MEMORIAL

Nasci em São Mateus do Maranhão, sendo a primogênita de minha mãe, vivia

com meu pai, minha mãe e minha irmã caçula, iniciando assim minha jornada acadêmica.
Meu primeiro contato com a sala de aula ocorreu aos 3 anos de idade, quando fui
matriculada na creche Cruz de Malta em 2006, onde recebi os primeiros ensinamentos e
fui alfabetizada, completando esse ciclo em 2009.
Em 2010, dei início ao ensino fundamental menor em um anexo da escola Ayrton
Senna, localizada na Rua da Granja, Bairro Vaquejada. Após o primeiro ano, fui
transferida para a escola central, onde permaneci até o nono ano. No terceiro ano,
participei de um projeto de informática na escola, realizado no contraturno. Esse
momento foi crucial em minha jornada, marcando meu primeiro contato com
computadores e o desenvolvimento de habilidades nessa área.
Ao concluir os anos iniciais, transitei para os anos finais na mesma instituição,
apenas mudando do turno matutino para o vespertino.
O ano de 2015 foi particularmente relevante para meu desenvolvimento
acadêmico. No sexto ano, fui apresentada a um projeto de incentivo à leitura, que se
tornou um divisor de águas em minha vida. Embora já tivesse contato com a leitura desde
a alfabetização, esse projeto abriu novos horizontes. Funcionava como uma forma de
disponibilizar livros e incentivar a leitura entre os estudantes. Cada um podia levar até
três livros por semana para casa, fomentando assim o hábito de leitura.
Encantada com as possibilidades oferecidas pelo projeto, passava a maior parte
do tempo na biblioteca, escolhendo cuidadosamente minha próxima leitura. Usava os
intervalos para ler, por vezes concluindo um livro no mesmo dia em que o pegava.
Durante esse período, desenvolvi a habilidade de redigir resumos e resenhas sobre as
obras, entregando-as ao coordenador da biblioteca, que inicialmente duvidava de minha
capacidade de ler tantos livros semanalmente.
Ao término do ano letivo, fui premiada na festa de encerramento, conquistando o
primeiro lugar entre 300 alunos, com um total de 66 livros lidos. Desde então, meu amor
pela literatura só cresceu, tornando-se parte integrante do meu cotidiano. Meus pais
passaram a adquirir alguns livros para incentivar meu hábito, enquanto eu continuava em
busca de novas leituras, baixando diversos e-books em PDF na internet.
Assim, concluí o ensino fundamental sem a necessidade de recuperações ou notas
abaixo da média, encerrando uma fase significativa em minha trajetória acadêmica.
 Em 2019, comecei o ensino médio, uma fase emocionante marcada por uma nova
escola, novos professores e uma dinâmica completamente diferente do que estava
acostumada. No entanto, mesmo com as expectativas, enfrentei obstáculos, pois a grade
de professores estava incompleta na época, tornando-se um desafio para essa nova etapa
de aprendizado. Tínhamos poucas aulas por semana e frequentemente saíamos mais cedo
do que o previsto devido à falta de professores.
Mesmo assim, isso não me desanimou. Todos os dias, cobrava providências da
direção da escola para lidar com a falta de tantos professores. Na metade do segundo
semestre de 2019, novos professores foram contratados, inaugurando uma fase de
adaptação com mais aulas por semana e saídas no horário normal. Com muita
persistência, concluí o primeiro ano do ensino médio.
Em 2020, iniciei o segundo ano com a expectativa de que, com os novos
professores, tudo seria normal e que esse ano seria melhor. No entanto, mal sabia eu que
algo ainda pior estava por vir. A pandemia global da COVID-19 transformou
completamente nossa realidade. O mundo estava cheio de incertezas, medo e morte.
Muitas pessoas perderam entes queridos, e, graças a Deus, não perdi ninguém para a
COVID-19.
Tudo mudou. Não podíamos ter aulas presenciais e nem sair de casa. Foi um
desafio passar por esse processo de adaptação a esse novo mundo. Minhas habilidades
com a internet e tecnologia foram fundamentais, pois passamos a realizar todas as
atividades online. Apesar de todos os percalços, incertezas e barreiras, consegui concluir
o segundo ano do ensino médio, com uma boa aprovação de todos os professores.
O terceiro ano do ensino médio também começou online. As professoras
enviavam as atividades e aulas, e respondíamos através da plataforma Classroom. Até que
finalmente, as escolas foram liberadas para retomar as atividades com distanciamento
social e uso de máscaras.
Como é comum no terceiro ano, começamos a nos preparar para o Enem (Exame
Nacional do Ensino Médio). Todas as aulas eram focadas no ENEM, e os professores
ressaltavam a importância de fazer a prova e buscar um curso superior.
Além das aulas regulares, participei de aulões aos sábados pela manhã e me
inscrevi em um programa municipal pré-vestibular, o “Pré-Universitário” cujas aulas
eram aos finais de semana. Apesar de tomar muito do tempo de lazer e descanso, consegui
conciliar todas essas atividades.
 Mesmo obtendo uma nota boa no ENEM, decidi que ainda não era a hora de me
inscrever em nenhuma faculdade pública. A questão do transporte era incerta, e eu refletia
sobre como conciliar trabalho, estudo e as idas e vindas diárias a outra cidade.
Assim, finalizei o ensino médio sem entrar na faculdade. Foi um grande alívio
encerrar essa etapa e ter um tempo para refletir sobre o que faria em seguida. Sempre tive
uma inclinação para cursos de humanas e sabia que queria algo relacionado a pedagogia
ou letras, ponderando muito também sobre cursar psicologia.
Em 2022, me inscrevi no ENEM ainda sem ter escolhido qual curso fazer. Durante
minhas pesquisas, descobri um curso de pedagogia em andamento em um polo aqui na
minha cidade. Entrei em contato com a instituição e com o apoio da minha família e
namorado, me matriculei na Faculdade de Educação de São Mateus do Maranhão ainda
no ano de 2022, já no 2° período. Embora tenha perdido um pouco da experiência de
começar com a turma nova, ganhei a experiência de me encontrar novamente em um
lugar. Agora, no 4° período, tenho cada vez mais certeza de que escolhi o caminho certo,
pois não me arrependo nenhum pouco de cursar pedagogia. Alguns fazem pedagogia por
falta de opção; eu faço por vocação.