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Distúrbios genéticos

Fatores de risco para distúrbios genéticos ou defeitos congênitos

 Mais informações

 Distúrbios genéticos são doenças causadas por anomalias em um ou mais genes


ou cromossomos. Alguns distúrbios genéticos são hereditários e outros são
espontâneos
 Doenças genéticas hereditárias são passadas de uma geração para a outra.
 Doenças genéticas espontâneas não são passadas de uma geração para outra, mas
ocorrem quando o material genético no espermatozoide do pai ou no óvulo da
mãe ou nas células do embrião em desenvolvimento é danificado por acaso ou
pelo uso de substâncias, produtos químicos ou outras substâncias prejudiciais
(como raios X).
 Antes de a mulher engravidar, ela e seu companheiro devem conversar com um
profissional da saúde sobre o risco de ter um bebê com algum distúrbio genético.
 Os fatores de risco incluem idade mais avançada da mulher, histórico familiar de
anomalias genéticas, bebê anterior com defeito congênito ou aborto espontâneo
e uma anomalia cromossômica em um dos futuros pais.
 O exame de distúrbios genéticos é oferecido a todas as mulheres, mas é
especialmente importante se o risco do casal for maior que o normal.

Considerações gerais sobre doenças cromossômicas e


genéticas e Considerações gerais sobre defeitos congênitos .)

Casais que estejam pensando em ter um bebê devem conversar com


um profissional da saúde sobre os riscos de anomalias genéticas
(aconselhamento genético pré-natal). Eles podem discutir
precauções que podem tomar para evitar algumas anomalias
genéticas. Por exemplo, a mulher pode evitar a exposição a
substâncias tóxicas e radiação ou pode tomar suplementos de ácido
fólico para ajudar a prevenir defeitos congênitos do cérebro ou da
medula espinhal (defeitos do tubo neural), tais como espinha bífida.
Os casais também podem pedir ao médico para determinar se o risco
de ter um bebê com anomalia genética hereditária é maior que a
média. Em caso afirmativo, exames podem ajudar a avaliar esses
riscos com mais exatidão (exames de triagem genética ). Se esses
exames mostrarem um grande risco de transmitir uma anomalia
genética grave, o casal pode considerar o seguinte:
 Usar espermatozoides de outro homem, se o homem tiver um
gene anômalo
 Usar o óvulo de outra mulher, se a mulher tiver um gene
anômalo

 Realizar a fertilização in vitro (proveta) com análise dos genes


do embrião antes de o embrião ser transferido para o útero da
mulher (um processo denominado diagnóstico genético pré-
implantacional)
 Optar por não engravidar e usar contracepção
Se a mulher já estiver grávida, o médico explica que procedimentos
podem ser usados para testar o feto durante a gravidez (exame
diagnóstico pré-natal). O médico também explica as opções que
estão disponíveis se uma anomalia for diagnosticada. A interrupção
da gravidez é uma dessas opções. Em alguns casos, a anomalia
pode ser tratada. Às vezes, o casal é encaminhado para um
especialista genético para discutir os problemas. Os médicos podem
aconselhar a mulher a obter cuidados pré-natais em um centro que
forneça serviços mais extensivos para recém-nascidos.
Os casais devem reservar um tempo para absorver a informação e
fazer qualquer pergunta que tenham.

Fatores de risco para distúrbios genéticos ou


defeitos congênitos
Todas as gestações envolvem algum risco de anomalias genéticas.

As seguintes porcentagens de bebês têm uma anomalia:

 0,5% tem uma doença cromossômica.

 1% tem uma doença de gene único (mendeliana).

 1% tem uma doença causada por defeitos em vários genes.

A porcentagem de natimortos com uma anomalia é ainda maior.

Porém, certos quadros clínicos aumentam o risco.

Anomalias devido a vários fatores


Alguns defeitos congênitos, como fissura labial e fissura palatina ,
resultam de anomalias em um ou mais genes mais a exposição a
certos outros fatores, incluindo substâncias no meio ambiente (a
chamada hereditariedade multifatorial). Ou seja, o gene anômalo
torna o feto mais propenso a ter um defeito congênito, mas o defeito
congênito não se manifesta a menos que ele seja exposto a
substâncias específicas, tais como algumas drogas ou álcool. Muitos
tipos de defeitos congênitos comuns, como malformações cardíacas,
são herdados desta forma.
Defeitos do tubo neural
Defeitos do tubo neural são defeitos congênitos do cérebro ou da
medula espinhal. (O cérebro e a medula espinhal se desenvolvem a
partir de uma parte do embrião chamada tubo neural). Exemplos são
espinha bífida (em que a coluna vertebral não se fecha por completo,
às vezes expondo a medula espinhal) e anencefalia (em que uma
grande parte do cérebro e do crânio não se forma). Nos Estados
Unidos, defeitos do tubo neural ocorrem em um em cada mil bebês.
Na maioria desses defeitos, a hereditariedade é multifatorial (genes
anômalos mais outros fatores). Outros fatores incluem
 Histórico familiar: O risco de ter um bebê com defeito do tubo
neural é maior se houver antecedentes familiares, incluindo os
próprios filhos do casal (histórico familiar). Para casais que
tiveram um bebê com espinha bífida ou anencefalia, o risco de
ter outro bebê com um desses defeitos é de 2% a 3%. Para
casais que tiveram dois filhos com um desses defeitos, o risco é
de 5% a 10%. Porém, aproximadamente 95% dos defeitos do
tubo neural ocorrem em famílias sem histórico desse problema.
 Deficiência de ácido fólico : O risco também pode ser maior, se
a dieta for deficiente em ácido fólico, um tipo de vitamina.
Suplementos de ácido fólico ajudam a evitar defeitos do tubo
neural. Portanto, suplementos diários de ácido fólico agora são
recomendados como rotina para todas as mulheres em idade
fértil, especialmente gestantes. O ácido fólico geralmente é
incluído nas vitaminas pré-natais.
 Localização geográfica: O risco também varia conforme o local
em que a pessoa vive. Por exemplo, o risco é maior no Reino
Unido do que nos Estados Unidos.
Alguns defeitos do tubo neural resultam de anomalias hereditárias
em um único gene, de anomalias cromossômicas ou de exposições a
drogas.

Recomenda-se aconselhamento sobre diagnóstico pré-natal


por amniocentese e ultrassonografia para casais com, pelo menos,
1% de risco de ter um bebê com defeito do tubo neural.
Anomalias cromossômicas
Muitas anomalias cromossômicas, principalmente aquelas que
envolvem um número anômalo de cromossomos ou uma anomalia
em uma estrutura cromossômica, podem ser detectadas por meio de
exames cromossômicos padrão. Essas anomalias ocorrem em cerca
de um em cada 250 nascidos vivos nos Estados Unidos e
representam, pelo menos, metade de todos os abortos que ocorrem
no 1º trimestre. A maioria dos fetos com alterações cromossômicas
morre antes do nascimento. Entre os bebês nascidos vivos,
a síndrome de Down é a anomalia cromossômica mais comum.
Vários fatores aumentam o risco de ter um bebê com anomalias
cromossômicas:

 Idade da mulher: O risco de ter um bebê com síndrome de


Down aumenta com a idade da mulher, marcadamente após a
idade de 35 anos. A chance de ter um bebê com síndrome de
Down é de aproximadamente uma em 365, aos 35 anos, e de
uma em cem, aos 40 anos de idade.
 Histórico familiar: Ter histórico familiar (incluindo os próprios
filhos do casal) de alteração cromossômica aumenta o risco. Se
o casal teve um bebê com a forma mais comum da síndrome de
Down (trissomia 21) e a mulher tiver menos de 30 anos, o risco
de ter outro bebê com uma anomalia cromossômica aumenta
para 1%.
 Defeito congênito em um bebê anterior: Ter dado à luz um
bebê vivo com defeito congênito ou um natimorto, mesmo
quando ninguém sabe se o bebê tinha uma anomalia
cromossômica, aumenta o risco de ter um bebê com uma
anomalia cromossômica. Aproximadamente 15% dos bebês
nascidos com defeito congênito e aproximadamente 5% dos
natimortos que aparentam ser normais têm uma anomalia
cromossômica.
 Abortos espontâneos anteriores: Ter sofrido vários abortos
espontâneos pode aumentar o risco de ter um bebê com uma
anomalia cromossômica. Se o feto do primeiro aborto
espontâneo apresentar anomalia cromossômica, é provável que
os fetos de abortos seguintes também tenham alguma anomalia,
embora não necessariamente a mesma. Se a mulher tiver
sofrido vários abortos espontâneos, os cromossomos do casal
devem ser analisados antes de tentarem uma nova concepção.
Se a anomalia cromossômica for identificada, é possível que o
casal decida realizar um diagnóstico pré-natal no início da
próxima gravidez.
 Anomalia cromossômica em futuros pais: Raramente, um
futuro pai tem uma anomalia cromossômica estrutural que
aumenta o risco de ter um bebê com uma anomalia
cromossômica estrutural. Uma anomalia cromossômica em um
ou ambos os pais aumenta o risco, mesmo que o progenitor
afetado seja saudável e não tenha sinais físicos da alteração. O
médico suspeita da presença de uma anomalia quando os
casais têm vários abortos espontâneos, problemas de
infertilidade ou um bebê com um defeito congênito. Para esses
casais, o risco de ter um bebê com uma anomalia cromossômica
grave é maior, assim como o risco de aborto espontâneo.
Algumas anomalias cromossômicas não podem ser detectadas por
meio de exames cromossômicos padrão. A maioria dessas anomalias
são muito pequenas para poderem ser vistas pelo microscópio e, por
isso, às vezes, elas são chamadas de anomalias submicroscópicas
(ou variações no número de cópias). Por exemplo, uma parte muito
pequena de um cromossomo pode estar faltando (chamado de
microdeleção) ou um cromossomo pode ter uma minúscula parte
adicional (chamado de microduplicação). Não se sabe com que
frequência as microdeleções e as microduplicações ocorrem.
Contudo, aproximadamente 6% das crianças com defeitos congênitos
estruturais têm essas anomalias, mesmo quando os resultados dos
exames cromossômicos padrão são normais. Um exame chamado de
análise cromossômica por microarray pode detectar microdeleções e
microduplicações. É possível que o médico ofereça a análise
cromossômica por microarray antes do nascimento em algumas
circunstâncias como, por exemplo, quando houver suspeita de
defeitos congênitos no feto.

Você sabia que...


 A chance de ter um bebê com síndrome de Down aos 35 anos é de
aproximadamente uma em 365.

 A chance de ter um bebê com síndrome de Down aos 40 anos é de


aproximadamente uma em 100.

TABELA
Qual é o risco de ter um bebê com uma anomalia cromossômica*?

Distúrbios de gene único


Nas doenças de gene único, apenas um par de genes está envolvido.
Um gene pode ter uma mutação, que interfere no seu funcionamento
normal e pode dar origem a doença ou defeitos congênitos. O risco
de ter esses distúrbios depende de se o distúrbio se desenvolve
quando apenas um gene no par tiver uma mutação
(genes dominantes) ou quando ambos os genes precisam ter uma
mutação (genes recessivos).
O risco também depende de se o gene está localizado no
cromossomo X. Há 23 pares de cromossomos. Um par, os
cromossomos X e Y (cromossomos do sexo), determina o sexo.
Todos os demais cromossomos são chamados de autossômicos. As
mulheres têm dois cromossomos X, já os homens têm um
cromossomo X e um cromossomo Y. Se o gene anômalo estiver
localizado no cromossomo X, o distúrbio que ele causa é chamado
distúrbio de ligado ao X (ligado ao sexo).
Se um menino herdar um gene anômalo para um distúrbio ligado ao
X (no cromossomo X), ele terá esse distúrbio mesmo que o gene seja
recessivo, porque ele tem apenas um cromossomo X, o qual tem um
gene anômalo. Ele não tem um cromossomo X normal para anular o
efeito daquele com o gene anômalo. Se um feto masculino herdar um
gene dominante ligado a X, a gravidez normalmente termina
em aborto espontâneo.
No entanto, as meninas devem herdar dois genes anormais para
desenvolver uma doença ligada ao cromossomo X se o gene for
recessivo. Se o gene anômalo for dominante, apenas um gene
anômalo é necessário para que o distúrbio se desenvolva.

Se a futura mãe e o futuro pai forem parentes, eles têm maior


probabilidade de ter a mesma mutação em um ou mais genes que
causam distúrbios autossômicos recessivos. Assim, o risco para
esses distúrbios é maior.
m

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