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Guia de Avaliação Psicológica

TOP

Ficha Técnica

Nome Teste de Orientação Profissional


Autor Rui Carreteiro
Aplicação Individual ou Colectiva
Tempo +/- 30 min
População Adolescentes e Adultos

O TOP – Teste de Orientação Profissional, é constituído por quatro grupos de tare-


fas, denominadas por quadros – Quadro 1, Quadro 2, Quadro 3 e Quadro 4, precedi-
dos de um quadro de identificação.

O TOP pode ser aplicado colectivamente ou individualmente. Se a aplicação for


individual, poderá ser o próprio sujeito ou o observador a preencher o protocolo. Em
qualquer dos casos o observador deverá explicar devidamente a forma de resposta,
com vista a assegurar uma resposta adequada e válida.

É importante que o sujeito não entenda o TOP como uma Prova de avaliação
escolar, que visa aferir os seus conhecimentos, mas antes como uma ferramenta de
diagnóstico que visa ajuda-lo e em que em vários itens, não existem respostas certas
ou erradas.

É pois essencial que o sujeito responda de forma sincera e de acordo com o que
lhe parece mais adequado. Na realidade, através das Escalas de Validade, é possível
aferir de certa forma a sinceridade e adequação das respostas do sujeito. Contudo,
não se revela imperativamente necessário que o sujeito tome conhecimento da exis-
tência destas escalas.

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A aplicação deve começar pelo preenchimento do quadro de identificação do sujei-


to com o nome, habilitações, data de nascimento, data da observação e identificação
do observador. Na generalidade e por conveniência o TOP deverá ser aplicado numa
única sessão. Em casos excepcionais em que a aplicação se desdobre por mais do
que um dia a data de observação deve coincidir com a data final da observação.

Poderão ainda ser registadas algumas informações que se julguem convenientes e


que enriqueçam a informação do TOP.

QUADRO 1

O Quadro 1 é constituído por uma lista de 98 profissões, as quais o sujeito deverá


analisar, através de uma escala de quatro pontos (de 0 a 3) com base em critérios de
conhecimento e gosto pessoal:

O observador deverá certificar-se que para cada profissão e em cada coluna, o


sujeito escolhe apenas um valor da escala de quatro pontos.

No caso da coluna “Conhecimento”, caso o sujeito indique um valor inferior ou


igual a um (isto é, caso conheça mal ou não conheça de todo a profissão), deverá
consultar a lista geral de profissões que descreve as funções e atributos de cada uma
das 98 profissões referidas.

Note-se que a classificação do conhecimento do sujeito face a cada uma das pro-
fissões deverá ser feita antes da consulta da listagem. Visa-se através deste procedi-
mento obter informação sobre o conhecimento prévio do sujeito face a cada uma das
profissões, mas também assumir um carácter formativo, de forma a elucidar melhor o
sujeito e permitir uma resposta mais adequada nos itens subsequentes do teste.

No protocolo, as pontuações de 0 e 1 valores para a coluna “Conhecimento”


encontram-se sombreadas, com vista a uma detecção mais fácil dos itens que care-
cem de consulta da “Listagem Geral de Profissões”
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QUADRO 2

O Quadro 2 é formado por um conjunto de questões 25 de escolha múltipla que


aludem a alguns conhecimentos relativos a algumas das profissões referidas no qua-
dro anterior.

O sujeito deverá escolher, de entre as quatro opções possíveis, aquela que lhe
parece mais adequada. Posteriormente deverá ainda indicar a profissão a que a ques-
tão lhe parece adaptar-se melhor, bem como 4 conceitos relacionados com cada uma
das 25 profissões.

Para além das profissões indicadas como correctas, outras poderão ser conside-
radas adequadas pelo observador, desde que considere a resposta pertinente. Os
quatro conceitos solicitados, deverão também eles ser analisados pelo observador,
com vista à aplicação de um critério de certo/errado.

QUADRO 3

O Quadro 3, funciona um pouco como controlo de validade (incongruência ou


reforço) das respostas obtidas no Quadro 1.

O sujeito deverá começar por indicar o seu gosto pelo desempenho de 84 funções
ou actividades, através de uma escala de quatro pontos (de 0 a 3):

Posteriormente o sujeito deverá ainda, tal como é referido no protocolo, indicar na


Coluna A, a profissão a que pensa que a função mais se adequa.

QUADRO 4
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O Quadro 4 solicita ao sujeito um conjunto de informações que visa complementar


a informação anterior, com vista à orientação escolar ou profissional.

Na questão 1, o sujeito deverá indicar o tipo de escolaridade que pretende com-


pletar. Pretende-se desta forma averiguar se o percurso escolar previsto pelo sujeito
para si próprio se adequa à profissão que conhece melhor ou de que mais gosta.

O critério de conhecimento assenta ainda na hipótese de que os sujeitos terão


mais conhecimento das profissões de que gostam mais, já que investirão mais nessas
áreas.

Um pouco no seguimento desta questão vem a questão 2 que pretende identificar


algum eventual curso que o sujeito tencione tirar. Visa-se através desta resposta
comparar a pretensão preexistente no sujeito com os resultados do teste. A pergunta
de há quanto tempo existe aproximadamente essa pretensão, visa analisar a consis-
tência dessa ideia, partindo do princípio que uma ideia de longa data terá maior peso
(os seus prós e contras já terão sido certamente analisados), quando comparada com
uma decisão recente.

O mesmo se pretende com a questão 3 na qual o sujeito deverá indicar quatro


profissões que eventualmente gostasse de exercer. Pretende-se assim comparar
novamente a ideia preexistente com os resultados obtidos no TOP.

As questões 4 e 5, visam analisar a importância que o sujeito atribui respectiva-


mente a Família/ Lazer/ Amigos/ Profissão e a Dinheiro/ Fama/ Realização/ Utilidade
(para a sociedade). Isto porque certas profissões exigirão um maior esforço pessoal e
abdicação do tempo pessoal, e outras profissões poderão não ser muito rentáveis
economicamente mas trazer bastante conforto e mais valia pessoal.

As respostas a todas as questões deste grupo deverão ser consideradas na cota-


ção do TOP, mas deverão também ser comparadas com os resultados obtidos e pro-
fissão sugerida pelo Teste.

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Cotação

A cotação do TOP pode ser feita manualmente, no entanto aconselha-se a utiliza-


ção do Ficheiro de Cotação Automática para a obtenção de pontuações de uma forma
mais rápida e precisa. As instruções de cotação que se seguem referem-se ao Fichei-
ro de Cotação Automática, que corre em Excel (utilizadores do Windows®).

Validade

O TOP possui, como já vimos alguns indicadores de validade das respostas, quer
relativas à dimensão cognitiva (conhecimento relativo a cada uma das profissões)
quer no que concerne à dimensão afectiva (gosto face a cada uma das profissões).

A medida de validade para a dimensão cognitiva deve ser considerada como um


mero indicador, e ser considerada como bastante elástica porque os resultados, ainda
que adaptados, surgem contaminados com duas fontes reais:

A primeira razão prende-se com o facto da escala de medida dos itens que são
comparados ser diferente. Foi introduzido uma medida de correcção na escala de
validade, mas mesmo assim esta não deixa de ter de ser encarada com forte elastici-
dade (só se deverão considerar como eventualmente estranhos, diferenças superio-
res a um valor.

A segunda razão prende-se com o facto do sujeito, no primeiro quadro ser convi-
dado a consultar um alista de profissões, pelo que inicialmente pode realmente não
conhecer bem a profissão e após esta leitura passar a conhece-la. Teria pois, um
resultado inicial menor do que o final, o que seria não só natural, mas até desejável,
ainda que detectado pela escala de validade. Caso esta diferença seja oposta (isto é
o conhecimento inicial da profissão é superior ao final) dever-se-á então levantar a
hipótese de falsificação das respostas.
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No que concerne à dimensão “afectiva” a situação é mais pacífica, devendo even-


tuais diferenças dever-se ou a alterações no gosto do sujeito durante a realização da
prova, ou a respostas falsificadas. Por esta razão consideram-se desviantes todas as
diferenças (positivas ou negativas) observadas, isto é, a escala detecta problemas de
validade sempre que assuma um valor diferente de zero.

Todos os “disparos” da escala de validade deverão ser analisados, mas interpre-


tados com cuidado, devendo esta escala ser interpretada como um mero indicador.
Valores positivos significa que o sujeito aumentou o seu gosto/ conhecimento pela
profissão em causa durante a realização do TOP. Valores negativos significam que o
mesmo diminui.

Interpretação dos Resultados

Os resultados obtidos deverão ser analisados atendendo ao padrão geral de res-


posta, nomeadamente, tendo em consideração as respostas indicadas pelo sujeito no
Quadro 4. O TOP não apresenta normas estatísticas uma vez que o que se pretende
é uma análise intraindividual (isto é entre as repostas de um mesmo sujeito) e não
uma comparação interindividual (com outros indivíduos da população).

A escolha da profissão deverá conciliar o gosto do sujeito pela profissão em cau-


sa, mas também os seus conhecimentos relativos à mesma.

Deverão ainda ser ponderadas as respectivas saídas profissionais, conforme se


descrevem no ponto seguinte. A orientação escolar ou profissional é um processo
complexo, devendo o TOP ser apenas um entre muitos outros elementos de pondera-
ção.

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Considera-se pertinente a aplicação paralela de uma prova de avaliação intelec-


tual e uma prova de avaliação de personalidade para melhor exploração dos resulta-
dos e uma melhor orientação do sujeito.

Saídas Profissionais

Numa sociedade em que o desemprego é infelizmente um mal cada vez maior,


um dos elementos que o observador deverá ponderar deverão ser as saídas profis-
sionais e as perspectivas de integração no mercado de trabalho da profissão ou pro-
fissões indicadas pelo TOP.

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