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GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO

SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA


UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO
CAMPUS DE BARRA DO BUGRES
HISTÓRIA DO URBANISMO
Arquitetura e urbanismo

https://ensina.rtp.pt/explicador/a-revolucao-industrial-expande-se-pela-europa-h73/ https://brasilescola.uol.com.br/historiag/revolucao-industrial.htm

Os planos urbanos do século XIX (Paris, Londres, Barcelona): a questão Aula 10


habitacional e a salubridade nas cidades industrializadas; (9/11/23)

Prof. José Maria de Andrade – Zé Maria


Calendário das Atividades Avaliativas 2023/02
AGO 03 10 17 24 31
Aula 01 Aula 02 Aula 03 Aula 04
AVALIAÇÃO 1 (N1)

SET 07 14 21 28
FERIADO NACIONAL FERIADO LOCAL Aula 05 Aula 06
INDEP. BRASIL PADROEIRA DA CIDADE

OUT 05 12 19 26
Aula 07 NÃO HAVERÁ AULA Aula 08 Aula 09
AVALIAÇÃO 2 (N2) FERIADO NACIONAL SEMANA DA
PADROEIRA DO BRASIL ARQUITETURA
NOV 02 09 16 23 30
FERIADO NACIONAL Aula 10 Aula 11 Aula 12 Aula 13
FINADOS Hoje AVALIAÇÃO 3 (N3)

DEZ 07 14
Aula 14 Aula 15
EXAME (PF) CONSOLIDAÇÃO FINAL
DAS TURMAS
Atividade Avaliativa 3 (N3)

3º Nota: Terá como referência toda a Unidade didática 3 – Será uma prova objetiva escrita com 10
questões. Para cada questão será atribuido 1,0 pto.. Totalizando 10.0 ptos.

As questões serão elaboradas tendo como referência todo o conteúdo


das aulas desta Unidade III.
AULAS CONTEÚDOS METODOLOGIAS RECURSOS PREVISTOS

Unidade didática I Recursos


AULA 1
Apresentação geral – Introdução, contextualização e conceitos; audiovisuais de
Aula expositiva e multimídia, lousa e
(1ª Semana)
10/08/23 dialogada material de apoio
postado no SIGAA.

Unidade didática I Recursos


AULA 2 As primeiras cidades: panorama da gênese urbana e das civilizações audiovisuais de
(2ª Semana) ocidentais e orientais (Egito, Mesopotâmia, Índia, China); Aula expositiva e multimídia, lousa e
17/08/2023 Configuração, morfologia, localização, estrutura social, habitacional e dialogada material de apoio
administrativa destas cidades. postado no SIGAA.

Unidade didática I Recursos


As cidades clássicas do Mundo Antigo e os impérios: Grécia e audiovisuais de
AULA 3
de Roma; A arquitetura e urbanismo bizantino; As cidades Aula expositiva e multimídia, lousa e
(3ª Semana)
24/08/2023 dialogada material de apoio
medievais, góticas, renascentistas e barrocas.
postado no SIGAA.

Unidade didática I Recursos


AULA 4 Fim desta unidade Aula expositiva
audiovisuais de
AVALIAÇÃO 1 (N1) multimídia com
(4ª Semana) promovida pelos
postagem no mesmo
31/08/2023 APRESENTAÇÃO DOS TRABALHOS DE PESQUISA acadêmicos
dia no SIGAA (PDF).
AULAS CONTEÚDOS METODOLOGIAS RECURSOS PREVISTOS

(5ª Semana)
FERIADO NACIONAL – DIA DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
07/09/23

(6ª Semana)
14/09/2023 FERIADO LOCAL – DIA DA PADROEIRA DA CIDADE

Unidade didática II Recursos


AULA 5 As cidades e civilizações pré-colombianas; As cidades audiovisuais de
Aula expositiva e
(7ª Semana) coloniais e a evolução urbana nas Américas (modelos de multimídia, lousa e
21/09/2023 dialogada
planejamento urbano espanhol, português e britânico); material de apoio
postado no SIGAA.
Unidade didática II Recursos
AULA 6 A formação das cidades coloniais no Brasil; audiovisuais de
Aula expositiva e
(8ª Semana) multimídia, lousa e
28/09/2023 dialogada
material de apoio
postado no SIGAA.
AVALIAÇÃO 2 (N2) Recursos
AULA 7
(8ª Semana)
APRESENTAÇÃO DOS TRABALHOS DE PESQUISA Aula expositiva e
audiovisuais de
05/10/2023
multimídia, lousa e
dialogada
material de apoio
postado no SIGAA.
METODOLOGIAS RECURSOS PREVISTOS
AULAS CONTEÚDOS

(9ª Semana)
12/10/2023 Feriado Nacional – Dia de Nossa Senhora Aparecida

Unidade didática III Recursos


AULA 8 audiovisuais de
(10ª Semana)
A era industrial e os processos de urbanização dos grandes Aula expositiva e
19/10/2023 centros; multimídia, lousa e
dialogada
material de apoio
postado no SIGAA.

(10ª Semana)
26/10/2023 SEMANA DA ARQUITETURA

(10ª Semana)
02/11/2023 Feriado Nacional – Dia de Finados
METODOLOGIAS RECURSOS PREVISTOS
AULAS CONTEÚDOS

Unidade didática III Recursos


AULA 9
Os planos urbanos do século XIX (Paris, Londres, Barcelona): audiovisuais de
a questão habitacional e a salubridade nas cidades Aula expositiva e
(14ª Semana) multimídia, lousa e
dialogada
09/11/2023 industrializadas; Hoje material de apoio
postado no SIGAA.
Unidade didática III
As utopias urbanas na história (da Antiguidade aos tempos Recursos
AULA 10 audiovisuais de
atuais); Cidades na era pós-industrial (e os processos urbanos: Aula expositiva e
(15ª Semana) multimídia, lousa e
16/11/2023 metropolização, desmetropolização, periurbanização, redes dialogada
material de apoio
urbanas, cidades globais, dispersão territorial das cidades, postado no SIGAA.
dispersão e compactação urbana);
Unidade didática III Recursos
AULA 11
O processo de periferização das cidades em desenvolvimento audiovisuais de
e a formação de Megacidades; Formação das cidades Aula expositiva e
(16ª Semana) multimídia, lousa e
23/11/2023 dialogada
brasileiras coloniais até a construção de Brasília (1960); material de apoio
postado no SIGAA.
METODOLOGIAS RECURSOS PREVISTOS
AULAS CONTEÚDOS

Unidade didática III Recursos audiovisuais


AULA 13 Atividade Avaliativa 3 – N3 Aula expositiva e de multimídia, lousa e
(17ª Semana)
30/11/2023 dialogada material de apoio
postado no SIGAA.

AULA 14
(18ª Semana) Prova final (Exame) Impresso
07/12/2023

AULA 15
(19ª Semana) Consolidação Final
14/12/2023

Importante! Como se trata de um plano, alterações podem ocorrer ao


longo do período. Quando, e se ocorrer, todos serão devidamente
avisados com antecedência.
Recordando - A Revolução Industrial
Revolução Industrial foi o período de grande desenvolvimento tecnológico que teve início na
Inglaterra a partir da segunda metade do século XVIII e que se espalhou pelo mundo, causando
grandes transformações.

Essa revolução iniciou na Inglaterra, a partir da segunda metade do


século XVIII, e atribui-se esse pioneirismo a essa nação pelo fato de
que foi lá que surgiu a primeira máquina a vapor, em 1698, construída
por Thomas Newcomen e aperfeiçoada por James Watt, em 1765.

A máquina a vapor foi o primeiro dispositivo capaz


de transformar o calor em energia mecânica com
eficiência suficiente para substituir a tração animal,

https://brasilescola.uol.com.br/historiag/revolucao-
industrial.htm#:~:text=A%20Revolu%C3%A7%C3%A3o%20Industrial%20foi%20o%20per%C3%ADodo%20de%20grande%20desenvolvimento%20tecnol%C3%B3gico,p
rocesso%20de%20forma%C3%A7%C3%A3o%20do%20capitalismo.
O processo de urbanização
O processo de urbanização está relacionado ao aumento da população que vive nas cidades e à
expansão do território dessas cidades para abrigar mais pessoas.

Esse movimento é marcado pela migração da população rural para as regiões urbanas, em busca
de uma melhor qualidade de vida (conhecido como êxodo rural). Suas causas principais são o
aumento da industrialização, que fez surgir novos postos de trabalho nas cidades enquanto
substituiu grande parte do trabalho braçal necessário no meio rural.

Para abrigar o novo contingente de pessoas, no entanto, as cidades precisam expandir seu
território. Em países desenvolvidos, o processo de urbanização e expansão territorial costuma
acontecer de maneira mais lenta e estruturada.

No caso dos emergentes e subdesenvolvidos, por sua vez, ele é rápido e desordenado — o que
traz consequências negativas relacionadas, principalmente, ao descuido com o meio ambiente e
ao aumento da desigualdade social.

https://conexao.amancowavin.com.br/blog/conheca-as-consequencias-da-urbanizacao
O fenômeno da urbanização no século XIX
Europa
No século XIX o continente Europeu apresentou a mais elevada taxa de urbanização e essa
condição aconteceu em decorrência de uma série de fatores, principalmente, a Revolução
Industrial, que proporcionou profundas mudanças de caráter social e econômico.

Os países da Europa que ingressaram primeiro no processo de urbanização foram justamente


aqueles que implantaram a Revolução Industrial, como por exemplo, Reino Unido e Suécia. Os
outros países europeus aderiram à Revolução Industrial no decorrer do século XIX.

De acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas), em todo o mundo existem 23
megacidades, com uma população absoluta superior a 10 milhões de habitantes. Nesse quesito,
a Europa possui somente uma cidade, Moscou (Rússia), com aproximadamente 12 milhões de
habitantes.

O que mostra que esse continente não possui grandes aglomerações urbanas, se comparado
com a Ásia, detentora de 14 megacidades; e a América, com 6 centros urbanos com tais
aspectos. Em geral, grande parte dos europeus vive em pequenas e médias cidades, muitas
delas com menos de 5 mil habitantes.
https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/a-urbanizacao-
europeia.htm#:~:text=A%20Europa%20%C3%A9%20o%20continente,de%20car%C3%A1ter%20social%20e%20econ%C3%B4mico.
O fenômeno da urbanização no século XIX
Europa
A urbanização europeia ganhou impulso com a Revolução Industrial mas esse crescimento
ocorreu até meados do século XX, quando a população urbana começou a declinar, e estabilizou-
se entre 1990 e 2005.
O fenômeno urbano chegou acompanhado por uma série de problemas. As primeiras
aglomerações urbanas da Inglaterra e da França combinavam poluição atmosférica, falta de
saneamento básico e condições precárias de vida para os seus habitantes.
Na segunda metade do século XIX, o planejamento urbano nos países ricos considerou todos
esses problemas, tornando as áreas urbanas mais adequadas às funções econômicas, mas sem
deixar de atender às demandas da sociedade.

A revolução industrial é quase imediatamente seguida por um explosivo crescimento demográfico


das cidades, primeiro na Inglaterra, seguida pela França e Alemanha. Após 1850, enquanto a
população mundial quadruplica, a população urbana se multiplica por dez. Esse grande
crescimento da população urbana é consequência de progressos científicos e técnicos realizados a
partir da metade do século XVIII. (HAROUEL, 1990)

https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/a-organizacao-espaco-geografico-
europeu.htm#:~:text=A%20urbaniza%C3%A7%C3%A3o%20europeia%20ganhou%20impulso,empregada%20at%C3%A9%20ent%C3%A3o%20na%20ind%C3%BAstria.
O fenômeno da urbanização no século XIX
Europa
Na Inglaterra, berço da revolução industrial, a cidade de Londres, por exemplo, passa de 864.845
habitantes em 1801 a 1.873.676 em 1841 e 4.232.118 em 1891: em menos de um século sua
população praticamente quintuplicou. Paralelamente, o número de cidades inglesas com mais de
cem mil habitantes passou de duas para trinta, entre 1800 e 1895. (CHOAY, 1979)

À medida que aumenta o número de habitantes, muda a sua distribuição no território como efeito
das transformações econômicas. As primeiras transformações dizem sobretudo respeito à
organização do trabalho, criando as premissas para uma mudança completa na técnica produtiva,
acelerando o desenvolvimento e a concentração do novo sistema econômico.

A revolução demográfica e industrial transforma radicalmente a distribuição dos habitantes no


território e as carências dos novos locais de fixação começam a manifestar-se em larga escala, na
ausência de providências adequadas. As famílias que abandonavam o campo e afluíam aos
aglomerados industriais ficavam alojadas nos espaços vazios disponíveis dentro dos bairros
antigos, ou nas novas construções erguidas na periferia, que rapidamente se multiplicaram
formando bairros novos e extensos em redor dos núcleos primitivos.

https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4405055/mod_resource/content/2/urbanismo-historiaedesenvolvimento.pdf
O fenômeno da urbanização no século XIX
Europa
Ao nível das ideias, os primeiros intelectuais a estudar e a propor formas para corrigir os males da
cidade industrial polarizaram-se em dois extremos: ou se defendia a necessidade de recomeçar do
princípio, contrapondo à cidade existente novas formas de convivência ditadas exclusivamente pela
teoria, ou se procurava resolver os problemas singulares e remediar os inconvenientes
isoladamente, sem ter em conta suas conexões e sem ter uma visão global do novo organismo
citadino.

Ao primeiro caso pertencem os chamados utópicos - Owen, Saint-Simon, Fourier, Cabet, Godin -
que não se limitam contudo a descrever a sua cidade ideal, mas se empenham em pô-la em
prática; ao segundo caso pertencem os especialistas e funcionários que introduzem na cidade os
novos regulamentos de higiene e as novas instalações e que, tendo de encontrar os meios técnicos
e jurídicos para levar a cabo estas modificações, dão efetivamente início à moderna legislação
urbanística.

https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4405055/mod_resource/content/2/urbanismo-historiaedesenvolvimento.pdf
O fenômeno da urbanização no século XIX
Europa

A cidade industrial neste período é caracterizada pelo congestionamento e pela insalubridade;


sem um sistema de abastecimento de água e esgotamento sanitário e sem coleta de lixo
atendendo à população de operários, surgem epidemias difíceis de serem controladas, além de
doenças que prejudicam a população como um todo.

É desta época o urbanismo sanitarista, com preocupação básica de melhorar as condições de


salubridade nas cidades, coordenando a iniciativa privada, com objetivos públicos e gerais. Em
Londres observa-se um grave problema de poluição no Tâmisa; a captação de água se faz no
mesmo rio aonde são despejados os esgotos, sendo este fato uma causa permanente de
epidemias.
Os planos urbanos do século XIX
Paris
A Reforma de Paris e o Plano de Haussmann (1853-1882)
Recordando
O principal objetivo da reforma urbana idealizada por Haussmann para Paris, é o de liberar o tecido
urbano para facilitar manobras militares. A grande transformação da cidade ocorre em um terço do
tecido da cidade sobre a ideia da grande expansão.

Um dos principais pontos da reforma de Haussmann é a reforma da Ìlle de la Cité em área militar.
Para atingir esse objetivo, todas as edificações existentes são demolidas. Para Haussmann, “a
arquitetura é um problema administrativo” e só deve visar os interesses de Napoleão, interesses
esses, de cunho estritamente militares. A partir daí, é produzido um urbanismo totalmente
racionalista visando apenas à técnica e desconsiderando o aspecto histórico.

O foco principal é a melhoria da circulação, o acesso rápido a toda a cidade como visão
estratégica, estabelecendo uma imagem geral de modernidade. Esta mudança de imagem envolve
também a questão da insalubridade. Para isso são eliminados bairros considerados degradados,
as ruas são arborizadas e recebem sistema de iluminação.

https://arquitetandoblog.wordpress.com/2009/04/08/haussmann-e-a-reforma-de-paris/
A Reforma de Paris e o Plano de Haussmann (1853-1882)
A antiga cidade medieval, com traçado orgânico e ruas estreitas, é cortada por grandes eixos e
contornada por um anel viário. São criadas praças com monumentos que servem como ‘cenário’. São
criados vários boullevard e um novo elemento urbano, o carrefour . Essas intervenções regularizam o
traçado não aproveitando o existente, transfigurando a cidade.

https://citaliarestauro.com/haussmann-paris-conhecemos/
A Reforma de Paris e o Plano de Haussmann (1853-1882)
Uma transformação radical

Georges-Eugène
Haussmann, foi um
administrador público que
transformou Paris em um
enorme canteiro de obras.

Seus projetos continuaram


sendo seguidos até o final
dos anos 1920.

https://www.linternaute.fr/actualite/biographie/1776596-baron-haussmann-biographie-courte-dates-citations/
A Reforma de Paris e o Plano de Haussmann (1853-1882)
Uma transformação radical
Nenhuma outra grande cidade, antes ou desde então, sofreu uma transformação tão radical
quanto Paris em tempos de paz. Foram necessários inúmeros trabalhadores – qualificados e não
qualificados.

Ele devolveu a saúde à cidade após anos de cólera e tifo. Deu a parisienses de todas as classes
parques onde brincar e relaxar.

Teoricamente, suas largas avenidas permitiam que tropas do governo se movimentassem livremente
para manter a ordem em um tempo de barricadas, protestos e outros distúrbios.

E, em uma época em que a cidade dobrou seu tamanho e a população triplicou, ela deu a Paris
um senso de unidade com um ar de prosperidade burguesa.

Os planos de Haussmann foram impressionantes pelo fato de ele ter conseguido resultados com
padrões tão altos e uniformes em tão pouco tempo. Haussmann era um homem que se impunha
e, apesar de ser um músico talentoso, não era sentimentalista. Ele demoliu até a própria casa em
que nasceu, apesar de ter boas memórias da infância.

https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/02/160203_vert_cul_criador_paris_lab
A Reforma de Paris e o Plano de Haussmann (1853-1882)
Uma transformação radical
Concebido e executado em três fases, o plano incluía a demolição de 19.730 prédios históricos e
a construção de 34 mil novos.

Antigas ruas foram substituídas por grandes e amplas avenidas, caracterizadas por fileiras de
prédios neoclássicos em tons de creme alinhados e proporcionais.

Além das grandes avenidas, Haussmann construiu grandes quarteirões, parques, um sistema de
esgoto abrangente, um novo aqueduto que dava acesso amplo a água doce, uma rede de canos
de gás subterrâneos para iluminar ruas e prédios, banheiros públicos grandiosos e fileiras de
árvores.

Essa infraestrutura urbana foi combinada com novas e ousadas estações de trem, a opulenta
Opera de Paris, novas escolas, igrejas, mais de 20 praças, ambiciosos teatros, o gigante
mercado de comida de Les Halles e uma sensacional rede de avenidas radiais saindo do Arco do
Triunfo.

https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/02/160203_vert_cul_criador_paris_lab
Londres
Contextualizando

Reino
Unido
Contextualizando – Reino Unido

Divisão administrativa hoje:


Inglaterra – 9 regiões
subdivididas em condados;
Escócia – 32 áreas e 3 zonas
de autoridade insular; País de
Gales – 9 condados; Irlanda do
Norte – 6 condados.

Londres
A cidade e seu perímetro urbano
Londres se tornou a maior cidade
do mundo no século XIX. Sua
população passou de 1 milhão de
pessoas em 1800 para 6,7 milhões
no século XX, devido ao processo
das Revoluções Industriais.
Divisão por áreas

1. Londres
A Londres do século XIX
Este crescimento trouxe consigo um
considerável aumento nos problemas
urbanos. A extensa área urbanizada não
tinha uma administração central e era
formada por setenta e oito paróquias ao
redor da antiga Londres.

Parte dessas paróquias estava sob


jurisdição de cidades localizadas longe
deste aglomerado urbano, como
Middlesex, Kent e Surrey.

Desta forma, tanto a cidade, quanto as paróquias, estavam submetidas a diferentes leis e serviços
urbanos e de infra-estrutura que tinham sido outorgados a um grande número de pequenos órgãos
comunitários, cada um deles cobrando taxas de serviços diferenciadas.
file:///C:/Users/Z%C3%A9%20Maria/Downloads/49024-Texto%20do%20artigo-59841-1-10-20121221%20(4).pdf
Alternativa ao crescimento urbano de Londres
Em 1855 os órgãos locais foram abolidos pelo Parlamento Britânico, paróquias agrupadas em
agências distritais se constituíram como administrações locais e também foi criado um órgão
central, a Agência Metropolitana de Obras, com a participação de membros eleitos pela agência
de gestão da City, pelas agências distritais e pelas sedes paroquiais.

A área sob a jurisdição desta Agência foi denominada “Metrópole” e então foram realizadas várias
obras, como a reparação e expansão da infra-estrutura de água e esgoto e construção de
reservatórios de água. Também abriu várias ruas, ergueu pontes sobre o rio Tâmisa, criou parques
públicos e adquiriu terrenos vagos na área metropolitana.

Foram dados à agência alguns poderes de controle edilício (Conjunto de edifícios, prédios ou
construções, que possuem uma área exclusiva e outra de uso comum entre os moradores) e
urbano e de forma ainda incipiente, o poder para derrubar cortiços.

Foram construídas diversas pontes sob o rio Tâmisa, facilitando a passagem entre as suas
margens. Assim, o desenvolvimento comercial foi se expandindo proporcionando uma maior
urbanização ao longo do curso do rio. Londres, começou a ocupar o centro na economia mundial.

file:///C:/Users/Z%C3%A9%20Maria/Downloads/49024-Texto%20do%20artigo-59841-1-10-20121221%20(4).pdf
https://express.adobe.com/page/cm3lOHmAoBznp/
Alternativa ao crescimento urbano de Londres
Até princípios do século XIX, Londres estava reduzida aos limites da cidade romana originária,
mais Westminster e Mayfair, eram rodeada de campos. A industrialização atraiu um crescente
número de pessoas que encheram esses espaços verdes.

Essa rápida expansão provocou graves problemas, como a epidemia de cólera de 1832, ou o
“grande fedor”, em 1858, causado pelo mau cheiro do Tâmisa que obrigou a suspender sessões
parlamentares.

As necessidades administrativas de um centro de tanta atividade comercial impulsionaram a criar em


1888 uma nova unidade territorial autônoma, o condado de Londres, governado pelo “London county
council”.

London County Council (LCC): Conselho do Condado de Londres

Esse condado foi dividido em 29 zonas eleitorais (a cidade e 28 burgos metropolitanos), mas a
expansão progressiva transbordou rápido para fora dos limites do condado ao se formar uma zona
suburbana de desenvolvimento muito rápido.
https://www.tudosobrelondres.com/historia#:~:text=No%20final%20do%20s%C3%A9culo%20XIX,pelo%20%E2%80%9CLondon%20county%20council%E2%80%9D.
Alternativa ao crescimento urbano de Londres
Logo após a sua criação o LCC passa então a gerir uma série de serviços, como abertura de
novas interligações viárias, reforma e construção de pontes sob o Tamisa, túneis, serviços
de água, esgoto e drenagem.

Também assumiu a operação do transporte público, a denominação das ruas, a criação de áreas
verdes e parques, a criação de um cinturão verde na periferia do Condado, a preservação de
praças e largos, a criação e gestão de corpo de bombeiros, criação de um Código de Obras e
exercício do controle edilício, provisão de habitações sociais, etc.

Para o desenvolvimento da gestão do Condado, aos poucos o Conselho foi instituindo um corpo
técnico para assessorar as decisões políticas e estabelecer programas, projetos e obras.

Mas foi somente no período entre as duas grandes guerras (século XX) que o Conselho começou
a desenvolver ações de planejamento urbano.

file:///C:/Users/user/Downloads/49024-Texto%20do%20artigo-59841-1-10-20121221.pdf
Alternativa ao crescimento urbano de Londres
Em 1850, na Inglaterra, as pessoas mais pobres viviam como podiam. Aglomeravam-se à
margem, em subúrbios, moradias antigas e sem o menor conforto, além de enfrentarem a
insalubridade.

A diferença entre a vida na urbe e a vida no campo era basicamente, que as choupanas saíam
de cena, dando a vez aos ratos, esgoto, ruas esburacadas e falta de água encanada.

Na esfera social, o principal desdobramento da revolução foi o surgimento do proletariado urbano


(classe operária), como classe social definida.

Vivendo em condições deploráveis, tendo o cortiço como moradia e submetido a salários


irrisórios com longas jornadas de trabalho, o operariado nascente era facilmente explorado,
devido, também, à inexistência de leis trabalhistas.

Em meio à miséria da população mais pobre, via-se, paradoxalmente, o surgimentos de modas,


inovações nos bens de consumo e a formação de uma elite industrial. No final do século XIX,
Londres havia se tornado a capital das finanças e do comércio internacional.
https://www.infoescola.com/historia/consequencias-da-revolucao-industrial/
A nova concepção para a urbanização no século XIX

Os urbanistas utópicos dão origem a uma posição antiurbana e que se opõe à industrialização,
surgindo então as proposta de cidades-jardim.

Howard estabelece os três princípios fundamentais de sua teoria: eliminação da especulação dos
terrenos (deveriam pertencer à comunidade, que os alugaria); controle do crescimento e limitação
da população (a cidade deveria estar cercada por um cinturão agrícola e a cifra ideal da
população seria em torno de 30.000 habitantes) e deveria existir um equilíbrio funcional entre
cidade e campo, residência, comércio e indústria etc.

O modelo das cidades-jardim foi, então, sugerido como uma solução possível a partir dos anos
1890, oferecendo um modelo de vida mais singular, privado e abrangente. No subúrbio ajardinado
de Hampstead, por exemplo, foi dada atenção à criação de uma sensação comunitária e de
vizinhança entre chalés bem localizados, originalmente destinados a misturar todas as classes
sociais.

https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4405055/mod_resource/content/2/urbanismo-historiaedesenvolvimento.pdf
Alternativa ao crescimento urbano de Londres
Baseando-se em grande parte na observação das péssimas condições de vida da cidade liberal,
Ebenezer Howard, em livro publicado originalmente em 1898, propôs uma alternativa aos problemas
urbanos e rurais que então se apresentavam.
Características do campo: Características da cidade:
Howard (1996) fez uma síntese
das vantagens e dos problemas •Falta de vida social; •Afastamento da Natureza;
tanto de um ambiente como de •Beleza da natureza; •Oportunidades Sociais;
outro. •Desemprego; •Isolamento das multidões;
•Terra ociosa; •Locais de entretenimento;
•Matas; •Distância do trabalho;
•Bosques, campinas, florestas; •Altos salários monetários;
•Jornada longa/salários baixos; •Aluguéis e preços altos;
Segundo ele, o inchaço das •Ar fresco – aluguéis baixos; •Oportunidades de emprego;
cidades eram provocadas •Falta de drenagem; •Jornada excessiva de trabalho;
sobretudo pela migração •Abundância de água; •Exército de desempregados;
proveniente do campo. Era, •Falta de entretenimento; •Nevoeiros e seca;
portanto, necessário •Sol brilhante; •Drenagem custosa;
•Falta de espírito público; •Ar pestilento e céu sombrio;
equacionar a relação entre a
•Carência de reformas; •Ruas bem iluminadas;
cidade e o campo. •Casas superlotadas; •Cortiços e bares;
•Aldeias desertas; •Edifícios palacianos;
Alternativa ao crescimento urbano de Londres
Em síntese, a cidade era o espaço da socialização, da cooperação e das oportunidades,
especialmente de empregos, mas padecia de graves problemas relacionados ao excesso de
população e à insalubridade do seu espaço.

Por outro lado, o campo era o espaço da natureza, do sol e das águas, bem como da produção
de alimentos, mas também sofria de problemas como a falta de empregos e de infraestrutura,
além de uma carência de oportunidades sociais.

Ele argumentou que havia uma terceira alternativa, além das vidas urbana e rural, que seria o que
ele chamou de Cidade-Campo (Town-Country). Nessa alternativa, os dois imãs fundiriam-se num
só, aproveitando o que há de melhor em cada um deles, e dessa união nasceria “uma nova
esperança, uma nova vida, uma nova civilização”(HOWARD, 1996, p. 110).

https://urbanidades.arq.br/2008/10/13/ebenezer-howard-e-a-cidade-jardim/
Alternativa ao crescimento urbano de Londres

A chave para a solução dos problemas da


cidade, segundo Howard, era reconduzir o
homem ao campo, através da criação de
atrativos – ou “ímãs” – que pudessem
contrabalançar as forças atratoras
representadas pela cidade e pelo campo.
Alternativa ao crescimento urbano de Londres
O desenho da Cidade - Jardim
O modelo proposto, chamado de Cidade-jardim, deveria ser construído numa área que
compreenderia, no total, 2400 hectares, sendo 400 hectares destinados à cidade propriamente dita
e o restante às áreas agrícolas.

O esquema feito para a cidade assume uma estrutura radial, sendo composto por 6 bulevares
de 36 metros de largura que cruzam desde o centro até a periferia, dividindo-a em 6 partes
iguais.

No centro, seria prevista uma área de aproximadamente 2,2 ha, com um belo jardim, sendo que
na sua região periférica estariam dispostos os edifícios públicos e culturais (teatro, biblioteca,
museu, galeria de arte) e o hospital.

O restante desse espaço central destinar-se-ia a um parque público de 56 ha com grande áreas
de recreação e fácil acesso.

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Alternativa ao crescimento urbano de Londres
O desenho da Cidade-Jardim
Defronte à Quinta Avenida e ao Palácio de Cristal, existiria um conjunto de casas ocupando lotes
amplos e independentes. Mais adiante, estariam os lotes comuns, de cerca de 6,1 x 40m, em
número de 5.500.

A população estaria próxima de 30.000 habitantes na cidade e 2.000 no setor agrícola. Com isso, a
densidade média seria de 200 a 220 pessoas por hectare, o que, de certa forma, contraria a noção
geralmente aceita de que a Cidade-Jardim defende baixas densidades habitacionais.

Entretanto, utilizando o esquema geral de Howard como base, obteve-se uma área total para a
cidade de 416,83 hectares. Para uma população de 30.000 pessoas, portanto, a densidade média
bruta seria de 71,97 habitantes por hectare, o que é bem inferior ao estimado anteriormente.
Calculando apenas a área dos “setores” residenciais (incluindo a Grande Avenida), ter-se-ia
aproximadamente 251,72 hectares, o que daria uma densidade média de 119,18 habitantes por
hectare, que pode ser considerada uma densidade de baixa a média.

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Alternativa ao crescimento urbano de Londres
O desenho da Cidade-Jardim

A Grande Avenida dividiria a cidade em duas partes e


possuiria 128 m de largura. Ela constituiria, na verdade,
mais um parque, com 46,5 ha, e nela estariam
dispostas, em seis grandes lotes, as escolas públicas.
Também nessa avenida estariam localizadas as igrejas
necessárias para atender à diversidade de crenças
existentes na cidade.

No anel externo estariam os armazéns, mercados,


carvoarias, serrarias, etc., todos defronte à via férrea
que circunda a cidade. Dessa forma, o escoamento
da produção e a recepção de mercadorias e matéria-
prima seria facilitado (e barateado), evitando
também a circulação do tráfego pesado pelas ruas
da cidade, diminuindo a necessidade de
manutenção.
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A proposta apresenta um modelo espacial circular,
cuja evolução pode ocorrer por “gomos”. No centro
está um espaço da população, uma praça central da
qual partem vias arborizadas radiais.

Os círculos concêntricos são avenidas numeradas a partir do centro, todas amplas e ajardinadas. A terceira
avenida, maior que as demais, abriga os equipamentos comunitários (escolas, parques infantis, bibliotecas, etc.).
Na periferia ficam as indústrias e entrepostos comerciais, e além deles está o cinturão verde agrícola de
abastecimento. As residências operárias ficam no cerne do espaço urbano, invertendo a lógica do mercado
imobiliário britânico da época.
Alternativa ao crescimento urbano de Londres
As receitas da Cidade-Jardim

Howard concebeu um mecanismo engenhoso para viabilizar a criação e a manutenção de uma


Cidade-Jardim. Inicialmente, um terreno localizado em área rural deveria ser comprado por um
grupo de pessoas, para abrigar a futura cidade.

Esse terreno seria comprado por um preço baixo, compatível com o preço de terras rurais, a partir de
um financiamento. O aumento do número de habitantes nessas terras seria capaz de diluir os juros
do financiamento e de constituir um fundo para ir quitando aos poucos o principal.

Assim, a partir de pagamentos relativamente pequenos, os habitantes da Cidade-Jardim poderiam


quitar a dívida assumida e ainda obter recursos para as ações coletivas necessárias (construção de
edificações públicas, manutenção dos espaços abertos, etc.).

A Cidade-Jardim tentava converter os lucros em ganhos coletivos.


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Alternativa ao crescimento urbano de Londres
As receitas da Cidade-Jardim

Na área rural, a competição natural entre os produtores, as culturas e os modos de produção


deveriam indicar quais produtos seriam cultivados.

Aqueles que conseguissem gerar mais renda se estabeleceriam nos arredores da Cidade-Jardim.
A renda, entretanto, não seria apropriada por um único indivíduo, já que a terra teria sido adquirida
coletivamente.

Os benefícios obtidos em termos financeiros pelo aumento do valor da terra e, como


consequência, pelo incremento da renda fundiária, seriam convertidos em menores impostos e
mais investimentos coletivos.

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Alternativa ao crescimento urbano de Londres
Mecanismo de crescimento

Howard propôs um sistema de cidades que fosse construído dentro de distâncias não muito
grandes. Assim, tão logo a população da primeira cidade-jardim atingisse seu máximo, outra
cidade seria construída em local próximo, cuidando entretanto para que uma área rural fosse
mantida entre as duas. Estas seriam conectadas por estradas de ferro, que se encarregariam de
possibilitar o intercâmbio de mercadorias.

“Precisamos parar de nos deslocar e sermos muito mais enraizados em nossos bairros”, sentencia
Howard. Poder atuar em sua própria residência dá aos cidadãos mais controle sobre suas vidas,
assim como intensifica o uso de todo o estoque de construções. Com mais pessoas ficando em
seus imóveis, há menos necessidade de escritórios. Dessa forma, prédios industriais e comerciais
não utilizados poderiam ser convertidos em moradias, auxiliando a reverter a falta de unidades.

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Barcelona
O caso de Barcelona

O crescimento populacional e a massiva


migração do campo para a cidade fizeram com
que a cidade medieval muralhada de Barcelona
não conseguisse mais suprir a demanda da
população.

A capital da Catalunha estava superlotada,


sofria de epidemias, insalubridade, estando a
ponto de colapsar. Precisava urgentemente de
reformas.

A cidade precisava urgentemente de reformas e a Barcelona de hoje se deve a um plano de


urbanização criado em 1858, denominado de Plano Cerdà, que melhorou a organização da
cidade e trouxe mais qualidade de vida para os moradores fazendo com a cidade se tornasse
exemplo de urbanização.
https://blog.archtrends.com/plano-cerda/?gad_source=1&gclid=EAIaIQobChMI4oqUzcSqggMVwBCzAB2n6Aj7EAAYASAAEgL3PvD_BwE
O caso de Barcelona
Sobre o Plano

O engenheiro e urbanista Idelfonso Cerdá, em 1858, aspirava em criar


uma cidade com ruas largas e espaços verdes.

Sob uma ideologia do "urbanismo humanista", Cerdà estabeleceu


uma estrutura de quadrícula dez vezes a superfície que Barcelona
tinha naquela época e criou um sistema de coleta de água.

O Plano Cerdá, como ficou conhecido o que foi idealizado por


Ildefonso Cerdá, distribuiu o trânsito de maneira equilibrada a
poucos eixos, em que se sobressaem três deles sendo os
principais que cruzam a cidade no sentido horizontal e diagonal

https://blog.archtrends.com/plano-cerda/?gad_source=1&gclid=EAIaIQobChMI4oqUzcSqggMVwBCzAB2n6Aj7EAAYASAAEgL3PvD_BwE
O caso de Barcelona

O plano também prevê a canalização viária a partir de uma retícula urbana formada por ruas largas,
onde, em todos os seus cruzamentos, há chanfros, que permitem a homogeneização do sistema
viário e possibilitam a mudança de direção sem quaisquer problemas.
O caso de Barcelona
Sobre o Plano
(a evolução da cidade com o Plano)

Mapa Medieval – séc. XVI Projeto de Expansão – séc. XIX

https://pt.slideshare.net/ARQ210AN/02-plano-de-expanso-urbana-de-barcelona
O caso de Barcelona
Sua grande sacada para chegar neste resultado foi
desenhar uma malha mantendo a geometria de ruas
paralelas e perpendiculares que unicamente faz
interseção por grandes avenidas principais,
atravessando a cidade de maneira diagonal.

E principalmente incorporava quadras sempre


idênticas e octogonais: seus cantos eram
chanfrados para facilitar a circulação e ventilação.

Além disso, havia também uma grelha de quadras


abertas, ajardinadas e com equipamentos
comunitários, criando espaços semipúblicos e
fornecendo também iluminação e ventilação aos
edifícios, possibilitando, assim, a circulação das
pessoas e o acesso a parques e a praças.

https://inbec.com.br/blog/barcelona-conheca-plano-cerda-tecnologia-subterranea-coleta-lixo
O caso de Barcelona
O projeto inicial permitia que as quadras fossem construídas em apenas dois lados da mesma,
deixando o seu interior de uso público como pequenas praças e parques.

A altura máxima dos


edifícios eram de 16
metros (aproximadamente
4 andares por edifício).

O plano também consistia


que a cada 900 metros
haveria um mercado e a
cada 1.500 metros um
parque, igrejas, cemitério e
hospitais.

Cerdà também previu um


sistema de coleta de água e
uma trama viária para
rodovias e ferrovias.
https://blog.archtrends.com/plano-cerda/
A questão habitacional e a salubridade nas
cidades industrializadas
A questão habitacional e a salubridade nas cidades industrializadas
A questão habitacional constitui uma problemática já antiga da história das cidades. Entretanto,
foi também com a revolução industrial e o processo de urbanização que essa problemática
adquiriu contornos quantitativos nunca dantes delineados.
As cidades que se industrializaram no século XIX não se tornaram
em aglomerados de operários de imediato, mas progressivamente, à medida que as antigas
oficinas foram sendo substituídas por fábricas.

No entanto, os baixos salários e a lógica de mercado aplicada à produção imobiliária urbana


foram responsáveis pela constituição de um quadro de grande precariedade das condições
habitacionais, num contexto de urbanização acelerada.

O século XIX assistiu ao aparecimento das primeiras intervenções de reforma da situação


habitacional. No âmbito não-governamental, podem-se listar as vilas e cidades operárias, as
ações filantrópicas e as experiências das associações de mutuários.

As primeiras cidades operárias serão principalmente as que cresceram, ou surgiram, de


pequenas vilas ou aldeias, junto às minas de carvão, atraindo massas de camponeses em êxodo
para esses novos centros económicos.
https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/09.097/136
A questão habitacional e a salubridade nas cidades industrializadas

As primeiras intervenções
físicas por parte do Estado em
relação à questão habitacional
caracterizaram-se
principalmente pelas ações de
erradicação dos cortiços e de
outros territórios indesejáveis.

https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/09.097/136
A questão habitacional e a salubridade nas cidades industrializadas
Nas cidades industriais inglesas, a população operária comprimia-se em bairros de ruas
estreitas, sinuosas e sujas, tomada de mendigos, prostitutas e desempregados. Relatos da
época destacam o aspecto esfumaçado dos bairros operários, o cheiro nauseante de sujeira e
alimentos estragados e a miséria que tomava conta das ruas.

As casas, geralmente de dois andares e geminadas, abrigavam um grande número de pessoas. O


quarto ficava no piso superior, onde todos se amontoavam para dormir. No andar de baixo havia a
cozinha.
Os banheiros eram fossas, já que não existia rede de esgotos. Eles ficavam fora da casa e
exalavam um cheiro horrível. Em alguns bairros, havia um serviço de limpeza de fossas, cujos
resíduos eram vendidos como esterco aos agricultores, em outros bairros os detritos eram jogados
na própria rua. A água era fornecida em bicas, poços e fontes públicas espalhadas pelas cidades,
ode se formavam longas filas para a população obter o precioso líquido.

A alimentação nas casas dos operários era muito pobre e consistia basicamente em batata,
arenque (tipo de peixe), tripa de animais, orelha de porco e pé de cabrito, acompanhado de
pão. Nessas péssimas condições, diversas doenças, como a cólera e a tuberculose, atingiam
com frequência os trabalhadores e suas famílias.

https://aulasonlinedehistoria.blogspot.com/2015/11/cidades-industriais-e-vida-operaria.html
A questão habitacional e a salubridade nas cidades industrializadas
À medida que a revolução industrial conduzia a um fluxo massivo de população em direção às
cidades e a um número crescente de trabalhadores de classe baixa, tipos de habitação
adicionais estavam sendo criados.

Mas um dos tipos de habitação mais populares eram essa espécie precária de casas geminadas
nas cidades industriais do interior e norte da Inglaterra. O conjunto de casas adjacentes (2 a 3
andares) sugeria um modelo de interiores extremamente pequenos, com quartos individuais
empilhados com menos de 15m².

Elas normalmente apresentavam cozinha e o banheiro no térreo e um ou dois quartos no


primeiro andar. Às vezes, poderiam até incluir um pequeno sótão e quintal. No entanto, não
tinham aberturas ou janelas suficientes, com apenas uma fachada exposta.

As casas geminadas da época abrigavam várias famílias em uma única habitação. Como essas
moradias estavam sendo construídas ao lado de indústrias pelos próprios trabalhadores, muitas
tentativas legislativas foram feitas para proibir sua construção sendo finalmente proibidas em 1909.

https://www.archdaily.com.br/br/959529/evolucao-da-planta-residencial-da-revolucao-industrial-ao-periodo-entre-guerras
A questão habitacional e a salubridade nas cidades industrializadas

O modelo das cidades-jardim foi, então,


sugerido como uma solução possível a partir
dos anos 1890, oferecendo um modelo de
vida mais singular, privado e abrangente.

No subúrbio ajardinado de Hampstead, por


exemplo, foi dada atenção à criação de uma
sensação comunitária e de vizinhança entre
chalés bem localizados, originalmente
destinados a misturar todas as classes sociais.

Eles foram sonhados como comunidades ideais.


A abertura entre o interior e o exterior através de
jardins privados e vistas panorâmicas foi outra
consideração que proporcionou conforto aos
habitantes.

https://caosplanejado.com/londres-a-historia-economica-de-uma-cidade-duradoura/
A questão habitacional e a salubridade nas cidades industrializadas
As experiências do Plano Haussmann
Apoiando o surgimento de uma nova sociedade civil, cada edifício
reuniria várias famílias de diferentes classes sociais sob o mesmo
teto. O segundo andar tinha uma varanda e era reservado para as
famílias mais ricas.
Os apartamentos do 3º e 4º andar foram destinados à pequena
burguesia, enquanto o 5º foi reservado para as classes
populares, assumindo uma varanda menor, por razões estéticas.

O último andar, o "quarto de empregada", era para os


funcionários, com quartos menores e banheiros compartilhados.
Ele tinha acesso direto às cozinhas dos apartamentos do edifício,
a partir de uma escada de serviço.
Por outro lado, no interior, cada apartamento possuía uma grande
antecâmara que conduzia a um corredor que servia as várias
divisões adjacentes da fachada: sala de jantar, sala de estar,
quartos e hall, enquanto os banheiros se localizavam no lado do
pátio interior.
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A questão habitacional e a salubridade nas cidades industrializadas

À medida que nos aproximamos do final do século XIX, evoluía a idéia da necessidade
da produção de moradias para a população carente. Mas o desenvolvimento dos
acontecimentos assumiu contextos bastante díspares dependendo do país em questão.

No cenário europeu, a existência de um forte movimento operário aliado a uma burocracia estatal
de tradição intervencionista fizeram com que o movimento pela reforma social e o planejamento
urbano incorporassem a questão habitacional no cerne de suas preocupações. As políticas
públicas no setor da habitação tomaram corpo principalmente por volta da virada do século XIX
para o XX.

https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/09.097/136
É isso!

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