03/12/2023

Biomecânica do Movimento
Humano
Aula Teórica-Prática 5

Raquel Raposo
maria.raposo@estesl.ipl.pt
Ano Letivo 2023/2024

Conteúdos a abordar…
• Análise de Tarefa Motora (Salto Vertical);
• Palpação de pontos de referência anatómica para colocação de
marcadores.

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Salto Vertical

Fase 3: Inversão do Fase 4: Altura Fase 5: Aterragem

Fase 2: Flexão
Fase 1: Posição Inicial movimento; Máxima
Contramovimento
Extensão Explosiva;
Saída do solo

Salto Vertical
1. Definição e fases;
2. Padrão de movimento (eixos, planos, tipo de movimento);
3. Centro de gravidade e sua a projeção;
4. Articulações envolvidas e participação muscular;
5. Sugestões para variantes do exercício;

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Salto Vertical
• O salto vertical é um movimento dinâmico multiarticular complexo que
requer a aplicação de forças substanciais do membro inferior para gerar
impulso, aumentando o momento do corpo, previamente em estado de
repouso.
• Exercício no plano sagital, com pelo menos 5 fases distintas, que inclui
movimento a favor e contra gravidade;
• Com recrutamento dos extensores da anca, joelho e tibiotársica (flexores
plantares) a contraírem excentricamente numa primeira fase e depois em
contração concêntrica explosiva;
• Com base de sustentação alargada, tanto no momento inicial, como na
descolagem e subsequente aterragem ao solo, para diminuir o impacto e
prevenir a lesão.

Salto Vertical
Articulações envolvidas e participação muscular:
• Inicialmente o sujeito inicia a flexão do tronco, anca,
joelho e tibiotársica (flexão dorsal relativa) a favor da
gravidade (contração excêntrica).;
• Quando ocorre a inversão do movimento, a extensão é
iniciada pelas articulações mais proximais, e só depois
pela tibiotársica, que contribui para o impulso final antes
da saída do solo;
• Os músculos biarticulares têm um papel significativo na
produção de força e impulso no salto. Por exemplo o
gastrocnémio, inicialmente participa na extensão do
joelho, otimizando o comprimento muscular e o tempo
de contração para posteriormente realizar a flexão plantar.

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Salto Vertical
Sugestão de variantes/adaptações ao exercício:
• Saltos verticais com flexão prévia (em contramovimento) apresentam
vantagens associadas ao alongamento, permitindo o uso da tensão
elástica das estruturas passivas previamente alongadas, uma melhor
ativação neural, uma contração muscular mais rápida e maiores
forças de reação ao solo.
• A utilização dos membros superiores como contrapeso durante o
salto aumenta a amplitude total do movimento, favorecendo o
padrão de extensão explosiva, influencia a posição do centro de
massa e ajuda na estabilidade e controlo postural durante a fase de
subida e na aterragem.

Salto Vertical
Sugestão de variantes/adaptações ao exercício:
• Salto com agachamento profundo: inicia o movimento a partir da
posição de agachamento profundo. Deve permanecer nesta
posição durante três segundos antes de iniciar o salto, para evitar
os efeitos de restituição de energia elástica dos tendões e outras
estruturas anatómicas, interrompendo assim o ciclo de
alongamento-encurtamento. Como não existe uma sequência de
alongamento-contração muscular este salto pode ser menos eficaz
na produção de força e apresentar alturas de salto menores;
• Salto pliométrico (Drop jump): composto por três fases, o sujeito
inicia por saltar de uma determinada altura, retomando logo de
seguida um novo salto vertical. Para além da sequência de
alongamento-contração o impacto propriocetivo ativa o reflexo
miotático dos músculos envolvidos. Para ser bem sucedido, deve
ser um movimento contínuo e fluído.

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Salto Vertical

𝐽 = 𝐹𝑚é𝑑𝑖𝑎 × ∆𝑡

Linthorne, N. (2001)

Problema 1
Para uma mesma força aplicada durante o mesmo intervalo de tempo,
para a mesma variação da velocidade, qual das duas moças consegue
gerar maior impulso, a Ana de 50kg ou a Bela de 100kg?

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Problema 1

Como a força, a variação da velocidade e o intervalo de tempo são

iguais, a diferença no Impulso dependerá principalmente da massa.

A Bela, com uma massa de 100kg, gerará um impulso maior do que a

Ana, com uma massa de 50kg.

Salto Vertical

Fase 3: Inversão do Fase 4: Altura Fase 5: Aterragem

Fase 2: Flexão
Fase 1: Posição Inicial movimento; Máxima
Contramovimento
Extensão Explosiva;
Saída do solo

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Tarefa Motora: Salto Vertical

Componentes Fase 1 Fase 2 Fase 3 Fase 4 Fase 5

Movimento(s) Posição Inicial Flexão Inversão do Altura máxima Aterragem;

Ortostática Contramovimento movimento; do salto; Flexão do tronco;
Flexão do tronco; Extensão tronco, Extensão tronco, Flexão da Anca;
Flexão da Anca; extensão anca, anca e joelhos, Flexão do Joelho;
Flexão do Joelho; joelho e flexão flexão plantar na Dorsiflexão
Dorsiflexão plantar na TT. TT.
Plano do Movimento Sagital

Articulações e Anca – Art. Esférica com 3 graus de liberdade. Amplitude de movimento 0° extensão aos 125°
Segmentos de flexão.
Joelho – Art. Roldana com 1 grau de liberdade. Amplitude de movimento dos 0° de extensão
aos 115° de flexão.
TT – Art. Roldana com 1 grau de liberdade. Amplitude de movimento de 0° aos 10° de flexão
dorsal.
0° A -125° A -0° A -0° A -125°
J - 90° J - 0° J - 0° J - 90°
TT - 10° TT - 50° TT - 30° TT - 10°

Tarefa Motora: Salto Vertical

Componentes Fase 1 Fase 2 Fase 3 Fase 4 Fase 5

Gravidade e Base de Base de Flexão a favor da Extensão contra Extensão contra Flexão a favor da
Sustentação sustentação gravidade; Base gravidade; saída gravidade; “em gravidade.
alargada de sustentação do solo voo”
alargada
Forças Externas Peso Corporal (massa= 80kg peso= 784,5N)
Força de Gravidade, Resistência ao Ar e Atrito
Participação Muscular Músculos Agonistas: Grande Agonistas: Grande Músculos Agonistas: Grande
posturais anti Glúteo, Glúteo, posturais anti Glúteo,
gravíticos; Quadricípite, em Quadricípite, gravíticos; Quadricípite, em
contração Isquiotibiais e contração
excêntrica Gastrocnémios excêntrica
Sinergistas: em contração Sinergistas:
Isquiotibiais e concêntrica; Isquiotibiais e
Gastrocnémios Gastrocnémios
em contração em contração
excêntrica; excêntrica;
Alavancas Anca e joelho: Inter-potente TT:inter-resistente

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Tarefa Motora: Salto Vertical

Componentes Fase 1 Fase 2 Fase 3 Fase 4 Fase 5
Momento de Força - Momento de Força: Momento de Força: - Momento de Força:
Negativo Positivo Negativo
Momento da Momento da Resistência: Momento da
Resistência: Negativo Positivo Resistência:
Momento Resultante: Momento Resultante: Negativo
Positivo Positivo Momento
Deslocamento Deslocamento Angular: Resultante: Positivo
Angular: Negativo Positivo Deslocamento
Angular: Negativo
Trabalho - Trabalho Negativo Trabalho Positivo - Trabalho Negativo
Potência - Potência Negativa Potência Positiva - Potência Negativa
Análise Qualitativa Salto vertical contramovimento com uma primeira fase de alongamento e armazenamento de
tensão nas estruturas passivas, com inversão do movimento rápida e explosiva, atingindo uma altura
vertical máxima de 60 cm, ponto a partir do qual perde velocidade e inicia a fase de descida. Boa
receção ao solo, com base alargada e flexão excêntrica para absorver o impacto da queda. Membros
superiores acompanham o movimento em contrapeso e ajudam na estabilidade postural.

Questões?

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Colocação de Marcadores para Análise de

Movimento
Faça a palpação e marcação dos seguintes pontos, de acordo com as
instruções dadas:
• Sétima vertebra cervical
• Manúbrio do esterno
• Acrómio
• Ângulo inferior da omoplata direito
• Espinhas ilíacas ântero-superiores
• Espinhas ilíacas póstero-superiores
• Grande trocânter
• Côndilos femorais mediais
• Côndilos femorais laterais

Colocação de Marcadores para Análise de

Movimento
Faça a palpação e marcação dos seguintes pontos, de acordo com as instruções
dadas:
• Tuberosidade tibial
• Cabeça do perónio
• Maléolos mediais
• Maléolos laterais
• Calcâneo
• Cabeças dos 1º metatarsos
• Cabeças dos 2º metatarsos
• Cabeças dos 5º metatarsos
• Tuberosidade do 5º metatarso

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Questões?

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