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ADMINISTRAÇÃO DE CAIXA

Caixa

• Ativos de liquidez imediata, ou seja, recursos monetários


armazenados pela empresa e saldos mantidos em contas correntes
bancárias;

• Representa valores que podem ser usados a qualquer momento em


pagamentos de diversas naturezas;

• Por terem os títulos públicos geralmente as mesmas características


de liquidez enunciadas, eventuais posições nesses títulos também
são consideradas como caixa;

Assaf Neto (2014)


Razões para manutenção de caixa

• A administração de caixa visa, fundamentalmente, manter uma


liquidez imediata necessária para suportar as atividades de uma
empresa;

• Por não ter nenhum retorno operacional explícito, o saldo de caixa


ideal deveria ser nulo;

• Contudo, isso é inviável na prática, uma vez que a empresa precisa


fazer frente à incertezas associadas ao fluxo de recebimentos e
pagamentos;

Assaf Neto (2014)


Razões para manutenção de caixa

• Keynes identificou três motivos que levam as empresas a manter


determinado nível de caixa:

1. Motivo negócio (motivo-transação);

2. Precaução;

3. Especulação;

Assaf Neto (2014)


Razões para manutenção de caixa

1. Motivo negócio (motivo-transação):

• É explicado pela necessidade que uma empresa apresenta de


manter dinheiro em caixa para efetuar os pagamentos oriundos de
suas operações normais e certas;

• No ciclo de caixa, as empresas consomem recursos e precisam,


consequentemente, manter certas reservas monetárias para suprir
essas saídas ordinárias;

• A falta de sincronização verificada entre os momentos dos


recebimentos e dos vencimentos dos compromissos é que
determina a demanda por caixa pelas empresas;

Assaf Neto (2014)


Razões para manutenção de caixa

2. Precaução

• Despesas imprevistas e extraordinárias nos negócios empresariais


(variações inesperadas nos preços, insolvência de clientes, etc.)

• Quanto maior o saldo de caixa para enfrentar as exigências


inesperadas, maior a margem de segurança de atuação da
empresa;

• O nível de caixa exigido por precaução é função da flexibilidade que


uma empresa apresenta ao captar recursos nos momentos de suas
necessidades extraordinárias;

Assaf Neto (2014)


Razões para manutenção de caixa

3. Especulação

• Aproveitamento de oportunidades especulativas em relação a


certos itens não monetários (estoques, normalmente);

• Uma situação frequente ocorre no armazenamento de caixa para


tirar proveito de certas aplicações financeiras cujos rendimentos
apresentam-se atraentes para a empresa;

• A rentabilidade oferecida por aplicações, em certos momentos,


podem exceder o retorno real sobre os ativos das empresas;

Assaf Neto (2014)


Ciclo de caixa e controle de seu saldo

• Ciclo de caixa: período de tempo existente desde o desembolso


inicial de despesas até o recebimento do produto da venda;

• Exemplo (empresa industrial):

 O ciclo de caixa corresponde ao intervalo verificado entre o


pagamento de matérias-primas e o recebimento pela venda do
produto;

 Se as compras e as vendas forem efetuadas totalmente a vista, o


ciclo de caixa coincidirá exatamente com o ciclo operacional da
empresa;

Assaf Neto (2014)


Ciclo de caixa e controle de seu saldo

Assaf Neto (2014)


Giro de Caixa

• Para determinar o número de vezes que o caixa de uma empresa


gira num determinado período de tempo, basta dividir 12 pelo ciclo
de caixa encontrado;

• Assim, para o exemplo considerado, o giro de caixa da empresa é


igual a 2,4 (12/5);

• Isso significa que os recursos alocados ao disponível revezam-se


2,4 vezes no período (ano).

Assaf Neto (2014)


Ciclo de caixa e controle de seu saldo

• As medidas de controle que podem ser acionadas para uma


eficiente administração de caixa são classificadas em:

1. Medidas de responsabilidade e competência exclusiva do caixa;

2. Medidas determinadas por uma política mais ampla da empresa;

Assaf Neto (2014)


Ciclo de caixa e controle de seu saldo
1. Medidas de responsabilidade e competência exclusiva do caixa

• Podem ser implantadas sem que com isso haja interferências nos
outros elementos do capital de giro;

 Maior dinamização nos recebimentos (agilização na liberação dos


cheques recebidos);

 Emissão e entrega mais rápida de títulos representativos das vendas


a prazo (faturas e duplicatas);

 Melhor adequação e controle das datas de recebimentos e


pagamentos;

 Evitar extravios de títulos ou preenchimentos equivocados;

Assaf Neto (2014)


Ciclo de caixa e controle de seu saldo
2. Medidas determinadas por uma política mais ampla da empresa

• Envolvem alterações diretas (e, muitas vezes, relevantes) nos outros


ativos circulantes;

 Diminuição do prazo de produção;

 Retração nos investimentos em estoques;

 Alteração da política de concessão de crédito adotada;

Assaf Neto (2014)


Uso do float

• Float: refere-se a um montante de cheques emitidos, mas que não


foram debitados (sacados) na conta corrente bancária;

• O float é o intervalo de tempo que vai desde a emissão do cheque


até sua efetiva liquidação financeira pelo banco;

• O float de pagamentos pode gerar receitas financeiras às empresas


mediante a aplicação da quantia devida, pelo prazo em que o
cheque permanecer em trânsito;

Assaf Neto (2014)


Saldo mínimo de caixa

• Objetivo: permitir que a empresa possa saldar seus compromissos


programados e manter uma reserva de segurança de forma a
cobrar pagamentos imprevistos;

• Também deve financiar a falta de sincronização entre as entradas e


saídas de fundos;

• As disponibilidades devem apresentar-se suficientes para processar


pagamentos quando as entradas esperadas não se realizarem;

• Esses valores em caixa são mantidos em espécie ou em títulos de


liquidez imediata;

Assaf Neto (2014)


Saldo mínimo de caixa

• A determinação de um volume ideal de recursos monetários a ser


mantido em caixa é uma tarefa complexa;

• Pode-se imaginar operar com valores históricos para o cálculo do


saldo mais apropriado de caixa;

• Por exemplo:

 É comum ouvir que determinada empresa costuma manter em caixa


10 dias de seus desembolsos fixos mensais;

 Esse valor é uma estimativa subjetiva, não incorporando outros


aspectos como procura por moeda para fins de precaução e
especulação;
Assaf Neto (2014)
Saldo mínimo de caixa

• Um critério simples e bastante adotado na prática baseia-se no ciclo


de caixa (financeiro) da empresa, determinando o saldo mínimo da
seguinte maneira:

Assaf Neto (2014)


Saldo mínimo de caixa

• Se os desembolsos anuais previstos de determinada empresa


atingirem R$ 3.600.000, e seu giro de caixa no mesmo período for
de quatro vezes (ciclo de caixa = três meses), a necessidade
mínima de caixa será de:

Assaf Neto (2014)


Saldo mínimo de caixa

• Se a empresa colocar R$ 900.000 em seu disponível no início do


período, ela terá condições financeiras suficientes para saldar todos
os seus compromissos operacionais;

• Deste modo, prevê-se que não haverá necessidade de novas


captações ao longo período;

• Evidentemente, a própria geração de lucro ao longo do exercício,


assim como rendimentos de eventuais aplicações financeiras do
disponível, podem levar a redução dessa valor;

Assaf Neto (2014)


Exemplo I

Suponha que uma empresa tenha projetado para certo


exercício desembolsos totais líquidos de caixa de $ 2,7
milhões. Sabe-se que o ciclo de caixa desta empresa
alcança 24 dias, ou seja, este é o intervalo de tempo em
que a empresa somente desembolsa recursos, ocorrendo
entradas de fluxos financeiros a partir do 25º dia.

Determine o montante mínimo de caixa a ser mantido


visando satisfazer à demanda operacional por recursos no
período.

Assaf Neto (2014)


Exemplo II

Admita uma empresa com prazo de pagamento de


fornecedores de 20 dias, prazo de estocagem de 40 dias e
prazo médio de recebimento de clientes de 25 dias.
Supondo que os pagamentos anuais estimados da
empresa sejam de $400.000, qual o caixa mínimo
operacional?

Assaf Neto (2014)


Referências
• ASSAF NETO, Alexandre. Finanças Corporativas e Valor. 7. Ed. São
Paulo: Atlas, 2014.

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