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PONTOS CHAVES DE CONTROLE

São pontos através dos quais reduzimos a espasticidade e, simultaneamente,


facilitamos as reações posturais e de movimentos mais normais.

1- Cabeça – extensão da cabeça (com extensão da cintura escapular)


a) Elevação da cabeça quando em prono, sentada e em pé ajuda, na maior
parte dos casos, a facilitar a extensão do resto do corpo. Mas se houver
uma influência da atividade reflexa tônica simétrica (RTCS), quando a
cabeça for levantada, pode ocorrer flexão dos quadris e membros
inferiores, e deste modo, embora tenha extensão de pescoço e coluna,
pode levar à hiperlordose e aumentar a espasticidade flexora nos quadris e
pernas.
Se a elevação da cabeça produz um padrão de extensão global, será útil nas
posições prono e em pé, mas vai interferir na flexão do quadril na postura
sentada.
b) Flexão da cabeça com flexão da cintura escapular. Isso vai inibir a
espasticidade extensora ou os espasmos extensores. (por exemplo, nos
pacientes espásticos e atetóides com uma forte retração de pescoço e
ombros quando estão em supino). E pode facilitar o controle da cabeça
quando puxados para sentar, e quando virar para qualquer um dos lados.
Entretanto, se a atividade reflexa tônica simétrica (RTCS) estiver presente, a
flexão da cabeça e cintura escapular, em supino, vai provocar um aumento
da espasticidade extensora dos quadris e pernas e, dessa forma, irá
interferir no movimento de sentar-se, mesmo que o controle de cabeça seja
aperfeiçoado e poderá resultar em um aumento da cifose.

2 – Braços e cintura escapular:

a) Toda rotação interna de ombro com protração inibe o espasmo extensor e é


útil nos atetóides, mas nos pacientes espásticos pode aumentar a espasticidade
flexora do pescoço, tronco e quadris, assim como nas pernas. Toda rotação
externa com supinação e extensão dos cotovelos inibe a flexão e aumenta a
extensão do resto do corpo.
b) Abdução horizontal dos braços em rotação externa, com supinação e extensão
dos cotovelos, inibe a espasticidade flexora, especialmente dos flexores de
pescoço e peitorais, e facilita a abertura espontânea das mãos e dedos.
Também facilita a abdução dos membros inferiores com rotação externa e
extensão.
c) Elevação dos braços com rotação externa inibe a espasticidade flexora e a
pressão para baixo dos braços e cintura escapular ajuda a extensão da coluna,
quadris e pernas nas quadriplegias e diplegias espásticas. Entretanto, se essa
espasticidade flexora do membro superior for parte do padrão de espasticidade
extensora dos membros inferiores, como nos casos da hemiplegia espástica, a
elevação do braço com extensão dos flexores de tronco do lado hemiplégico,
facilita a flexão e abdução da perna hemiplégica, porque isso inibe o padrão de
flexão do braço e extensão da perna.
d) Extensão dos braços diagonalmente para trás inibe a espasticidade flexora
como na abdução horizontal, e pode ser mais eficaz nos casos mais graves.
Facilita também a abertura das mãos e dedos. Esse movimento deve estar
associado se possível à rotação externa de ombro.
e) Abdução do polegar com braço em supinação. Rotação externa e extensão
facilita a abertura dos dedos. O punho deve estar em extensão.

3 – Pernas e Pélvis:

a) Flexão das pernas facilita a abdução e rotação externa assim como a


dorsiflexão de tornozelos.
b) Rotação externa com extensão facilita a abdução e dorsiflexão de tornozelos.
c) Dorsiflexão dos artelhos, especialmente dos 3 ou 4 últimos, inibe a
espasticidade extensora de todo membro inferior, e facilita a dorsiflexão de
tornozelo, assim como a rotação externa e a abdução da perna, porém torna a
extensão de joelhos e quadris mais difícil quando em pé.

4 – Prono:

a) Cabeça levantada, braços estendidos acima da cabeça, coluna estendida facilita


a extensão de quadris e pernas.
b) A mesma coisa, isto é, cabeça levantada mas com braços estendidos em
abdução horizontal facilita a extensão da coluna, abertura dos dedos e abdução
das pernas.
c) Cabeça para um lado, enquanto a levantamos facilita a flexão e abdução da
perna daquele lado e o movimento do braço para adiante como no arrastar-se.
Nas hemiplegias, a cabeça em direção do lado afetado, facilita a atividade do
braço e perna daquele lado.

5 – Supino:

Em crianças muito pequenas com grau leve de espasticidade, mas com retração de
pescoço e ombro, a flexão das pernas em abdução contra o abdômen, com alguma
pressão para baixo, facilita o movimento dos braços da criança para frente e mãos
juntas na linha média.
6 – Sentada:

a) Flexão dos quadris, tronco bem para frente, pernas abduzidas facilita a
extensão da coluna e a elevação da cabeça. Isso deve ser feito com as pernas
estendidas (long-sitting) – sentada sobre rolo inclinado.
b) Adução dos braços estendidos: segurando os braços para frente estabiliza a
cintura escapular e facilita o controle de cabeça quando puxado para sentar e
levado para supino novamente.
c) Pressionando o esterno e consequentemente flexionando a coluna dorsal inibe
a retração de pescoço e ombro e traz a cabeça e braços para frente, para o
controle de cabeça e para o alcance para frente com os braços.

7 – Ajoelhado, em pé e a marcha:

a) Flexão dos braços com pronação e rotação interna e flexão da coluna dorsal
inibe os espasmos extensores e a hiperextensão dos quadris e joelhos nos
atetóides, mas produz flexão dos joelhos e quadris nos espásticos.
b) Extensão de braços em rotação externa sendo mantidos ligeiramente em
diagonal para trás, inibe a espasticidade dos flexores do tronco, quadris e
pernas nos espásticos, e facilita a extensão da coluna, quadris e pernas em
rotação externa e abdução.

8 – A posição de quatro e suporte de peso com braços estendidos e mãos abertas:

Isso é facilitado levantando a cintura escapular da criança e puxando seus ombros para
trás. Essa manobra previne a protração excessiva dos ombros (com espasmos dos
peitorais). Inibe a espasticidade flexora e adução dos braços e facilita a extensão,
abdução de mãos e dedos.

9 – Semi-ajoelhado:

A pélvis da criança é rodada para trás no lado que tem a perna que está sem o suporte
de peso, isto é, a perna da frente. Isso estabiliza a pélvis e previne a adução e flexão da
perna que está na frente, assim como a flexão da perna que apóia o peso.

PONTOS CHAVES X FACILITAÇÃO DAS TROCAS DE POSTURA

Rolar
Sentar
Quatro apoios
Ajoelhado
Semi-ajoelhado – em pé
Marcha

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