares, periódicas no
número de neutrófilos periféricos. O período oscilatório médio é de 21 ± 3 dias.
o Neutropenia congênita grave (síndrome de Kostmann) consiste em distúrbio
raro que ocorre esporadicamente nos EUA; interrupção da maturação mieloide
no estádio pró-mielócito da medula óssea, resultando na contagem absoluta de
neutrófilos inferior a 200/μl.
Brenda Barbosa
Bloco OH
SEMINÁRIO 5
TROMBOSES
CONCEITOS E FATORES DE RISCO
Trombose não é uma doença. É uma consequência/manifestação de alterações na
hemostasia.
FATORES DE RISCO
Tríade de Virchow
▪ Alteração reológica ou hemodinâmica
• Trauma / Cirurgia / Imobilização prolongada
• Gravidez (redução do retorno venoso, redução fisiológica da proteína S pelo
aumento de hormônios).
• Puerpério (imobilização)
• Uso de anticoncepcional oral / terapia de reposição hormonal (redução da proteína
S anticoagulante).
o Maior risco trombótico tem relação com o tipo de estrógeno e com a dose.
o Menor associação com o tempo de uso do anticoncepcional.
• Vasculopatia→ Aterosclerose (disfunção do endotélio do vaso que estimula
agregação plaquetária)
• Alterações da hemostasia→ Trombofilia congênita ou adquirida.
Importância do estudo das trombofilias
▪ Definir a etiologia da trombose.
▪ Profilaxia secundária: evitar recorrência de eventos em indivíduos que já tiveram evento
trombótico prévio.
▪ Profilaxia primária: evitar eventos em indivíduos com história familiar e fatores de risco.
• Custo do estudo das trombofilias é menor que o custo das re-tromboses
• Sendo indicado em alguns casos.
Fatores indicativos do estudo de trombofilia
▪ Trombose idiopática: sem fator de risco associados (DM, tabagismo, obesidade).
▪ Trombose em jovens: doença relacionada com a tríade de virchow e com comorbidades.
▪ História familiar de trombose: trombose venosa profunda, IAM, AVE, entre outros.
▪ Trombose recorrente
▪ Trombose em locais pouco comuns: veia cava, seio venoso cerebral, entre outros.
▪ Associação de trombose venosa e arterial: sem doenças associadas (DM)
Abordagem inicial
▪ Diagnóstico de certeza: documentação laboratorial da trombose.
▪ Local da trombose
▪ Fatores desencadeantes: viagem aérea, cirurgias
▪ História pregressa de trombose ou situações de risco
▪ História familiar: trombose venosa e arterial
▪ Complicações gestacionais
PROPEDÊUTICA LABORATORIAL
QUANDO REALIZAR
▪ Longe do quadro agudo: caso haja alteração dos exames, não pode afirmar que já
estavam alterados antes do evento.
▪ Sem o uso de anticoagulantes: avaliar risco x benefício.
▪ Após afastar doenças adquiridas que interferem nas dosagens e causas secundárias de
trombose (IRC, DM, neoplasia).
PROPEDÊUTICA LABORATORIAL BÁSICA
▪ Hemograma (plaquetas, doenças mieloproliferativas)
▪ Eletroforese de hemoglobina (anemia falciforme)
▪ FAN / PCR (afastar vasculites)
Brenda Barbosa
Bloco OH
SEMINÁRIO 6
DIAGNÓSTICO CLÍNICO-LABORATORIAL DAS LEUCEMIAS
LEUCEMIAS AGUDAS
▪ Grupo heterogêneo de doenças clonais caracterizadas pela proliferação anormal de
progenitores hematopoiéticos.
• Doenças clonais: uma célula com dano genético, que se multiplica, originando outras
células com dano.
• Proliferação celular (multiplicação) ocorre nos progenitores hematopoiéticos, apenas
eles sofrem dano genético.
▪ Células incapazes de amadurecer, diferenciar e responder aos reguladores naturais de
proliferação e morte celular.
▪ Células acumulam na medula óssea e prejudicam a produção normal das células
sanguíneas, havendo as citopenias.
▪ Células podem acumular em outros tecidos e órgãos, com comprometimento de função.
• Liberação das células com dano genético no sangue periférico.
• Podem acumular em outros tecidos e órgãos: linfonodos, fígado, baço, pele, SNC,
testículo.
Hematopoese: todas essas células morfologicamente são blastos. São essas células as
que são capazes se multiplicar. Células diferenciadas não se multiplicam, ou se multiplicam
muito raramente, pois estão no processo de maturação, para serem liberadas no sangue
periférico. Sendo assim, a leucemia é um defeito em qualquer uma das células do pool
mitótico da medula óssea.
▪ Célula-tronco pluripotente→ célula tronco mieloide e célula tronco linfoide
• Célula-tronco mieloide:
o Unidade formadora de colônia de hemácias
o Unidade formadora de colônia de neutrófilos e monócitos
o Unidade formadora de colônia de plaquetas
• Célula-tronco linfoide:
o Unidade formadora de colônia de linfócitos B
o Unidade formadora de colônia de linfócitos T
o Unidade formadora de colônia de linfócitos NK
Brenda Barbosa
Bloco OH
CLASSIFICAÇÃO
▪ Classificadas de acordo com aspectos citomorfológico, citoquímico, imunofenotípico
(avaliar linhagem da célula), citogenético (dano genético que originou a leucemia) e
genético-molecular (danos moleculares responsáveis pela multiplicação clonal).
▪ Dois tipos principais:
• Leucemia mieloide aguda (LMA) → linhagem mieloide (diferentes tipos, a
depender da célula acometida, UFC mieloide envolve eritrócitos, granulócitos,
megacariócitos, basófilos)
• Leucemia linfoide aguda (LLA) → linhagem linfoide
Leucemia Mieloide/Mieloblástica Aguda (LMA)
▪ Tipo mais comum de leucemia aguda nos adultos (mais de 90% das leucemias).
Incidência aumenta no idoso.
▪ Menos de 15% das leucemias nas crianças. Quando ocorre na infância é mais comum
no primeiro ano de vida (relação com dano genético).
▪ Incidência anual:
• Nos EUA: 3,5 casos/100 mil hab chegando a 17,9 casos/100 mil hab após os 65
anos
• Brasil??
▪ Bastonete de AUER → PATOGNOMONICO DE LMA
Leucemia Linfoide/Linfoblástica Aguda (LLA)
▪ Tipo mais comum de leucemia na infância.
▪ Apenas 15% das leucemias nos adultos. Maior incidência nos adultos jovens, entre 25
e 37 anos.
▪ Incidência: 3,0 casos/100 mil hab até os 15 anos de idade (variações geográficas,
étnicas e socioeconômicas).
▪ Sobrevida:
• 20% a 30% em adultos
• 80% a 90% em crianças
Brenda Barbosa
Bloco OH
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
▪ Falência da hematopoese. Devido a proliferação e acúmulo dos blastos na medula
óssea.
• Citopenia: anemia, plaquetopenia, neutropenia
o Fadiga, palidez e fraqueza (anemia)
o Infecções (neutropenia)
o Febre, sudorese noturna (sintomas constitucionais)
o Hemorragias, petéquias e epistaxe (plaquetopenia)
o CIVD (alteração da coagulação – LMA)
▪ Infiltração de tecidos por células leucêmicas: linfonodos, fígado, baço, mucosa,
testículo, pele, SNC
• Hepatomegalia, esplenomegalia, linfadenomegalia (LLA)
• Hipertrofia de gengivas
• Dor óssea: proliferação de células no osso, podendo haver dor nas pernas.
• Infiltração da pele e do SNC (cefaleia, vômito – LLA)
ACHADOS LABORATORIAIS
▪ Sangue periférico:
• Leucocitose à custa de blastos (mais de 50% dos casos com hiperleucocitose >100
mil/mm3)
o Células que estão proliferando são blastos.
o Todas possuem núcleo. Sendo lidas pelo citômetro de fluxo como leucócitos.
• Anemia normocítica normocrômica
• Plaquetopenia
• Neutropenia
▪ Medula óssea: mais de 20% de blastos (mieloblastos ou linfoblastos) = critério
diagnóstico de leucemia aguda.
• Blastos até 5% é normal.
• Blastos mieloides e linfoides não podem ser identificados morfologicamente.
Realizar Imunofenotipagem.
• Bastonetes de Auer: inclusões citoplasmáticas no blasto, presentes na leucemia
mieloide.
Outros achados
▪ Hiperuricemia: aumento da proliferação, aumenta a destruição celular, com liberação de
ácido úrico.
▪ Aumento da LDH: marcador de turnover celular elevado (hemólise, leucemia).
▪ Alterações da coagulação: CIVD
▪ Leucemia pode dar leucopenia também, nem sempre somente leucocitose.
LEUCEMIAS CRÔNICAS
Brenda Barbosa
Bloco OH
CLASSIFICAÇÃO
▪ Doenças mieloproliferativas crônicas:
• Leucemia mieloide crônica (LMC): neoplasia da UFC de neutrófilos
• Policitemia vera: neoplasia da UFC de hemácias
• Trombocitemia essencial: neoplasia da UFC de plaquetas
▪ Doenças linfoproliferativas crônicas:
• Leucemia linfoide ou linfocítica crônica (LLC)
o Linhagem B
o Linhagem T
Leucemia Mieloide Crônica
▪ 15% das leucemias do adulto
▪ Todas as faixas etárias
▪ Relação M/F= 1,3/1,0
▪ 40 a 50% assintomáticos ao diagnóstico (difere de leucemia aguda). Diagnosticados
pelo hemograma.
▪ Três fases (história natural): antes de ter tratamento
• Fase crônica: 3 a 5 anos. Fase assintomática (poucos sinais e sintomas).
• Fase acelerada: 3 a 18 meses. Surgimento de blastos no sangue. Proliferação
celular gerava danos genéticos, havendo uma proliferação maior.
• Fase blástica: 3 a 6 meses. quantidade de blastos. Fase de leucemia aguda, pela
proliferação celular aumentada.
▪ Neoplasia mieloproliferativa clonal
• Dano genético:
o Translocação cromossômica recíproca t (9,22). Troca dos braços longos entre os
cromossomos 9 e 22→ Originando o cromossoma Philadelphia (Ph1).
o Produz gene anômalo BCR/ABL. BCR é o gene do cromossoma 9 e ABL do 22.
o Fusão dos genes BCR/ABL no cromossoma 9 sintetiza uma proteína, com
atividade de tirosina quinase.
o Proteína responsável por proliferação celular.
➢ Aumenta proliferação celular.
➢ Não afeta diferenciação, liberando células maduras (diferente da leucemia
aguda – blastos).
Diagnóstico:
▪ Leucocitose com neutrofilia/basofilia/eosinofilia à custa de células maduras
“escalonadas”.
• Diagnóstico diferencial com sepse.
• Diferenciadas pelos sinais clínicos: prostração, febre, etc.
▪ Hepatoesplenomegalia volumosa (remoção das células aumentadas no sangue
periférico).
▪ Identificação do Ph1+ em cariótipo.
▪ Identificação da translocação BCR-ABL por PCR.
▪ Mielograma→ confirma diagnóstico