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20/12/2011

“Síndrome dolorosa músculo-esquelética


crônica, NÃO INFLAMATÓRIA, caracterizada pela
FIBROMIALGIA

presença de dor difusa pelo corpo e

FIBROMIALGIA
sensibilidade exacerbada à palpação de
determinados pontos dolorosos - TENDER
POINTS”.

• A maioria dos pacientes apresenta também


-FADIGA CRÔNICA
-DISTÚRBIOS DO SONO
- DO HUMOR.

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS
EPIDEMIOLOGIA
Colégio Americano de Reumatologia (ACR) –
1990 –Wolfe, Smythe e Yunus.
FIBROMIALGIA

FIBROMIALGIA

• É uma das síndromes reumatológicas mais


frequentes
• 1 a 2% da população em geral • História de dor difusa por mais de 3
meses
• 8-9 mulheres: 1 homem dor difusa: à D e à E + acima e abaixo da
• 35-50 anos (também descrita em crianças e cintura + um segmento do esqueleto
idosos) axial

• Representam 20% das consultas em • Dor em 11 dos 18 pontos dolorosos já


ambulatório de reumatologia estabelecidos (tender points), à palpação
digital, realizada com uma pressão
aproximada de 4kgf.

Cervical baixa: post ao 1/3 inf ECOM


PONTOS DOLOROSOS
músculo sub-occipital
Posteriores:
1. Inserção do músculo sub-occipital
2. Trapézio – ponto médio borda superior 2º costo-condral – origem
do peitoral maior
Supra espinhoso – borda medial da escápula
FIBROMIALGIA

3. Trapézio: ponto
4. Glúteo médio – quadrante sup. ext. da nádega médio borda
Epicôndilo lateral
superior
Anteriores: 2cm distal
5. Cervical baixa (C5-C7): post ao 1/3 inf do ECOM Supra espinhoso:
6. 2º costo-condral – origem do grande peitoral borda medial da
escápula Joelho – linha articular
Dos membros: medial :coxim
7. Epicôndilo lateral – 2cm distal Glúteo médio: quadrante gorduroso
8. Trocantérico – post à proeminência do grande sup. ext. da nádega
trocanter
9. Joelho – linha medial do joelho – no coxim gorduroso Trocantérico: post ao
grande trocanter
O critério diagnóstico de dor à palpação de 11/18 pontos é
Recomendado mas não é essencial para o diagnóstico de
Fibromialgia

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PONTOS DOLOROSOS QUADRO CLÍNICO

• Queixa de dor difusa referida nos ossos,


articulações, músculo e tendões

FIBROMIALGIA
• Na ausência de queixa de DOR ESPONTÂNEA
não pode ser feito o diagnóstico
• Distúrbios do sono – 80% dos casos
(polisonografia): sono não reparador, apnéia,
pernas inquietas, insônia inicial.
• Fadiga (80% dos casos)
• Alterações do humor (depressão / ansiedade /
irritabilidade / tristeza)

QUADRO CLÍNICO
QUADRO CLÍNICO
• Rigidez matinal muscular e articular
• Parestesias (sem padrão neuropático
FIBROMIALGIA

FIBROMIALGIA

Sintomas ou SÍNDROMES DISFUNCIONAIS –


característico)
acometendo outros órgãos
• Sensação subjetiva de inchaço de extremidades
• Fenômeno de Raynaud
• cefaléia tensional
• Boca seca / olho seco • enxaqueca
• Tonturas, palpitações • Síndrome do cólon irritável
• Precordialgia atípica • síndrome uretral feminina
• Alterações cognitivas (dificuldade de • Dismenorréia (cólicas), tensão pré-
concentração, memória e atenção) menstrual

ETIOLOGIA
FISIOPATOGENIA
FIBROMIALGIA

ESTRESSE PSICOLÓGICO ESTRESSE INFECCIOSO

A fibromialgia pode ser o resultado final de


alterações na aquisição, percepção e FIBROMIALGIA
interpretação da dor, provocada por diversos
agentes nocivos em um indivíduo suscetível. ESTRESSE FÍSICO ESTRESSE
REPETITIVO IMUNOLÓGICO

O processo pelo qual isto acontece ainda é pouco


conhecido. PREDISPOSIÇÃO GENÉTICA

PERCEPÇÃO ALTERADA DA DOR

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FISIOPATOGENIA:
Origem Periférica
FISIOPATOGENIA:
• Baixa tolerância ao exercício agressivo
• Menor adaptação muscular ao esforço?
• Alteração no metabolismo energético muscular leva
dor e fadiga = ???
NOCICEPÇÃO • Manutenção da atividade EMG durante períodos de
PERIFÉRICA repouso
CONTROLE • Incapacidade em manter a intensidade da contração
CENTRAL muscular repetida = baixa resistência
• Maior reatividade dos nociceptores :  liberação dos
neurotransmissores responsáveis pela dor:
glutamato, subst. P... difundem-se na medula  
área de dor .

FISIOPATOGENIA:
FISIOPATOGENIA:
Origem no Sistema Nervoso Central
•Alteração na modulação da dor em nível medular e centros
FIBROMIALGIA

FIBROMIALGIA

superiores do SNC Fatores de modulação central


•Niveis reduzidos de triptofano sérico (precursor da serotonina)
•Níveis elevados de substância P = > percepção dor
Inúmeros artigos fornecem dados para o
•Níveis reduzidos de hormônio do crescimento devido aos entendimento que a percepção de DOR nos
distúrbios de sono (resistência muscular, energia, humor, pacientes com fibromialgia é real e não só
memória, sistema imunológico...)
comportamental.
•Disfunção SNA= redução da atividade Simpática = maior
sensibilidade à dor
 serotonina   subst P no córtex e na medula
 SENSAÇÃO DOLOROSA

SDMF FIBROMIALGIA
Dor localizada (músculos específicos Dor generalizada (4 quadrantes)
ETIOPATOGENIA
– 1 quadrante)
Homem = Mulher (1:1) Mulher > Homem (4:1)
Evento por sobrecarga (trauma) Insidioso
Triger points + dor referida Tender points
Dor regional, assimétrica Dor simétrica, 11 a 18 sítios
Consistência anormal muscular Consistência edematosa, todo músculo
localizada – banda tensa e tecidos perimusculares, musc frouxo
Palpação dolorosa na banda tensa Palpação - dor difusa tecidos não
musculares
Não há fadiga, na maioria vezes Fadiga associada, distúrbios sono
Patologias associadas geralmente Associação com outras síndromes
não estão presentes (intestino irritável, dismenorréia...)
Bom prognóstico, responde bem as Tto longo, associação antidepressivos,
técnicas de terapia manual exercício aeróbico, fisioterapia

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TRATAMENTO DA FIBROMIALGIA
TERAPIA MEDICAMENTOSA

• Diagnóstico
FIBROMIALGIA

FIBROMIALGIA
• Educação e informação • agentes tricíclicos: amiitriptilina, ciclobenzaprina
• Terapia medicamentosa • inibidores da recaptação da serotonina:
• Atividade física (pelo menos 2 x/sem) fluoxetina em altas doses
• Suporte psicológico • Neuromoduladores: gabapentina (pregabalina)
• Antidepressivos
• Analgésicos combinados com outras medicações
O tratamento multidisciplinar é fundamental. • AINH e corticoesteróides não são indicados

Exercício Terapêutico: objetivos Deficiência de desempenho muscular

• Deficiência de desempenho muscular • Percepção da dor e da fadiga limitam a


FIBROMIALGIA

FIBROMIALGIA

produção de força
• Deficiência de capacidade aeróbica
• Iniciar com pouca resistência e poucas
• Deficiência de ADM
repetições
• Deficiência postural
•Evitar manutenção de posturas estáticas
• Resposta inadequada ao estresse emocional
•Monitorar sintomas
• Dor
•Pode ser isométrico (manter máx 3-5 seg, max
3-6 repetições) ou isotônico
Progressão lenta dos exercícios conforme tolerância •Realizar aquecimento prévio (5 min)
RESPEITAR O LIMIAR DOLOROSO

Deficiência de capacidade aeróbica

Deficiência de ADM
• Melhora da resistência, dor e flexibilidade
FIBROMIALGIA

FIBROMIALGIA

• Introdução precoce
•Alongamentos suaves e indolores e por menos tempo
•Iniciar com pouco tempo (2-5 min)
•Apoio passivo
• Final da reabilitação: trabalhar com 50-60% da
frequência cardíaca máx •Associar com respiração = evitar apnéia

• Iniciar com bicicleta em supino: paciente deitado •Observar presença de Hipermobilidade = associar
atrás da bicicleta com os pés apoiados nos pedais (2- exercícios de estabilização articular
3 min, progredir até 15 min antes de passar para a
posição sentada na bicicleta)
•Modificar a atividade na exacerbação dos sintomas
• Programa aquático

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Deficiência de Postura Resposta inadequada ao estresse


FIBROMIALGIA

FIBROMIALGIA
•Avaliação postural e educação • Programas de exercícios de relaxamento
•Pilates e RPG não foram recomendados (Consenso •Respiração profunda/ respiração diafragmática
Brasileiro do tratamento de Fibromialgia, 2010)
•Alongamentos indolores
•Alongamento associado à estabilização segmentar
•Exercícios de visualização
•Utilização de resistência elástica progressiva em
•Música de fundo
membros, mantendo a estabilização do tronco
•Exercícios com bola

ADESÃO
• Dificultada por experiências anteriores de dor e
Dor fadiga após o exercício = importância da progressão
lenta
FIBROMIALGIA

FIBROMIALGIA

• Informação e confiança no terapeuta = escuta


• Exercícios aeróbicos e fortalecimento
• Modalidades térmicas e eletroterapia CLAREZA DE INSTRUÇÃO
• Terapia farmacológica e psicológica comportamental • Embotamento mental e memória= instruções claras
cognitiva e objetivas

DETERMINAÇÃO RITMO
Evitar a fadiga = progressão lenta com poucas repeticões
Primeira sessão: 3-5 repetições, sem carga ou mínima, 3
exercícios
Monitorar sintomas por 24-48h

EXERCÍCIO EXCÊNTRICO NA FIBROMIALGIA EXERCÍCIO para pacientes com FIBROMIALGIA

• FASE INICIAL (semana 1): controle do estresse e da dor


• Causa mais dano muscular -Relaxamento
FIBROMIALGIA

FIBROMIALGIA

-Respiração profunda/diafragmática
• Não existe evidência de pacientes com Fibromialgia
-Visualização
sejam mais suscetíveis ao dano muscular que -Alongamento
indivíduos sadios
•Exercícios concêntricos x excêntricos não diferem • FASE MÉDIA (semana 2): equilíbrio músculo-esquelético
significativamente quanto á indução da dor causada -Alongamento
pelo exercício -Auto-mobilizações
-Técnicas neuromusculares: contrair e relaxar
-FNP
-Exercícios posturais: coluna neutra + resistência elástica
-Exercício excêntrico em cadeia fechada
-Exercício aeróbico precoce
-Hidroterapia

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EXERCÍCIO para pacientes com FIBROMIALGIA

• FASE SUBSEQUENTE: manutenção


-Alongamento contínuo
FIBROMIALGIA

-Equilíbrio músculo-esquelético contínuo


-Força geral: resistência elástica, excêntricos em cadeia
fechada
-Exercício aeróbico: progressão para sem sustentação para
sustentação de peso, bicicleta, esteira...

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