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Luis Felipe Schenato e Helena Bussular Marques

INTRODUÇÃO
Conceito:

Ciência que se dedica à prevenção, ao diagnóstico e ao tratamento das alterações


inflamatórias dos tecidos pulpares e periapicais

Etapas do atendimento endodôntico:

Radiografia inicial e diagnóstico:


o Informações adicionais que determinarão o grau de dificuldade do tratamento
e confirmar os dados da anamnese
Anestesia:
o Realizada independente de necrose da polpa
Isolamento absoluto:
o Realizado em apenas um dente com os objetivos de obter o controle
microbiológico, um campo seco, afastamento dos tecidos moles e uma maior
visibilidade e proteção
Abertura coronária:
o Acesso à cavidade pulpar
o Dentes anteriores é realizado por palatina e em posteriores por oclusal
o Ponto de eleição
o Direção de trepanação
o Forma de contorno
o Forma de conveniência
o Limpeza da cavidade
o Formato:
Molares superiores (triangular)
Molares inferiores (trapezoidal)
Incisivos (triangular)
Pré-molares superiores e inferiores (oval)
Localização e exploração dos canais:
o Diâmetro anatômico médio dos canais é de 2mm
Odontometria:
o Determinação do comprimento do dente. Em cima dessa informação se
estabelece o comprimento de trabalho. O tratamento deve ficar 1 mm mais
curto que o forame. Busca pela constrição apical.
Preparo químico-mecânico:
o Remoção propriamente dita da polpa radicular. Parte mecânica é o uso dos
instrumentos para ampliar o canal, desgasta-se internamente o canal,
trazendo o diâmetro anatômico para um diâmetro cirúrgico. A parte química é
a lavagem do canal para tirar os remanescentes de tecido pulpar e partículas
provenientes da raspagem.
Obturação do sistema de canal radicular:

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o Preenchimento do espaço que foi ampliado, que será feito com um material
restaurador até 1 mm antes de terminar a raiz
Proservação:
o Acompanhamento do caso para ver o resultado após 6 meses
Retratamento (se necessário)

ABERTURA CORONÁRIA
É a primeira etapa do tratamento endodôntico propriamente dito. Deve ser sempre
realizada com cuidado por ser um momento crítico que pode comprometer todas as
outras etapas
É a fase operatória do tratamento endodôntico que permite o acesso ao interior da
cavidade pulpar através da remoção do teto da câmara, e a realização de desgastes
compensatórios e extensões suplementares que permitam um acesso direto, amplo e
sem obstáculos à toda extensão dos canais radiculares

Objetivo:

Acesso livre e direto a todas as porções da cavidade pulpar


Visualização da câmara pulpar e seu assoalho
Facilitar as etapas seguintes do tratamento

Requisitos prévios:

Conhecimento da anatomia
Radiografia inicial de boa qualidade:
o Tamanho e localização da câmara pulpar
o Alterações de contorno
o Calcificações
o Números de canais
o Inclinações dentárias
Remoção da cárie
Remoção de restaurações de amálgama ou resina composta defeituosas
Remoção de blocos, coroas e pontes
Isolamento absoluto:
o Aumento de coroa clínica
o Gengivoplastia

Princípios da abertura coronária:

Remoção de todo o teto da câmara pulpar e divertículos que abrigam os cornos


pulpares
Não alterar a anatomia do assoalho da câmara pulpar, pois auxilia na localização

Material / instrumental:

Sonda clínica, sonda modificada, pinça e espelho front surface


Brocas:
o Pontas diamantadas (1011, 1013, 3077, 3080, 3082)
o Brocas carbide (2, 4 e 6)

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o Brocas de aço – baixa rotação (2, 4 e 6)
o Ponta diamantada CA877

Etapas da abertura:

Ponto de eleição:
o É o ponto de partida para o início do desgaste da
estrutura dentária. Sendo determinado por um
ponto na superfície lingual (anteriores) ou oclusal
(posteriores)
Direção de trepanação:
o É a angulação que se deve dar à broca para que esta
atinja a câmara pulpar, devendo levar em conta a
angulação dos dentes na arcada
o Sensação de “cair no vazio”
o Testar com lima 30, se a lima entrar, “trepanou”
Forma de contorno:
o Remoção do teto da câmara pulpar nos dará a forma
de contorno
o O formato da cavidade corresponde à forma da
câmara pulpar de cada elemento dental
o Remover o teto com broca 3082, sempre conferindo
com a sonda para verificar se ainda tem teto na
cavidade
Forma de conveniência:
o É o desgaste adicional que se realiza
para que consiga um acesso direto
aos canais radiculares, sem
interferência de projeções de dentina
o Remoção do ombro palatino nos
dentes anteriores
o Eliminação da convexidade dos posteriores
Limpeza da cavidade:
o A limpeza deve ser feita com hipoclorito

Incisivos superiores:

Ponto de eleição:
o Face palatina
o 1 a 2 mm abaixo do cíngulo
o Quadrilátero central
Direção de trepanação:
o Alta rotação
o Ponta diamantada esférica
o Paralelo ao longo eixo do
dente, até a sensação de
“cair no vazio”

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Forma de contorno:
o Alta rotação
o Ponta diamantada tronco cônica com ponta
inativa (3082)
o Remoção do teto da câmara pulpar,
verificando se há teto com a sonda
o Forma triangular com a base voltada para
incisal
Forma de conveniência:
o Baixa rotação
o Ponta diamantada CA877
o Remoção do ombro palatino
o Lima entra mais reta

Incisivos inferiores:

Ponto de eleição:
o Face palatina
o 1 a 2 mm acima do cíngulo
o Quadrilátero central
Direção de trepanação:
o Alta rotação
o Ponta diamantada esférica
o Paralelo ao longo eixo do dente, até a sensação de
“cair no vazio”
Forma de contorno:
o Alta rotação
o Ponta diamantada tronco cônica com ponta inativa (3082)
o Remoção do teto da câmara pulpar, verificando se há teto
com a sonda
o Forma triangular com a base voltada para incisal
Forma de conveniência:
o Baixa rotação
o Ponta diamantada CA877
o Remoção do ombro palatino
o Lima entra mais reta

Caninos superiores e inferiores:

Ponto de eleição:
o Face palatina
o 1 a 2 mm acima ou abaixo do
cíngulo
o Quadrilátero central
Direção de trepanação:
o Alta rotação
o Ponta diamantada esférica
o Paralelo ao longo eixo do dente, até a sensação de “cair no vazio”
Forma de contorno:
o Alta rotação

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o Ponta diamantada tronco cônica com
ponta inativa (3082)
o Remoção do teto da câmara pulpar,
verificando se há teto com sonda
o Forma losangular (superiores) ou ovalada
no sentido vestíbulo-lingual (inferiores)
Forma de conveniência:
o Baixa rotação
o Ponta diamantada CA877
o Remoção do ombro palatino
o Lima entra mais reta

Pré-molares superiores:

Ponto de eleição:
o Face oclusal
o Centro do sulco mésio-distal
Direção de trepanação:
o Alta rotação
o Ponta diamantada esférica
o Paralela ao longo eixo do dente
levemente inclinada em direção
à raiz mais volumosa, até a
sensação de “cair no vazio”
Forma de contorno:
o Alta rotação
o Ponta diamantada tronco cônica
com ponta inativa, 3082
o Remoção do teto da câmara
pulpar, verificando se há teto
com sonda
o Forma ovalada no sentido vestíbulo-palatino
Forma de conveniência
o Baixa rotação
o Ponta diamantada CA877 em movimentos de “vai e vem” trabalhando a
embocadura dos canais
o Lima entra mais reta

Pré-molares inferiores:

Ponto de eleição:
o Face oclusal
o Centro do sulco mésio-distal levemente para mesial
Direção de trepanação:
o Alta rotação
o Ponta diamantada esférica
o Paralela ao longo eixo do dente, até a sensação de
“cair no vazio”
Forma de contorno:
o Alta rotação

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o Ponta diamantada tronco cônica com ponta inativa,
3082
o Remoção do teto da câmara pulpar, verificando se há
teto com sonda
o Forma circular, levemente deslocada para mesial
Forma de conveniência:
o Baixa rotação
o Ponta diamantada CA877 em movimentos de “vai e vem” trabalhando a
embocadura dos canais
o Lima entra mais reta

Molares superiores:

Ponto de eleição:
o Face oclusal
o Fossa central
o Preservar a ponte de esmalte
Direção de trepanação:
o Alta rotação
o Ponta diamantada esférica
o Paralela ao longo eixo do dente em direção da raiz
mais volumosa, até a sensação de “cair no vazio”
Forma de contorno:
o Alta rotação
o Ponta diamantada tronco cônica com
ponta inativa, 3082
o Remoção do teto da câmara pulpar
verificando se há teto com sonda
o Forma triangular com a base voltada para vestibular
Forma de conveniência:
o Baixa rotação
o Ponta diamantada CA877 em movimentos de “vai e vem” trabalhando a
embocadura dos canais
o Lima entra mais reta

Molares inferiores:

Ponto de eleição:
o Face oclusal
o Fossa central
Direção de trepanação:
o Alta rotação
o Ponta diamantada esférica
o Paralela ao longo eixo do dente
em direção a raiz mais volumosa
até a sensação de “cair no vazio”
Forma de contorno:
o Alta rotação
o Ponta diamantada tronco cônica com ponta inativa, 3082

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o Remoção do teto da câmara verificando se
há teto com sonda
o Forma triangular com base voltada para
mesial quando tiver 3 canais
o Forma retangular quando tiver 4 canais
Forma de conveniência:
o Baixa rotação
o Ponta diamantada CA877 em movimentos de “vai e vem” trabalhando a
embocadura dos canais
o Lima entra mais reta

Erros e acidentes:

Atresia
Nódulos pulpares
Material restaurador ACIDENTES E
Coroas protéticas PERFURAÇÕES
Desconsideração da inclinação do dente na arcada dentária
Uso de brocas de maneira intempestiva

FRATURA DO
STRESS NO
INSTRUMENTO OU
INSTRUMENTO
DESVIO DO TRAJETO

REMOÇÃO
CANAIS NÃO
INEFICIENTE ENCONTRADOS
INSUCESSO

DE TECIDO
TETO ENTRE OS MICRO-ORGANISMOS ESCURECIMENTO DO
INSUCESSO
CANAIS E SANGUE DENTE TRATADO

REMOÇÃO
DENTE
EXAGERADA DE FRATURA INSUCESSO
TECIDO FRIÁVEL

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ASPECTOS ANATÔMICOS DE INTERESSE EM ENDODONTIA
“A câmara pulpar geralmente acompanha a forma da
coroa”
“Os canais têm forma irregular na quase totalidade dos
casos”
“Ramificações são frequentes no terço apical e raras no
terço cervical”

Teoria hemodinâmica:

Vascularização vem de distal para mesial, logo, as raízes


têm tendência de serem distalizadas
Curvas das raízes são geralmente para distal e para
dentro
Os forames estão voltados para distal
“As estruturas vão em direção do aporte sanguíneo”

Considerar a inclinação dos dentes na arcada:

Curvas de Spee e Wilson


Inferiores (raízes para distal e coroas para mesial)
Superiores (raízes para mesial e coroas para distal)
Inclinações mesiodistal e vestíbulo-lingual, respectivamente:

Forma, comprimento e número de canais dos dentes superiores:

Incisivo central:
o Comprimento 21,8 mm
o Número de raízes 1 (100%)
o Número de canais 1 (100%)
o Disposição da raiz reta (75%), vestibular (9,3%), distal
(7,8%)
o Erupção aos 6-7 anos
o Rizogênese aos 10 anos
Incisivo lateral:
o Sulcos proximais

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o Comprimento 23,1 mm
o Número de raízes 1 (100%)
o Número de canais 1 (97%), 2 (3%)
o Curvaturas distal (49,2%), reta (29,7%), palatina (3,9%)
o Erupção aos 8-9 anos
o Rizogênese aos 11 anos
Canino:
o Maior dente em comprimento
o Embolsamentos das raízes (curvaturas na raiz que exigem uma raspagem
maior)
o Comprimento 26,4 mm
o Número de raízes 1 (100%)
o Número de canais 1 (100%)
o Curvaturas reta (38,5%), distal (31,5%), vestibular
(12,8%)
o Curvatura vestibular do ápice
o Instrumentação delicada no terço apical e mais “grosseira nos terços médio e
cervical
Primero pré-molar:
o Comprimento 21,5 mm
o Número de raízes 1 (35,5%), 2 diferenciadas (42%), 2 fusionadas (19%), 3
(3,5%)
o Número de canais 1 (8,3%), 2 (84,2%), 3 (7,5%)
o Erupção aos 10-11 anos
o Rizogênese aos 12-13 anos
o Curvaturas:
Raiz vestibular reta (27,8%), palatina (36,2%),
distal (14%), vestibular (14%)
Raiz palatina reta (44,4%), vestibular (27,8%),
distal (14%)
Segundo pré-molar:
o Comprimento 21,6 mm
o Número de raízes 1 (94,6%) 2 fusionadas (5,4%)
o Número de canais 1 (53,7%), 2 (46,3%)
o Erupção 10-12 anos
o Rizogênese 12-14 anos
o Curvaturas:
Raiz única ou 2 fusionadas reta (37,4%), palatina
(33,9%), baioneta (13%), vestibular (15,7%)
Primeiro molar:
o Raiz mesio vestibular curvada para distal
o Raiz disto vestibular angulada para distal
o C Comprimento 21,3 mm
o Número de raízes 3 diferenciadas (95%), 3
fusionadas (5%)
o Número de canais 3 (30%), 4 (70%)
o 4º canal é chamado de mésio-palatino

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o Erupção aos 6-7 anos
o Rizogênese 9-10 anos
o Curvaturas:
PALATINA MESIOVESTIBULAR DISTOVESTIBULAR
RETA 40% 21% 54%
DISTAL 1,1% 78% 17%
MESIAL 3,2% - 19%
VESTIBULAR 55% - -
BAIONETA - 1% 10%

Segundo molar:
o Comprimento 21 mm
o Número de canais 3 (50%), 4
(50%)

Forma, comprimento e número de canais dos dentes inferiores:

Incisivo central:
o Comprimento 21 mm
o Número de canais 1 (73%), 2 (26,6%)
Incisivo lateral:
o Comprimento 22,3 mm
o Número de canais 1 (84,6%), 2 (15,4%)
Canino:
o Comprimento 25 mm
o Número de canais 1 (88,2%), 2 (11,8%)
Primeiro pré-molar:
o Comprimento 21,6 mm
o Número de canais 1 (66,6%), 2 (31,3%), 3
(2,1%)
Segundo pré-molar:
o Comprimento 22,1 mm
o Número de canais 1 (89,3%), 2 (10,7%)
Primeiro molar:
o Comprimento 21 mm
o Número de canais 2 (8%), 3 (56%), 4 (36%)
Segundo molar:
o Comprimento 21,7 mm
o Número de canais 2 (16,2%), 3 (72,5%), 4
(11,3%)

TABELA NA APOSTILA!!

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RADIOLOGIA EM ENDODONTIA
Repensando a radiologia:

É imprescindível que se visualize com perfeição as estruturas relacionadas à


endodontia
É muito útil tirar máximo proveito de variações de técnicas clássicas
É fundamental interpretar corretamente as imagens obtidas

Visualização das estruturas:

Cuidados com a escolha do filme:


o DF 58 – Velocidade D
o EP 21 P – Velocidade E
o IP 21 – Velocidade maior que E
o Quando maior a velocidade, menor a dose de radiação necessária, porém um
menor processamento é exigido
Cuidados com a tomada radiográfica:
o Testar o tempo de exposição
o Variar conforme a região e paciente
o Direcionar corretamente o rx central
o Distância foco / filme e filme / objeto
Cuidados com o processamento:
o Tempo / temperatura (↓temperatura ambiente ↑tempo de revelador)
o Líquidos de boa qualidade
o Trocar os líquidos com frequência (depende do uso e do tempo em que ele
está exposto na caixa de revelação)
o Seguir indicações do fabricante
o Não usar reveladores rápidos ou líquidos aquecidos
o Tempo excessivo no revelador e/ou fixador levam à perda da imagem
Cuidados com a interpretação:
o Película seca em moldura opaca
o Limitar o campo do negatoscópio
o Ampliar a imagem (lupa), pois muitas imagens relacionadas à endodontia são
muito pequenas
o Analisar a imagem como um todo
o Na dúvida, repetir a radiografia
o Variar o ângulo
Conhecimento da normalidade, das variações anatômicas possíveis e suas
probabilidades:
o Analisar a continuidade das estruturas

Máximo proveito de técnicas clássicas:

Quais técnicas?
o Periapical:
Variação do ângulo vertical:
Imagem ideal
Encurtamento (quando o ângulo vertical é maior que o
necessário)

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Alongamento (quando o ângulo vertical é menor que o
necessário)
Técnica de Le Master (princípio do paralelismo – O objetivo é
diminuir o ângulo vertical para que a incidência passe por
baixo do processo zigomático, diminuindo o efeito da projeção
do processo sobre os ápices)
Existem 2 maneiras de evitar a projeção do processo
zigomático – técnica de Le Master ou técnica de Le Master +
técnica de Clark
Na técnica de Clark, se a incidência for mésio, o processo é
“jogado” para distal, ser for disto, o processo é “jogado” para
mesial
Variação do ângulo horizontal:
Orto-radial
Mésio-radial
Disto-radial
Técnica de Clark – O objetivo é variar o ângulo horizontal para
verificar o que está atrás
Incidências ideais:
Dentes com 1 canal (incisivos superiores) – Orto-radial
Incisivos inferiores com 2 canais – Mésio-radial
Pré-molar superior com 2 canais – Mésio-radial
Molar superior com 3 canais – Orto-radial
Molar superior com 4 canais – Orto-radial e disto-
radial (canal mésio-palatino)
Pré-molar inferior com 2 canais – Mésio-radial
Molar inferior com 3 canais – Disto-radial
Molar inferior com 4 canais – Disto-radial ou, se
necessário, uma mésio-radial para os canais distais e
uma disto-radial para os canais mesiais
o Interproximal:
Cárie
Relação restauração/contorno
Relação teto/assoalho
Presença de nódulo pulpar
o Oclusal:
Extensão vestíbulo-palatina
o Telerradiografias:
Lateral ou perfil
Panorâmica
PA da cabeça

Interpretação das imagens:

Fidelidade dimensional:
o Estatística (medir o dente e imagem radiográfica)
o Definição da imagem
o Relação crista-esmalte
o Definição da crista óssea interproximal

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Forma da raiz:
o Circular
o Oval
o Riniforme
o Oitoide
o As vezes a forma da raiz pode dar uma falsa ideia de que existem mais canais
do que realmente tem
Número de canais:
o 1, 2, 3 ou 4
o Análise da quantidade de linhas radiolúcidas
o Ligamento periodontal – linha radiolúcida semelhante aos canais
Número de raízes:
o Contorno radicular
o Imagem do canal
o Centralização da raiz
o Estatística
Mésio ou disto-radial?
o Cúspides dos pré-molares superiores ( de altura – vestibulares mais altas)
o Nitidez das estruturas (↑nitidez do lado que vem a fonte de radiação)
o Asas do grampo (palatina acompanha a fonte)
o Pontos de contato (pontos mais definidos do lado da fonte)
o Raízes dos molares superiores (Sobreposição ou não)
o Instrumentos diferentes nos canais
o Tudo que está no lado palatino será “puxado” para o lado da fonte de radiação

Uso da radiografia em endodontia:

Diagnóstico:
o Identificação de patologias
o Determinação da anatomia pulpar e radicular
Radiografias operatórias:
o Inicial
o Odontometria
o Prova do cone
o Comprovação da obturação
o Final
Acompanhamento:
o Identificação de novas patologias
o Avaliação da cura
o Radiografia de localização e rastreamento

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ANATOMIA APICAL, ODONTOMETRIA E LIMITE DE TRABALHO
Etapas do tratamento endodôntico:

Abertura coronária
Localização e exploração dos canais radiculares
Acesso radicular
Odontometria
Preparo químico mecânico
Obturação

Importância de uma odontometria correta:

A partir da odontometria, todas as outras etapas do tratamento são realizadas com


base nos dados obtidos nela
Instrumentação aquém:
o Bactérias vão permanecer dentro do dente, se proliferar e levar ao insucesso
do tratamento (abcesso)
Instrumentação além:
o Resulta numa pericementite apical, dor e desconforto

Considerações anatômicas do ápice radicular:

Dificilmente tem uma coincidência entre a saída do forame e o ápice radicular


Além do forame principal, estão presentes foraminas
Pode existir um delta apical e não um forame único
A lima fica restrita ao canal e ao forame principal
Canal cementário:
o Cone justaposto ao canal dentinário
o A instrumentação e obturação deve preencher o canal dentinário e não deve
passar para o cementário, ou seja, devemos parar na junção cemento-dentina
o Distância entre o canal cementário e o dentinário é de 0,5mm nos jovens e de
0,7mm em adultos
Quando o instrumento chega no vértice radiográfico devemos recuar 1mm (0,5mm do
desvio lateral do forame + 0,5mm do canal cementário)

Odontometria:

Requisitos básicos:
o Precisão, rapidez, segurança nos resultados e facilidade de confirmação
Método sinestésico:
o “Ai menos um”
o Introduzir a lima no dente do paciente e quando ele dizia “ai”, o dentista
recuava 1mm
Método radiográfico:
o Fatores desfavoráveis:
Falta de coincidência do forame apical com o ápice radicular na
maioria dos dentes
Variação da distância entre essas entidades anatômicas
Curvatura da porção apical radicular, voltada em grande parte dos
casos para a região vestibular ou lingual

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Sobreposição de estruturas anatômicas
o Técnica de Bregman – Plano oclusal:
𝐶𝐴𝐷
𝐶𝑅𝐷 = 𝐶𝑅𝐼 .
𝐶𝐴𝐼
CRD comprimento real do dente
CRI comprimento real do instrumento
CAD comprimento aparente do dente
CAI comprimento aparente do instrumento
o Técnica de Ingle – Ápice radiográfico:
Medir o dente na radiografia de diagnóstico, comparar com valores de
comprimento médio dos dentes
Subtrair 3mm da medida obtida para compensar possíveis distorções
da radiografia
Transferir essa medida para uma lima com um cursor
Introduzir a lima no canal radicular, encostando o cursor no bordo de
referência oclusal, realizar nova radiografia
Medir o espaço entre a ponta da lima e o ápice radiográfico na nova
radiografia
Adicionar ou diminuir este valor à lima, se este valor for maior que
2mm fazer uma nova radiografia para confirmação do valor, se a lima
ultrapassar o forame reposicionar e radiografar sempre
Comprimento real do dente (CRD) será obtido por meio do
comprimento do instrumento somando ou diminuindo a diferença
constatada e medida na radiografia
O comprimento de trabalho (CT) é o CRD - 1mm
Cuidados a serem tomados:
Angulação vertical correta nas radiografias, evitar
alongamentos e encurtamentos
Angulação horizontal correta nas radiografias (em dentes com
mais de um canal, aplicar a técnica de Clark para visualização
de todos os canais)
Processamento correto da radiografia
Observar a radiografia com lupa e negatoscópio
Cursor paralelo e fixo ao longo eixo da lima
Ponto de referência que não se perca durante a realização de
todo o tratamento
Se necessário, durante o preparo químico mecânico confirmar
a odontometria com nova radiografia
Anotar todos os dados na ficha clínica do paciente
Método eletrônico:
o Primeira referência ao uso do aparelho elétrico para mensuração do canal
radicular Custer (1916)
o Estudos iniciais Suzuki (1942)
o Localizadores apicais do tipo resistência:
Foi inicialmente baseado no princípio de que a resistência elétrica
entre a membrana da mucosa oral e o ligamento periodontal é
constante em cada indivíduo

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Causava polarização quando se fechava a corrente gerava dor e
prurido
Ineficaz em canais com umidade, porém apresentou resposta positivas
em canais completamente secos
o Localizadores apicais do tipo impedância:
Corrente alternada
Não ocorre polarização não há dor no paciente
Ineficaz em canais com umidade
o Localizadores apicais do tipo frequência-dependente:
Duas frequências alternadas
Apresentou respostas positivas em canais úmidos, com tecido pulpar,
sangue, pus, hipoclorito
Não tolera líquido na câmara pulpar
o Indicação:
Situações rotineiras do tratamento endodôntico
Para detecção de perfurações, fraturas e reabsorções radiculares
Para acompanhamento do comprimento de trabalho durante o
processo de limpeza e modelagem de canais curvos (odontometria
dinâmica)
Pacientes gestantes (radiografias)
Pacientes que apresentam ânsia de vômito durante as tomadas
radiográficas
Sobreposição radiográfica de estruturas anatômicas na região apical
dos dentes em tratamento endodôntico (processo zigomático,
assoalho da fossa nasal e do seio maxilar)
Sobreposição de canais radiculares localizados no plano de incidência
do feixe de raios X (vestíbulo-lingual)
o Contraindicação:
Em dentes com formação apical incompleta ou com processo de
reabsorção apical avançado, diagnosticados na radiografia inicial
Em pacientes portadores de marcapasso cardíaco
o Vantagens:
Indica com precisão a junção cemento-dentinária
Menor tempo para a obtenção do comprimento de trabalho
Não sofre interferência das estruturas anatômicas adjacentes ao dente
Fácil manipulação
Precisão, quando corretamente operado
Não apresenta risco à saúde do pessoal envolvido no ambiente
odontológico
Pode ser usado para dirimir dúvidas de uma medida realizada por
outros métodos
o Cuidados durante o uso:
Baterias novas
Verificar se a lima não está tocando em restaurações metálicas
Verificar se o eletrodo do lábio não está encostando em alguma
restauração metálica
Conhecer o aparelho

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Limite apical de trabalho:

Biopulpectomia:
o 1 a 2 mm do ápice radiográfico
Necropulpectomia sem lesão apical:
o 1 mm do ápice radiográfico
Necropulpectomia com lesão apical:
o 0,5 a 1 mm do ápice radiográfico

ANATOMIA DO ASSOALHO DA CÂMARA PULPAR


Observações:

Lei da centralização:
o A câmara pulpar está sempre no centro do dente na altura do colo anatômico
Lei da concentricidade:
o As paredes da câmara pulpar são concêntricas com o contorno da raiz/coroa
na altura do colo anatômico
Lei do colo anatômico:
o O colo anatômico é a mais confiável referência para localizar a posição da
câmara pulpar
Câmara pulpar x coroa:
o A câmara pulpar se localiza no centro da coroa na altura do colo anatômico
o A distância da superfície externa da coroa até a parede da câmara pulpar
equivalente é a mesma em todas as superfícies
Características do assoalho da câmara pulpar:
o O assoalho da câmara pulpar é sempre mais escuro que a dentina
circunjacente, esta diferença de cor cria uma linha de diferenciação do
assoalho com a dentina circunjacente
o Os dentes que possuem assoalho são aqueles com mais de 1 canal
o Os orifícios de entrada dos canais estão sempre na união do assoalho com as
paredes da câmara pulpar
o Os orifícios de entrada dos canais estão geralmente nos ângulos do assoalho
da câmara pulpar
o As linhas de desenvolvimento da fusão radicular são mais escuras que o
assoalho da câmara pulpar
o Essa fusão ocorre em toda raiz que durante a rizogênese tem 1 canal e depois
passa a ter 2
o A linha de fusão radicular vai de vestibular a lingual
o No meio existe uma linha que vai de mesial até distal
o Dentina de reação ou calcificações são geralmente mais claras do que o
assoalho da câmara pulpar, e geralmente encobrem a entrada dos canais e o
próprio assoalho
o Para todos os dentes com exceção dos molares superiores:
Lei da simetria:
Se uma linha estiver marcada no assoalho na direção mésio-
distal, os orifícios dos canais estão em seus extremos, de
forma equidistante e perpendicular a ela

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Lei da localização do orifício 1:
o Os orifícios dos canais estão sempre localizados na união do assoalho com as
paredes da câmara pulpar
Lei da localização do orifício 2:
o Os orifícios dos canais estão sempre localizados nos triedros formados pelo
assoalho com os planos de duas paredes adjacente a câmara pulpar
Lei da localização do orifício 3:
o Os orifícios dos canais estão sempre localizados no término das linhas de
desenvolvimento da fusão radicular
Molares inferiores:
o Câmara pulpar variando de retangular a quadrada
Molares superiores:
o Câmara pulpar variando entre triangular, retangular e trapezoidal
Regra:
o Quanto maior for a diferença da reta que sai do canal palatino e vai até o
mésio-vestibular, comparada com a distância da reta que vai do canal palatino
ao canal disto-vestibular, maior a chance do dente possuir 4 canais, pois o lado
mesial vai ser maior

Exploração de canais:

Câmara pulpar repleta de líquido irrigador


Encurvar a ponta da lima
Introduzir a ponta da lima na entrada do canal
Preencher a câmara pulpar
Aprofundar um pouco a lima
Largar a lima
Observar a direção da lima
Repetir largar e observar
Movimentos de cateterismo (vai e vem) com pressão apical respeitando a direção da
lima
Movimentos suaves e firmes
Se encontrar resistência, retirar a lima, refazer a curvatura apical e procurar o caminho
correto
Se não encontrar o caminho correto, radiografar

INSTRUMENTOS ENDODÔNTICOS
Tipos:

Limas
Brocas
Instrumentos manuais
Instrumentos para obturação
Equipamentos

18
Padronização:

Cabo:
o Desenvolvido para ter o formato da “pega” do dedo
o Comprimento 11 mm
o Nele estão escritos o formato e o diâmetro da lima
Haste:
o Parte que vai do cabo até a parte cortante da lima
o Variável – define os comprimentos das limas (21,
25 e 31 mm)
Parte ativa:
o Sempre terá 16 mm
Conicidade:
o 0,02 a 0,12 mm/mm
o Aumento de 0,02 a 0,12 mm de diâmetro a cada milímetro que se caminha em
direção ao cabo do instrumento
o O último milímetro do comprimento da lima terá o diâmetro indicado no cabo
do instrumento, a partir disso, o diâmetro vai aumentando conforme
aproxima-se do cabo
Diâmetro:
o Vai de 0,06 mm a 1,40 mm
o Série especial 06 a 10 (sobe de 0,02 em 0,02 mm)
o 1ª e 2ª série 10 a 60 (sobe de 0,05 em 0,05 mm)
o 3ª série 60 a 140 (sobe de 0,1 em 0,1 mm)
Cor:
o 1ª série: o 2ª série: o 3ª série:
15 45 90
20 50 100
25 55 110
30 60 120
35 70 130
40 80 140

o Serie especial:
10 – Roxa
08 – Cinza
06 – Rosa
Numeração:
o 06 a 140, divididas em 4 séries
Guia de penetração:
o Serve de guia, facilita a penetração do instrumento
o Ativa:
Possui ângulo de transição (passagem da guia para a hélice da
lâmina), que pode ser de 15° a 75°
Tem corte na ponta
o Passiva:
Sem ângulo de transição e sem corte

19
Secção transversal:
o Quadrangular
o Triangular
o Losangular
o Circular
o Triplo “U” ou “S”
o Uma lima triangular tem menos massa do
que uma quadrangular, sendo assim, uma
lima mais flexível
Ângulo de corte:
o Ângulo de incidência da superfície cortante sobre a parede do canal
Espaço entre as espiras:
o É o espaço entre cada espira do
instrumento
o Espiras mais juntas geram maior
capacidade de corte (trabalho em
movimento de limagem para raspar)
o Espiras mais separadas tem menor
capacidade de corte (trabalho em
movimento de giro para alargamento
Ângulo helicoidal:
o É o ângulo de inclinação da hélice, formado entre o eixo
longitudinal do instrumento e a hélice, ou seja, a superfície
cortante

Limas:

Classificação:
o Grupo I:
Limas rabo-de-rato
Alargadores
Limas tipo K
Limas Hedström
o Grupo II:
Limas manuais flexíveis
o Grupo III:
Instrumento rotatório desenvolvido em peça única para o uso intra-
canal. Conexão, haste e parte ativa fazem parte de uma única unidade
Limas rabo-de-rato:
o Conicidade 0,015mm/mm
o Comprimento da parte ativa de 9 a 10,5mm
o Farpas mais arredondadas e baixas
Extirpador pulpar
o Conicidade 0,007mm/mm
o Comprimento da parte ativa 9 a 10,5mm
Limas tipo K:
o Aço inoxidável
o Torcidas
o Secção quadrangular

20
o Menor distância entre espiras
o Guia de penetração ativa
o Baixa flexibilidade
o Movimentos variados
o No cabo dessas limas o quadrado é “vazado”
Limas Hedström:
o Aço inoxidável
o Usinadas
o Secção circular
o Cones superpostos
o Guia de penetração inativa
o Pouca flexibilidade
o Movimento de limagem
o Utilizada para remoção de guta-percha em situações de retratamento
Limas flexíveis:
o K-flex:
Aço inoxidável
Torcidas
Secção losangular
Guia de penetração ativa
Maior flexibilidade
Movimentos variados
o Flex-R:
Aço inoxidável
Usinadas
Secção triangular
Primeira lima com guia de penetração inativa
Média flexibilidade
Movimentos variados
o Flexofile:
Aço inoxidável
Torcidas (33 voltas)
Secção triangular
Guia de penetração inativa
Ótima flexibilidade
Movimentos variados (alargamento, força balanceada e limagem)
Eficiência de corte x Secção transversal x Flexibilidade
↑eficiência de corte ↓volume ↑flexibilidade
No cabo dessas limas o quadrado é “preenchido”
o Golden Mediums:
Série especial das limas flexofile, em calibres intermediários para
facilitar a troca de limas em canais atresiados
o Nitiflex/Sureflex:
Necessidade de instrumentos mais flexíveis liga de níquel-titânio ou
Nitinol
Liga de níquel/titânio
Usinadas

21
Secção triangular
Guia de penetração inativa
Alta flexibilidade
Baixo módulo de elasticidade
Movimentos de alargamento

Instrumentos movidos a motor (contra ângulo convencional):

Brocas Gates-Glidden:
o Parte ativa em forma de chama
o Haste cilíndrica
o Comprimentos de 28 e 32 mm
o Numeração de 1 a 6 (50 a 150)
o Guia inativa
o Identificação dos comprimentos pelos “sulcos”
o Indicação:
Acesso radicular
Corte da obturação
o Cuidado:
Perfurações
Brocas de Largo:
o Comprimentos de 28 e 32 mm
o Numeração de 1 a 6 (70 a 170)
o Guia inativa
Compactadores de Mc Spadden:
o Permite uma obturação
homogênea
o Deve ser utilizado girando no
sentido horário
o Usado a 4mm do
comprimento de trabalho
o Entra com movimentos de
bicada e sai arrastando na
parede, se não arrastar a
obturação sai junto
Lentulo:
o Utilizada para colocação da medicação
intra-canal
o É uma “molinha”

22
SOLUÇÕES AUXILIARES DA INSTRUMENTAÇÃO E IRRIGAÇÃO
Qual etapa utilizamos as soluções auxiliares?

Preparo químico mecânico:

QUÍMICO IRRIGAÇÃO
PREPARO
QUÍMICO
MECÂNICO INSTRUMENTA
MECÂNICO
ÇÃO

o Meio físico movimento hidráulico


o Meio químico ação química das soluções

Objetivos:

Controle de possível infecção


Remoção de sangue da câmara pulpar e dos túbulos dentinários
Remoção da matéria orgânica e inorgânica do sistema de canais radiculares
Neutralização do conteúdo tóxico
Ação lubrificante

Propriedades ideais de uma solução irrigante:

Capacidade de limpeza
Ação solvente
Baixa tensão superficial
Ação antimicrobiana Quando SEMPRE!!
Capacidade umectante
Ser insípido, inodoro e
usar? (durante todas as etapas,
abundantemente)
incolor
Baixo custo
Ação descolorante HIPOCLORITO é a solução que
Tolerância tecidual reúne o maior número de
Ação desodorizante vantagens na sua utilização

Classificação das soluções:

Compostos halogenados (hipoclorito de sódio)


Compostos tensoativos (detergentes)
Compostos quelantes (EDTA)
Peróxidos (água oxigenada em diferentes concentrações ou peróxidos de ureia)
Ácidos (ácido fosfórico)
Associações e misturas
Outras soluções

Compostos halogenados:

Hipocloritos:
o Propriedades:
Dissolve tecidos orgânicos
Saponifica gordura

23
Neutraliza produtos tóxicos
Potente clareador
Potente ação antimicrobiana
Se usado em baixas concentrações não é tóxico
o Tipos:
Líquido de Dakian NaOCl a 0,5% neutralizado por ácido bórico
Solução de Milton NaOCl a 1% estabilizada por cloreto de sódio (é a
utilizada)
Solução de Labarraque NaOCl a 2,5%
Soda clorada NaOCl a 5%
o Manipulação e armazenamento:
Vidro âmbar em locais longe da luz por períodos não muito longos
o Reações:
NaOCl + H2O NaOH + HOCl
Saponificação (ácido graxo + hidróxido de sódio sabão + glicerol)
Neutralização de aminoácidos (aa + hidróxido de sódio sal + água)
Cloraminação (aa + ácido hipocloroso cloramina + água)
NaOH (hidróxido de sódio) dissolução de tecidos orgânicos
HOCl (ácido hipocloroso) cloro (desodorizante); oxigênio (clareador
e antimicrobiano)
Cloraminas interferem no metabolismo celular, oxidação
irreversível de enzimas bacterianas
o Considerações:
É o irrigante de escolha
Efetivo agente antimicrobiano
Solvente do tecido orgânico
o Volume:
É considerado mais crítico para desinfecção do que a concentração
Frequente uso de grandes volumes compensa a baixa concentração
Usar pelo menos 50ml por canal
o Desvantagens:
Toxicidade
Não é efetivo contra E. faecalis
Não é efetivo em baixa concentração
Não tem substantividade, descolore e corroe
Odor e sabor desagradáveis
Não é efetivo na remoção de smear layer (tecido inorgânico)
Clorexidina:
o Propriedades:
Agente antimicrobiano eficaz frente as bactérias gram + e –
Biocompatível
Alta substantividade porém não atua sobre a parte orgânica nem da
bactéria nem do hospedeiro
Não dissolve resto de polpa, resto de tecido dentinário
Ruptura da membrana citoplasmática

24
Compostos tensoativos:

Os tensoativos também são conhecidos como detergentes


Tensão superficial baixa por haver equilíbrio de forças de repulsão e atração pela água
Baixando a tensão de outros líquidos
Molha rapidamente toda a superfície a ser limpa (poder de umectação)
Limpa, mas não dissolve, não faz desinfecção

Compostos quelantes:

Sequestra íons metálicos ou íons cálcio da dentina, um dos agentes quelante é o EDTA
Degradam parcela inorgânica da dentina
Ação sobre a dentina efeito descalcificante
Indicações:
o Irrigação final (remoção da smear layer)
o Canais atrésicos
A presença ou ausência de smear layer pode influenciar a adaptação da obturação
final
Quando a smear layer é removida, o cimento obturador é capaz de penetrar nos
túbulos dentinários
Melhora o selamento
Abrir os túbulos dentinários expõe microrganismos

Peróxido de hidrogênio:

Liberação de oxigênio nascente


Técnica de Grossman
Clareamento interno
Não é mais usado como substância auxiliar na instrumentação

Associações:

Detergentes com quelantes:


o EDTAC – Cetlavon (diminui a tensão superficial)
o EDTAT – Tergentol (diminui a tensão superficial)
Detergentes + ácido cítrico + tetraciclina:
o MTAD – propriedade antibacteriana, pouca citotoxicidade
Quelante + veículo cremoso:
o RC-Prep – Peróxido de ureia + EDTA + Carbowax + NaOCl a 5%
o ENDO-PTC – Peróxido de ureia + tween 80 + Carbowax + Dakin
Peróxido + halogenados:
o Técnica de Grossman
Não se usa mais essas associações dentro do canal

Outras substâncias:

Água de cal:
o Serve como agente hemostático, mas não é agente de limpeza, nem
antimicrobiano, o hipoclorito de sódio também é hemostático, então é mais
utilizado

25
Soro fisiológico:
o Não tem indicação no tratamento endodôntico
Água destilada:
o Se estéril, pode ser usada em associação com o hipoclorito quando em alta
concentração para diluir, mas a ação dela é igual à do soro (só lava por
movimentação de líquido, não tem atuação química nenhuma)

O que usar?

Hipoclorito de sódio a 1% ou 5% (durante todo o tratamento)


EDTA a 17% (irrigação final)

Irrigação:

Definição:
o Irrigar é o ato de limpar um campo operatório, e mais especificamente o
sistema de canais radiculares, pela movimentação e renovação frequente de
líquido em sua superfície/interior
Objetivo:
o Movimentar, dispersar ou solubilizar partículas teciduais ou estranhas
o Conservar úmidos os tecidos
o Reduzir os microrganismos progressivamente (degermação)
o Facilitar contato de fármacos
Técnicas:
o Irrigação simples (sem aspiração, pouco efetiva)
o Irrigação gasógena (associação de peróxido de hidrogênio e hipoclorito de
sódio – tem muitos inconvenientes)
o Irrigação com aspiração (a mais utilizada):
Aspiração positiva:
Cânula aspiradora na câmara ou na entrada da câmara
Cânula injetora dentro do canal
Técnica indicada como rotina
Aspiração negativa:
Cânula injetora na câmara ou na entrada da câmara
Cânula aspiradora dentro do canal
Técnica indicada para casos de forame amplo, lesões extensas
ou problemas prévios
Vantagem:
Diminui o risco de extrusão
Melhor limpeza do terço apical
Aspiração absoluta:
Descompressão dos terços apicais (gotejar líquido na câmara
pulpar)
Secagem do canal
Dispositivos geradores de pressão:
o Seringas Lüer-Lock
o Seringas Carpule
o Aparelhos para irrigação
Cânulas injetoras:
o Agulhas para Carpule

26
o Agulhas hipodérmicas
o “A remoção de partículas é proporcionada pela turbulência/refluxo do líquido
irrigador”
o As cânulas de 25 ou 30 mm são as ideais
o A cânula irrigadora tem que chegar o mais próximo possível do terço apical
o Não pode travar a cânula dentro do canal, precisa ter movimento de vai e vem
para acontecer o refluxo
o A oclusão da luz do canal, possível em canais circulares, torna viável o refluxo,
obriga o líquido comprimido pela pressão sobre o embolo a se deslocar para o
periápice
Fatores que influem na eficácia da irrigação:
o Agitação
o Temperatura (aumenta a efetividade com o aumento da temperatura)
o Armazenamento
o Volume empregado (quanto mais volume melhor)
o Renovação
o Atingir toda extensão do sistema de canais radiculares

PREPARO QUÍMICO MECÂNICO


“O debridamento, a desinfecção e o alargamento são as etapas que compreendem o
preparo químico mecânico do sistema de canais radiculares. A primeira consiste na
remoção do conteúdo do canal seja ele polpa normal, inflamada ou necrosada,
eliminando-se o substrato disponível para proliferação bacteriana. A desinfecção se faz
mecanicamente, pela limagem do canal e quimicamente pela ação de substância
auxiliar da instrumentação e da ação antisséptica da MIC utilizada entre sessões, se
indicada ou necessária. O alargamento do canal é a instrumentação propriamente dita,
é realizado com instrumentos, manuais e/ou mecânicos, que ao desgastarem as
paredes do canal o vão conformando, sendo variável a intensidade do desgaste e a
forma dada ao canal em função do tipo de instrumento e da técnica de
instrumentação empregada”

Porque e para que?

Limpar e desinfetar
Ampliar
Obturar e perpetuar a obturação
Restaurar (mastigar e sorrir)

Stop:

Constrição abrupta separando a porção do canal não ampliada da porção não


preparada ou pouco preparada
Realizado a 1mm do ápice na região do limite CDC

Desafios do preparo químico mecânico:

Confeccionar o stop:
o Retentividade do stop

27
Não retificar:
o Instrumentos colocados em canais curvos tendem a retificar
o canal (exercem mais força para fora da curva no terço
apical, para dentro da curva no terço médio e para fora da
curva no terço cervical)
o Limas mais flexíveis tendem a minimizar as retificações
Não ampliar demais:
o Falta de forma circular do preparo de canais curvos, forma
de gota/oval devido à tendência das limas de retificar o canal
Manter a forma original:
o Deve-se deixar os canais circulares no terço apical
o Forma da secção transversal (circulares no terço apical e com o formato da raiz
no terço médio e cervical)
Limpar reentrâncias
Desinfecção

Sequência clínica:

Abertura coronária
Esvaziamento da cavidade:
o É a remoção do conteúdo orgânico da cavidade pulpar:
Pulpectomia
Saneamento
o Remove em bloco a polpa
o Dilui o conteúdo necrótico
o Biopulpectomia:
Girar lima com ponta encurvada
Girar lima Hedströem
Extirpador pulpar
o Necropulpectomia:
Irrigação eficiente
Hipoclorito de sódio concentrado
Lima fina, agitando até o comprimento provisório de trabalho (CPT)
Odontometria eletrônica
Odontometria radiográfica
Acesso radicular:
o Benefícios:
Melhora a “pontaria”
Evita deslocamento para apical de detritos
Atenua a compactação de detritos
Compensa memoria elástica (retificação)
Mais rápido (corte rápido e maior facilidade)
o Quando realizar?
SEMPRE
Em raras ocasiões não é possível e em canais bem amplos é
dispensável
o Como realizar:
Analisar o canal, testar com limas:

28
Lima 35 vai “bem fundo” (> 19mm) ou até o CT:
Característica de canal amplo, não precisa de acesso
radicular
Lima 35 vai até ½ da raiz (10 – 19 mm)
Lima 6, 8 ou 10 até o CPT (Técnica de Taylor):
Lima 06 e 08 chegam ao CPT
Usar as limas com guia de penetração modificada:
Lima 10 CPT -0,5mm
Lima 15 CPT -1mm
Lima 20 CPT -1,5mm
Lima 25 CPT -2mm
Lima 30 CPT -2,5mm
Lima 35 CPT -3mm
Movimento de alargamento alternado, sem forçar,
recapitulando com lima 8 e irrigando
Depois disso, utilizar as Gates normalmente
Marcar com cursor a profundidade e analisar a direção
Cursor em broca Gates Glidden 2, penetrar até a medida marcada
Usar Gates Glidden 3 e 4 porém usar em alturas menores
o Quais brocas Gates Glidden utilizar?
02 – ILS, 1º e 2º PMS (2 canais), MV e DV de molares superiores, ICI,
MV e VL de molares inferiores
02 e 03 – PMS (1 canal), P de molares superiores, PMI (1 canal), D de
molares inferiores
02, 03 e 04 – ICS, CS, CI e canais a serem preparados para pino
Ampliação reversa (ampliação coroa-ápice):
o Começa com a lima 40 com movimento de alargamento alternado (¼ para
direita ¼ para a esquerda), sempre diminuindo o diâmetro das limas até que
um deles chegue no CPT (o cursor toca na cúspide de referência),
determinando o diâmetro anatômico (DA)
o Ampliação com acesso radicular:
1ª lima que trava abaixo de onde usei a Gates 02 é a 35 ou 40
Usar as limas em movimentos de alargamento alternado em
profundidades crescentes e diâmetros decrescentes (35 30 25
20 15)
Até a 1ª lima chegar ao CPT
o Ampliação sem acesso radicular:
1ª lima trava é a 70 ou 80 (pois não usei a Gates 02)
Usar as limas em movimentos de alargamento alternado em
profundidades crescentes e diâmetros decrescentes (70 60 55
50 45 40 35 30...)
Até a 1ª lima chegar ao CPT
Confecção do stop:
o DA (diâmetro anatômico):
Diâmetro do canal no comprimento de trabalho antes do preparo
químico-mecânico (diâmetro do canal não amplificado)
o DC (diâmetro cirúrgico):

29
Diâmetro do canal no comprimento de trabalho após o preparo
químico-mecânico (fim da ampliação – 30 é o mínimo)
o “O preparo do canal é crucial e é onde a maioria dos problemas clínicos
ocorrem”
o Problemas no preparo:
O stop ficar em forma de gota (retificado)
O stop não ser feito, por conta de um arrombamento do forame
(cuidado na ampliação)
o Curvaturas:
“Quando menor o raio da curva (maior a curvatura do canal), mais
acentuada se torna a força restauradora sobre o instrumento,
aumentando o desgaste da parede externa do canal no terço apical”
Tipo de curvatura:
Curvatura normal
Curvatura contínua
Curvatura em “S” (baioneta)
Nível da curvatura:
Apical
Médio
Cervical
“Quanto mais apical a curva for, pior. Curvas no terço médio
são melhores”
Intensidade da curvatura
o Itens que fazem a diferença na retificação:
Flexibilidade
Secção transversal
Tipo de metal
Guia de penetração
Movimento de ampliação (limagem é o movimento que mais retifica)
o Determinação do diâmetro cirúrgico:
Regra 1 ideal (mínimo):
35 canais e raízes normais (para praticamente todos os canais)
30 canais com curva moderada/acentuada
40 canais retos, raízes amplas
Regra 2 DA + 2:
Obter o mínimo de stop, mas suficiente para apoiar o cone
principal
Juntando as duas regras:
> 25 DC = DA +2
< 25 DC = 35 (mínimo)
Escalonamento regressivo:
o Como fazer?
Movimento de limagem
Usar 3 instrumentos após o DC em CT -1, -2, -3mm...
Chegou ao 55?
Sim Para
Não continua até o 55

30
o menor DC é 30 (escalonando não chega ao 55 continua até o 55)
DC > 40 (escalonando passa do 55 utilizar apenas 3 instrumentos)
Irrigação final:
o Lavagem intensa com 5ml de hipoclorito de sódio, agitando bem e irriga com
mais 5ml de EDTA

MEDICAÇÃO INTRACANAL
“Substância bioativa colocada no interior do canal radicular, entre as consultas
necessárias para a realização do tratamento endodôntico. Auxilia no controle do
processo inflamatório nos casos de biopulpectomia e infeccioso nas
necropulpectomias”

Etapas do tratamento:

A medicação intracanal é feita antes do preparo químico mecânico ou depois dele


Nunca se deve realizar a medicação no meio do preparo químico mecânico

Objetivos:

Eliminar e impedir a proliferação de bactérias que sobreviveram ao preparo químico


mecânico (áreas de istmos, ramificações, reentrâncias e túbulos dentinários
O selamento do canal restaura a atmosfera de anaerobiose e o fluxo de fluidos
teciduais podem sustentar o crescimento de bactérias especialmente anaeróbias
Barreira físico-química:
o Infiltração através do selador temporário
o Fratura do dente
Redução do processo inflamatório:
o Efeito direto Corticosteroides
o Efeito indireto Antibacterianos
Neutralização de produtos tóxicos
Controle do exsudato:
o Inibição da resposta inflamatória
o Ação higroscópica
o Atividade antibacteriana

Quando usar?

Biopulpectomias:
o De preferência não usar, por se fazer em apenas uma sessão não há presença
de bactérias
Necropulpectomias sem lesão:
o Não utilizar
o Nesse procedimento estão presentes bactérias aeróbias na luz do canal
principal, agente irrigante eficiente consegue remover e matar essas bactérias,
então é possível fazer esse procedimento em uma sessão
Necropulpectomias com lesão:
o Utilizar

31
o Bactérias (predominantemente anaeróbias gram +) estão presentes em todo o
sistema de canais radiculares, então utiliza-se a medicação intracanal

Principais medicamentos utilizados:

Corticosteroides / antibióticos:
o Utilizados nas biopulpectomias sem preparo químico mecânico ou por
períodos curtos (até 7 dias)
o “Atenua a intensidade da reação inflamatória provocada pelo ato cirúrgico e
uso de drogas, favorecendo a eliminação da dor pós-operatória e o mecanismo
reparador”
o Otosporin Sulfato de polimixina B + neomicina + hidrocortisona
o Maxitrol Sulfato de polimixina B + neomicina + dexametasona
o Técnicas de aplicação:
Preenchimento do canal com a medicação
Utiliza-se uma seringa e agulha fina,
levando a medicação para o interior dos
canais
Bolinha de algodão
Guta-percha
Restaurador provisório
o Mecanismo de ação:
Diminuem a permeabilidade vascular (por isso diminui a saída das
células de resposta inflamatória)
Diminuem a produção de cininas
Interferem na migração dos neutrófilos
Interferem na fagocitose pelos macrófagos
Bloqueiam a produção de prostaglandinas, tromboxanas, leucotrienos,
prostaciclinas através do bloqueio do ácido araquidônico
o Otosporin:
Preserva a integridade do coto periodontal e tecidos periapicais
Grande poder de penetração
Hidrossolúvel
Fácil aplicação e remoção do interior do canal
Derivados fenólicos:
o Paramonoclorofenol:
Utilizados em necropulpectomias sem o preparo químico mecânico
Associação mais comum:
Cânfora:
Diminui a citotoxicidade
Atua como veiculo
Aumenta a ação antibacteriana
Concentrações (3,5 PMC / 6,5 cânfora ou 2,5 PMC /
7,5 cânfora)
Técnica de aplicação:
Saneamento
Bolinhas de algodão na câmara pulpar
Outras associações:

32
Furacin:
Diminui a irritação
Mantem a ação antibacteriana
Preenchimento do canal
PRP:
Paramonoclorofenol 2%
Veículo soro fisiológico e polietilenoglicol
Mantem a ação antibacteriana
Preenchimento do canal
Mecanismo de ação:
Rompimento da membrana citoplasmática
Desnaturação de proteínas
Inativação de enzimas (oxidases e
desidrogenases)
Liberação de cloro
Derivados aldeídicos:
o Tricresol formalina:
Ação antimicrobiana e fixação tecidual
Mecanismo de ação:
Produtos da decomposição pulpar anidrido sulfuroso,
putrescina, cadaverina, neuridina
Formaldeído atua sobre o anidrido sulfuroso
Tricresol atua sobre as gorduras
Técnica de aplicação:
Em necropulpectomias, com bolinha de algodão na câmara
pulpar antes ou após o preparo químico mecânico por 48 a 72
horas
Contraindicações:
Mutagênico
Carcinogênico
Hidróxido de cálcio:
o Base forte com baixa solubilidade em água e pH aproximado de 12,8
o Principais ações:
Anti-inflamatória:
Ação higroscópica absorção do exsudato, diminuição da
pressão hidrostática tecidual
Redução da permeabilidade vascular diminuição da
resposta inflamatória
Inibição das fosfolipases A e C liberação de ácido
araquidônico inibe a síntese de prostaglandinas
Barreira física:
Impede ou retarda a infecção/reinfecção do canal radicular
por micro-organismos oriundos da cavidade oral
Impede a percolação apical de fluidos teciduais negando
substrato para bactérias residuais
Estimulador de reparo por tecido calcificado:
Adenosina trifosfatase processos de mineralização tecidual
Fosfatase alcalina matriz orgânica

33
Priofosfatase matriz orgânica
Inibição da reabsorção dentinária:
Aumento do pH
Combate do processo infeccioso/inflamatório
Antibacteriana:
Degradação dos ácidos graxos da membrana citoplasmática
das bactérias
Inativação enzimática
Cisão de fitas de DNA bacteriano pelos íons hidroxila
Neutralização de toxinas:
Hidrólise do lipídio A (principal responsável pelos efeitos
biológicos dos LPS) inativando as endotoxinas
Solvente de matéria orgânica:
O pH alcalino hidrolisa e desnatura proteínas
o Veículos:
Não devem interferir no ph
Devem possibilitar a dissociação iônica do hidróxido de cálcio em íons
Ca++ e OH-
Principais veículos:
Aquosos:
Água destilada
Soro fisiológico
Anestésico
Viscosos:
Glicerina
Polietilenoglicol
Propilenoglicol
Oleosos:
PMCC
Óleo de oliva
Qual veículo utilizar?
Os hidrossolúveis, pois permite uma dissociação mais rápida
do hidróxido de cálcio
o Técnica de aplicação:
Usado após o PQM, porque atua por contato, então se não tiver
espaço para colocá-lo ele não chega onde é necessário
Sequencia clínica:
PQM (cria o espaço necessário)
EDTA (abre os canalículos dentinários para a penetração da
medicação)
Hipoclorito de sódio
Secagem
Manipulação da pasta
Colocação com limas, Lentulo ou seringas
Pressão com bolinhas de algodão na câmara pulpar
Selamento com guta-percha e restauração provisória
Permanência da pasta por 7 a 14 dias
o Indicações:

34
Bio e necropulpectomias após o PQM, reabsorções, apicificação
Clorexidina:
o Bisguanida catiônica (pH de 5,5 a 7)
o Propriedades:
Agente antimicrobiano eficaz frente as bactérias gram (+) e (-)
Alta substantividade
Biocompatível
o Mecanismo de ação:
Ruptura da membrana citoplasmática
o Utilizada em concentrações de 0,12 a 2%, em soluções ou gel
o Limitações:
Não tem ação na formação de tecido duro
Não combate LPS
Pastas antibióticas:
o Não existem nas dentais, cada universidade produz a sua

O QUE USAR?
Biopulpectomia antes do PQM OTOSPORIN
Biopulpectomia depois do PQM HIDRÓXIDO DE CÁLCIO
Necropulpectomia antes do PQM PMCC
Necropulpectomia depois do PQM HIDRÓXIDO DE CÁLCIO

Selamento provisório:

Funções:
o Impedir que a saliva e micro-organismos da cavidade oral ganhem acesso ao
canal radicular
o Preservar a efetividade da medicação
Propriedades:
o Estabilidade dimensional
o Bom selamento marginal
o Resistência mecânica

OBTURAÇÃO DO SISTEMA DE CANAIS RADICULARES


“A fase final do tratamento endodôntico consiste em obturar todo o sistema de canais
radiculares, de modo completo e compacto, com agentes não irritantes, com boas
propriedades físico-químicas, com o objetivo de assegurar um selamento mais
hermético, dificultando infiltração, impedindo reinfecção e criando um ambiente
biológico propício para que se processe a cicatrização dos tecidos periapicais”
“De nada adiantarão os cuidados de assepsia, a execução de uma técnica atraumática,
o PQM ideal, se a obturação for defeituosa”
“O selamento que veda a chegada de irritantes à região periapical é conseguido pela
soma da ação da obturação endodôntica e do trabalho restaurador feito a seguir”

Objetivos:

Evitar espaços vazios:

35
o “A principal forma de suprimento de substratos para bactérias remanescentes
em regiões do canal dá-se através da percolação de fluidos oriundos dos
tecidos peri radiculares, via forame apical, e pelo espaço existente entre o
material obturador e as paredes do canal, resultante do selamento apical
inadequado”
o O limite apical da obturação é o mesmo da instrumentação CT
Finalidade antimicrobiana:
o Necropulpectomia:
Evitar a proliferação microbiana no interior do sistema de canais
radiculares (túbulos e ramificações)
Ação bactericida e bacteriostática de alguns cimentos endodônticos
Finalidade biológica:
o “Obturar o canal radicular significa preenche-lo em toda a sua extensão com
um material inerte e antisséptico, obtendo assim o selamento o mais
hermético possível daquele espaço, de modo a não interferir e, se possível,
estimular o processo de reparo apical e periapical, que deve ocorrer após o
tratamento endodôntico radical”

Requisitos do material obturador:

Propriedades biológicas:
o Boa tolerância tecidual
o Ser reabsorvido no periápice
o Ter ação antimicrobiana
o Estimular ou não interferir no processo de reparo
o Não desencadear resposta imune nos tecidos periapicais
o Não ser mutagênico ou carcinogênico
Propriedades físico-químicas:
o Facilidade de inserção
o Plástico na inserção e sólido posteriormente
o Bom tempo de trabalho
o Bom selamento
o Não sofrer contrações nem retrações
o Não ser permeável
o Bom escoamento
o Boa viscosidade e aderência
o pH próximo ao neutro
o Ser radiopaco
o Não manchar as estruturas dentais
o Fácil remoção
o Ser insolúvel dentro do canal
o Passível de esterilização

Materiais obturadores:

Classificação:
o Materiais de estado sólido:
Cones de prata
Cones de guta-percha
Cones de resina

36
o Materiais em estado plástico:
Pastas
Cimentos
Cones de prata:
o Plasticidade insatisfatória
o Dificuldade para remoção
o Sofre corrosão
o Formação de compostos químicos tóxicos
o Tatuagem de mucosa
o Alto custo
Cones de guta-percha:
o Substância vegetal extraída sob a forma de látex
o Composição:
Guta-percha (19 a 20%) nas formas alfa e beta
Óxido de zinco (60 a 75%) confere rigidez e atividade antibacteriana
aos cones
Sulfato de bário (1,5 a 17%) Radiopacidade
Resinas, ceras e corantes (1 a 4%)
o Classificação:
Cones principais ou padronizados:
15 a 40
45 a 80
90 a 140
Cones acessórios, secundários ou convencionais:
XF, FF, MF, F, FM, M, ML, L, XL (Dentsply)
B7, B8, BS, R7, R8, RS (Tanari)
o Vantagens:
Plasticidade
Radiopacidade
Não mancham a estrutura dental
Insolúveis aos fluidos orgânicos
Estabilidade dimensional
Fácil de serem removidos
o Desvantagens:
Pouca rigidez
Deslocado facilmente pela pressão
Pouca adesividade
o Conservação:
Locais frescos e ao abrigo da luz para manter a plasticidade
Exposição prolongada ao ar e à luz os tornam quebradiços
Cones de resilon (resina):
o Polímero sintético termoplástico (poliéster), que contem vidro bioativo,
oxicloreto de bismuto e sulfato de bário
o Apresentam propriedades semelhantes à guta-percha
o Classificação:
Cones principais padronizados:
15 a 40 (com conicidades .02, .04, .06)

37
Cones acessórios, secundários ou convencionais:
XF, FF, MF, F, FM, M
o São indicados como substitutos da guta-percha nas técnicas que associam
cimentos resinosos, buscando um bloco de adesão às paredes do canal
radicular
o Assim, o sistema resilon consiste na associação de cones de resina, um primer
e um cimento à base de resina, com polimerização dual
o Tem demonstrado ser um material biocompatível e não mutagênico
o Se adere às paredes do canal radicular através de tags resinosos
Pastas:
o À base de iodofórmio:
Reabsorvidas no periápice rapidamente ou lentamente quando com
OZE
Fortemente antisséptica
Excelente radiopacidade
Quando extravasada causa irritação
Composição:
Walkhoff:
Iodofórmio (60 partes)
Clorofenol canforado (40 partes)
Mentol (6%)
Maisto:
Iodofórmio (42g)
Óxido de zinco (14g)
Timol (2g)
Clorofenol canforado (3g)
Lanolina anidra (0,5g)
o À base de Ca(OH)2:
Material obturador provisório
Cimentos:
o Óxido de zinco e eugenol:
Exemplos:
Alfacanal
Fillcanal (Grossman/DG)
Trincanal
Pulp canal sealer EWT (Kerr)
Cimento de Rickert / N-Rickert (Inodon)
Cimento de Grossman (Endofill)
Cimento de Wach
Tubli Seal / Tubli seal EWT (Kerr)
Endomethasone (septodont)
N2
Intrafill (SSWhite)
Propriedades físico-químicas:
Tempo de trabalho variado
Escoamento
Radiopacidade
Estabilidade dimensional

38
Plasticidade
Adesão
Solubilidade
Desintegração
Todos são irritantes aos tecidos vivos em maior ou menor
intensidade
Cimento de Grossman / Endofill:
Composição pó:
Protoxido de zinco
Resina hidrogenada
Subcarbonato de bismuto
Sulfato de bário
Borato de sódio
Composição líquido:
Eugenol
Óleo de amêndoa doce
Propriedades físico-químicas:
Tempo de trabalho 24h
Bom escoamento
Boa radiopacidade
Estabilidade dimensional adequada (resina
hidrogenada)
Boa adesividade
Boa capacidade seladora
Pouca solubilidade
Baixa permeabilidade
Plasticidade (subcarbonato de bismuto)
Endomethasone:
Composição pó:
OZE
Acetato de hidrocortisona
Paraformaldeído
Composição líquido:
Eugenol
Propriedades físico-químicas:
Tempo de trabalho
Bom escoamento
Ótima radiopacidade
Boa estabilidade dimensional
Boa adesividade
Boa capacidade seladora
Pouca solubilidade
Propriedades biológicas:
Irritante, citotóxicos
Sem paraformaldeído (30x menos citotóxico e
mesma atividade antimicrobiana)
o Resinas:
Epóxi:

39
AH 26:
Pó:
Óxido de bismuto, pó de prata...
Resina:
Éter de bisfenol A diglicidil
Propriedades físico-químicas:
Boa estabilidade dimensional
Baixa solubilidade
Boa capacidade seladora
Alto escoamento
Tempo de trabalho (7h)
Boa adesividade
Boa radiopacidade
AH Plus:
Pasta A:
Resina epóxica
Pasta B:
Amina adamantana
Propriedades físico-químicas:
Boa adesividade
Boa capacidade seladora
Pouca solubilidade
Baixa concentração
Tempo de trabalho
Bom escoamento
Boa radiopacidade
Boa estabilidade dimensional
Topseal
Diaket
Metacrilato:
Epiphany, Endo-rez, Real seal
Cimento de resina dual
Cones de resina são utilizados com esse cimento
Primer auto-condicionador
Técnica de obturação:
Última irrigação não pode ser com hipoclorito de
sódio
Prova do cone resino no CT
Insere-se a agulha do sistema até o CT, ou próximo
Condicionamento do canal com a base
Injeta-se lentamente a resina até a abertura coronária
do canal
Introduz-se o cone principal até o CT e corta com
condensador aquecido
o Ca(OH)2:
Sealpex:
Composição:
Pasta A – Hidróxido de cálcio

40
Pasta B – Sulfato de bário
Vantagens:
Tempo de presa de 30 a 40 minutos
Boa plasticidade
Boa viscosidade
Boa consistência
Facilidade de inserção
Radiopacidade melhorada com iodofórmio
Boas propriedades seladoras
Boa tolerância tecidual
Nítida função indutora de calcificação
Reabsorvível
Ação antimicrobiana
Usado em bio e necropulpectomias
Desvantagens
Umidade acelera a presa
Custo
Sealer 26:
Composição:
Pó – Hidróxido de cálcio
Bisnaga – Resina epóxica bisfenol
“Obtura perfeitamente mesmo os casos mais difíceis,
estimulando a formação de tecidos de reparação na região
periapical. Apresenta excelente capacidade de retenção e
vedamento, alta radiopacidade, longo tempo de trabalho e
biocompatibilidade”
o Ionômero de vidro
o MTA:
MTA fillapex:
Composição:
Resina salicilato, resina diluente, resina natural, óxido
de bismuto, sílica nanoparticulada, trióxido agregado,
mineral, pigmentos
Vantagens:
Bom selametno marginal
Alta radiopacidade
Estimulação da formação de tecido duro
Baixa expansão de presa
Baixa solubilidade
Excelente viscosidade
Não mancha a estrutura dental
Não contem eugenol
Tempo de trabalho apropriado

41
PROCEDIMENTOS PRÉVIOS À OBTURAÇÃO
Desinfecção dos cones de guta-percha:

Imergir os cones em PVPI, hipoclorito ou álcool 70%


Lavar em álcool 96
Secar em gaze estéril (umidade acelera a presa do cimento)

Prova do cone:

Quando? Quando concluo o PQM


Com que cone? Inicialmente com o cone correspondente ao DC
Visual:
o Aquém do CT:
Cone calibroso
Obstrução por raspas
Erro de instrumentação
Lima vai até o CT? Não vai:
Refazer o stop e a odontometria
o Além do CT:
Lima vai além do CT? Arrombamento:
Refazer odontometria
Novo stop?
Cone mais calibroso a -2mm
o No CT:
Fazer prova tátil
Tátil:
o Objetivo de ver ser o cone está ajustado ao preparo
o Cone pode estar ajustado ou folgado:
Folgado:
Achar cone que ajusta
Adaptar cone principal (seccionamento do cone e moldagem
do cone)
Ajustado:
Fazer prova radiográfica
Radiográfica:
o + de 2mm aquém:
Refazer odontometria:
Descer mais com lima 15 (ponta curva)
Refazer o stop
o 1mm ou além:
Refazer odontometria:
Refazer stop
Colocar cone maior a -2mm (cone bem ajustado)
o Entre 1 e 2mm
Obturar

Remoção do smear layer:

EDTA 5 minutos

42
Secagem do canal:

Aspirar com agulha fina


Secar com cone de papel (no DC ou menor)
Primeiramente é feita um pré secagem com a ponta aspiradora mais fina e depois com
a ponta te papel absorvente dentro do canal (deixar ela absorver o que puder, durante
um determinado tempo e depois remover)

Seleção de calcadores / Seleção do compactador McSpadden:

Depende de qual será a técnica de obturação

Manipulação do cimento endodôntico:

Proporção pó + líquido
Manipular na placa de vidro fosca com espátula 24
Agregar o pó ao líquido de maneira gradativa e vigorosa
Precisamos associar ao líquido (2 ou 3 gotas) à maior quantidade de pó possível,
mantendo aquela consistência de fio de nylon quando a gente levanta a espátula (fio
demora alguns segundos para romper – fio de bala)

OBTURAÇÃO ENDODÔNTICA
Condensação lateral:

Utiliza-se:
o Lima tipo K 30 ou 35 (cria o espaço para o posicionamento de um cone
acessório 7 ou 8)
o Espaçador digital Azul (corresponde à lima 30 e com o diâmetro dos cones
acessórios)
o Ponta de Rhein (?)
Utilizar o espaçador à CT -1 pois no CT o cone principal já está adaptado
A guta-percha não adere às paredes do canal (necessidade de levar o
cimento com o espaçador para dentro do canal, promovendo a união entre
os cones e dos cones com as paredes)
Introduzir o espaçador o mais fundo possível
Sempre cortar os cones na altura da coroa para melhorar a visualização
Empurrar o cone principal do canal vestibular para a parede palatina e vice-
versa (a parede deve orientar a colocação dos cones acessórios)
Sempre carregar o espaçador com cimento
Posicionar a maior quantidade possível de cones acessórios até a altura do colo
anatômico (indicando que o canal não tem mais espaços)
Radiografia para comprovação da obturação

43
Após a comprovação deve ser realizado o corte da obturação, no qual utiliza-se
calcador aquecido na altura da embocadura dos canais, deixando o assoalho da
câmara pulpar completamente visível. Pode-se usar Gates 4 para complementar o
corte, removendo excessos com um corte mais rápido, uniforme e limpo
Condensação vertical:
o É realizada após o corte, com calcadores mais finos que o canal

Técnica de McSpadden:

Nessa técnica obtura-se o canal apenas com o cone principal


Utiliza-se compactadores de McSpadden à CT -1mm, os quais promovem o
aquecimento da guta-percha empurrando-a para o terço apical
Deve-se introduzir o compactador girando para evitar que ele trave e frature
A introdução deve ser feita com movimentos de “2 para frente e 1 para trás”
englobando todo o cone e o cimento
Retira-se o compactador com movimentos de “2 para trás e 1 para frente” apoiando
em uma parede do canal para evitar que o compactador “desobture” o canal
Ocorrem muitos extravasamentos

Técnica híbrida de Tagger:

Condensação lateral + Compactação termomecânica


Diminui os extravasamentos
Os últimos 4mm dos canais geralmente apresentam curvaturas, então nessa técnica
esses 4mm finais são obturados por condensação lateral e o compactador trabalha
apenas na parte reta do canal
O compactador exerce uma pressão nos 4mm finais (não aquece mas funciona como
se fosse um calcador na condensação vertical)
O micromotor deve estar girando no sentido horário para que o compactador empurre
o material na direção do ápice e não o tire do canal
Ao retirar o compactador deve-se encosta-lo em uma parede do canal para não trazer
a obturação junto
Ao retirar o McSpadden o que sobrou? Guta-percha aquecida e o preparo mecanizado
Após comprovação da obturação deve-se realizar o corte da obturação com Gates-
Glidden 4 (comprimento da coroa + 2mm – promovendo um corte um pouco abaixo do
colo anatômico)
A condensação vertical é o passo que vem na sequência do corte e é feito com
calcadores na embocadura dos canais, deixando o assoalho da cavidade
completamente visível

44
Cone único:

Sistema de PQM + obturação Protaper


Instrumentos que utilização rotação (encontra em qualquer dental) não tem
controle do torque
Limas F1, F2 e F3 fazem parte do sistema Protaper e tem o exato diâmetro dos cones
F1, F2 e F3
Utilizam-se cones mais conicos e mais “encorpados” (bem circulares)
Se o canal não for circular cone único + McSpadden

Radiografia inicial
•Confirmação da anamnese (grau de dificuldade do tratamento)

Abertura Coronária
•Ponto de eleição
•Direção de trepanação
•Forma de contorno
•Forma de conveniência
•Limpeza da cavidade

Esvaziamento da cavidade
•Biopulpectomia
•Necropulpectomia

Exploração dos canais


•Lei da localização do orifício 1 (união da parede com assoalho)
•Lei da localização do orifício 2 (triedros da câmara pulpar)
•Lei da localização do orifício 3 (término das linhas de desenvolvimento da fusão radicular)

Odontometria
•Técnica de Ingle:
•CAD (Rx inicial) -3mm
•Acrescentar ou diminuir
•CT = CRD-1mm
•Radiologia:
•Le Master (vertical)
•Clark (horizontal):
•Orto-radial (dentes com 1 canal, molares superiores com 3 canais)
•Mésio-radial (dentes com 2 canais e se necessário para dentes com 4 canais para ver os canais distais)
•Disto-radial (molar inferior com 3 canais, molar inferior com 4 canais)

Acesso radicular
•Lima 35 >19mm (não precisa de acesso radicular)
•Lima 35 10-19mm (precisa de acesso)
•Técnica de Taylor (movimentos de alargamento alternado com diâmetro crescente das limas, começando com 06/08/10 no CT até a lima 35 diminuindo
0,5mm a cada troca de lima)
•Gates 2, 3 e 4 (movimentos de "bicada", trabalhando a embocadura dos canais)

Ampliação coroa-ápice
•Usar as limas em movimentos de alargamento alternado em profundidades crescentes e diâmetros decrescentes até que a 1ª lima chegue ao CT
•Ampliação com acesso:
•Começar pela lima 35 ou 40
•Ampliação sem acesso:
•Começar pela lima 70 ou 80

45
Stop apical
•DA DC
•DA >25 DC= DA +2
•DA <25 DC = no mínimo 35

Escalonamento regressivo
•Movimento de limagem
•No mínimo 3 instrumentos após o DC em CT-1,-2,-3mm
•Atingiu 55? SIM Parar o escalonamento / NÃO Continuar até o 55

Irrigação final
•Durante todo o PQM a irrigação dos canais é feita com hipoclorito de sódio (ação sobre tecidos orgânicos, gorduras e antimicrobiano)
•Irrigação final dos canais é feita com 5ml de EDTA (ação sobre a parcela inorgânica - Smear Layer) e recapitula-se com uma lima 15

Medicação intracanal
•Antes ou depois do PQM
•Eliminar e impedir a proliferação de bactérias
•Estabelecer uma barreira físico-química
•Redução do processo inflamatório
•Neutralização de produtos tóxicos
•Controle do exsudato
•Otosporin Antibiótico Biopulpectomia antes do PQM:
•Hidrossolúvel
•Grande poder de penetração
•Técnica Seringa + agulha fina Bolinha de algodão guta-percha restaurador provisório
•Paramonoclorofenol + Cânfora (PMCC) Derivado fenólico Necropulpectomia antes do PQM
•Hidróxido de Cálcio Bio e Necropulpectomia depois do PQM:
•Anti-inflamatório
•Barreira física
•Estimulador de reparo
•Inibidor de reabsorção
•Antibacteriano
•Solvente de matéria orgânica
•Veículos Hidrossolúveis (melhoram a dissociação do Ca(OH) 2)
•Técnica Colocação da pasta com limas, lentulo ou seringas Guta-percha Restaurador provisório

Procedimentos prévios à obturação


•Desinfecção dos cones de guta-percha (PVPI, álcool, álcool, secar)
•Prova do cone:
•Visual:
•Aquém do CT Cone calibroso, obstrução por raspas ou erro de instrumentação Trocar o cone, recapitular ou refazer o stop e a odontometria
•Além do CT Arrombamento Refazer o stop e odontometria ou cone mais calibroso a -2mm
•No CT Fazer prova tátil
•Tátil:
•Cone folgado Achar cone que ajusta ou adaptar cone principal (seccionamento/moldagem)
•Cone ajustado Fazer prova radiográfica
•Radiográfica:
•+de 2mm aquém Refazer odontometria
•1mm e além Refazer odontometria
•Entre 1 e 2mm Obturar
•Secagem do canal:
•Ponta aspiradora + Pontas de papel absorvente no DC
•Seleção dos calcadores / compactador McSpadden:
•Verificar se os calcadores são suficientemente finos para os canais
•Verificar até onde a McSpadden entra no canal e marcar com cursor
•Manipulação do cimento endodôntico:
•Placa de vidro fosca + espátula 24
•Espatulação gradativa e vigorosa
•Consistência de fio de bala

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Obturação
•Materiais obturadores:
•Materiais de estado sólido:
•Cones de guta-percha:
•Vantagens Plasticidade, radiopacidade, não mancham, insolúveis, boa estabilidade, fácil remoção
•Desvantagens Pouca rigidez, pouca adesividade
•Cones de resina:
•São substitutos da guta-percha, utilizados na associação com um cimento resinoso para melhorar a adesão
entre cones cimento estrutura dental
•Materiais de estado plástico:
•Pastas:
•Iodofórmio Forte ação antisséptica, quando extravasada causa irritação
•Ca(OH)2 MIC
•Cimentos:
•OZE:
•Endofill Bom escoamento, bom tempo de trabalho, boa radiopacidade, estabilidade dimensional
adequada, boa capacidade seladora, baixa permeabilidade
•Endomethasone Bom escoamento, ótima radiopacidade, boa estabilidade dimensional, boa
adesividade, boa capacidade seladora, pouca solubilidade, irritante
•Resinosos:
•Epóxi (propriedades semelhantes):
•AH 26 pó + líquido
•AH Plus Pasta + Pasta
•Metacrilato:
•Cimento de resina dual (cones de resina são utilizados)
•Ca(OH)2:
•Sealpex:
•Vantagens Tempo de presa, boa plasticidade, viscosidade e consistência, facilidade de inserção,
radiopacidade melhorada, indução de calcificação, ação antimicrobiana
•Desvantagens Umidade acelera a presa e o custo
•MTA
•Técnicas obturadoras:
•Condensação lateral:
•Espaçador digital carregado com cimento o mais fundo possível
•Posicionar a maior quantidade de cones acessórios possível até que o espaçador não entre na altura de colo
anatômico
•Comprovação da obturação com radiografia
•Corte da obturação com calcador aquecido e Gates 4
•Condensação vertical com calcadores mais finos que o canal
•Técnica de McSpadden:
•Muitos extravasamentos
•Compactador a CT -1 Introduzir girando e retirar apoiando em uma parede do canal
•Técnica híbrida de Tagger:
•Condensação lateral + compactação termomecânica
•McSpadden a CT -4 e os últimos 4mm são obturados por condensação lateral
•Diminuição dos extravasamentos
•Corte da obturação com Gates 4 e condensação vertical com calcadores na embocadura dos canais

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