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188/2018
da OAB - MODELO
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modelo/1180035589
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4 de Junho de 2023
Direito Processual PenalDireito de DefesaInvestigação DefensivaProvimento 188/2018
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realização de diligências investigatórias para instrução em procedimentos administrativos
e judiciais, tendo em vista, ainda, o disposto no artigo 133 da Constituição Federal e na
Lei n. 8.906/1994, além de outras normas aplicadas à espécie,
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princípio do livre exercício das profissões, encontrado no artigo 5º, XIII, Constituição
Federal, como argumento de base constitucional que legitima o uso da investigação
defensiva por parte do advogado; Não se pode olvidar os tratados internacionais
firmados pelo Brasil no plano internacional, dando destaque aos vários instrumentos com
caráter de proteção aos direitos humanos, dizendo ser possível a identificação de uma
segunda fonte que funcione como suporte a defesa técnica; A Convenção Americana de
Direitos Humanos prevê em seu artigo 8º, itens 1 e 2, b, c, d, e, e f, as garantias judiciais
mínimas para o acusado e dali se extrai o direito à atividade probatória, especialmente
quando são assegurados a defesa técnica, o tempo e os meios necessários para
preparação da defesa.
RESOLVE:
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O presente Auto de Investigação Defensiva tem como baliza técnica o Relatório Final [1]
da pesquisa científica intitulada “A Investigação de Homicídios – Construção de Um
Modelo”, encomendada pela SENASP – Secretaria Nacional de Segurança Pública – e
desenvolvida pelo eminente Doutor Guaracy Mingardi [2].
À toda prova, a investigação engendrada pelo Sr. Delegado de Polícia nos autos do
Inquérito Policial n. XXX/2021 se deu no modelo indicado como “real”.
Se chega a essa conclusão por diversas formas, a uma: a demora na chegada das
equipes policiais e a falta de preservação adequada do local de crime; a duas: a
precariedade das perícias realizadas nas cenas de crime faz com que os levantamentos
técnicos sirvam basicamente para definir a dinâmica e atestar a materialidade dos
crimes. Sobre esse tema o autor do estudo nos mostra que “Segundo constatamos nos
inquéritos e nas entrevistas, a perícia, fundamental para a produção da prova técnica,
serve, na grande maioria das vezes, apenas para determinar o que ocorreu, não quem
matou. Ou seja, está muito mais relacionada à materialidade do que à autoria delitiva”
(MINGARDI, 2006); a três: a ausência de comunicação sistemática entre peritos e
policiais responsáveis pela investigação. Os peritos não acompanham as investigações e
não são consultados pelos investigadores para ajudar no esclarecimento dos casos ou
para apontar alguma possibilidade de produção de provas técnicas. A comunicação entre
policiais e peritos se limita a ofícios operacionais; a quatro: os médicos legistas (que não
comparecem aos locais de crime e só realizam os exames necroscópicos nos cadáveres
que lhe são entregues, já lavados e sem roupas, nos Institutos Médicos Legais) não
possuem qualquer interlocução com os peritos de local, ou com as equipes de
investigação; a cinco: mesmo os laudos produzidos pelas equipes médicas e periciais
acabam auxiliando pouco as investigações, uma vez que demoram meses para chegar
às mãos dos delegados; a seis: mesmo no que diz respeito à tomada de depoimentos
de testemunhas, a pesquisa mencionada detectou problemas no modelo indicado como
“real”. Em muitos casos, as investigações deixavam de ouvir pessoas importantes para a
elucidação do caso como, por exemplo, parentes diretos das vítimas, primeiros policiais
que chegaram à cena do crime, ou mesmo testemunhas presenciais dos homicídios,
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apontadas por outros depoentes ouvidos em cartório. Além disso, nos casos
acompanhados pela equipe de pesquisa, a grande maioria dos depoimentos foi tomada
exclusivamente por escrivães, sem o acompanhamento de delegados ou mesmo de
investigadores diretamente envolvidos na apuração dos crimes. Isso resultava em um
sem-número de oitivas precárias e superficiais, conduzidas por agentes que não
possuíam qualquer conhecimento mais aprofundado sobre o fato que estava sendo
apurado.
O modelo dito como “ideal” se utiliza de procedimentos compatíveis com estrutura física
e organizacional das polícias judiciárias do Brasil, justificando o caráter de “possível”
implementação.
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B) Últimos Passos da Vítima:
A partir daí, passa-se à segunda etapa do Método M.U.M.A, que é a construção do perfil
psicossocial detalhado da vítima, bem como de seus últimos passos. Além de tentar
traçar um perfil biográfico da vítima (história e trajetória de vida, perfil psicológico, rede
de relacionamentos afetivos, profissionais e familiares, atividades profissionais, possíveis
desafetos, etc.), as equipes de investigação também precisam reconstituir suas últimas
24 horas de vida, levando em consideração sua rotina, trabalho, interesses, amigos,
inimigos, amores, caráter, etc.
C) Motivação do Crime:
Neste ponto, já deve ter ficado claro que o Método M.U.M.A constitui-se numa técnica ou
procedimento lógico para que a equipe de investigação consiga reconstituir a história do
homicídio de “trás para frente”. No primeiro passo (Mecânica), parte-se do último ponto
da trajetória da vida de uma pessoa, que é a sua morte. Em seguida, reconstituem-se
seus últimos momentos de vida (Últimos Passos), para, finalmente, tentar chegar ao
conflito ou evento que viria a causar sua morte (Motivação). Quando bem respondidos e
reconstituídos, todos esses quesitos oferecem à equipe de investigação elementos
suficientes para configurar a materialidade do delito e, espera-se, para a identidade do
autor do crime (Autoria).
D) Autoria do Crime:
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investigação de homicídios aconselham a avaliar as dinâmicas de “oportunidade” e “meio
utilizado” (RIBEIRO, 2006). Oportunidade consiste basicamente em averiguar qual dos
suspeitos teria tido a oportunidade de cometer o crime em questão. Para tanto, é
necessário verificar os álibis apresentados pelas pessoas investigadas. Por meio desta
checagem, é possível descartar ou reforçar a possibilidade de alguns suspeitos terem
cometido o crime (pelo menos direta e pessoalmente).
DILIGÊNCIAS INICIAIS.
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Levantamento de informações e arrolamento de pessoas que ajudem:
A construir biografia da vítima;
Qualificação;
Últimos movimentos;
Rotina;
Amigos;
Inimigos;
Amores;
Costumes.
Estabelecer linhas de investigação através de:
Histórico da vítima;
Motivos mais prováveis para homicídio na região;
Motivos mais prováveis pelo perfil da vítima;
Relação de inimigos;
Relação de rivais;
Relação de cúmplices.
Entrevistas com testemunhas e informantes;
Interrogatório dos suspeitos;
Levantamento de provas materiais;
Construção da cadeia de evidências (identificação de possíveis pontos de tensão e
conflitos que podem ter relação com o crime; listagem de suspeitos; indicar
oportunidade e meios utilizados).
REFERÊNCIAS INTERNAS
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