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Resposta ao Aviso de Advertência

A(o): Instituto Acqua

Em 17 de janeiro de 2022, o diretor clínico Francisco Pimenta Neto


escreveu uma advertência intitulada 'aviso de advertência ao empregado'. A carta se
tratava de uma reprimenda a possível ato lesivo à honra e boa fama do serviço,
colegas de serviço e a pacientes.
Diante do exposto acima, passo a descrever os fatos que ocorreram a partir
do dia 10/01/2022 no meu plantão pela cirurgia geral para análise dos fatos de
maneira objetiva. Durante o plantão supracitado, eu(Wildebert Aires de Sousa/CRM-
MA 5853/RQE:2483) e Dr. Waslei Lima Santos (CRM_MA 8102/RQE:3787) fomos
informados pela regulação do hospital que havia um paciente na uti com quadro
grave e que deveria ser avaliado, o que foi feito prontamente pela equipe de plantão
do dia. Ao chegar à UTI perguntei aos técnicos que estavam no momento qual
paciente se encontrava em estado grave e que precisava de avaliação, e informaram
que era um paciente abordado há 24 horas e que era grave (quadro de sepse
abdominal). Diante disso, informei que era grave mesmo e que a solicitação de pós-
operatório se fez em uti para compensação clínica e que já havia abordagem
programada para o mesmo como consta em boletim operatório do paciente. Antes
mesmo da chegada do médico (Dr. Wagner Magalhães Silva/CRM-MA 8717) que
estava no repouso da uti durante a avaliação do paciente, o colega avaliou o paciente
palpando abdômen e olhando curativo cirúrgico e, na presença do médico assistente
da uti explicou o quadro geral do paciente operado de úlcera perfurada em primeira
abordagem pelo mesmo e que teve uma complicação previsível pelo estado
nutricional que foi deiscência de sutura o que motivou a reabordagem realizada por
mim no dia anterior e que não haveria motivo pra conduta cirúrgica de urgência no
momento. No mesmo momento, o médico assistente da uti retrucou que saia sangue
do orifício dos drenos, o que foi avaliado e visto se tratar de drenagem de secreção
sero-hemática, fato totalmente normal de acontecer em pós-operatório recente de
laparotomia exploradora.
No dia seguinte (11/01/2022), durante meu ambulatório de urologia fui
comunicado por um assistente do mesmo médico que ele havia solicitado nova
avaliação do paciente e respondi que não estaria na função de cirurgião geral naquele
dia e que comunicasse aos colegas Dr Felipe e Dr. Waslei para avaliar o paciente se
realmente não pudesse esperar pela abordagem que aconteceria horas depois. Ainda
durante as minha consultas, o Dr.wagner adentrou ao meu consultório e começou em
tom agressivo a solicitar que eu fosse avaliar o paciente e informei a ele que não
estaria respondendo pela avaliação de paciente de outra especialidade naquele
dia .Ele começou a me relatar que o paciente estava com fezes saindo pela ferida
operatória e começou a bradar indo em minha direção com empáfia dizendo as
seguintes expressões: “ a UTI não aceita seu jeito arrogante” e “ as coisas não vão
ficar assim”. Restou-me, no momento, tentar me controlar e me manter sereno para
realmente as coisas não se desviarem para as “vias de fato” e só me restou ignorar a
situação para que meu dia terminasse em paz naquele momento. Durante o episódio,
me mantive parado e fixo em minha cadeira e em vários momentos senti que as
coisas poderiam realmente terminar de maneira diferente se a enfermeira da uti que
entrou no meu consultório, com o nítido objetivo de conter a sanha dele ao entrar
junto com ele em meu consultório, não o tivesse puxado até a porta, momento em que
ele ainda esbravejava impropérios a mim. Após sua saída, continuei a atender os
pacientes marcados e logo após fui ao centro cirúrgico realizar meus procedimentos e
comuniquei o fato ao Dr. Ivan antes das cirurgias.
No dia 12/01/2022, recebi uma ligação de meu coordenador de escala
perguntando se eu tinha agredido e chamado o colega da uti de “burro” ao qual relatei
o exposto acima que pode ser confirmado por ele. No dia 25/01 recebi do diretor
clínico advertência por escrita por meio do WhatsApp e informei pelo mesmo veículo
que os fatos deveriam ser acareados e se ouvir os dois lados já que não se pode
concluir informações como verdadeiras antes de se dar o direito ao contraditório.
Quantos às acusações de negligência médica afirmada na carta e desrespeito a
colegas e pacientes “apurados”, minha vida de serviço prestado a essa instituição
desde setembro de 2016 e o relato das pessoas e pacientes que realmente me
conhecem como profissional são minhas defesas. Ninguém está imune a dias de
“fúria”, e aos meus erros como profissional peço desculpas e ao meu julgamento
injusto peço defesa.

Cordialmente,

WILDEBERT Aires de Sousa


(Médico Urologista-CRM-MA 5853/RQE:);

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