Projeto: Confecção de

Fios

CASA Rio Novo

APRESENTAÇÃO

Tem este a finalidade de apresentar o Plano de Trabalho do CASA Rio Novo, sendo
uma atividade complementar, vinculada à Gerência de Educação Profissional – GEP, para
o trimestre de Outubro a Dezembro do corrente ano, destinado aos adolescentes em
cumprimento de medida socioeducativa neste Centro de Internação e será executado
pela Agente Técnica Marly Lara Cunha RE: 7.795-1 .

As aulas acontecerão com uma turma de terça e quinta-feira das 14h00 às 16h05,
acompanhando a Agenda Multiprofissional e atenderá até 10 adolescentes. Durante o
trimestre os jovens terão contato com o artesanato Crochê, dentro de suas variações e
criações, contribuindo para o desenvolvimento de atividades criativas, visando despertar
o prazer pelo trabalho manual.

INTRODUÇÃO

O presente Projeto visa atender as atividades complementares, que subsidiam a

elaboração do Plano individual de atendimento, sem prejudicar a frequência dos
adolescentes nos cursos, além de desenvolver aspectos subjetivos em relação à
gratificação do trabalho manual remunerado e aspectos objetivos como a coordenação
motora fina, relaxamento e elevação da autoconfiança, além de contribuir para formação
de sua cidadania, transformando o aprendizado em uma atividade prazerosa que exerce
uma função importante no processo educativo e social, resgatando elementos
importantes como: solidariedade, cooperação, respeito, compreensão, entre outros.

A medida socioeducativa, deve ofertar aos socioeducandos o acesso à educação

básica. Segundo o artigo 124 do ECA/90: “São direitos do adolescente privado de
liberdade, entre outros, os seguintes: (...) XI – receber escolarização e profissionalização;
XII - realizar atividades culturais, esportivas e de lazer”.

O caráter pedagógico da medida socioeducativa é, justamente, o que a diferencia

da noção de pena aplicada aos adultos – noção cultivada nos antigos Códigos de
Menores. Por este motivo, a oferta da escolarização, dentre outras atividades educativas,
é importante durante a medida, observando os parâmetros legais do direito educacional
conforme o SINASE. Este aponta a importância do caráter educativo das medidas
socioeducativas, sendo a que finalidade maior do processo educacional dos adolescentes
privados de liberdade é a formação para a cidadania.

JUSTIFICATIVA

O artesanato é uma arte que encanta por ser uma técnica praticada por diferentes
culturas e usada para a criação dos mais diferentes objetos. Logo se destaca pela
originalidade, sem contar que é um saber de origem interessante.
Como comentado no livro fios e fibras:

Há quem diga que o homem aprendeu a traçar observando os

pássaros na construção dos ninhos. E é bem possível que um
homem faminto tenha a ideia de fazer a primeira rede de
pescar ao observar a aranha tecendo sua teia. Os insetos,
difíceis de caçar no ar, são alimentos garantidos para a aranha,
quando aprisionados na teia. Porque não fazer o mesmo para
pescar? (SENAC, 2002, p.7)

As atividades artesanais são aquelas em que as feições características do produto final

dependem, em grande parte, da habilidade do trabalhador. O trabalho pode ser inteiramente
manual ou contar com o auxílio de determinados instrumentos. O artesão enquanto indivíduo
é aquele que exerce um ofício, produz bens materiais para a comercialização sem que haja
repetidores industriais, ou ainda é o indivíduo que exerce, por conta própria, uma arte, ou
ofício manual, como reza o Regulamento do Imposto sobre Produtos Industrializados.

Indo ao encontro do que propõe o PPP deste Centro, por meio do Projeto “Confecção de
Fios”, proporcionaremos uma aproximação entre instituição e comunidade local, com uma ação
solidária como encerramento do projeto, onde os jovens doarão uma peça de sua escolha para
um local de atendimento (a escolher) dos municípios da região. Tal ação agregará experiências
positivas, considerando os adolescentes enquanto cidadãos em desenvolvimento que necessitam

ser seguros de si e conscientes de sua importância para o coletivo.

No final do trimestre os adolescentes farão uma exposição com os trabalhos desenvolvidos e
após escolherão peças para presentear uma instituição e seus familiares.

OBJETIVO GERAL

Proporcionar aos adolescentes que cumprem medida socioeducativa no CASA Rio

Novo o fazer artesanal, pensando no processo de socialização e na busca de novas
perspectivas, beneficiando seu egresso à sociedade além de promover reflexões
acerca de ações solidárias.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Ofertar conhecimento de técnicas artesanais com Crochê;

 Atrair e incentivar os adolescentes vivenciarem outra perspectiva de vida;
 Proporcionar reflexões acerca da importância do trabalho formal e possibilidades
de trabalhos informais;
 Trabalhar questões emocionais por meio das atividades educacionais;
 Desenvolver a criatividade e a habilidade;
 Promover a integração e o desenvolvimento social para todos os envolvidos no
projeto.
 Estimular e explorar as potencialidades e habilidades;

 Desenvolver aulas teóricas e práticas sobre o Artesanato;

 Proporcionar vivência solidária;

 METODOLOGIA

Este projeto será desenvolvido em duas etapas, conforme formulado o cronograma. Vale
ressaltar que, algumas semanas estão unificadas, pois o trabalho requer tempo para execução.

1. Teórica:
 Desenvolvida com o auxílio de revistas, fotos e vídeos, oferecendo
conhecimentos a cerca dos princípios básicos, métodos e técnicas para a
confecção de peças de artesanais.
2. Prática:
 Serão utilizados os instrumentos essenciais para a confecção das peças, tais
como, barbantes crus e coloridos, agulhas e etc.

Aula Atividades
1ª Objetivos e propostas do curso. História do crochê e materiais utilizados.
AULA
Habilidades iniciais de vendas de artesanatos. Escolha da peça para
confecção.
2ª Pontos Básicos- Tamanho das agulhas e espessuras de fios. Aula prática:
AULA
Aprendendo a segurar corretamente na agulha e fio. Laço inicial.
3ª Pontos Básicos – Aula prática: Aprendendo os Pontos. Correntinha.
AULA
Noções de vendas no mercado informal. Vídeo sobre artesanato
4ª Pontos Básicos – Aula prática: Aprendendo os Pontos. Ponto Baixo e
AULA
Ponto Baixíssimo. Vídeo explicativo
5ª Pontos Básicos – Aula Prática: Aprendendo os Pontos. Ponto Alto, Ponto
AULA
Alto Duplo e Ponto Alto Triplo.
6ª Aula Prática: Aprendendo à iniciar as peças em crochê. Aprendendo a
AULA
fazer circulo e arremate. Analise de pontos em revistas.
7ª Aula Prática: Desenvolvimento das peças em crochê. Aprendendo a fazer
AULA
circulo e arremate.
8ª Controle de Qualidade. Aula Prática: Aprendendo a aumentar o tapete,
AULA
com base no gráfico escolhido.
09ª Continuação da Aula prática: Aprendendo a aumentar o tapete, com
AULA
 base no gráfico escolhido. Analise de pontos em revistas.
10ª Continuação da Aula prática: Aprendendo a aumentar o tapete, com
AULA
base no gráfico escolhido.
11ª Dinâmica de vendas de artesanatos.
AULA
Aula prática: confecção de bico de acabamento.
12ª Atendimento ao cliente.
AULA
Aula prática: confecção de bico de acabamento
13ª Continuação da aula prática anterior: confecção de bico e acabamento
AULA
14ª Organização da exposição e escolha dos trabalhos para presentear
AULA
instituição e familiares.
15ª Exposição e entregas dos trabalhos. (Instituição a ser escolhida junto aos
AULA
adolescentes durante o desenvolvimento das aulas).

CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

Mês/Etapa Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

x x x

RECURSOS MATERIAIS NECESSÁRIOS PARA O PRÓXIMO CICLO

Temos barbante para esse trimestre

Material para compra:

10 agulhas 3.5

AVALIAÇÃO
 O monitoramento dos participantes do projeto será diário, permitindo uma
avaliação prática qualitativa, objetivando o ensino/aprendizado com as habilidades e
competências.

CONCLUSÃO

O projeto tem como intuito desenvolver uma consciência a respeito do fazer

artesanal e trabalhos manuais, além das relações sociais, assim, almeja-se atingir um
possível entendimento sobre a sua importância. Espera-se também um despertar nos
adolescentes em relação a valores antes não conhecidos ou respeitados.

São muitas possibilidades proporcionadas pela educação no Centro, que além dos
benefícios de ressocialização, são preparados para o mercado de trabalho, podendo
contribuir com o sustento da família. Percebemos que não é somente o ensino regular
responsável pelo desenvolvimento do cidadão, a iniciação profissional por meio artesanal
proporciona o crescimento educacional, profissional, e pessoal dos jovens, minimizando
danos e contribuindo para a sua transformação.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo – SINASE (Lei nº 12.594).

SENAC.DN. Fios e Fibras./Elias Fajardo; Eloi Calage. Gilda Joppert. Rio de Janeiro: Ed. Senac
Nacional, 2002. 80 p.II. Inclui bibliografia e referencia iconográficas.

LIMA, Ricardo Gomes. Artesanato e Arte Popular: duas faces de uma mesma moeda. Texto
preparado em primeira versão sob o titulo Engenho e Arte, para o programa Um Salto para o
Futuro, da TVE do Rio de Janeiro. Artigo s/a.