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CASO PRATICO IP089 <9001=

1)- A auditoria constata que a empresa não avalia 100% das peças devido à falta de recursos para
atender toda a demanda. Esta observação, na minha opinião, constitui uma Não Conformidade
(NC) segundo os critérios e requisitos da norma ISO 9001:2015.
A norma estabelece na secção 4.4.1 (processos para o sistema de gestão da qualidade) que a
organização deve determinar os recursos necessários e garantir sua disponibilidade. Em 5.1.1
(aspetos gerais – liderança) mencionasse a responsabilidade da Alta Direção em assegurar que os
recursos necessários para o sistema de gestão de qualidade estejam disponíveis. A secção 7.1
(recursos- Apoio), é clara neste sentido quando afirma que os recursos necessários devem ser
estabelecidos e mantidos para validar os resultados das operações de monitoramento e medição de
modo a fornecer provas da conformidade dos produtos e serviços. Similarmente, a secção
8.5.1 (controle da produção e da prestação do serviço- operação) estabelece os controles que
devem existir sobre processos, produtos e serviços de modo a cumprir com os requisitos do
cliente. Em definitiva, o descumprimento destes critérios compromete a qualidade do produto, per
se, e, por conseguinte, a eficácia do sistema de gestão de qualidade.
Atendendo aos requisitos da norma descritos aqui, a pretensão por parte da empresa sobre a falta de
recursos para avaliar 100% das peças, de facto, contraria os requisitos da norma, constituindo
assim uma NC.

2)- Relativamente à empresa dedicada à reciclagem de óleo industrial e o


procedimento estabelecido para a separação de produtos, em áreas independentes, em função de
conterem ou não PCB´s, considero que esta não constitui uma NC da norma em questão. Segundo a
auditoria, a empresa alega que os protocolos a seguir neste processo são do conhecimento de todos
os trabalhadores. Alega também, que as áreas de trabalho, onde se realiza a separação de
produtos, são localizadas adequadamente por estes e, que, por conseguinte, não é preciso
sinalização alguma.
Comparativamente, cabe recordar que A ISO 9001:2015, ao contrário da sua versão de 2008, não
possui a obrigatoriedade de um listado de procedimentos. Em troca, ela fala de informação
documentada. A norma indica na secção 4.4.2 (informação documentada) que a organização
deve manter a informação documentada para apoiar a operação dos seus processos,
outorgando-a assim, a flexibilidade em determinar e estabelecer instruções ou procedimentos
relativos a processos. Similarmente, a secção 8.1 (planejamento e controle operacional)
estabelece que
cabe a organização determinar e conservar a informação documentada relativa aos processos.
Atendendo aos critérios da norma referenciados aqui, assim como os protocolos estabelecidos
pela empresa na separação de produtos, considero que esta não constitui uma NC. Do meu
ponto de vista, no pressuposto de que a auditoria verificasse falhas ou irregularidades nos
processos podendo afetar a eficácia dos mesmos, então sim, estaríamos perante uma NC.
3)- O letreiro indicando obrigatoriedade de usar EPI, e a decisão da equipe de não fazer uso dos
mesmos, alegando que são desconfortáveis e pouco práticos, ao meu ver constitui uma NC grave. A
norma neste sentido é bastante clara. Na secção 7 (Apoio), fica patente a responsabilidade da
organização em estabelecer um ambiente de trabalho seguro e saudável para realização de
qualquer atividade assim como proporcionar pessoal adequado para criar e reter o sistema de
gestão de qualidade. Em relação ao primeiro ponto, a gestão de riscos é fundamental e integral ao
sistema de qualidade. Ela faz parte do planejamento estratégico da empresa visando identificar
as ameaças e perigos no lugar de trabalho. Neste sentido, a empresa, ao estabelecer a utilização de
EPI como medida de proteção, quer dizer que existe um perigo para a saúde do trabalhador. Este
perigo não desaparece se o trabalhador não o usar. Os trabalhadores, por sua vez, ao
rejeitarem o seu uso, transmitem a sensação de não haver recebido formação adequada sobre
segurança laboral, utilização de Equipamentos de Proteção Individual etc. Esta particularidade
contravém a disposição da norma e a secção 7.2 (competência), onde a organização deve se
assegurar que os trabalhadores sejam competentes baseando-se na educação, formação e
experiência. Adicionalmente, a secção 9.1.1 (aspetos gerais), explicita que deve ser feito o
monitoramento, medição, análise e avaliação da efetividade das ações adotadas pela organização e os
seus resultados. Neste sentido creio que este critério não foi aplicado adequadamente durante a
seleção do EPI (avaliação do conforto, tamanho do trabalhador, acabamento, nível de
proteção) e o acompanhamento do protocolo de segurança. Pelo exposto acima, considero que a
observação da auditoria deliberada aqui, constitui uma NC da norma ISO 9001:2015

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