No dia 11 de março de 2022 compareci ao Pronto Socorro do HC-
FAMEMA e pedi para abrir ficha com meu nome para atendimento, dada a alta demanda da unidade, visto que outros médicos estavam ocupados, resolvi por conta própria realizar o meu próprio atendimento, como não possuíamos login e senha próprio do hospital pois estávamos no começo da residência médica, usei o login e senha do R2 da cirurgia plástica dr Henrique, para solicitar exames laboratoriais e exames de imagem, solicitados para que fossem feitos pelo CRM MS. Como o exame de imagem não poderia ser feito no mesmo dia, fui informado pela secretária do setor de imagem que o exame seria agendado para uma data posterior. Passados alguns dias dr Henrique me liga dizendo que haviam dito para ele que não estariam autorizando que se fizesse o exame de ressonância magnética. Entretanto, ao me dirigir a secretária do setor de Ressonância foi me informado que o exame estava sim marcado e que poderia fazê-lo normalmente. Dito isso, realizei o exame e fui informado pela diretoria da FAMEMA que haveria uma reunião a esse respeito. Compareci a reunião e fui informado que haveria uma indadequação sobre ter-se solicitado exame de alta complexidade a nível de pronto socorro pois o mesmo é alvo de auditoria no SUS e isso prejudicaria o andamento do hospital. Devido a esse fato, recebi uma carta de advertência por realizar “auto atendimento com exames de imagem de interesse próprio sem urgência na unidade de emergência”, fato este que o próprio CFM autoriza a autoprescrição e consequentemente autoatendimento para que seje solicitado qualquer tipo de exame pelo próprio médico. - Processo consulta CFM número 969/2002 https://drive.google.com/file/d/ 1nGjbTSoMa_2KzlgIa1K4_iETweh2XvHU/view?usp=sharing
Fato 02 (Sindicância número 145.078/2022)
- Dia 01 de abril recebi ligação do Pronto Socorro da FAMEMA (Paciente HC 69100) relativo a paciente apresentando fratura nasal discreta, tendo o plantonista sugerido que eu encaminhasse o paciente para o ambulatório de cirurgia plástica pois o mesmo estava bem, o qual foi atendido no ambulatório do dia 05 abril 2022 por minha pessoa. Realmente foi anteriormente informado pela preceptoria da residência médica que todo caso do pronto socorro devesse ser atendido no mesmo e que o caso fosse encaminhado ao conhecimento da preceptoria para adoção de conduta, sendo que todo caso no ambulatório deveria-se ter discutido previamente com a preceptoria antes de se adotar uma conduta. Acontece que apesar de ter havido essas falhas com relação ao andamento do atendimento, em momento algum o paciente foi prejudicado no seu tratamento do ponto de vista médico, pois a fratura nasal pode ser reduzida posteriormente caso o paciente não apresente complicações como hemorragias, obstrução nasal impediditiva de respiração, que foi o caso do paciente em questão, não tendo o mesmo retornado ao ambulatório apesar de ter sido orientado por mim seguimento do atendimento, não configurando portanto infração ao código de ética médica pois o paciente não teve seu tratamento prejudicado, apenas houve uma falha de caráter estritamente administrativa do atendimento do paciente
Fato 03 (Sindicância 163.448/2022)
- No dia 11 de abril 2022 durante o atendimento da paciente Dejanira
paciente com fratura de mandíbula, foi orientado pelo Dr Luis Ricardo que eu informasse aos outros residentes para que se marcasse a cirurgia da Dejanira no dia 22 de abril as 7:00 horas da manhã, e que pelo que foi me dito e entendido que o próprio Dr Luis Ricardo gostaria que se marcasse apenas aquela cirurgia no dia. Nosso meio de comunicação entre os residentes geralmente acontece via Whatsapp através do grupo dos residentes, e a marcação das cirurgias acontece via sistema interno de informática do próprio hospital feito geralmente pelos próprios residentes. Feito isso, cerca de poucos minutos depois dr Luis Ricardo chega aos gritos no consultório, afirmando que eu estava querendo sair mais cedo para casa, que normalmente ele não entrava em conflito com os residentes, mas que no entanto aquilo já estava acontecendo, e caso houvesse outro paciente do pronto socorro que eu não encaminhasse o atendimento para ele de imediato eu sofreria sérias consequências. Acontece que houve apenas um mal entendido, eu havia entendido que dr Luis Ricardo desejaria apenas uma cirurgia no dia, bastava ele ter chegado calmamente e perguntasse o motivo de eu ter escrito no grupo de Whatsapp que o mesmo gostaria de apenas uma cirurgia no dia, e eu prontamente teria esclarecido que se tratava um mal entendido, e teria corrigido a mensagem. Acontece que de maneira nenhuma quis suspender qualquer cirurgia ou prejudicar qualquer paciente, e considero um absurdo tal afirmação.
Fato 04 (Sindicância 163.447/2022)
- Dia 16 de abril 2022 as 02:30h foi solicitado avaliação do paciente Ramiro (HC 691662) ao dr Rogério Armani, também residente da cirurgia plástica, sendo que o mesmo paciente estava internado pela Clínica Médica, com quadro demencial, acamado , desnutrido e com ferida necrosante com secreção fétida em calcâneo que já tinha sido avaliado previamente pela Ortopedia e Cirurgia Vascular, as quais tinham descartado conduta da parte deles. Dr Rogério Armani avaliou o paciente e me disse posteriormente que achava que o paciente não seria propriamente um paciente da cirurgia plástica visto que ao palpar os pulsos distais do membro inferior estes não estavam presentes, e que portanto em virtude disso necessitaria de uma revascularização arterial pois um simples debridamento não resolveria. Em virtude disso dr Rogério Armani contactou a residente da cirurgia vascular explicando o caso, e esta em seguida disse que iria avaliar o caso com preceptor dela. No dia 16 de abril como não houve resposta da solicitação de parecer por parte do dr Rogério Armani, a residente da Clínica médica me liga pedindo parecer de tal paciente. Fui avaliar o paciente vejo ferida em calcâneo com secreção esverdeada, e realizei o debridamento parcial do tecido necrótico sem pedir entretanto conduta a preceptoria, e encaminhei a foto do resultado do debridamento ao dr Luis Ricardo, este orienta curativo com sulfadiazina de prata. Neste intervalo de tempo entre dia 16 e 19 de abril o paciente é avaliado novamente pela residente da cirurgia vascular na companhia do seu preceptor realiza um ultrassom doppler de membros inferiores e constata que todos os ramos arteriais estavam pérveos, e sugere que deva ser realizado novo debridamento do paciente ou que seje feito terapia a vácuo, e assina conduta novamente descartando que o paciente necessite algum procedimento vascular Como era de se esperar já que não foi realizado debridamento completo e pelas próprias condições do paciente a ferida evoluiu com piora do aspecto sendo que a residente da clinica médica me telefona novamente pedindo avaliação no dia 19 de abril. Dr Luiz Antônio afirma que foi orientado a mim por ele e por Dr Luis Ricardo em reunião do ambulatório que o paciente não fosse debridado novamente, entretanto eu desconheço tal afirmação, e atesto que é inverídica, e que caso tivessem me orientado tal conduta eu não teria feito novo debridamento. Terminado as consultas do ambulatório daquele dia dr Rogério Armani me chama para realizar o debridamento do paciente e juntos subimos até o andar para realizar o procedimento, sem conhecimento prévio da preceptoria, entretanto somente eu realizo do debridamento e assino a conduta, já que dr Rogério no momento do debridamento é chamado para realizar outro procedimento e sai do quarto do paciente. Finalizado o debridamento eu encaminho a foto do resultado para dr Luis Ricardo, o qual afirma que não foi orientação dele o debridamento, o que é verdade, mas orienta fazer curativo com sulfadiazina de prata e orienta conversar com dr Luiz Antônio No mesmo dia 19 de abril eu informo o dr Luiz Antônio acerca do debridamento feito , informo a resposta que foi dada pelo Dr Luis Ricardo, e informo que a cirurgia vascular tinha avaliado previamente a paciente descartando patologia vascular e sugerido que fosse realizado novo debridamento ou que fosse feito curativo a vácuo, após isso dr Luiz Antônio discute o caso afirmando já que a cirurgia vascular considerou o tecido viável, não se debrida pois ele cicatriza por segunda intenção, e que a cirurgia plástica não realiza debridamento de úlceras sem que haja uma planejamento terapêutico completo. No dia 27 de abril a clínica médica solicita nova avaliação a respeito do paciente, e informo previamente o caso antes de tomar qualquer conduta ao dr Luiz Antônio dizendo que a ferida havia melhorado o aspecto após último debridamento, mas que ainda existiriam restos de tecido necrótico que ainda precisariam ser debridadas. Sou informado que R2 Kaue iria então pessoalmente avaliar o paciente junto com dr Luiz Antônio. Afirmo nesta avaliação que os debridamentos foram realizados por mim sem conduta prévia a preceptoria, mas visando a melhor prática da medicina pois deixar um tecido necrótico com secreção fétida e sinal de anaerobiose seria perigoso para o paciente, mesmo este sendo acamado, senil e desnutrido, e que dr Luiz Antônio está enganado ao não adotar qualquer conduta com relação ao paciente, pois tecido necrótico é fonte de infecção, que pode evoluir para sepse e morte do paciente, não sendo prudente adotar conduta expectante nesses casos, meu único porém entretanto foi ter realizado tais debridamentos sem ter uma avaliação prévia da preceptoria, mas que a conduta de debridar um tecido necrótico com secreção fétida com sinal de anaerobiose seria tão evidente que no meu entender naquele momento não necessitaria de uma opinião superior pois é um procedimento que aprendemos desde quando somos acadêmicos de medicina e residentes de cirurgia geral.