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Síndrome da Úlcera

Gástrica Equina
Maryelle Fernandes Duarte
Definição

▪ Ulcerações no esôfago abdominal (distal), estômago não


glandular (proximal; mucosa escamosa), estômago
glandular (distal; mucosa glandular) e duodeno proximal.
Epidemiologia

 Incidência potros 25-51%


 Adultos 60-90%
 Éguas gestantes 66,6%
 Não gestantes 75,9%;
Fatores predisponentes

 Dieta: pastejo menos frequente; alimentação com


concentrados com períodos de jejum
 Gasterophilus
 Estresse
 Potros – desmame, treinamento, estabulação
 Inibição da PGE2 → < fatores de proteção → úlcera
Fatores predisponentes

 Hipotensão: ↑ do tônus simpático→ vasoconstrição→


isquemia da mucosa gástrica→ falhas na proteção da
mucosa→ ulceração

 Retardo do esvaziamento gástrico: Diminuição da


motilidade gástrica ou duodenal→ aumento do tempo de
contato da mucosa com o ácido e a pepsina→ lesões

 AINES: inibem a síntese de PGE2 (glandular) → Inibe a


secreção ácida; ↑ muco e HCO3
Sinais clínicos - Potros
 Região glandular; regulação imatura da secreção ácida
 Silenciosas ou subclínica: mais comum – não produzem sinais
clínicos
 Clínica ou ativa: 2 a 6 meses de idade
 Letargia;
 Bruxismo,
 Salivação excessiva (espuma ou leite);
 Língua pendurada;
 Decúbito dorsal (frequente);
 Rolamento em decúbito dorsal;
 Diminuição de apetite;
 Dor após alimentação;
 Diarreia;
Sinais clínicos - Adultos

 Desde sinais leves de cólica até cólica severa (aguda; recorrente;


intermitente);
 Exceto pela cólica os sinais são vagos:
 Apatia; inapetência;
 Perda de peso (emagrecimento progressivo),
 Bruxismo;
 Dor após alimentação,
 Diarreia,
 Alteração do comportamento;
 Queda na performance;

 Equinos adultos não há correlação entre: • Severidade da úlcera e


severidade dos sinais;
Diagnostico

 Anamnese do animal
 Histórico clínico
 Resposta a terapia (diagnostico
terapêutico)
 Exames complementares:
 Exames gastrocópico (presença,
severidade, localização e biopsia)
 Necopsia
Endoscopia - gastroscopia
Gastroscopia de animais estabulados
Diagnostico diferencial

 Septicemia
 Petironite
 Obstrução intestinal
Tratamento

 Cura espontânea ulceras não glandulares 4% a 6%


 Diminuir fatores de estresse
 Eliminar a administração de AINES
 Inibidores de secreção acida: diminuir a secreção ácida através
da inibição competitiva da histamina com o receptor H2 na
célula parietal.
 Cimetidina
 6,0 mg/Kg 6/6h ou 4/4h
 Ranitidina:
 1,5-2,0mg/Kg IV, IM; BID ou TID;
 6,6mg/Kg VO, BID ou TID;
Tratamento

 Inibidor da bomba de prótons


 Omeprazol 0,5 a 2,0 mg/Kg 1 ou 2x/dia VO (3 a 5 dias para produzir
efeito supressor)
 O ideal é iniciar o tratamento fazendo a associação entre
antagonista H2 e inibidor da bomba de prótons

 Aderentes de mucosa
 Sucralfato: em pH menor que 4 torna-se gel viscoso que adere-se às
células epiteliais e às crateras ulcerativas→ estímulo à secreção de
muco, aumento da síntese de PGE2 e aumento da concentração de fator
de crescimento epitelial no local
Tratamento

 Antiácidos orais:
 Hidróxido de magnésio (efeito laxante; ação rápida)
 Hidróxido de alumínio (efeito constipante; ação lenta)
 reduzir a acidez estomacal; cuidado com o efeito rebote de
ácido em resposta ao aumento no pH gástrico, após o uso de
antiácido
 40-50 ml/100 Kg VO, 4 a 6 x/dia
Tratamento

 Drogas pró-cinéticas
 Em potros com enfermidade duodenal, refuxo
gastroesofágico e esvaziamento gástrico retardado
 Metoclopramida: 0,10 a 0,25 mg/Kg VO ou SC, 3 a 4 x/dia
 Betanecol (atonia gástrica aguda): 0,025 a 0,030 mg/Kg por
via SC 3 a 4x/dia; iniciando a motilidade 0,35 a 0,45 mg/Kg
VO 3 a 4x/dia
Tratamento

 Repouso : animais tratados e em tratamento permanecem


sem sintomas, mas as úlceras podem não apresentar
cicatrização completa.

 Prevenção: animais estabulados devem ter acesso


irrestrito a feno
MARYELLE FERNANDES DUARTE

Medica Veterinária, especialista em


Clínica e Cirurgia de Equinos, Mestre
em Ciência Animal

maryellefernandes@unipam.edu.br

(34) 9 9178-9461

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