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FACULDADE INNAP –

INSTITUTO NACIONAL DE NATUROPATIA APLICADA

METODOLOGIA DE BANCADA

PROF. DRA. ARLETE CAYE


SUMÁRIO

1-O QUE É CIÊNCIA .................................................................................................. 2

2-OS TIPOS DE MÉTODO CIENTÍFICO .................................................................... 5

3-IMPORTÂNCIA DO MÉTODO CIENTÍFICO............................................................ 8

4- E QUAIS OS TIPOS DE CIÊNCIA? ........................................................................ 9

5- TIPOS DE PESQUISA CIENTÍFICA ..................................................................... 10 1


6- PARTES DA TESE ............................................................................................... 15

7- TIPOS DE PESQUISA CIENTÍFICA - QUANTO À ABORDAGEM ...................... 16

8- TIPOS DE PESQUISA CIENTÍFICA - QUANTO À NATUREZA .......................... 17

9- TIPOS DE PESQUISA - QUANTO AOS OBJETIVOS ......................................... 18

10- TIPOS DE PESQUISA CIENTÍFICA - QUANTO AOS PROCEDIMENTOS ....... 19

11- PARTES DE UMA PESQUISA ........................................................................... 22

12 - A HIPÓTESE ..................................................................................................... 27

13 - OS OBJETIVOS ................................................................................................ 29

REFERÊNCIAS......................................................................................................... 30
1-O QUE É CIÊNCIA

Desde o instante em que nos levantamos pela manhã e acendemos as luzes


ou ligamos a TV, ouvimos ou lemos as notícias, entramos em um carro ou nos
vestimos, temos contato com os progressos da ciência. Em particular, temos contato
frequente com os avanços tecnológicos, resultados práticos e diretos da ciência. A
Ciência é um assunto que faz parte da vida de todos, mas antes de discutir sua
importância devemos tentar responder a uma pergunta bem fundamental:
O que é Ciência? 2
Essa pergunta simples pode trazer algo incrível em sua resposta. A ciência é
uma maneira que a humanidade encontrou para entender o mundo. O que diferencia
a ciência, ou o que faz dela uma maneira diferente de ver o mundo é a aplicação de
uma série de passos que chamamos de método científico. O método científico
determina etapas que levam a produção do conhecimento científico, ou da própria
ciência. O método é basicamente um conjunto de procedimentos que direcionam
uma investigação científica a fim de obter os resultados que melhor descrevem a
natureza, ou realidade do mundo natural. O que é o mundo natural? É o mundo que
pode ser observado de diversas maneiras, direta ou indiretamente, que pode ser
visto a olho nu ou observado em um telescópio ou microscópio. Veremos que o que
torna algo “Ciência” é a chance de verificação de nossa compreensão, a verificação
das leis que propomos a partir de nossas observações. A ciência deve ser precisa.
Para que ela seja precisa, as etapas que formam o chamado método hipotético-
dedutivo devem ser seguidas rigorosamente; essas etapas são:
•Observação;
•Questionamento;
•Hipótese;
•Experimento;
•Verificação;
•Previsão.
Cada etapa deve ser cumprida e caso o procedimento não seja bem-sucedido,
devemos retornar a etapa anterior e buscar fazer correções a fim de evitar possíveis
falhas. Por exemplo, se a hipótese não explica o resultado do experimento, deve-se
retornar a etapa da hipótese para criar uma nova explicação.
Na primeira etapa, a observação acontece a partir da escolha de um
fenômeno ou objeto de estudo que seja possível de investigação, e dependendo do
caso com o auxílio de equipamentos específicos. Se o nosso objeto de estudo é
uma célula, por exemplo devemos utilizar um microscópio; para observar um planeta
ou estrela usamos um telescópio. Podemos considerar então que qualquer
informação que chega até nós por meio dos sentidos; é parte da observação.
Quanto mais precisa e cuidadosa for a observação, mais o pesquisador irá conhecer
sobre o que está investigando.
Após a observação, seguimos para a próxima etapa onde os
questionamentos podem ser formulados mediante a caracterização do objeto de
estudo. É a caracterização que permite ao pesquisador conhecer o comportamento 3

do fenômeno e porquê ele ocorre, além de fazer as medidas necessárias e


quantificar o fenômeno observável.
Os questionamentos devem ser então solucionados ou explicados pelas
hipóteses. É neste momento que o cientista formula as respostas iniciais para os
questionamentos utilizando-se unicamente das observações feitas na primeira etapa.
Estas hipóteses, além do mais, devem ser possíveis de teste.
A experimentação é considerada a etapa mais importante do método
científico e é possivelmente a etapa que diferencia a Ciência das demais atividades
humanas. É nesta etapa que as hipóteses propostas anteriormente serão testadas e
validadas. A experimentação foi introduzida com o intuito de “confirmar” a hipótese,
pois a partir dela que é decidido se a explicação desenvolvida na etapa anterior era
realmente confiável ou deveria ser descartada ou melhor elaborada.
A próxima etapa é a verificação. Nesta etapa o experimento que foi feito uma
única vez deve ser refeito outras vezes e nas mesmas condições na qual o primeiro
foi realizado a fim de obter o mesmo resultado (quanto maior o número de
verificações, mais seguro será que a explicação é válida).
Na última etapa, a previsão, as hipóteses testadas devem contemplar a
característica atemporal, ou seja, qualquer outro cientista deverá ser capaz de
realizar esse experimento a fim de testar se essas hipóteses podem explicar o
fenômeno para qualquer época e em qualquer lugar.
Após terem sido concluídas todas as etapas, os conhecimentos obtidos
deixam de ser apenas explicações provisórias ou hipóteses e se tornam o que
chamamos de Teoria Científica. Em seguida, o resultado que foi obtido deve ser
divulgado para a comunidade científica, seja por meio de revistas ou artigos
científicos.
Porque escolhemos a Ciência como forma de pensamento e a forma de
observar e estudar o mundo natural? Porque ela permite a verificação de nossa
compreensão, a possibilidade de correção das leis que propomos a partir de nossas
observações.
A Ciência é um processo gradativo e autocorretivo. Fazer Ciência é evoluir o
pensamento é chegar um novo lugar onde ninguém chegou. É mais que apenas
conhecer o Universo, é saber como ele funciona.
Por fim, a ciência também não é o senso comum, ou seja, saberes adquiridos
e transmitidos socialmente – pelas nossas experiências de vida – que oferecem 4

respostas prontas para questões corriqueiras e frequentes no nosso dia a dia.


Em um exemplo simples, sabemos que se colocarmos a mão no fogo ou em
uma superfície quente, ela irá queimar e, por isso, evitamos de fazer isso. Sabemos
isso não porque colocamos a mão no fogo um número incontável de vezes (apesar
de podermos ter feito algumas), mas porque isso é um saber da sociedade, muito
provavelmente transmitido pelos pais e que transmitiremos aos nossos filhos.
Dito isso, portanto, podemos tentar estabelecer uma definição nossa de
ciência como uma explicação possível de ser testada, racionalmente válida e
justificável, que possa ser replicada, e obtida por meio de estudos, observações e
experimentações feitas sobre a afirmação ou o objeto estudado.
2-OS TIPOS DE MÉTODO CIENTÍFICO

Método indutivo – envolve a observação de fenômenos específicos, seguida


da comparação dos resultados, buscando algum tipo de correlação para que seja
construída uma generalização.
Exemplo: Observação 1: Vacas da espécie A que vivem no Brasil possuem
leite com teor de gordura de 4%.
Observação 2: Vacas da espécie B que vivem no Brasil possuem leite com
teor de gordura de 4%. 5
Observação 3: Vacas da espécie C que vivem no Brasil possuem leite com
teor de gordura de 4%.
Observação 4: Vacas da espécie G que vivem na Argentina possuem leite
com teor de gordura de 3%.
Conclusão: As vacas das espécies A, B e C vivem no Brasil, logo todas as
vacas que vivem no Brasil possuem leite com teor de gordura de 4%.
Método dedutivo: aplica o raciocínio lógico (dedução) para se alcançar
conclusões específicas por meio de suposições gerais.
Exemplo: Todas as vacas que vivem no Brasil possuem leite com teor de 4%.
As vacas da espécie A vivem no Brasil.
Logo, as vacas da espécie A possuem leite com teor de 4%.
Método hipotético-dedutivo: aplicado quando o conjunto de informações
disponíveis não é o suficiente para explicar um fenômeno. Nesse caso, é necessário
trabalhar com hipóteses, que nada mais são do que possíveis explicações para o
que se discute. A hipótese é posta à prova frente a vários testes e se mantém como
verdadeira até que algum teste a invalide ou a rejeite. Quanto maior o número de
validações da hipótese, maior a sua proximidade com a realidade.
Método dialético: baseado em diálogo, debates e argumentação. É composto
por três partes: tese, antítese e síntese. A tese se refere ao argumento ou à ideia
defendida. A antítese é o argumento que se opõe à tese e atua como uma
“provocação”. Por fim, a síntese é a conclusão e a união entre aspectos verdadeiros
da tese e da antítese. Essa abordagem de construção de conhecimento científico é
bastante explorada nas Ciências Sociais.
Método estatístico: aplica ferramentas estatísticas para a investigação de um
fenômeno. Os dados disponíveis são organizados, analisados e interpretados de
forma quantitativa, com base em um tratamento estatístico-matemático. Esse
método fornece dados numéricos para a probabilidade de acerto e margem de erro
dos resultados obtidos.
Método comparativo: empregado por meio da análise de um ou mais
fatos/fenômenos envolvidos, considerando as suas similaridades e suas diferenças.
Esse método é utilizado em diversos segmentos, como a Química, a Filosofia, a
Psicologia, entre outros.
Método experimental: nesse método, o objeto/fenômeno estudado é
submetido a diferentes condições controladas, analisando-se o impacto gerado ao
sistema. Essa abordagem é muito empregada na Química, na Física, na Biologia e 6

nas áreas farmacêutica e médica.


Um dos exemplos mais clássicos de aplicação do método científico foi a
descoberta do medicamento penicilina. O cientista Alexander Fleming estudava
colônias de bactérias Staphylococcus aureus. Em determinada ocasião, verificou
que algumas amostras já abandonadas haviam sido recobertas por uma espécie de
mofo causado pela presença de fungos, causando a morte das bactérias de estudo.
Mais tarde, partindo dessa observação, os cientistas Howard Florey e Ernst Chain
formularam questionamentos e hipóteses e em seguida as testaram em
experimentos científicos. Nesses testes, isolaram e estudaram o fungo e, mais tarde,
o testaram em ferimentos dos soldados na Segunda Guerra Mundial. Hoje, a
penicilina é um dos antibióticos mais importantes da Medicina.
René Descartes, famoso filósofo francês que viveu no século XVII, foi o
primeiro cientista a propor um modelo sistemático para guiar o raciocínio humano na
busca da verdade do conhecimento baseado na lógica matemática, uma vez que
essa ciência é, a princípio, exata, certa e ausente de dúvidas. Em 1637, Descartes
publicou a primeira edição do livro Discurso sobre o método, obra em que defende
que o verdadeiro conhecimento apenas pode ser alcançado com o uso da razão,
deixando de lado os sentidos e as sensações pessoais. O autor define no livro sua
concepção sobre “ciência” e as etapas para a realização da prática científica,
definindo os argumentos necessários para a distinção entre verdade e falsidade.
Método científico na Biologia
Na área da Biologia, um dos exemplos mais representativos da aplicação e
importância do método científico foi o trabalho de Charles Darwin no
desenvolvimento da teoria da seleção natural.
Darwin, observando como as espécies evoluíram ao longo dos anos,
formulando perguntas e testando hipóteses, concluiu que todos os seres vivos lutam
pela sua sobrevivência, e o meio seria o responsável por selecionar aqueles mais
aptos a permanecerem vivos. A seleção do meio, chamada de seleção natural,
consideraria diversas características dos seres vivos que favoreceriam sua
sobrevivência, tal como os aspectos físicos. Como são os indivíduos que sobrevivem
que possuem tais características, elas são repassadas aos seus descendentes,
perpetuando-se ao longo das gerações.
A teoria da seleção natural é um dos principais mecanismos que explica a
evolução das espécies e foi construída considerando as etapas do método científico,
seguindo um raciocínio dedutivo. 7
3-IMPORTÂNCIA DO MÉTODO CIENTÍFICO

As pesquisas científicas são de extrema importância para o desenvolvimento


da humanidade e na resolução de problemas. Para que uma pesquisa ou um estudo
sejam considerados científicos, eles precisam seguir uma série de procedimentos de
validação, sendo um deles o método científico.
O uso do método científico garante a validade de um estudo e a confiabilidade
de seus dados e métodos empregados, protegendo-o das intenções e subjetividades
do próprio pesquisador. Ou seja, é a aplicação do método científico em um estudo 8
que o torna válido e confiável.
4- E QUAIS OS TIPOS DE CIÊNCIA?

São vários os tipos de ciência. Apesar de suas diferenças, todos tentam se


adequar a algum tipo de método para sustentar suas afirmações e o sonho de toda
nova disciplina é ser reconhecida como científica. Os principais “tipos” de ciência
são: ciências humanas, ciências exatas e ciências biológicas.
As ciências humanas, como o próprio nome diz, tratam das relações entre
diferentes grupos de pessoas, tentando compreender hábitos, acontecimentos o
funcionamento da sociedade, do Sistema Internacional, a política, a história, entre 9
diversos outros fenômenos. São exemplos a História, Filosofia, Sociologia,
Economia, Relações Internacionais, Direito, entre outras.
As ciências exatas, por sua vez, são baseadas em raciocínios lógicos
sustentados com base em aplicações quantitativas, com a utilização de números,
fórmulas, equações, etc. São exemplos a matemática, a química, a física.
Já as ciências biológicas envolvem a aplicação da biologia para o estudo de
organismos vivos (espécies, reprodução, sistemas, saúde, etc.). Envolvem toda
espécie de organismos vivos, independentemente de seu reino, filo, classe, ordem,
família, gênero ou espécie.
5- TIPOS DE PESQUISA CIENTÍFICA

Nas últimas décadas do nosso século, as ciências humanas como as ciências


em geral distanciaram-se um pouco em relação à perspectiva positivista que as viu
nascer e determinaram o encaminhamento principal de seu método de constituição
do saber.
No ponto de partida da operação de pesquisa encontra-se o problema a ser
resolvido. Diversos fatores influenciam o pesquisador. Esses fatores fazem com que
o pesquisador perceba um problema, lhe fazem supor uma solução possível, uma 10
explicação racional da situação a ser compreendida ou aperfeiçoada: a hipótese.
Muitas vezes, o pesquisador sabe que sua hipótese não é sempre a única
possível, e que outras poderiam ser consideradas. Mas ele retém a que lhe parece
ser a melhor, a que lhe parece suficiente para progredir em direção à compreensão
do problema e a sua eventual solução.
Resta ver se esta antecipação de uma solução ou de uma explicação possível,
mantém-se na realidade. Para isto deve voltar-se para a realidade a fim de
comprovara hipótese, verificando-a. o pesquisador a ela volta efetivamente, colhe as
informações que sua hipótese supõe e tira sua conclusão.
Sua conclusão não é mais absoluta que a hipótese que havia formulado. Se
ele a divulga é porque a acha satisfatória, válida. No entanto, o pesquisador estará
geralmente atento para estas questões de validação, dirá quais são as delimitações
do problema, como as percebeu, por que sua hipótese é legítima e o procedimento
de verificação empregado justificado. Desse modo, cada um poderá julgar os
saberes produzidos e sua credibilidade. Essa operação de objetivação, como a
concentração em um problema, está hoje no centro do método científico.
Esquematicamente poderia se propor da seguinte maneira:
11

Na realidade do pesquisador com experiência, o procedimento conhece


diversos vaivéns que a representação reduzida acima ignora, mas para fins de
visualização do processo, ela cumpre seu serviço.
Atualmente cabe ao CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento do Pessoal
de nível Superior) acompanha e avalia o desempenho deste setor do sistema
educacional. No portal desta agência www.capes.gov.br encontram-se todas as
informações sobre os programas de Pós-Graduação bem como a legislação
pertinente.
Tanto no Mestrado quanto no Doutorado, a pós-graduação strictu senso,
como aqui é considerada, exige o cumprimento de determinada escolaridade e a
realização de uma pesquisa que se traduza na dissertação e /ou tese. Trata-se de
justificar os objetivos deste nível de ensino: abordar determinada problemática
através de trabalho de pesquisa e de reflexão, apoiado numa fundamentação teórica
a ser assegurada através dos instrumentos oferecidos pela escolaridade.
A ciência se faz através de trabalhos de pesquisa especializada, própria de
várias ciências. Pesquisa que exige um instrumental epistemológico de alto nível e
capacidade de manipulação de um conjunto de métodos. Uma pesquisa que seja um
ato de criação de conhecimento novo, um processo que faça avançar o
conhecimento na área.
A produção científica são assim os chamados trabalhos de grau, porque
resultam em aquisição de um grau acadêmico, de um título universitário de Mestrado,
Doutorado ou de Livre-docência.
Salienta-se que não só em ambientes universitários que se fazem pesquisas
científicas de alto nível. Trabalhos de grande valor, tanto em termos de pesquisa
quanto de reflexão são realizados em instituições não universitárias e até por
pesquisadores isolados.
Quaisquer que sejam as distinções que se possam fazer sobre trabalhos
científicos, todos eles devem ter em comum a procedência de um trabalho de
pesquisa que seja pessoal, autônomo, criativo e rigoroso.
Pessoal porque exige do pesquisador um envolvimento tal que o projeto de
pesquisa passe a fazer parte da sua vida. A temática deve ser uma problemática
evidenciada pelo pesquisador. A escolha de um tema de pesquisa, bem como sua
realização tem uma dimensão social, política. Por isso, podemos afirmar que não
existe neutralidade.
Isto significa que antes de pensar no seu problema de pesquisa, o 12

pesquisador deve ter pensado no mundo, indagando-se criticamente a respeito de


sua situação, bem como da situação de seu projeto e de seu trabalho nas tramas da
política e da vida social.
Ao falarmos trabalho autônomo, estamos nos referindo que ele é fruto do
esforço do pesquisador. Esta autonomia não significa desprezo pela contribuição
alheia, mas, ao contrário, capacidade de inter-relacionamento enriquecedor, portanto
dialético, com outros pesquisadores, com os resultados de outras pessoas e até
mesmo com os fatos.
Este inter-relacionamento é dialético na medida em que nega e, ao mesmo
tempo, afirma a relevância da contribuição alheia. Porém, esta contribuição só é
válida quando incrementa a instauração da autonomia de pensamento do
pesquisador.
O orientando deve se convencer de que é preciso soltar-se, criar, avançar
novas ideias, sem que se autocensure por medo de críticas quer do orientador ou de
seus examinadores, ou ainda de seus futuros leitores. O trabalho de pós-graduação
não deve ser uma mera repetição ou rearranjo de transcrições e ideias já
conhecidas. A citação e a transcrição são válidos instrumentos de trabalho científico
desde que se constituam na manifestação de um diálogo crítico.
Precisa-se estar atento quanto a contribuição de ideias ou de autores,
sobretudo quando forem de escolas diferentes para não misturar posições
divergentes. Em posições divergentes não há como fundamentar argumentações.
Deste ponto de vista, cabe ressaltar uma diferenciação entre o Mestrado e o
Doutorado. O mestrando está ainda numa fase de iniciação à pesquisa, à vida
científica enquanto que o doutorando já deve ter plena autonomia intelectual,
cabendo-lhe maior audácia e capacidade de inventividade e originalidade, bem
como maior clareza e firmeza nas posições assumidas no seu projeto.
Desta forma, tratamos de mais uma característica do trabalho científico que é
a criatividade. Não se trata apenas de apropriar-se da ciência acumulada, mas de
auxiliar no desenvolvimento da ciência, de fazer avançar este conhecimento,
aplicando o instrumental da ciência em objetos e situações, buscando seu
desvendamento e sua explicação.
Porém, é importante comentar que originalidade, não quer dizer o mesmo
que novidade. Originalidade significa um retorno às origens, explicitando um
esclarecimento original ao assunto, até agora não percebido. A descoberta original
lança novas luzes sobre o objeto pesquisado. 13

O trabalho científico em nível de pós-graduação deve ser extremamente


rigoroso. Esta exigência não se opõe a criatividade, mas sim a pressupõe. Não há
lugar, neste nível, para o senso comum e para a mediocridade. Aqui se define a
exigência da logicidade e da competência.
Além disso, reforça-se que não se faz ciência sem esforço, perseverança e
obstinação. Assim sendo, a realização de um trabalho de pós-graduação exigirá
muita leitura, muita participação nos debates, dedicação ao estudo, reflexão,
investigação...
Todo trabalho científico tem por objetivo a demonstração, o
desenvolvimento de um raciocínio lógico. Ele assume sempre uma forma
dissertativa, ou seja, busca demonstrar mediante argumentos uma tese, que é uma
solução proposta para um problema.
Entretanto vários são os modos de se levantar dados, de se produzir ideias e
de se articular uns aos outros, sendo, portanto, também variados os caminhos para
se desenvolver um trabalho.
Uma pesquisa geradora de conhecimento científico e uma tese destinada a
relatá-la deve superar o simples levantamento de fatos e coleção de dados,
buscando articulá-los no nível de uma interpretação teórica.
Por isso fazer uma tese implica dois movimentos, com uma única
significação. Só a teoria pode dar valor científico a dados empíricos, mas ela
só gera ciência se estiver em interação articulada com estes dados empíricos.
A realidade se manifesta numa multiplicidade de aspectos, o que favorece
também uma multiplicidade de métodos de configuração dos dados fenomenais,
bem como uma multiplicidade de métodos epistemológicos.
A tese de doutorado é considerada o tipo mais representativo do trabalho
científico monográfico e deve representar um progresso na área científica em que se
situa. Deve fazer crescer a ciência. Quaisquer que sejam as técnicas de pesquisa
aplicadas, a tese visa demonstrar argumentando e trazer uma contribuição nova
relativa ao tema abordado com instrumentos metodológicos específicos. Pode ser
teórica, de campo, documental, experimental, histórica ou filosófica, mas sempre
versando sobre um tema único, específico, delimitado e restrito. Deve colocar e
solucionar um problema, demonstrando hipóteses formuladas e convencendo
mediante apresentação de razões fundadas na evidência dos fatos e na coerência
do raciocínio lógico.
Porém não se deve pretender falar de tudo, de todos os aspectos 14

envolvidos pela problemática tratada. O importante é ater-se ao substancial da


pesquisa, não se perdendo em grandes retomadas históricas, em repetições, em
contextualizações muito amplas. Não se pode falar de tudo ao mesmo tempo numa
mesma tese. A coerência interna do texto também é imprescindível; primeiro a
coerência lógico estrutural da articulação do raciocínio, as etapas se sucedendo
dentro de uma sequência de articulação lógica; segundo, a coerência com as
premissas metodológicas adotadas
6- PARTES DA TESE

A tese contém as seguintes partes:


Capa
Página de rosto
Página de dedicatória
Página de aprovação
Resumo
Sumário 15
Lista de tabelas e/ou figuras
Corpo do trabalho:
Introdução
Desenvolvimento
Conclusão
Apêndices
Anexos
Bibliografia
Página de créditos do autor
Capa
A capa inicial da tese traz indicações da natureza do trabalho, de seu objetivo
acadêmico, da instituição a que está sendo apresentada e do nome do orientador.
Do ponto de vista material são de cartolina diferente do resto do material do trabalho.
No alto o nome do autor, no centro o título do trabalho, mais abaixo à direita, a
explanação da natureza do trabalho e, embaixo, a instituição a cidade e a data.
Apêndices e anexos só quando forem necessários. Apêndices são elaborados
pelo próprio autor para complementar o raciocínio e anexos são documentos nem
sempre do autor, que servem de complemento ao trabalho e instrumentos de
trabalho usados na pesquisa, como os questionários.
7- TIPOS DE PESQUISA CIENTÍFICA - QUANTO À ABORDAGEM

Inicialmente, ainda na fase de escrita do projeto de pesquisa, a primeira


classificação de uma pesquisa feita é fundamental para estabelecer outras questões,
como, por exemplo, a metodologia.
Em relação à abordagem, as pesquisas científicas sempre podem ser
qualitativas ou quantitativas, ou ainda, agregar as duas classificações. A escolha vai
depender da área, do objeto e dos objetivos.
Tipo de Pesquisa qualitativa 16
A pesquisa qualitativa considera que existe uma relação entre o mundo e o
sujeito além daquela traduzida em números. Essa modalidade de pesquisa é
descritiva e o pesquisador tende a analisar seus dados indutivamente. Para essa
abordagem de pesquisa, há subjetividades e nuances que não são quantificáveis por
si só.
Tipo de Pesquisa quantitativa
Já, a pesquisa quantitativa considera que tudo é quantificável, ou, que
quantificar os fenômenos possibilita uma melhor análise, de forma mais imparcial.
Isso significa traduzir opiniões e números em informações utilizadas para a sua
classificação e posterior análise.
8- TIPOS DE PESQUISA CIENTÍFICA - QUANTO À NATUREZA

A segunda forma de classificar uma pesquisa científica é quanto à sua


natureza. Igualmente há suas classificações, a pesquisa básica e a aplicada.
Pesquisa básica
De forma direta, a pesquisa básica objetiva gera conhecimentos novos para
avanço da ciência sem aplicação prática prevista.
Pesquisa aplicada
Por sua vez, a pesquisa aplicada objetiva gerar conhecimentos para 17
aplicações práticas dirigidas à solução de problemas específicos.
9- TIPOS DE PESQUISA - QUANTO AOS OBJETIVOS

Igualmente a pesquisa científica deve ser classificada quanto aos seus


objetivos. Também esta classificação dependerá do objeto, metodologia empregada
e problema de pesquisa.
Pesquisa exploratória
A pesquisa exploratória objetiva proporcionar maior familiaridade com um
problema. Para tanto, envolve levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas
que tiveram experiências práticas com o problema, além da análise de exemplos. 18
Assumindo, em geral, a forma de pesquisas bibliográficas e estudos de caso.
Pesquisa descritiva
A pesquisa descritiva objetiva caracterizar certo fenômeno, como, por
exemplo, descrever as características de certa população. Assim, estabelecendo
relações entre variáveis, o que envolve técnicas de coleta de dados padronizados,
como questionários e técnicas de observação. No geral, assume a forma de
levantamento.
Pesquisa explicativa
A pesquisa explicativa, visa identificar os fatores que determinam fenômenos
e explica o porquê das coisas. Segundo Gil (2007, p. 43), uma pesquisa explicativa
pode ser a continuação de outra descritiva, posto que a identificação de fatores que
determinam um fenômeno exige que este esteja suficientemente descrito e
detalhado. Desta forma, assume em geral as formas de pesquisa experimental e
pesquisa ex‐post‐facto.
10- TIPOS DE PESQUISA CIENTÍFICA - QUANTO AOS PROCEDIMENTOS

Muitas vezes a escolha dos procedimentos é demorada e complexa, porque o


número de opções é bastante amplo.
Pesquisa experimental
Em primeiro lugar, na pesquisa experimental se determina um objeto de
estudo. Conforme Gil (2007), a pesquisa experimental objetiva selecionar as
variáveis que seriam capazes de influenciar o objeto. Além disso, devem-se definir
as formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto. 19
Pesquisa bibliográfica
Já, a pesquisa bibliográfica é elaborada a partir de material já publicado,
como livros, artigos, periódicos, Internet, etc. Pode dizer que essa categoria de
pesquisa é um tipo de revisão bibliográfica, ou levantamento bibliográfico. Neste
mesmo sentido, Gil (2007, p. 44) explica que os exemplos mais característicos desse
tipo de pesquisa são investigações sobre ideologias ou aquelas que se propõem à
análise das diversas posições acerca de um problema.
Pesquisa documental
A pesquisa documental é elaborada a partir de material que não recebeu
tratamento analítico. Assim, a diferença entre ela e a anterior é que as pesquisas
bibliográficas são feitas a partir de materiais já publicados. Por exemplo, um texto
jornalístico pode ser elaborado de um material sem tratamento analítico, então
documental.
Pesquisa de campo
Por sua vez, a pesquisa de campo se caracteriza pelas investigações
realizadas por meio da coleta de dados junto às pessoas, somando à pesquisa
bibliográfica e/ou documental. Para tanto, depende da junção de recursos de
diferentes tipos de pesquisa, como, por exemplo, a pesquisa ex-post-facto,
pesquisa-ação, pesquisa participante, entre outras.
Pesquisa ex-post-facto
A pesquisa ex-post-facto investiga possíveis relações de causa e efeito entre
um determinado fato e um fenômeno que ocorre posteriormente. Assim, a principal
característica é o fato de os dados serem coletados após a ocorrência dos eventos.
Por exemplo, um estudo sobre a evasão escolar, quando se tenta analisar suas
causas. Já, num estudo experimental, seria o inverso, se analisa enquanto se testa.
Pesquisa de levantamento
A pesquisa de levantamento é utilizada em estudos exploratórios e descritivos,
podendo ser de dois tipos:
1.de uma amostra;
2.de uma população (censo).
Desta forma, a coleta de dados se realiza através de questionários ou
entrevistas. Por isso, de acordo com Gil (2007, p. 52) os estudos descritivos são os
que mais se adéquam aos levantamentos. Exemplos são os estudos de opiniões e
atitudes.
Pesquisa com survey 20

Por meio do tipo de pesquisa com Survey, visa buscar informações


diretamente com um grupo de interesse a respeito dos dados que se deseja obter.
Portanto é um procedimento útil especialmente para as pesquisas exploratórias e
descritivas. As pesquisas de opinião sobre determinado atributo e a realização de
um mapeamento geológico ou botânico são bons exemplos.
Estudo de caso
O estudo de caso envolve o estudo profundo e exaustivo de um ou poucos
objetos buscando profundo detalhamento. Por isso é amplamente usada nas
ciências biomédicas e sociais porquanto tem o condão de conhecer em
profundidade o como e o porquê de uma determinada situação que se supõe ser
única em muitos aspectos.
Para a autora Alves Mazzotti (2006, p. 640), os exemplos mais comuns para
esse tipo de estudo são os que focalizam apenas uma unidade: um indivíduo (como
os casos clínicos descritos por Freud), um pequeno grupo (como o estudo de Paul
Willis sobre um grupo de rapazes da classe trabalhadora inglesa), uma instituição
(como uma escola, um hospital), um programa (como o Bolsa Família), ou um
evento (a eleição do diretor de uma escola).
Pesquisa participante
A pesquisa participante depende do envolvimento e identificação do
pesquisador com o grupo de pessoas investigadas. Exemplos de sua aplicação são
o estabelecimento de programas públicos ou plataformas políticas e a determinação
de ações básicas de grupos de trabalho.
Pesquisa-ação
No formato de pesquisa-ação se associam a teoria e a ação, de modo que os
pesquisadores e participantes da situação ou problema se envolvem de modo
cooperativo ou participativo.
Pesquisa etnográfica
A pesquisa etnográfica é o estudo de um grupo ou povo, do modo que
algumas características são bastante marcantes, como:
1.O uso da observação participante, da entrevista intensiva e da análise de
documentos;
2.A interação entre pesquisador e objeto pesquisado;
3.A ênfase no processo, e não nos resultados finais;
4.Visão dos sujeitos pesquisados sobre suas experiências;
5.A não intervenção do pesquisador sobre o ambiente pesquisado. 21

Por exemplo, as pesquisas realizadas sobre os processos educativos com o


intuito de conhecer profundamente os diferentes problemas que sua interação
desperta.
Pesquisa etnometodológica
O termo etnometodologia designa uma corrente da Sociologia norte-
americana, que surgiu no final da década de 1960. Seu principal marco fundador foi
a publicação do livro de Harold Garfinkel Studies in Ethnomethodology (Estudos
sobre Etnometodologia), em 1967 (COULON, 1995, p. 7). Ou seja, o termo se refere
às estratégias que as pessoas utilizam cotidianamente para viver. Deste modo, visa
compreender como as pessoas constroem ou reconstroem a sua realidade social. A
análise etnometodológica esclarece de que maneira as coisas vêm a ser como são
nos grupos sociais, de que maneira cada grupo e cada membro apreende e dá
sentido à realidade e por quais processos intersubjetivos a mediação da linguagem
entre os grupos e seus lugares constrói a realidade social que afirmam (COULON,
1995, p. 90).
Assim, para a pesquisa etnometodológica, fenômenos sociais não
determinam de fora a conduta humana. A conduta humana é o resultado da
interação social que se produz continuamente através da sua prática quotidiana.
Pesquisa científica é o produto de uma investigação detalhada e meticulosa,
que busca responder o problema proposto, alicerçando-se em mecanismos
científicos. Assim a pesquisa cientifica segue todos os processos e normas
metodológicas para que a investigação seja validada e representativa.
A produção científica, embora seja pouco valorizada pela população leiga
brasileira, ela é de extrema importância para o desenvolvimento do país. É por meio
dela que novos testes para cura de doenças e a evolução tecnológica de ponta seja
efetivamente praticada no país, dentre outros fatores.
11- PARTES DE UMA PESQUISA

O problema da pesquisa nada mais é do que levantar uma questão na


temática escolhida para aprofundar o grau de pesquisa do seu trabalho. Ou seja, ela
especifica qual vai ser a sua abordagem, seu foco, dentro daquele projeto e o que o
leitor - ou o professor - devem esperar daquela pesquisa.
Alguns estudantes têm a tendência de acreditarem que o problema é o
mesmo que o tema, mas isso não é verdade. Os problemas científicos, na prática,
afunilam mais ainda o tema que será explorado. Ele é muito mais específico, 22
geralmente definido em forma de pergunta, e é a partir dele que serão feitos os
estudos e pesquisas.
Além disso, se deve ter em mente que um tema é uma mensagem ou ideia
central que percorre um argumento. Pode ser sobre o conflito entre duas ideias
opostas, as qualidades de um assunto ou o contraste entre dois lugares
contrastantes. Ao encontrar um fio comum que une os vários temas, você pode
desenvolver um argumento abrangente para o seu problema de pesquisa.
Definir um tema é necessário para planejar e concluir com sucesso seu
projeto de pesquisa. Um tema deve ser amplo o suficiente para permitir uma ampla
variedade de tópicos, mas estreito o suficiente para você poder produzir uma
declaração de tese apropriada. Após escolher o assunto, é importante que você
decida quantos pontos principais deseja explorar.
Um dos aspectos mais difíceis de qualquer projeto de pesquisa é descobrir
exatamente o que você deseja estudar e como deseja pesquisá-lo. Ao escolher um
tema, você pode tornar seu problema de pesquisa mais explícito. Você será mais
capaz de desenvolver as perguntas, encontrar literatura relevante e determinar o
escopo de seu estudo. Seu tema também pode ajudá-lo a estruturar seu processo
de coleta de dados e interpretar resultados estatísticos.
Abaixo você pode verificar exemplo de problema de pesquisa, podendo
compreender melhor a diferença entre tema e problemática:
Tema Problema
Como as soluções A e B tiveram impacto positivo
Caso de sucesso: Intervenção
e contribuíram para a despoluição do Lago
para despoluir o Lago Paranoá
Paranoá?
Estudo de caso feito a partir da escola X: o
Importância do Sono Infantil no respeito à janela de sono definida pela
desenvolvimento da criança e International Sleep Foundation faz diferença no
impacto no rendimento escolar desenvolvimento infantil e no rendimento escolar
23
da criança?
Redes sociais e as políticas A perspectiva relacional das redes sociais no
públicas participativas contexto das políticas públicas participativas

Perceba que o tema costuma ser muito geral e pode seguir por várias
vertentes. Por isso, a definição do problema de pesquisa nos trabalhos científicos é
obrigatória. É ele quem delimita por qual caminho você irá seguir dentro da sua
monografia ou TCC.
Como definir um problema de pesquisa
Esta é, sem dúvida, uma das maiores dificuldades dos alunos que precisam
começar a estruturar seus trabalhos acadêmicos.
Muitas vezes, há várias questões colocadas em um problema de pesquisa.
Para definir o tema para um problema de pesquisa, a primeira pergunta deve ser
feita para criar a pergunta temática de todo o processo e, em seguida, perguntas
adicionais devem ser adicionadas para fornecer mais contexto para a pesquisa.
Definir o problema de investigação científica parece ser muito complicado,
porque demanda tempo para fazer uma análise profunda sobre o assunto escolhido
e conseguir chegar a uma situação problema com característica de pesquisa
acadêmica.
Com certeza te disseram que basta fazer uma boa pergunta para criar um
problema de pesquisa, mas na verdade não é só isso. Sim, a pergunta é o que vai
nortear o seu trabalho, mas até chegar a ela é preciso também pesquisar.
O processo para essa definição precisa ser muito bem pensado, porque
também exige de quem faz o trabalho, uma mínima estrutura que possa validar a
sua pesquisa. Não adianta pensar em coisas mirabolantes que o seu trabalho não
vai conseguir responder, ou nem ao menos levantar um debate sério que contribua
para o conhecimento científico da sua área.
O objetivo de uma tese é contribuir com o conhecimento na área, portanto, o
ideal é que tenha começo, meio e fim. Ter uma conclusão adequada é o que se
espera do aluno, por isso, o seu problema precisa ser algo possível de ser
pesquisado e de ser mensurado.
Já sabemos que para definir os problemas de pesquisa é muito importante
fazer boas perguntas, mas como fazer isso?
1.Tenha referências bibliográficas: para saber se os questionamentos
levantados por você são pertinentes, é preciso ter uma boa base. Por isso, leia
muitos artigos científicos, livros importantes sobre o tema escolhido e que possam te 24

ajudar a aumentar o seu repertório. Assim, você conseguirá enxergar melhor quais
os problemas podem ser respondidos.
2.Converse com o seu orientador: é um bom ponto de partida levar os seus
questionamentos para o seu orientador. Ele é o profissional capacitado que vai te
ajudar a esclarecer a maior parte das suas dúvidas sobre o seu projeto, inclusive
sobre como construir um problema de pesquisa.
3.Procure por especialistas: como forma de ampliar o seu leque de
possibilidades, você pode também conversar com especialistas e pesquisadores da
área. Entre em contato com um ou dois e converse sobre os questionamentos que
você levantou, se é válido. Eles podem até te dar mais ideias e até te orientar sobre
como fazer uma metodologia da problematização da pesquisa profissional.

O que fazer O que não fazer


 Pesquisar antes de escrever o  Levantar questões de pesquisa
problema de pesquisa rasas que não acrescentam ao
campo científico

 Para definir o problema, usar como  Escolher o que quiser e não


critério a viabilidade de fazer o estudo verificar se é possível fazer a
problematização do TCC

 Usar referências bibliográficas e  Não recorrer ao orientador ou


conversar com pesquisadores para profissionais da área para validar
validar o conteúdo do seu problema o seu problema

Existem dois tipos de problemas de pesquisa que permeiam o mundo


acadêmico: a pesquisa de ordem prática e a de ordem intelectual. Em resumo, a
primeira, segue pelo caminho de responder a questões mais concretas, enquanto a
outra, visa o aprofundamento em questões teóricas.
E como definir por qual linha de pesquisa seguir? Isso é totalmente pessoal.
Quem vai escolher é o estudante, levando em consideração o tema escolhido por
ele. Separamos aqui alguns exemplos de problematização para definir as principais
diferenças entre elas:

Objetivo de responder a questões concretas, práticas:

Pesquisa de ordem  Ex. 1: Pode avaliar um grupo e os efeitos de


prática determinada ação sobre ele
 Ex. 2: pode criar um problema, planejar e implementar
uma ação que permita verificar, responder ao problema 25

Objetivo de aprofundar em questões teóricas, se manter no


campo das "ideias", mas sempre com fundamento:
Pesquisa de ordem
 Ex. 1: Fazer uma análise profunda de um problema
intelectual pouco explorado
 Ex. 2: Levantar outras teorias para determinado
problema

As principais características dos problemas de pesquisa são:


Ser específico: o problema delimita e especifica o tema, portanto, precisa
ser muito direto e objetivo.
Exemplo:
Como as soluções A e B, usadas na despoluição do Lago Paranoá, podem contribuir
para a despoluição do Rio Tietê em São Paulo?
Ser uma pergunta: o problema de pesquisa em geral é feito em formato de
pergunta. Isso porque todo o seu trabalho será feito pensando em responder à
pergunta, ou a problemática do TCC levantada.
Ter contexto: precisa contextualizar o leitor sobre o caminho que será
seguido por você enquanto pesquisador
Ser realista: é fundamental que no problema de pesquisa sejam levantadas
questões passíveis de serem respondidas. Por isso, seja sempre bem realista
quando for definir o seu.
Como já dissemos anteriormente, para fazer a formulação do problema de um
projeto é preciso primeiro definir um tema, um ponto de partida.
O próximo passo é perceber quais as vertentes desse tema afinal, não é
possível abordar todas elas dentro de um trabalho acadêmico. A pesquisa, em sua
essência, precisa ter uma limitação. Faça uma lista com as possíveis questões que
poderiam ser respondidas pelo seu trabalho.
Dessa forma, você vai verificar como problematizar um tema, que vai nortear
todo o seu trabalho. A partir dela o seu objeto de estudo vai tomar forma e
simplificará muito mais o seu trabalho. Sabendo qual o problema, você vai começar
a direcionar todo o seu tempo de produção e pesquisas para buscar conhecimento
científico neste estudo.
Como delimitar o problema de pesquisa?
Comece sempre pelo tema. Primeiro, identifique qual matéria dentro da sua 26

área você tem maior interesse. Em seguida, pesquise mais a respeito e verifique
quais os possíveis temas poderiam ser objeto de pesquisa para o seu trabalho.
Definido o tema, é hora de escolher o problema de pesquisa. Faça perguntas que
poderiam ser respondidas pelo seu trabalho. Quando já tiver algumas questões
prontas, escolha uma delas e delimite o seu problema de pesquisa.
Para delimitar o seu problema de pesquisa, é muito importante buscar
referências e aumentar o seu repertório pessoal. É assim que você vai conseguir
enxergar um problema real, que seja mensurável, e que o seu trabalho pode
responder ou ainda contribuir para o debate na sua área de conhecimento. Sendo
assim, um problema de pesquisa é uma questão que os pesquisadores colocam
como uma necessidade de investigação adicional. O problema de pesquisa fornece
a motivação e o contexto para o estudo de pesquisa.
12 - A HIPÓTESE

A hipótese pode ser definida como uma forma de previsão ou explicação


provisória (enquanto não seja cadastrada) da relação entre duas ou mais variáveis.
Assim, pois, o problema-pergunta de pesquisa precede a hipótese-resposta
que, por sua vez, deriva dos objetivos da pesquisa.
A hipótese, como formulação que planeja uma suposta relação entre as
variáveis, pode expressar-se em forma de proposição, conjetura, suposição, ideia ou
argumento que se aceita temporalmente para explicar certos fatos em um 27
determinado estudo.
É evidente que o caráter tentativo da hipótese, ainda que informado, acaba
situando-a no início de um estudo (hipótese a priori), ou seja, na fase de
planejamento do artigo científico e logicamente da obtenção e análise dos dados.
Deste modo a hipótese é considerada como uma aposta, sempre prévia a
qualquer jogo. Esta consideração é útil para compreender que, uma vez analisada a
hipótese, não é considerado lógico, nem ético, mudar ou manipular sua formulação
inicial (muito menos seria lícito mudar a aposta inicial, uma vez que tenha o
resultado do jogo).
Outro ponto importante de mencionar é que os resultados obtidos devem
conduzir a reorganizar ou formular outra hipótese de trabalho (hipótese a posteriori)
que poderá ser contrastada ou refutada em estudos futuros.
O problema não antecipa nada sobre sua solução, porque se o fizesse
deixaria de ser problema, e, portanto, fica a cargo da hipótese planejar soluções pré-
selecionadas, ou seja, prever possíveis respostas ou soluções.
Estrutura de uma hipótese
Uma hipótese bem formulada conta com uma estrutura composta por:
unidade(s) de observação (sujeito e objetos) e variáveis (atributos que são
suscetíveis de medição).
Além disso, podemos indicar como se espera que se relacionem esses dois
elementos (direcionamento da hipótese). Cabe destacar que o direcionamento da
hipótese traduz as expectativas do autor, o qual pode irá em detrimento de sua
imparcialidade.
No entanto, todo pesquisador (a) tem certa ideia ou intuição sobre a possível
resposta ao seu problema, ainda não a formule explicitamente.
É possível formular uma mesma hipótese de diferentes modos: assim
destacamos a hipótese em: conceitual/descritiva, operativa e estatística.
A hipótese conceitual é redigida como uma afirmação direta e é de fácil
compreensão. Por outro lado, a hipótese lógica conceitual é óbvia porque segue o
mais puro senso comum.
Hipótese descritiva se concentra em explicar as correlações entre os
fenômenos e não tanto na razão pela qual eles ocorrem.
No entanto, não é possível verificar uma hipótese assim formulada. Para isso,
é necessário traduzir a hipótese conceitual em termos qualificáveis, mensuráveis e, 28

em última instância, analisáveis.


Esses requisitos são atendidos pelas hipóteses operacionais/explicativas que
estabelecem como serão medidos os conceitos ou variáveis a serem estudadas
(instrumentos e escalas de medição). Eles são úteis para abordar o motivo do
evento e sua explicação.
Mas, para verificar ou contrastar uma hipótese, devem ser aplicados os testes
correspondentes de significância estatística e estes requerem uma formulação
conhecida como hipótese nula.
A hipótese nula, também conhecida como a hipótese de nenhuma diferença é
uma proposição de acordo com (ou nenhuma diferença em relação a…) as
verdadeiras condições da população de interesse.
Em geral, a hipótese nula é estabelecida com o propósito expresso de ser
rejeitada. É aplicada em análises estatísticas. Eles são interessantes se você deseja
comparar parâmetros entre populações. Nesse caso, refere-se ao fato de não haver
relação entre as variáveis avaliadas. Também é chamada de “hipótese de não
relacionamento”, mas não deve ser confundida com uma suposição errônea.
Simplesmente as variáveis estudadas não seguem nenhum padrão ou hipótese.
Se a hipótese derivada de uma teoria não se confirma, podemos nos
questionar sobre a validez da própria teoria, mas também teremos que considerar as
limitações, ou inclusive a validez do desenho do estudo
Cabe destacar que o direcionamento da hipótese traduz as expectativas do
autor, o qual pode irá em detrimento de sua imparcialidade.
No entanto, todo pesquisador (a) tem certa ideia ou intuição sobre a possível
resposta ao seu problema, ainda que não a formule explicitamente.
13 - OS OBJETIVOS

Os objetivos principais são responsáveis por declarar explicitamente o que se


espera alcançar em termos de conhecimento. É por isso que eles devem fornecer
uma ideia clara do que se pretende saber e que derivará diretamente da pergunta de
pesquisa.
Os objetivos específicos ou secundários de uma tese procuram responder à
pergunta “Como?”. Trata-se de indicar de que forma vamos realizar o estudo. Eles
são fundamentalmente aquelas ações ou propósitos específicos que nos ajudam a 29
alcançar o objetivo central. Podemos entendê-lo como uma prévia de como será
nossa metodologia de trabalho.
Assim como a hipótese e justificativa, é imprescindível elaborar um objetivo
corretamente, pois um objetivo principal bem enunciado nos ajudará a focar nosso
estudo e, portanto, evitar a coleta de dados que não contribuam em nada.
As hipóteses e os objetivos de uma tese são algo intimamente relacionado e,
ao mesmo tempo, muito importante. Geralmente, cada objetivo terá pelo menos uma
hipótese associada a ele.
1) Uma generalização empírica, uma afirmação de um princípio biológico que
parece ser, sem exceção, no momento em que é feita, e se consolidou através de
repetidos testes bem-sucedidos;
As leis científicas são descrições de por que esses fenômenos ocorrem ou
descrições dos fenômenos que ocorrem em si. Não explica os resultados ou as
razões pelas quais tais fenômenos ocorrem. Simplesmente torna as coisas mais
claras por meio de afirmação verbal ou matemática de uma relação, para que a
"ciência" dela seja fácil de entender. É uma descrição, uma lei, que é incontestável
porque já está comprovada e já foi debatida pelas mentes mais brilhantes. Leis
científicas são observações comprovadas. É um resultado de teorias científicas.
Assim, quando alguém extrapolaria uma certa lei científica, como a lei da
gravitação universal de Newton, talvez já não tenha sentido porque, como
mencionado anteriormente, as leis científicas já são fatos comprovados. Não apenas
isso, essas leis da ciência natural são limitadas apenas ao que foi observado. Não
pode ser estendido a outras situações, assumindo que ela tenha a mesma natureza.
Uma certa lei só se torna obsoleta quando um novo dado a contradiz.
REFERÊNCIAS

ALVES MAZZOTTI, A. J.; GEWANDSZNAJDER, F. O método nas ciências


naturais e sociais: pesquisa quantitativa e qualitativa. São Paulo: Pioneira, 1998.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: informação e


documentação: referências: elaboração. Rio de Janeiro, 2002.

COLLADO, Carlos Fernandez; LUCIO, Maria Del Pilar Baptista; SAMPIERI, Roberto
Hernandez. Metodologia de pesquisa. Porto Alegre: Penso - Artmed, 2013.

COULON, Alan. Etnometodologia. Trad. de Ephraim Ferreira Alves. Petrópolis:


Vozes, 1995. 30

GIL, A.C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 4 ed. São Paulo: Atlas, 1994.
207 p.

LIMA, Ana Luiza Lorenzen. "Método científico". In.: Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/quimica/metodo-cientifico.htm. Acesso em 06 de
outubro de 2022.

RODRIGUES, André Figueiredo. Como elaborar referência bibliográfica. 7. ed.


São Paulo: Humanitas, 2008.

SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 22. ed. São


Paulo: Cortez, 2001.
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31

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