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Exercício de Teoria Geral do Processo – PUCMinas Contagem.

4º período: Data ___/____/_____.

I – EXERCÍCIO SOBRE PRINCÍPIOS.

Cruz-credo, embora muito feio, por parte de pai e mãe; era, todavia, um
grande e excelente goleiro do time do São Francisco Futebol Clube de Pitangui
- MG, time esse também conhecido pelo nome de Caveirinha, integrante da
Série Z, fundado pelo avô do referido jogador, o saudoso coveiro “Toim
Assombração”. Mas fato é que, Cruz-credo comprou uns frangos do aviário
“Seu Turco” pelo preço de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) para homenagear o
time rival que havia acabado de chegar à Série B e nesta ficará apenas por
duas temporadas, eis que já está de passagem comprada para a série C. Não
obstante, comprados e entregues os frangos, Cruz-credo não pagou a compra!
Literalmente o Sr. Cruz-credo “deu o cano”! Revoltado, o aviário “Seu Turco”,
movimentou seu corpo jurídico, para então entrar na Arbitragem Pública
pedindo que o Estado/Juiz venha impor ao Cruz-credo pagar-lhe o valor
devido. Proposta a Ação de Cobrança, o Juiz sorteado para o caso, determinou
que o processo seguisse seu regular caminho, impondo que Cruz-credo fosse
citado, o que ocorreu através da filhinha do Réu (“Coisa Líndia” – 14 anos), que
levou o recado e devolveu de volta o papel (mandado de citação) assinado por
ela mesma ao Oficial de Justiça. Cruz-credo veio através de seu advogado,
tudo dentro do prazo hábil para tanto e se defendeu amplamente, alegando:
Primeiro, indicou que a citação era inválida porque não foi feita regularmente
na pessoa do Réu. Segundo, alegou também que não comprou nada do aviário
“Seu Turco” e que na audiência para oitiva de testemunhas, a ser designada
pelo Juiz, irá fazer prova de suas alegações. Diante da grande quantidade de
serviço, o Juiz não despachou ficando o processo parado por mais de dois
anos. Após reclamação do aviário “Seu Turco”, o juiz marcou audiência para
ouvir testemunhas, determinando desnecessária a proclamação da notícia da
audiência para as partes e os advogados, uma vez que o Réu já havia
manifestado ciência da audiência no próprio processo. Ocorre que, na data
designada da audiência, o Réu esqueceu-se de comparecer, bem como se
esqueceu de apresentar ao advogado na data certa para tanto, a relação de
suas testemunhas, ficando dentro do processo apenas as testemunhas do
Autor. As testemunhas do Autor por sua vez, ao falarem em juízo disseram
sem qualquer “sombra de dúvidas” que tinham conhecimento de que houve
negócio entre o Autor e Réu. Inseguro, em razão de ter ouvido somente as
testemunhas de uma das partes, o Juiz autorizou vir para o processo, uma
cópia da carta psicografada pela “Mãe Chica da Silva e da Bahia” que dizia ao
contrário do que as testemunhas afirmavam, qual seja, não houve qualquer
negócio entre as partes. Diante do convencimento formado pela carta juntada,
o Juiz julgou improcedente o pedido. E, não obstante o Juiz ser primo do Réu,
o fez com isenção para julgar o caso, conforme informou na sentença. Para
tanto, narrou na sentença os fatos circunstanciados do processo e toda a razão
de decidir. O aviário “Seu Turco” insatisfeito com o resultado do processo
(IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO) recorreu para o Tribunal competente, o qual
após analisar o caso, fez julgamento cassando a sentença em razão da violação
do Princípio da Persuasão Racional e do Princípio da Imparcialidade do Juiz,
determinando o retorno dos autos para o primeiro grau e a manutenção dos
atos processuais não afetados pelos vícios.

I.1 - Após análise do caso, aponte(m) no texto 05 (cinco) princípios, sendo


respeitados ou não, justificando amplamente cada uma das respostas.
Cada resposta correta valerá 02 (dois) ponto.

I.2- Após apontar os 05 (cinco) Princípios de Direito Processual Geral, gentileza


também manifestar, fundadamente, com relação ao caminho tomado pela
decisão do Tribunal, se você também chegaria a mesma conclusão? (Não vale ponto
algum, apenas para treinar para a prova).

II - Sobre a Eficácia da Norma Processual no Tempo ou ainda, sobre a solução para o


Conflito Aparente da Norma Processual no Tempo, indique e justifique a resposta correta
para o caso:
Por força de nova lei processual, publicada e já em vigor desde 18.10.2021, restou alterado o
prazo para defesa de 15 (quinze) para 20 (vinte) dias. Ocorre que, em setembro de 2020,
Pedro havia ajuizado ação de indenização contra João e, tendo entrado em vigor a nova lei
processual (18.10.2021), nela restou expressamente grafado que a mesma não interferirá no
ato processual em cursar, mas somente nos atos processuais subsequentes àquele em que
entrou em vigor a nova lei processual, o que fez gerar dúvidas no réu se o novo prazo o
beneficiaria ou não, uma vez que a citação somente ocorreu em 19.10.2021. Portanto,
dúvida concreta, a qual reside, no prazo correto de defesa que incidirá após a citação, qual
seja, qual prazo será de direito do réu, 15 ou 20 dias para se defender?
Responda fundamentadamente às seguintes indagações: Você como advogado do réu,
quando citado seu cliente, qual prazo iria utilizar? Qual o método ou sistema que lhe permite
dar a resposta quanto à solução do conflito aparente da norma processual no tempo? Feito
isso, fale também dos demais métodos para solução do conflito aparente da norma
processual no tempo. (Não vale ponto algum, apenas para treinar para a prova).

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