EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 14ª VARA DO TRABALHO
DE RECIFE/PE
PROCESSO Nº 0000516-58.2018.5.06.0014
BANCO SANTANDER (BRASIL) S/A, devidamente
qualificado nos autos processuais da ação trabalhista, que lhe move GLEICY RODRIGUES VELOSO DOS SANTOS, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, por seus advogados infra-assinados, apresentar EXCEÇÃO DE PRÉ- EXECUTIVIDADE, com fundamento no artigo 5º, XXXV da CF, pelos fatos e fundamentos a seguir aduzidos:
I – DAS INTIMAÇÕES, NOTIFICAÇÕES E
PUBLICAÇÕES
Requer, a reclamada que as futuras notificações e intimações
sejam efetivadas em nome do advogado IVAN CARLOS DE ALMEIDA – OAB/SP nº 173.886, ou, encaminhadas, também exclusivamente, para o endereço abaixo indicado, anotando-se na capa dos autos para todos os fins de Direito, especialmente aqueles previstos no artigo 77 do CPC e Sumula 427 do C.TST.
II – DO CABIMENTO DA EXCEÇÃO DE PRÉ-
EXECUTIVIDADE. DA INEXIGIBILIDADE DO TÍTULO EXECUTIVO. DA EXPRESSA PREVISÃO DO ARTIGO 884, §5 DA CLT.
DA TUTELA DE URGÊNCIA - SUSPENSÃO DA
EXECUÇÃO
Inicialmente insta destacar que a presente medida é cabível,
posto que a EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE tem por escopo viabilizar a defesa específica do processo de execução, nos termos do que preceitua o art. 914 do CPC, em aplicação subsidiária à norma processual da CLT.
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São Paulo – CEP 01008-000 11 3101-2214 / 11 3101-3112 Página 1 de 6 arnoradvogados@arnoradvogados.com.br www.arnoradvogados.com Trata-se, portanto, de matéria de defesa, formalmente consagrado nos artigos. 525 e 914 do CPC, com aplicação subsidiária à norma processual trabalhista, ex vi art. 769, CLT.
Ainda, por ser consolidado pela doutrina e da jurisprudência,
sua aplicação é restrita, em questões envolvendo os pressupostos processuais e as condições da ação, também sendo admitida quando se discute a exigibilidade do título e a quitação da dívida.
Neste sentido, necessário se faz mencionar o entendimento de
Hélcio Luiz Adorno Júnior que observa:
...se trata de objeção suscitada pelo suposto devedor, na fase
preliminar da execução ou nela propriamente dita, para apontar questão de ordem pública ou de prova pré- constituída, antes da garantia do juízo. (ADORNO JÚNIOR, Hélcio Luiz. A exceção de pré-executividade no processo do trabalho. Dissertação de Mestrado. Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2002. P.27.)(g.n)
A corroborar cita-se também a doutrina de DARLAN
BARROSO no particular:
(...) a objeção ou exceção de pré-executividade é um meio de
defesa incidental, em que o executado, munido de prova documental e sem a necessidade de dilação probatória, provoca o julgador dentro do processo de execução para arguir questão de ordem pública relativa às condições da ação ou a pressupostos processuais, isso sem necessidade de embargos." (In Manual de Direito Processual Civil: Execução. São Paulo: Manole, 2007, p. 334)(g.n)
Nesse passo, o estado de coisas denominado de ordem pública
se expressa pelo controle da regularidade e desenvolvimento de atos e procedimentos, chamando a atenção dos envolvidos na relação processual para a presença de defeitos tidos como graves, intransponíveis, bem como para a necessidade de afastá-los, para se garantir a legalidade.
Em outros termos, é com o resguardo da integridade e da
adequação dos atos processuais e dos procedimentos que se assegurará o estado de ordem
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No caso sob judice, verifica -se que a decisão que
consubstancia o título executivo aplicou preceito normativo declarado INCONSTITUCIONAL pelo SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, qual seja a Súmula 331 do TST, consoante ADPF 324 e do RE 958.252, Tema 725, razão pela qual, nos termos do artigo 884, § 5º, tornou -se inexigível :
Art. 884 - Garantida a execução ou penhorados os bens, terá o
executado 5 (cinco) dias para apresentar embargos, cabendo igual prazo ao exeqüente para impugnação. § 5o Considera-se inexigível o título judicial fundado em lei ou ato normativo declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal ou em aplicação ou interpretação tidas por incompatíveis com a Constituição Federal .
Evidente, a situação dos autos é exatamente aquela prevista
no supracitado artigo, razão pela qual, neste momento processual, necessária a demonstração, arguição e declaração de inexigibilidade do título judicial, independentemente de penhora ou oferecimento de embargos, na via de exceção de pré- executividade.
Neste sentido, a jurisprudência já reconhece a medida:
“EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE. EXECUÇÃO SEM
TÍTULO E CONTRA PARTE ILEGÍTIMA. MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA. CABIMENTO. É cabível a exceção de pré-executividade para impugnar a execução sem título e processada contra parte ilegítima, por configurar matéria de ordem pública, cognoscível até mesmo de ofício”.(TRT-1 - AP: 00385005819995010054 RJ, Relator: Rildo Brito, Data de Julgamento: 14/04/2014, Terceira Turma, Data de Publicação: 29/04/2014)(g.n)
“EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE - Trata-se de
instituto aplicável em casos especiais emergentes no processo executório, mais precisamente quando à exigência de garantia patrimonial prévia representar a impossibilidade de defesa do executado, sendo plenamente compatível com o
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Assim, o incidente de exceção de pré-executividade
demonstra ser a via eleita e adequada para evitar a continuidade de execução indevida e injusta, com consequências irreparáveis para a Executada, através da constrição indevida de seu patrimônio, além de prejuízos e danos de ordem material, que sequer poderão ser reestabelecidos. Portanto, é fundamental, que neste momento seja determinada a suspensão dos atos de execução, enquanto pendente a decisão da exceção de pré -executividade.
No caso em tela, o fundamento relevante que corrobora a
necessidade de imediata suspensão da execução é que a continuidade da execução e exigibilidade do título judicial encontram expressa previsão legal contrária, resultando em evidente violação à segurança jurídica e direitos consolidados às partes em litígio. No caso concreto, portanto, estão presentes os requisitos elementares que norteiam a suspensão dos atos executórios e do próprio processo em si, quais sejam, a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
A probabilidade do direito resta demonstrada
inequivocamente, pela patente impossibilidade inexigibilidade do título sobre o qual se funda a execução, constituindo evidente violação ao direito da parte ao devido processo legal, ampla defesa, contraditório e resultando em violação à segurança jurídica e boa-fé processual.
No que tange ao perigo de dano tal requisito está evidenciado
no caso em tela de maneira cristalina, sobretudo porque a Executada se encontra na iminência de ser privada dos seus bens sem que tenha sido respeitado o devido processo legal. Neste particular o risco não atinge apenas a Executada, mas também os demais executados.
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Ante o exposto, por se tratar de empresa ativa no
mercado, requer o reclamado que os meios de execução sejam esgotados com relação à real empregadora, VLM Crédito e Cobrança Ltda-EPP, tendo em vista que a condenação do Banco Reclamado é subsidiária.
III INEXIGIBILIDADE DO TÍTULO EXECUTIVO
JUDICIAL – ARTIGO 884, § 5º da CLT C/C ARTIGO 525 § 12 CPC - NULIDADE ABSOLUTA DA EXECUÇÃO - FATO NOVO – EMPRESA ATIVA NO MERCADO
O processo consiste em Reclamação Trabalhista movida por
empregada que atuava como operadora de cobrança, e que, segundo sua petição inicial, teria prestado serviços ao Banco Reclamado.
A empresa empregadora da reclamante, encontra-se ATIVA
no mercado, conforme demonstrado acima, dessa forma, a execução deve ser suspensa, inclusive, com relação ao Banco Reclamado que foi condenado SUBSIDIARIMENTE na presente demanda, visto que NÃO FORAM ESGOTADOS OS MEIOS DE EXECUÇÃO com relação à real empregadora.
Em respeito ao princípio da eventualidade, caso não seja
acolhida e provida a pré-executividade, essa executada requer a suspensão da execução.
III DOS REQUERIMENTOS FINAIS
Diante de todo o exposto e com base na fundamentação
apresentada requer que este Douto Juízo
(i) determine a imediata SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO,
ante a evidenciação da probabilidade do direito e o perigo do dano e risco ao resultado útil do processo, e ainda em virtude do respectivo prejuízo fundamentado, e violação à segurança jurídica e ao direito líquido e certo da Executada;
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Maria Aparecida Alves Verônica Sartori Caetano
OAB/SP 71.743 OAB/SP 177.903
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