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EIXO H-H-TIREOIDE:
➔ HIPOTÁLAMO = hormônios paraventriculares têm terminações na eminência
mediana, onde vão secretar alguns hormônios reguladores do crescimento - TRH,
LHRH, CRH, GHRH
➔ O TRH na eminência mediana vai acessar o sistema porta-hipofisário, e lá na
hipófise vai estimular a secreção de TSH
➔ O TSH vai nas células foliculares da tireoide estimular a secreção dos hormônios
tireoidianos T3 e T4
◆ A concentração de T3 e T4 no sangue vai variar
◆ Aumento da conversão de T4 em T3 >> Feedback - pra diminuir a produção
de TSH
◆ Quando a concentração de T4 e T3 caem na corrente sanguínea >> há
estímulo maior para hipófise aumentar TSH
Unidade funcional = folículos tireoidianos - A síntese dos hormônios ocorre dentro dos
colóides
➔ 1- Captação do iodeto (I-) pela célula folicular através do CO-transportador NIS
➔ 2- Síntese da Tireoglobulina (Tg) no retículo endoplasmático do complexo de Golgi
➔ 3- Incorporação do iodo à molécula de Tg, mediada pela TPO, com a formação
dos precursores MIT e DIT
➔ 4- Acoplamento do MIT e DIT, mediado pela TPO, para formação de T4 e T3
➔ 5- Captação da Tg (pinocitose), passando pelos lisossomos e secretando HT
➔ 6- Liberação do T4 e T3 para corrente sanguínea
➔ 7-Recirculação do I- liberado pelo MIT e DIT, pela ação das iodotirosinas
desalogenases
HIPOTIREOIDISMO
➔ TIREOIDITE DE HASHIMOTO
◆ Causa mais comum
◆ Anti- TPO geralmente positivo. Até 20% dos pctes podem apresentar
anti-TPO negativo, mas o USG vem alterado
➔ TTO DE HIPERTIREOIDISMO COM RADIODO¹³¹
◆ Segunda causa mais comum
◆ Em geral, ocorre no primeiro ano, mas pode levar alguns anos para se
manifestar
➔ HIPOTIREOIDISMO PÓS TIREOIDECTOMIA TOTAL
➔ DROGAS
◆ AMIODARONA = causa todos os problemas possiveis na tireoide
◆ TAPAZOL (tto de hipertireoidismo)
➔ RADIOTERAPIA EXTERNA DE CABEÇA E PESCOÇO
◆ ppt pcte com CA LARINGE
➔ TIREOIDITES
◆ Subagudas (granulomatosas e linfocíticas), pós parto
➔ DOENÇAS INFILTRATIVAS = amiloidose, hemocromatose, esclerose sistêmica,
sarcoidose
➔ AGENESIA E ECTOPIA TIREOIDIANA
➔ DISORMOGÊNESE CONGÊNITA
➔ DEFICIÊNCIA DE IODO GRAVE
# QUADRO CLÍNICO:
➔ Vai depender da idade do pcte e da severidade do hipotireoidismo
➔ Aproximadamente 20% dos pctes podem não manifestar sinais ou sintomas
SÓDIO ➔ BAIXO
CPK ➔ ALTA
LIPIDOGRAMA ➔ CT = ALTO
➔ LDL ALTO - menor depuração, menor expressão hepática
dos receptores de LDL.
◆ Mais suscetível à oxidação, mais teratogênico
➔ TAG = ALTO - diminuição da atv da lipase lipoproteica
PCR ➔ ALTA
ULTRASSENSÍVEL
# INDICAÇÃO DE RASTREIO:
➔ Presença de sinais e sintomas
➔ Portadores de DM1 ou outra dç autoimune
➔ HPP de cirurgia ou disfunção tireoidiana prévia
➔ HPP de radiação cervical
➔ Presença de depressão ou ansiedade
➔ Uso de amiodarona ou lítio
➔ Durante a gestação e pós parto
DESCONFIOU DE HIPOTIREOIDISMO:
# TRATAMENTO:
HIPOTIREOIDISMO CLÍNICO
➔ dose inicial - LEVOTIROXINA 1,6-1,8 mcg/kg de peso corporal ideal VO diariamente
HIPOTIREOIDISMO SUBCLÍNICO
➔ dose inicial - LEVOTIROXINA 1,1-1,2 mcg/kg de peso corporal ideal VO diariamente
OBSERVAÇÕES:
➔ Meia vida da L-T4 = 8 dias >> dose única diária
➔ Administração em JEJUM, preferencialmente de 1 hora OU
➔ 3 horas após a última refeição
➔ Não é bom ficar trocando de marca do remédio, a gente recomenda Puran ou Levoid
e orienta a manter a marca
➔ Sempre avaliar se o pcte está tomando a medicação regularmente antes de querer
aumentar a dose!
MANEJO
# SIM = INICIAR 12,5mcg/dia >> AUMENTAR 12,5mcg a cada 2-4 semanas até a dose
de 1mcg/kg/dia
OBJETIVOS:
❖ TSH dentro da faixa de normalidade
❖ T4l na metade superior da normalidade
# AVALIAÇÃO TERAPÊUTICA E MONITORAMENTO:
➔ Efeitos adversos
◆ HIPERTIREOIDISMO IATROGÊNICO
Doenças que afetam a absorção de LTA = doença celíaca, doença de Crohn, gastrite
atrófica, infecção pelo H.pylori, síndrome nefrótica, síndrome do intestino curto, parasitose
HIPOTIREOIDISMO SUBCLÍNICO
TSH = 7,0 - 9,9 TRATAR COM LT4 PARA REDUZIR TTO NÃO É
RCV RECOMENDADO
HIPOTIREOIDISMO NA GESTAÇÃO
➔ No 1º trimestre da gestação a criança não tem tireoide, quem fornece HT pra criança
é a mãe. Se a mãe tem hipotireoidismo, não produz HT suficientes e vai afetar
diretamente a criança
➔ Fisiológico = no 1° trimestre o corpo materno começa a produzir mais HT devido
estímulo do HCG na tireoide = TSH suprimido e T4L normal
◆ há aumento do HCG e queda do TSH
◆ é uma maneira do corpo se adaptar e produzir mais HT pra criança
➔ HÁ AUMENTO DO ESTROGÊNIO = Promove AUMENTO da TBG, assim, aumenta
HT totais, e diminui HT livres
➔ HÁ AUMENTO DO METABOLISMO PERIFÉRICO T3 E T4 = se a criança não tem
tireoide, não adianta dar T4 pra ela, tem que dar T3 (forma ativa do hormônio)
◆ na placenta tem desidoidase tipo 1 que faz conversão de T4 em T3 e
também tem a desidoidase tipo 3 que converte T4 em T3r
➔ Pra avaliar hipotireoidismo no neném = Teste do Pezinho
# OBSERVAÇÕES:
➔ TTO com LT4 visa atingir o alvo do trimestre da gestação
➔ Acompanhamento do TSH de 4/4 semanas na primeira metade da gestação
➔ Gestantes com hipotireoidismo em tto prévio à concepção:
◆ Aproximadamente 70% das gestantes necessitam de ajustes > 30% na
dose pré-concepção
◆ Adicionar 2cp por semana à dose LT4 habitual
Obs: Hipotireoidismo subclínico tbm não precisa repetir exames, se veio TSH > 4 já vai
pro tto
TIREOTOXICOSE X HIPERTIREOIDISMO
TIREOTOXICOSE
É importante saber que nas Tireoidites não há hiperfunção da glândula tireoide e sim uma
grande liberação de hormônios. Na cintilografia não vai ter captação!
Tireotoxicose induzida pela amiodarona:
PRINCIPAIS CAUSAS:
➔ DOENÇA DE GRAVES
➔ Mola hidatiforme / Coriocarcinoma
➔ Adenoma hipofisário produtor de TSH (Tireotropinoma)
➔ Adenoma tóxico (Doença de Plummer)
➔ Bócio multinodular tóxico
QUADRO CLÍNICO:
❖ Pensar numa pessoa ligada nos 220, toda acelerada, agitada
❖ Pele quente e úmida
❖ Pode apresentar exoftalmia ou não
❖ Pode ter bócio
❖ Aumento da taxa metabólica basal e aumento da fome, podendo ocorrer perda de
peso.
❖ Vai com mais frequência ao banheiro, mas não é diarreia
❖ Irritabilidade, insônia, tremor de extremidades
❖ Redução dos níveis de colesterol.
❖ Perda de massa magra (muscular e óssea), podendo causar osteoporose.
❖ Maior sensibilidades às catecolaminas, causando aumento da frequência
cardíaca, taquiarritmias, palpitações, fibrilação atrial.
❖ Causa de aumento da Arterial Sistólica, por aumento na força da contração do
miocárdio.
❖ Causa de redução da Pressão Diastólica, por redução da resistência vascular
periférica.
❖ ICC de alto débito
❖ Aumento de eventos tromboembólicos
❖ Intolerância ao calor. Aumento da sudorese
❖ Tremor fino de extremidades
❖ Fraqueza muscular proximal e hiperreflexia
❖ Alterações psiquiátricas
❖ Hiperdefecação
❖ Hipermenorragia ou irregularidade menstrual,
TIREOTOXICOSE APÁTICA:
OBS: a captação pode ser baixa em casos de uso de contraste iodado nos 2m anteriores ou
dieta rica em iodo
DOENÇA DE GRAVES
➔ Causa mais comum de hipertireoidismo: » 80% dos casos
➔ Prevalência: 0,4-1,0% da população
➔ 5 a 10 vezes mais comum em mulheres
➔ Pico de incidência: 20-40 anos
➔ Principal etiologia do hipertireoidismo infantil (meninas, entre 11-15 anos, incomum
antes dos 5 anos)
➔ Origem: autoimune
◆ O TRAB é o responsável pela fisiopato da doença: LB produzem AC
contra o receptor do TSH (TRAB). Os AC são dirigidos contra os músculos
extra-oculares >> edema do tecido conjuntivo >> oftalmopatia (exoftalmia).
◆ Com a tireoidectomia total, dá pra curar o hipertireoidismo. Mas com o TRAB
circulando, é possível ter a oftalmopatia sem ter o hipertireoidismo
➔ Fatores ambientais = estresse, ingestão de iodo, infecção (Yersinia enterocolitica),
medicamentos tbg
➔ Genes, predisposição familiar e sistema imune
➔ OBS = muitos pacientes abriram quadro tendo o COVID como gatilho
➔ Tentar tto medicamentoso por até 02 anos >> tto definitivo
SINTOMAS SINAIS
➔ nervosismo ➔ taquicardia
➔ sudorese excessiva ➔ bócio
➔ intolerância ao calor ➔ tremor das mãos
➔ palpitação, dispneia ➔ pele quente e úmida
➔ fadiga, perda de peso ➔ sopro na tireoide
➔ fraqueza, aumento do apetite ➔ alterações oculares
➔ queixas oculares ➔ FA
➔ edema de MMII ➔ ginecomastia
➔ hiperdefecação (sem diarreia) ➔ eritema palmar
➔ distúrbios menstruais, anorexia
DX CLÍNICO DA DOENÇA DE GRAVES:
➔ BÓCIO DIFUSO (visível à ectoscopia)
➔ CINTILOGRAFIA = CAPTAÇÃO DIFUSA
➔ FRÊMITO E SOPRO PODEM ESTAR PRESENTES >> aumento do fluxo sanguíneo
TRAb:
- altamente específico da doença de Graves
- Diagnóstico da doença de graves eutireoidiana; Diagnóstico diferencial do
hipertireoidismo apático
- Diferenciação entre DG e tireoidite pós-parto
- Avaliação do risco de recidiva do hipertireoidismo após supressão com DAT
- Avaliação do risco de tireotoxicose fetal em gestantes eutireoidianas com passado
de DG
- Em individuos eutireoidianos com oftalmopatia
TRATAMENTO:
# DÇ AUTOIMUNE = TENDÊNCIA A RECIDIVAS E REMISSÕES
# OPÇÕES:
➔ DROGAS ANTITIREOIDIANAS (DAT) - Tapazol e Propiltiouracil (PTU)
◆ sempre tentar o tto medicamentoso primeiro por 02 anos!!!
◆ PTU quase não é usado! Como tem ação periférica corre risco de fazer
tempestade tireoidiana
➔ IODO RADIOATIVO - tto definitivo
➔ CIRURGIA - tto definitivo
DISCUTIR AS 3 OPÇÕES COM O PCTE!!
EM CRIANÇAS = DAT / CIRURGIA / IODO 131 (> 5 ANOS)
TTO MEDICAMENTOSO = TIONAMIDAS
● Mec ação principal =
○ Tapazol (metimazol): inibição da TPO >> inibindo a síntese de HT
○ PTU: inibição da desiodase tipo 1
● Efeito terapêutico pleno = só após 15 dias
● A dose inicial de metimazol é baseada nos parâmetros clínicos e laboratoriais da
tireotoxicose.
● Quando o hipertiroidismo é leve (níveis de T4L 1-1,5X o LSN), se usa 5 à 10 mg
diárias.
● Quando o T4L está 1,5-2x o LSN, se usa 10 a 20 mg dia e nos casos severos, 20
à 40 mg diária, em doses divididas.
● O uso por período prolongado (18 meses) tem se mostrado favorável,
especialmente nos pacientes com oftalmopatia
● TSH pode permanecer suprimido durante vários meses, mesmo normalizando o
T4L
● Acompanhamento clínico fundamental com HT
● Reduzir a dose quando os níveis de T4 livre se normalizarem.
● METIMAZOL DROGA DE ESCOLHA, exceto em gestantes do primeiro trimestre
e na crise tireotóxica.
TRATAMENTO CIRÚRGICO
Indicações:
➔ bócios muito volumosos (> 150g); presença de sintomas compressivos
➔ presença de nódulo com suspeita de malignidade
➔ não controle ou efeito colateral grave com tionamidas
➔ recusa do radioiodo
➔ crianças e adolescentes
➔ opção do paciente
Tireoidectomia Total (TT) - Taxa de cura em torno de 100%
Complicações: hipotireoidismo, hipoparatireoidismo transitório ou permanente, lesão do n.
laringeo recorrente, crise tireotóxica
BÓCIO UNI OU MULTINODULAR TÓXICO
O Bócio Multinodular Tóxico (BMNT) e o Bócio nodular tóxico (Adenoma Tóxico ou Doença
de Plummer) representam, depois da Doença de Graves, as causas mais frequentes de
hipertireoidismo.
(bmnt) (bnt)
➔ Prevalência é maior nas áreas com carência de iodo ð >30% dos casos de
hipertireoidismo nestas regiões
➔ Geralmente ocorre após os 50 anos , mais prevalente no sexo feminino
➔ Tireotoxicose é mais frequente em nódulos com diâmetro > 2,5-3,0 cm
TRATAMENTO
➔ Tanto a doença de Plummer (BNT) quanto o BMNT devem ser tratados com
radioiodo our cirugia
➔ As drogas antitireoideanas podem ser uma escolha naqueles pctes com risco
cirúrgico aumentado e/ou expectativa de vida limitada
➔ Lembrar que o com o RAI há um risco progressivo de até 60% dos pctes com
hipotireoidismo 20 anos após a RAI
DOENÇA NODULAR TIREOIDIANA
INDICAÇÕES DE RASTREAMENTO:
➔ História de irradiação
➔ CMT familiar (t. genético) e NEM 2
➔ História familiar de câncer de tireoide em parentes do primeiro grau (principalmente
se dois ou mais)
➔ Síndromes (Cowden; Complexo de Carney; Werner; Pendred)
➔ Nódulos captados pelo FDG-PET em pacientes oncológicos
NÓDULO SUSPEITO
➔ Endurecido
➔ Aderido aos planos profundos, pouco móvel
➔ Crescimento rápido ou volumoso
➔ Na presença de sintomas compressivos
➔ Com linfadenopatia cervical suspeita
➔ Paralisia ipsilateral de corda vocal
LAB:
➔ TSH: obrigatório para TODOS os pacientes, independente de apresentar ou
não sintomas de tireotoxicose
◆ TSH suprimido indica autonomia do nódulo
➔ Anti TPO (opcional)
➔ Níveis de TSH mais elevados parecem estar associados a maior risco de
câncer.
➔ Calcitonina (controverso) - não faz de rotina
◆ Triagem para carcinoma medular APENAS quando tiver história familiar de
carcinoma medular de tireoide ou NEM 2
USG TIREOIDE