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Colelitíase e colecistite

Colelitíase é o termo usado para denominar os cálculos da vesícula, sendo a doença mais prevalente
do trato biliar, afetando de 10 a 20% das populações adultas nos países desenvolvidos. Existem dois
tipos principais de cálculos da vesícula, os cálculos de colesterol, contendo mais de 50% de
colesterol cristalino monoidratado e os cálculos pigmentares, compostos predominantemente de sais
de cálcio de bilirrubina.
Cálculos de colesterol são formados quando o colesterol é solubilizado na bile pela agregação aos
sais biliares hidrossolúveis e às lecitinas insolúveis em água, que atuam como detergentes. Quando
as concentrações de colesterol excedem a capacidade de solubilização da bile (supersaturação), o
colesterol pode já não permanecer disperso e é nucleado em cristais monoidratados de colesterol
sólido.
Cálculos da vesícula pigmentar são misturas complexas de sais de cálcio insolúveis anormais de
bilirrubina não conjugada com sais de cálcio inorgânicos. Os cálculos da vesícula biliar são
constituídos por várias combinações de componentes insolúveis da bile, incluindo-se colesterol,
bilirrubinato de cálcio, sais orgânicos e inorgânicos de cálcio, sais biliares e glicoproteínas.

Os cálculos podem ser pequenos como um grão de areia e grandes como uma bola de golfe. Na
vesícula podem se desenvolver apenas um grande cálculo, centenas de cálculos pequenos, ou
qualquer combinação deles. Os fatores de risco mais comumente associados ao desenvolvimento de
cálculos da vesícula são: idade acima de 60 anos, sexo feminino, elementos ambientais, distúrbios
adquiridos, fatores hereditários, obesidade, gestações, perda rápida de peso, Diabetes mellitus, dieta
rica em gordura e colesterol e pobre em fibras.

Na minoria dos casos, os cálculos podem obstruir o fluxo normal de bile se eles se alojarem em
qualquer dos ductos que levam a bile do fígado ao duodeno. Isto inclui os ductos hepáticos, que
trazem a bile do fígado; o ducto cístico, que conduz bile à vesícula e pelo qual ela se esvazia; e o
ducto biliar comum (ou colédoco), que transporta a bile ao duodeno. Se qualquer destes ductos
persistirem bloqueados por um período significante de tempo, pode ocorrer a infecção das estruturas
do sistema biliar; o que talvez seja grave e até mesmo fatal.

Sinais de alarme de problemas séricos são febre, icterícia e dor persistente. Clinicamente, a maioria
dos pacientes com colelitíase é assintomática. A principal manifestação é a cólica biliar, em
consequência, sobretudo de obstrução das vias biliares por cálculo impactado; colecistite associada
também contribui para a dor. O risco de obstrução biliar depende do tamanho do cálculo; quando
pequeno, migra para as vias biliares e pode obstruí-las.

Muitos pacientes queixam-se de dor no hipocôndrio direito e intolerância a alimentos gordurosos. A


ultrassonografia é o método de escolha para seu diagnóstico, pois detecta virtualmente todos os
cálculos maiores que 3 mm de diâmetro. 108 Unidade II Existe consenso de que a colecistectomia é
o tratamento de escolha para a colelitíase sintomática.

A colecistite aguda, sempre que possível, deve ser tratada de maneira conservadora, com
antibióticos, hidratação, correção de distúrbios eletrolíticos e medidas gerais para o alívio dos
sintomas. A colecistectomia é indicada logo após a fase aguda, a fim de evitar aderências ao redor
da vesícula inflamada. Sugere-se a cirurgia de urgência nos casos de obstrução biliar.

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