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XXXXXXXXX - XX
XXXXXX Ltda., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ XXXXXXXXX, por seu
advogado signatário, instrumento de mandato incluso, com sede à XXXXXXXX, XXX – na
cidade de XXXXXXXX–XX, local onde recebe notificações, comparece perante esse
Meritíssimo Juízo para oferecer CONTESTAÇÃO à Reclamatória Trabalhista que lhe
move XXXXXX XXXXXXXX, mediante as razões que passa a expor:
I – DA SÍNTESE DA DEMANDA
A reclamante foi contratada para exercer a função de atendente em XX.XX.19XX,
quando optou pelo regime do FGTS.
A autora afirma que é dirigente sindical, e sempre esteve ao longo do pacto laboral,
envolvido no movimento sindical da sua Categoria (Sindicato - XXXXXXX/XX), sendo,
inclusive, Diretor Sindical.
Assevera que a referida greve teve duração de 42 dias e apenas findou-se após
determinando do TST.
Aduz que, após o término da greve visando derrubar a força do sindicato, a empresa,
de forma fútil, imoral e vergonhosa publicou no seu periódico denominando “BBBBBB”
(em anexo) uma matéria onde difamava os dirigentes sindicais.
Afirma que face tal situação a Reclamada deve ser condenada ao pagamento de uma
indenização por danos morais no valor de 20 (vinte) salários contratuais da autora ou
em valor a ser arbitrado pelo Juízo considerando as condições do agressor e a
hipossuficiência da Reclamante, bem como as condições vexatórias as quais foi
exposta, nos termos do art. 5º inciso X da CF.
I - NO MÉRITO
1. Das impugnações específicas
Assevera a reclamante ser dirigente “ativista”, que:
Ou seja, não teve a empresa o intuito de atingir nenhum dirigente de forma específica,
como pretende fazer crer a autora.
O que significa que o dirigente sindical, por estar com o contrato de trabalho suspenso,
ordinariamente, não sofrerá as consequências decorrentes do exercício do direito de
greve, como os empregados grevistas em geral, vez que a decorrência lógica da
suspensão do contrato de trabalho, em qualquer dos casos (Acidente de trabalho ou
doença após o 15º dia, durante a prestação de serviço militar obrigatório,
aposentadoria por invalidez, suspensão disciplinar, etc), será a não prestação do
serviço e/ou não comparecimento ao labor.
Daí a razão de ser do texto: “Quem sofreu com o desconto dos dias parados na última
greve foi você, trabalhador, e não o sindicalista, que agora volta a inflamar a categoria
com discursos falsos.”
Em regra, o sindicalista não sofre, nem pode sofrer desconto. Ocorre que, na prática,
alguns dirigentes, com o fito de estar na mesma condição que os demais empregados
da Empresa, por ocasião da deflagração de movimentos grevistas, solicitam a
suspensão da liberação na condição de dirigente sindical, cuja consequência será de
sustar os efeitos da suspensão do contrato de trabalho liberado (do art. 543, § 2º da
CLT), nos termos da Cláusula 20 do ACT vigente:
[COLACIONAR CLÁUSULA]
Nada foi carreado aos autos que indicasse a verossimilhança da tese obreira, tanto em
tese jurídica quanto fática.
Como restou demonstrado pela Reclamada não houve nenhum dano a autora, a
publicação realizada pela ECT não se dirigiu a autora de forma específica.
Além disso, salienta-se que a responsabilidade civil requer à sua caracterização três
elementos básicos: a ação ou omissão, o dano e o nexo de causalidade entre este e
aquela, consistindo o seu efeito na reparação, pecuniária ou natural.
Segundo JOSÉ DE AGUIAR DIAS, o dano moral, objeto do presente tópico, consiste na
penosa sensação da ofensa, na humilhação perante terceiros, na dor sofrida, enfim,
nos efeitos puramente psíquicos e sensoriais experimentados pela vítima do dano.
No caso presente, a Reclamante não comprovou qualquer situação descrita acima: dor,
ou sofrimento a ensejar a reparação por dano moral.
Registre-se, por pertinente, que o ônus de provar a configuração do dano moral era da
Reclamante, a teor do disposto no artigo 333, I, do Código de Processo Civil.
A Reclamada não cometeu nenhum ato que importasse em afronta à honra, imagem
ou vida privada do trabalhador, não ensejando, portanto, a indenização por danos
morais pretendida pela obreira, como dispõe o Enunciado 159, aprovado na III Jornada
de Direito Civil, promovida pelo Conselho da Justiça Federal, in verbis:
Para justificar a indenização é necessário que a atitude do agente seja ilícita e que
tenha causado efetiva repercussão extrapatrimonial da suposta vítima. Não é o que se
verifica no caso dos autos.
Dano é o resultado de uma ação ou omissão, que não esteja dentro de um exercício
regular de um direito, em que o agente causa prejuízo ou viola direito de outrem, por
dolo ou culpa. Tal é o comando do art. 186 do Código Civil, que, em consequência,
sanciona a conduta lesionante imputando ao seu autor a obrigação de repará-la.
Por outro lado, cumpre salientar que, para a caracterização do dano moral, não se
mostra suficiente a mera comprovação do evento, sendo necessário, também, que o
magistrado aprecie a sua gravidade, para diferenciar o dano moral passível de
indenização do mero aborrecimento.
Sobre honorários sucumbencias, a regra processual vigente (art. 791-A da CLT) prevê:
“Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão
devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5%
(cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor
que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido
ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.
§ 1º Os honorários são devidos também nas ações contra a Fazenda
Pública e nas ações em que a parte estiver assistida ou substituída pelo
sindicato de sua categoria.
§ 2º Ao fixar os honorários, o juízo observará:
I - o grau de zelo do profissional;
II - o lugar de prestação do serviço;
III - a natureza e a importância da causa;
IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu
serviço.
§ 3º Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará honorários de
sucumbência recíproca, vedada a compensação entre os honorários.
§ 4º Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha
obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos capazes de
suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua sucumbência
ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser
executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da
decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a
situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de
gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do
beneficiário.
§ 5º São devidos honorários de sucumbência na reconvenção.”
Assim, sendo julgado improcedente ou extinto o processo, requer a condenação da
parte adversa ao pagamento de honorários sucumbenciais em favor do Procurador da
reclamada no percentual de 15% do valor da causa, com base no respectivo dispositivo
legal, ou, sucessivamente, fixada a sucumbência parcial que trata o §3º do artigo 791-A
da CLT caso procedente a demanda em parte.
6. Da exibição de documentos
Por oportuno, frise-se que todos os documentos acostados aos autos são suficientes
para comprovar a inexistência de fundamento das alegações da Reclamante, inclusive
os ora juntados.
XXXXXX XXXXXX
OAB/XX nº. XX.XXX