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PREFÁCIO

“O tempo flui, como um rio, aquele ao qual Heráclito disse que não
podemos descer duas vezes. Há, basicamente, duas maneiras de conceber
o fluxo do tempo: desde o passado em direção ao futuro, ou desde o
futuro em direção ao passado. Em qualquer um dos casos, o fluxo nos
atravessa num ponto, que denominamos presente. Um ponto não tem
superfície nem volume; é intangível e fugaz. É curioso que, em ambas
concepções do tempo, o futuro (ou o passado) sejam conseqüências de
algo quase imaterial como é o presente; de um simples ponto. Esse ponto
evanescente, porém, é nossa única posse real: o futuro não existe ainda (e
a palavra ainda é uma petição de princípio) e o passado não mais existe,
salvo sob a forma de memórias. Não há tempo sem um conceito de
memória; não há presente sem um conceito do tempo; não há realidade
sem memória e sem uma noção de presente, passado e futuro”.

Ivan Izquierdo

Para Aristóteles, o cérebro era um refrigerador que mantinha o corpo frio


e evitava que o coração esquentasse. Ele pensava que o coração era
responsável por nossas sensações e percepções. “Nada há no intelecto que
não tenha estado antes nos sentidos” Outros gregos descobriram o sistema
nervoso, um avanço gigantesco, mas ninguém associava o cérebro ao que
chamamos de mente.

A aquisição de conhecimento pressupõe um processo de conversão em


que tudo aquilo que é captado pelo aprendiz é decodificado de acordo
com sua identidade e suas experiências. Não há memória sem
aprendizado, nem há aprendizado sem experiências. Não inventamos
memórias. As memórias são fruto do que alguma vez percebemos ou
sentimos. O cérebro humano é capaz de realizar uma vasta variedade de
operações que vai desde identificar e classificar sons, sinais, cheiros,
gostos e sensações, até reter e manipular informações que vamos
adquirindo no percurso da vida.

O Dr Bernard Jensen em seus estudos dedicou atenção especial a áreas


cerebrais, sua correlação com as faculdades mentais, cognição,
aprendizado e reflexos hormonais. Criou um mapa especifico e descreveu
detalhadamente o reflexo das funções cognitivas na região superior da
íris.

Neste livro Celso Battello e Heloisa Campos Pacheco mostram de forma


detalhada a correlação entre as áreas relacionadas ao cérebro na íris e seus
reflexos na neuropsicologia. Examinam a existência de sinais que
evidenciem as áreas cerebrais do mapa iridológico que possibilite
verificar através destas observações, atitudes relacionadas às dificuldades
de aprendizagem, especificamente, a síndrome de déficit de atenção e a
hiperatividade.

Liane Beringhs
SOBRE OS AUTORES

Heloisa Campos Pacheco

Professora, pedagoga graduada pela FAFIAL, Faculdade de Filosofia,


Ciências e Letras de Alegrete (1984).

É Psicopedagoga Clinica e Institucional formada pela PUC-Pontifícia


Universidade Católica Do Rio Grande Do Sul (1991) e pela FAPA-
Faculdade Portalegrense De Educação, Ciências e Letras (1995).

Especialista em Iridologia-Irisdiagnose pela FACIS (2006).

Especialista em Arteterapia no Contexto Social e Institucional no


INFAPA-Instituto da Família (2013).
CELSO BATTELLO formou-se na Faculdade de Medicina do ABC,
cursou Residência Médica em Anestesiologia no CET-ABC do Hospital
Beneficente São Caetano, serviço do Dr. Deoclécio Tonelli. Exerceu a
Anestesiologia no Hospital e Maternidade Brasil, serviço do Dr. Rubens
Awada.
É pós-graduado em Homeopatia pela Associação Paulista de
Homeopatia, com título de Especialista expedido pelo Conselho Federal
de Medicina, e Mestre em Homeopatia pela FACIS-IBEHE. Fez curso de
Medicina Ortomolecular e Radicais Livres promovido pela Associação
Médica Biomolecular em 1993. Cursou Acupuntura Básica e Avançada
pela Associação Brasileira de Acupuntura.
Fez curso Básico de lridologia ministrado pelo Dr. Bernard Jensen no I
Congresso Brasileiro de lridologia.
Cursou lridologia, Nutrição e Cura Integrada, curso promovido pelo
Humanities Research Hidden Valley Health Ranch ministrado pelo Dr.
Bernard Jensen. Fez curso de Nutrição para Saúde Perfeita e Filosofia,
Técnicas Analíticas e Prática de lridologia, promovido pelo Humanities
Research Hidden Valley Health Ranch ministrado pelo Dr. Bemard
Jensen. É titulado em Nutrologia pela Associação Médica Brasileira.
Além de médico atuante, exerceu diversos cargos, entre eles:
Ex-Anestesiologista do Hospital e Maternidade Brasil, Santo André,
no serviço do Dr. Rubens Awada.
Foi responsável pelo Setor de Homeopatia e Medicina não
Convencional do Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher da
Faculdade de Medicina do ABC.
Foi Diretor de Saúde Coletiva da Cidade de Santo André, 1994 - 1995.
Na sua gestão como Diretor de Saúde de Santo André, foram
implantados:
a) O Serviço Odonto Bebê;
b) O Centro de Referência do Adolescente de Santo André;
c) O Ambulatório de Homeopatia;
d) A Clínica de Dor, que é formada por uma equipe multidisciplinar;
e) O Serviço de Prevenção do Câncer Bucal;
f) O Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (CAISM) de
Santo André;
g) Reforma na Unidade Básica de Saúde de Santa Teresinha;
h)Centro de Diagnóstico CardioPulmonar, Ambulatório e
Treinamento em Implantação;
i) Centro de Reabilitação Física em Implantação;
j) Central de Esterilização em Implantação;
k) 2 módulos odontológicos;
l) Centro de Atenção Integral à Saúde do Idoso.

Ex-Responsável pelo Ambulatório de Homeopatia da Faculdade de


Medicina do ABC.
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

AGRADECIMENTOS
IRIDOLOGIA E IRISDIAGNOSE
O que é Iridologia?
Conhecendo Mais Sobre a Íris
As Áreas Cerebrais
As Áreas Cerebrais e as Disfunções Cerebrais
 Vitalidade
 Bulbo
 Sexualidade Mental
 Mente Inata
 Sensório Locomoção
 As Áreas dos Cinco Sentidos
 Pressão do Ego
 Fala Aprendida
 Habilidade Mental
 Área de Equilíbrio ou Centro Epilético
O Sistema Endócrino
 O Endócrino
 O Sistema Hipotálamo-Hipofisário
 A Hipófise
 A Tireoide
 A Paratireoide .
 As Glândulas Adrenais
 O Órgão Insular do Pâncreas
 A Epífise Central (Glândula Pineal)
 O Timo
 Ovários e Testículos
 O Pâncreas
Pupila
 Os Fenômenos Pupilares
 O Diâmetro Pupilar
 A Orla Pupilar e Seus Fenômenos
 A “Orla Pupilar Normal”
 “Anel Neurastênico” ou “Anel Astênico”
 A “Orla Pupilar Senil” ou “Orla de Guarda Noturno”
 As Deformações Pupilares
 Transposições do Eixo
 Deformações Parciais – Achatamentos Pupilares
 Descentramento Pupilar
 Formas de Sulcos na Íris
 Sulcos Radicais e sua Formação
 “Raios de Sol” ou “Radios Solaris”
A Banda do Sistema Nervoso Autônomo Babado ou Colarete
 O Sistema Nervoso Autônomo
Diáteses
O CÉREBRO EMOCIONAL
A Estrutura Emocional
Criatividade e Capacidade de Decisão
Combustível da Vida
A Anatomia da Emoção
Os Caminhos da Emoção
A Física e a Química Transportando Emoções
Sistema Límbico – O Cérebro Emocional
Continuando nos Caminhos da Emoção
Hipotálamo-Hipófise-Glândula Adrenal
Dois Cérebros: Cognitivo e Emocional
 O Cérebro Límbico Controla as Emoções e a Fisiologia do Corpo
 O Cérebro Cortical Controla a Cognição, a Linguagem e o Raciocínio
FATORES PSICODINÂMICOS DA APRENDIZAGEM
Dificuldades de Aprendizagem
 Fatores Psicodinâmicos e Sociodinâmicos
 Funções do Sistema Nervoso Periférico
 Funções do Sistema Nervoso Central
SÍNDROME DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE –
TDAH
Processamento Neuronal
Genes Suspeitos
Hemisfério Direito – A Visão do Contexto no Texto da Vida
Lobo Frontal: O Portal da Mente
O Lobo Frontal: Emoção e Razão
FATORES QUE DETERMINAM O DÉFICIT DE ATENÇÃO E
HIPERATIVIDADE
Estresse e Depressão
Diátese-estresse: Uma Base para a Depressão e seu Tratamento
 Diátese
 Estressores
Diagnóstico da Depressão
 Diagnóstico de Depressão do DSM-IV
 Sintomas do Episódio Depressivo
 Sintomas do Episódio Maníaco
 Depressão Grave
 Distúrbios Distímicos
 Afetividade Negativa
Distúrbios de Ansiedade
 Distúrbios de Ansiedade da Separação
 Distúrbios de Ansiedade Generalizada (DAG)
 Distúrbio Oposicionista-Desafiador (DOD)
 Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH)
ESTRESSE EMOCIONAL
Breve História do Estresse
Impacto Biológico
O Que é Estresse?
Reconhecendo o Agente Estressor
Quais as Principais Causas do Estresse?
Os Perigos da Reação de Estresse
FATORES TEÓRICOS DE ANÁLISE
METODOLOGIA
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
OBRAS CONSULTADAS
IRISES ANALISADAS NESTA OBRA
INTRODUÇÃO

Este estudo apresenta manifestações comportamentais e reações


psíquicas, onde foi observado áreas específicas, como Mente Inata e
Pressão do EGO como fator em comum. Considerando a Iridologia /
ÍrisDiagnose como fonte de informações do psiquismo através de sinais
fornecidos pelas áreas cerebrais constitucionais orgânicas do Mapa
Bernard-Jensen, propriamente as áreas cerebrais. Este mapa nos permite a
possibilidade de verificar, a partir da observação desse microssistema,
sinais registrados nas áreas cerebrais específicas relacionadas às queixas
de aprendizagem, bem como, clinicamente definidos. Convém ressaltar
que esta divisão topográfica cerebral, elaborada por Jensen difere da
divisão neuro-atômica funcional clássica, porém, como observado, pode
ser como dado de extrema relevância para melhor compreender o
indivíduo.
Fui orientador da Monografia da Heloísa Campos Pacheco no curso de
Pós Graduação Latu Sensu em Iridologia-Irisdiagnose no FACIS-IBEHE.
A Heloísa, desde o inicio do curso demonstrou competência, dedicação
e, sobretudo, amar esta Ciência e Arte que é a Iridologia. Nós juntamos os
nossos esforços para tentar mostrar que a abordagem da Iridologia-
Irisdiagnose pode ser tratada cientificamente. Logicamente, que se trata
apenas de algo inicial, ficando, porém, em aberto, maiores e melhores
estudos à respeito!
O presente trabalho tem por objetivo examinar a existência de sinais
que evidenciem as áreas cerebrais do mapa iridológico que possibilite
verificar através destas observações, atitudes relacionadas às dificuldades
de aprendizagem, especificamente, a síndrome de déficit de atenção e a
hiperatividade.
Pesquisas neurológicas injetam objetividade no debate sobre como
tratar crianças que sofrem de transtornos de déficit de atenção e
hiperatividade. O déficit de atenção fica particularmente claro quando se
pede às crianças que controlem seu comportamento interrompendo um ato
impulsivo ou mantendo um alto nível de desempenho em determinada
tarefa. O problema não está tanto na falta de atenção em si, mas na rápida
queda da capacidade de prestar atenção contínua. Um fenômeno diferente,
no entanto, da às crianças hiperativas uma necessidade incontrolável de se
mexer.
A iridologia nos permite a possibilidade de verificar, a partir da
observação desse micro sistema, que é a íris, sinais registrados em áreas
cerebrais específicas, relacionadas às áreas de dificuldades de
aprendizagem especificamente a síndrome do déficit de atenção e a
hiperatividade. A realização deste trabalho é justificável, no que se refere
ao aspecto preventivo do déficit de atenção e hiperatividade, uma vez que
a identificação de qualquer sinal iridológico nas áreas cerebrais se trata de
órgãos de menor resistência do indivíduo por isso, a detecção precoce de
sinais nas áreas cerebrais, pode levar o psicoterapeuta a adotar uma
abordagem profilática psíquica ou medicamentosa, por exemplo, nos
casos de eventuais fenômenos relativos ao lixo
psiconeuroimunoendócrino.
Uma vez investigada, detectada, e aprofundada a relação entre as áreas
topográficas cerebrais, realizar-se-á a relação com as dificuldades de
aprendizagem.
A simples detecção das áreas topográficas iridológicas reflete, ser
áreas de menor resistência, que dependendo do estímulo interno ou
externo pode desencadear, através do lixo psicoimunoneuroendócrino,
fenômenos comportamentais. Reportando-se aos dizeres de Maffei
“ninguém fica doente do que quer, mas do que pode.”
AGRADECIMENTOS

“Se no transcurso do ‘diagnóstico’ ou do tratamento


não conseguimos apaixonarmos por essa vida, nem
pensá-la como >um drama onde se está jogando este
tipo de coisa que a mitologia põe em relevo especial,
estaremos banalizando o sujeito. Não podemos curá-lo.
Nem entendê-lo. Justamente a possibilidade de facilitar
seu trabalho de recriar-se como pessoa se diferencia
das outras e tem um caminho próprio que é capaz de
construir, que vislumbre uma possível escolha, certo
grau de liberdade, ainda que seja o conhecimento.”
(Sara Paim)

Quero agradecer a todos que responsáveis foram


pelo meu amadurecimento profissional e sobre tudo,
pela minha formação.
Ao meu querido professor Celso Battello, amigo,
sempre pronto a esclarecer as minhas dúvidas.
E em especial a minha filha Laura Pacheco, que
diante de sua história me abriu caminhos para novos
saberes.
Ao meu marido Toni e ao meu filho Henrique pelo
seu apoio e amor manifestado desde sempre e que
tornaram possível o término da minha nova jornada.

Quero dedicar este trabalho a todos que de maneira


muito especial, contribuíram para o meu crescimento.
E que ajudaram a transformar minhas angústias e
incertezas na busca do saber Iridológico, para poder
auxiliá-los na busca do equilíbrio individual.

Heloisa Campos Pacheco


Ao Criador do Universo e a tudo e a todos que procuram servir aos
propósitos de Deus.

Celso Battello
IRIDOLOGIA E IRISDIAGNOSE

A Irisdiagnose é uma ciência-arte cujo método propedêutico permite,


através da observação da íris, conhecer num dado momento, a constituição
geral e parcial do indivíduo, bem como os estágios evolutivos, agudo,
subagudo, crônico e degenerativo das alterações que acometem um ou
mais órgãos, ou o organismo como um todo. Tudo isso se expressa e é
refletido na íris, através de uma topografia, onde cada órgão encontra-se
representado em um ou mais mapas iridológicos, permitindo uma
abordagem completa do ser vivente.
Muito embora seja impossível estabelecer um diagnóstico, que
pressupõe dar nomes às doenças, a Irisdiagnose como um pré-diagnóstico,
onde a detecção dos órgãos de choque, permite mais facilmente a
elaboração do mesmo, através de exames complementares que venham
confirmar as suspeitas clínicas. Daí a importância da Irisdiagnose como
agente facilitador para se chegar a um diagnóstico clínico correto.
Em hipótese alguma, ela substitui os exames subsidiários, tais como
laboratoriais, de imagens e outros. Ao contrário, dá subsídios para que o
médico, como bom detetive, elucide o caso.
A Irisdiagnose é fundamentada na observação, descrição e
comprovação de fatos, demonstráveis pelo exame iridológico, que fornece
uma idéia da constituição do indivíduo, de suas debilidades hereditárias e
das mudanças que estão ocorrendo no organismo, através de alterações
ocorridas nas fibras da íris. Isso viabiliza uma abordagem eminentemente
profilática, porém também terapêutica, principalmente no que se refere às
alterações funcionais, face às correções possíveis de serem efetuadas,
quando se conhece a constituição e os órgãos de choque do paciente,
tratando-os antes mesmo que se manifestem como lesões.
Um fato de suma importância dentro do contexto exposto, é que, a
Irisdiagnose fornece, de forma ímpar, um “diagnóstico” sindrômico de
quais as estruturas alteradas em sua forma ou função, ou mesmo ambas,
que contribuem para a manifestação da totalidade sintomática do
indivíduo.
Segundo Battello, a Irisdiagnose, longe de se opor aos conhecimentos
médicos, vem somar esforços no sentido de ampliar ainda mais a cultura
médica. Este método propedêutico é tão eficaz que, quando se examina
uma íris e se detectam os órgãos de choque do paciente, pode-se pensar
consigo mesmo: “se não está tendo, já teve ou vai ter determinada
alteração.”
Os olhos representam, já há muito tempo, a janela do corpo e da alma.
Todavia, será apenas no início do século XIX que, na Hungria, a iridologia
começou a ser estudada e desenvolvida como técnica para fornecer
diagnósticos.
Conta à história que, Ygnatz Von Peczely, era apenas uma criança
quando, ao ser atacado por uma coruja, quebrou-lhe uma das patas para
defender-se dela. No exato momento da fratura, ele percebeu que surgia na
íris da ave um traço negro. Este fato chamou-lhe a atenção.
Embora sendo apenas uma criança, ele se interessou tanto que passou a
observar a recuperação da coruja em sua casa. Foi então que percebeu que,
à medida que a fratura consolidava-se, o traço negro na íris da ave
desaparecia, dando lugar a uma região esbranquiçada. O acontecimento
marcou profundamente a vida do jovem Peczely, segundo Beringhs.
Anos mais tarde graduou-se em medicina e dedicou todo o seu tempo
ao estudo das relações entre os males de seus pacientes aos sinais
apresentados nas íris dos mesmos. A partir desta pesquisa, surgiu o
primeiro mapa iridológico. O mapa era bem rudimentar ainda, mas já
apresentava áreas bem-definidas. Beringhs refere que, em 1880, Peczely
publicou o livro Descobrimentos do Reino da Natureza e da Arte de
Curar, onde relatava suas experiências no campo da iridologia.
Já no início do século XX, a Iridologia espalhou-se pela Europa e
EUA, onde encontrou seguidores que ampliaram o trabalho de Peczely.
Entre os seguidores, destacaram-se o Dr. Henry Lindlahr (Estados
Unidos), Dr. Leon Vannier (França), Dr. J. Deck (Alemanha), Dr. V. L.
Fernadiz (Espanha) e Dr. Bernard Jensen (Estados Unidos). Atualmente, a
iridologia vem sendo usada como método para diagnóstico eficaz e já são
realizados estudos em Faculdades na Alemanha e Rússia, conforme relata
Beringhs.

O Que é Iridologia?

Após essa apresentação histórica inicial, podemos, agora, definir a


Iridologia como a ciência que faz diagnóstico através de observação da
íris. A íris é a porção colorida do olho e nela está registrada toda a
constituição orgânica de uma pessoa e como esta vem se apresentando,
características e comportamentos. A observação pode ser feita a olho nu
ou com o auxílio de lentes (quanto mais potentes, maior a riqueza de
detalhes e, sem dúvida, melhor será o diagnóstico).
A Iridologia não tem como objetivo dar nome às doenças (patologias).
A partir do Irisdiagnóstico, elabora-se um programa de desintoxicação e
reconstrução do organismo, que é à base do tratamento e que tem a
finalidade de conscientizar e melhorar as carências nutricionais do
paciente, melhorando, desta forma, sua qualidade de vida. São utilizadas
também, técnicas terapêuticas como Homeopatia, Hidroterapia,
Geoterapia, Acupuntura, Massagem Terapêutica, Fitoterapia,
Cromoterapia e outras. O tratamento visa suprir as necessidades
individuais, tanto em relação às patologias já presentes como também às
tendências orgânicas.

Conhecendo Mais Sobre a Íris

Em nossas írises estão registrados todos os nossos órgãos, funções,


sistemas e todas as diferentes partes do corpo humano. Segundo Beringhs,
a Iridologia vem reforçar e comprovar a visão holística do ser humano, ou
seja, que o corpo é um todo e, quando uma parte do corpo sofre, todo o
corpo sofre, segundo Beringhs.
Na íris direita, temos toda a representação do lado direito e na íris
esquerda, a do lado esquerdo. Elas devem ser observadas como um
TODO, assim como duas metades de uma mesma laranja. Os órgãos pares
estão representados, respectivamente, um de cada lado, e os ímpares
apenas no lado que estão anatomicamente.
Conforme Beringhs, a título de estudo, divide-se as íris em sete
círculos concêntricos. Além da divisão concêntrica, também se divide a
íris radicalmente em ângulos semelhantes às horas em um relógio. Este
tipo de divisão facilita muito a localização dos diversos sinais,
proporcionando maior precisão na localização desses em relação aos
órgãos e sistemas.

As Áreas Cerebrais

As áreas cerebrais estão situadas no mapa iridológico na região


compreendida entre 11 e 1h de um relógio, em ambas as íris: na esquerda
o hemisfério cerebral esquerdo e na direita o hemisfério cerebral direito.
Essa representação topográfica foi desenvolvida pelo Dr Bernard Jensen e
a divisão e os atributos de cada área nem sempre obedecem à
nomenclatura anatômica neurológica clássica; todavia fornece subsídios
de real importância para os estudos iridológicos em busca da compreensão
do ser humano.
Na divisão do cérebro fisiológico e do cérebro psicológico em ambas
as íris, o segundo está situado na região nasal e o primeiro na região
temporal da íris. Tal divisão pode ser melhor entendida pela representação
das áreas topográficas de Manuel Lezaeta Acharán, onde fica bem
demonstrado que na parte medial ou nasal da íris encontram-se as
estruturas encefálicas de aquisição mais recente na filogênese, que
constituem justamente o lobo frontal, um atributo reservado apenas ao
Homo sapiens, que rege as funções psíquicas mais elaboradas na escala
filogenética. Em decorrência disso, Jensen denominou esta área de cérebro
psicológico em contrapartida àquelas situadas na área cerebral designada
como cérebro fisiológico, que são justamente as aquisições primordiais na
escala filogenética, por exemplo, o bulbo que, embriologicamente, deriva
do robencéfalo, enquanto a área correspondente ao cérebro psicológico diz
respeito ou deriva do prosencéfalo.

Do chamado cérebro psicológico, existe a representação de áreas que


exprimem as aquisições cerebrais mais recentes, mais elaboradas,
relacionadas aos níveis mais elevados da psique. Do designado cérebro
fisiológico, estão representadas as funções relacionadas à manutenção do
instinto básico de vida, como o bulbo, por exemplo, onde estão
localizados o centro cardiovascular e o centro respiratório.
Logicamente, é apenas uma divisão didática que não está inserida na
nomenclatura neuro-anatômica e fisiológica clássica, mesmo porque o
cérebro funciona como uma unidade integrada, onde todas as funções
estão interligadas em favor do todo.
As várias divisões cerebrais em ambas as íris estão representadas na
figura a seguir:
Na íris direita encontram-se as seguintes divisões: cérebro psicológico
e cérebro fisiológico, que por sua vez têm as seguintes subdivisões:

As Áreas Cerebrais e as Disfunções Cerebrais


 Vitalidade

A área de vitalidade, por ser uma área situada medianamente, é


primeira a ser abordada.
Localiza-se como se fosse 12h num marcador de relógio.
Anatomicamente compreende o córtex cerebral, o hipotálamo e a hipófise,
que são regiões onde ocorre à integração entre corpo e pisque. Diz-se que
esta área é a sede da alma. É interessante lembrar que esta área faz
também a integração entre os dois hemisférios cerebrais por meio do
corpo caloso.
Vitalidade significa vida e rege a energia que dá vida, que dá equilíbrio
ao tônus nervoso e emocional, bem como rege o equilíbrio
neuroendócrino do organismo. Funciona como centro de integração
psicossomática.
Quando se está em equilíbrio, a vitalidade gera a alegria de viver, o
otimismo, o senso de humor e a energia de expressão. Entretanto, quando
em desarmonia, o sintoma mais comum é o cansaço, o desânimo, a
preguiça, a melancolia, a indiferença, a depressão, a tendência ao suicídio,
as alterações de sono e sonhos.
O que mais gera o desequilíbrio é a ultrapassagem dos próprios limites,
seja com trabalhos físicos, seja com intelectuais de tal área ou, ainda, por
uso de estimulantes psíquicos, mesmo que sejam “naturais”, porque, como
se sabe, após uma excitação sobrevém uma depressão.

 Bulbo

O bulbo é uma estrutura derivada embriologicamente do robencéfalo,


mais especificamente do mielencéfalo. O bulbo faz parte do tronco
encefálico, que por sua vez, pertence ao sistema nervoso central.
O bulbo é parte anatômica do encéfalo, responsável, entre outras
coisas, pela manutenção das funções básicas da vida, conquanto nele estão
localizados os centrais respiratórios, cardíacos e vasomotor. Além disso,
exerce uma ação central sobre a deglutição, o soluço, os espasmos, os
vômitos, a salivação e a tosse. Muitas das queixas físicas sem causa
aparente, como dispnéia, taquicardia, soluço, alterações de tensão arterial,
podem ser ocasionadas por essa área.

 Sexualidade Mental
Segundo Jensen, essa área afeta as demais funções cerebrais mais do
que se pode imaginar. Está intimamente relacionada à criatividade. Uma
libido em ordem é fator primordial para se procriar. Com esta área
funcionando a contento, se tem mais motivação, estímulo de vida e
imaginação. Caso contrário, podem ocorrer alterações na esfera sexual,
como diminuição da libido, satiríase, ninfomania, perversão, violência,
fadiga, vaidade, egoísmo, irritabilidade, competitividade exagerada.

 Mente Inata

A mente inata, como o próprio nome diz, refere-se ao instinto de


sobrevivência, força de vontade, imitação social, emoções, concentração.
Já na anormalidade de suas funções, podem ocorrer alucinações,
obsessões suicidas, impaciência, melancolia, indecisão, dificuldade de
concentração, confusão mental, submissão, autocondenação.
Podemos destacar como atribuições da mente inata o otimismo, a
coragem, o amor, a força de vontade, o amor pela vida, a confiança, a
liderança, a habilidade analítica, o sucesso, a reprodução, a compreensão e
a aceitação social.

 Sensório Locomoção

Essa é uma área que rege fundamentalmente a propriocepção através da


coordenação muscular em conjunto com os receptivos músculo-
tendinosos, das sensações térmicas, da pressão e do movimento.
Quando normal, o indivíduo tem um tempo de reação adequado ao
som, luz e estímulo tipo sensório-motor. Estabelecer limites de
desempenho sem fadiga muscular, através de um trabalho adequado de
forças e resistências físicas, que provém de uma coordenação física e
mental ótima, são atributos dessa área. Para manter essa área equilibrada,
deve-se evitar situações extremas de estresse, levantar objetos muito
pesados, excitação, excessos sexuais, trabalhos noturnos e trabalhar
quando cansado.

 As Áreas dos Cinco Sentidos

Estas áreas se referem às representações cerebrais dos cinco sentidos,


que são o tato, a visão, a audição, o olfato e a gustação. Estão localizadas
no córtex cerebral e área gnóstica (perto do sulco lateral do hemisfério
esquerdo).
Muitas vezes se tem alterações das sensações relacionadas aos cinco
sentidos, sem que realmente algo esteja errado nos órgãos referentes aos
mesmos. Por exemplo: pode ocorrer um indivíduo sentir um odor estranho
sem que o mesmo esteja acontecendo.
Procede-se ao exame clínico e nada se detecta. Nestes casos, muito
provavelmente está ocorrendo algo ao nível de representação cerebral da
função olfativa, que pode ser esclarecido pelo exame da referida área.
Deve-se dizer que o mesmo raciocínio pode ser estendido às demais
funções das outras áreas.
As áreas dos cinco sentidos estão relacionadas fundamentalmente ao
“sentir” físico e também ao psíquico, onde atributos do tipo sensualidade,
materialismo, narcisismo e sensibilidade aos estímulos sensoriais, também
passam por elas.
Quando alterada esta função, as sensações podem se modificar para
mais ou para menos e também em relação à quantidade, como pode ser
notado no caso da alteração do olfato, que é do tipo qualitativo. Por outro
lado, há pessoas que “sentem” tanto os odores que este fato chega a
perturbar sua vida, gerando cefaléias, etc. Por isso é bom saber que existe
a possibilidade de se modular estas funções, trazendo-as o mais próximo
possível da normalidade. Esta área rege o sentimento de hedonismo, para
o qual o que vale é o prazer dos sentidos e tudo é justificável para que isso
ocorra. Enfim, é o prazer pelo prazer.

 Pressão do Ego

Está é uma área que, como todas as outras, tem várias atribuições.
Entretanto, talvez uma das mais importantes seja a indicação de como o
Ego se posiciona em relação ao próprio indivíduo, com atitudes, no geral,
extremamente críticas, consigo próprio. A localização dessa área, que
abrange o cérebro, o hipotálamo e a hipófise, dá uma idéia das intricadas
reações dessas áreas com o restante do organismo. Pelo eixo hipotálamo-
hipofisário passam quase todos os mecanismos de regulação orgânica.
Este eixo determina, por exemplo, juntamente com a ad renal, “o lutar ou
fugir diante do perigo”. Na selva, uma resposta errada pode, em algumas
circunstâncias, significar a morte. Se se optar por lutar, quando se deve
fugir, isto pode conduzir à morte. Entre um extremo e outro há uma gama
de situações medidas por essa área, que regula os mecanismos de estresse,
principalmente no que se refere ao instinto de sobrevivência.
A tensão arterial elevada requer muitos cuidados, segundo Jensen,
quando há a ocorrência de um sinal iridológico nesta área, devido a uma
predisposição maior aos acidentes vasculares cerebrais.
As emoções também são medidas por esta área, já que o sistema
límbico faz parte da mesma. O cérebro anterior, como uma estrutura mais
recente na escala filogenética, exerce toda uma influência elaborada sobre
a hipófise e o hipotálamo, de modo a mediar as reações psíquicas, tais
como ansiedade, sexualidade, através do desejo, da vontade de influência,
do desejo de poder, da ambição, da liderança, da determinação, dos ideais,
da imagem que o indivíduo tem de si próprio e que é fundamental para a
vida de relação.

 Fala Aprendida

Esta área como o próprio nome indica, se relaciona á linguagem de um


modo geral, ou seja, escrita, falada, leitura, ou facilidade para aprender
línguas. Qualquer alteração nela pode trazer implicações, tais como
dificuldade de aprendizagem, deficiência de memória e de concentração,
desleixo, desajuste social. As estruturas envolvidas são: o cérebro, o
tálamo, o lobo frontal, a hipófise, a epífise ou pineal.

 Habilidade Mental

Esta área de localização pré-frontal (as mais recentes aquisições do


Homo sapiens na filogênese) rege o que o ser humano tem de mais sutil e
elaborado, como a inteligência, o pensamento lógico, a personalidade, o
raciocínio, a força de vontade, a memória e os movimentos voluntários.
Um funcionamento inadequado, pode predispor a pessoa para a astúcia,
a confusão, a ladinez, a desconfiança, a imprudência, o desespero, os
pensamentos pérfidos, os bloqueios mentais, o descontrole emocional, a
auto-segregação social, a insensibilidade, a frieza, a crueldade, a
melancolia, o pessimismo, a irritabilidade, a covardia moral e a depressão.
Por esta área são regidas as seguintes qualidades: à vontade, a confiança, a
convicção, o denodo, a genialidade, o contentamento, o jubilo, a
imaginação, a autoconfiança, a preocupação e o equilíbrio.

 Área de Equilíbrio ou Centro Epilético

O cérebro é, assim como o bulbo, uma das primeiras estruturas a


aparecer na escala filogenética e, assim como o bulbo, tem origem no
robencéfalo, mas da porção de metencéfalo. Portanto pode-se depreender
o quanto é fundamental para a manutenção das atividades básicas de vida,
como coordenação da musculatura lisa, e o equilíbrio postural. Rege
também a atividade sexual. É um centro de energia dinâmica para todo o
organismo.
Um cerebelo anátomo-funcionalmente acertado proporciona senso de
equilíbrio físico e mental, segurança, estabilidade e senso discriminativo.
No desequilíbrio, podem ocorrer: epilepsia, vertigens e respostas
musculares alteradas, diminuídas e enfraquecidas.

O Sistema Endócrino

As glândulas endócrinas são designadas como glândulas de secreção


interna, porque lançam o produto de sua secreção diretamente no sangue,
que é o meio interno do organismo, diferentemente das glândulas de
secreção externa ou exócrinas, como ocorre com o suco pancreático, por
exemplo.
São representadas por vários órgãos dispersos pelo corpo humano,
como a hipófise, situada intracranianamente; a tireóide, situada no
pescoço à frente da laringe; as paratireóides, em número de quatro,
situadas duas de cada lado da tireóide; o timo intratorácico, sobre a base
do coração; as adrenais no abdome, em numero de duas, cada uma em
cima do pólo superior dos rins; as gônadas representadas pelo ovário, na
mulher, e o testículo, no homem; as ilhotas de Langerhans, disseminadas
pelo parênquima pancreático; a epífise, na parte posterior da base do
cérebro. A hipófise regula à distância a função dessas glândulas, por meio
de suas secreções lançadas na circulação sangüínea. Tal secreção recebe o
nome de hormônio, que, em grego, significa excitar. Os hormônios são
substâncias que agem poderosamente à distância, em pequenas
quantidades, porém sinergicamente, com a finalidade de manter a
homeostase.
Como sempre agem em extensa conexão com o sistema nervoso,
principalmente com o SNA e o SNC, recebe comumente a denominação
de sistema neuroendócrino.
Os hormônios agem regulando as funções orgânicas, quando secretados
na circulação sanguínea, e atuando sobre o metabolismo geral ou em
particular, nos seus “órgãos alvos”. As alterações de secreção dos
hormônios podem ser para mais (hiper) ou para menos (hipo), ou pode
ocorrer uma síndrome disfuncional, gerando aumento ou diminuição dos
hormônios e suas manifestações clínicas, que indicam alterações da
fisiologia da respectiva glândula. Neste último caso, o exame iridológico
pode, com antecedência, indicar qual glândula está começando a sofrer
alterações.

 O Endócrino

O sistema endócrino é um dos sistemas mais indicados para


desenvolver o pensamento em interações ou em interligações. Estas
interligações de membros individuais não correspondem a “casualidade
em única direção”, ou seja, linear.
Este fato é expresso na teoria de categorias, diferenciando entre a
causalidade e a coletividade. A coletividade, neste sentido, seria a relação
interativa e mesmo o Kant havia observado que esta questão também se
refere aos processos biológicos. A interreação é a chave para entender as
regulações, que juntam as partes a uma totalidade – hoje em dia chamado
círculo funcional organizador. Decorre da correlação com os referentes
sinais iridiais.
O organismo dispõe-se de sistema endócrino como sistema de
coordenação, regulador do meio interno. Este sistema trabalha sem vias
de conduta, mandando suas informações até as células por vias sangüínea,
provocando determinadas reações.
Estes portadores químicos de informações chamam-se hormônios. São
agentes reguladores, sintetizados pelo próprio organismo em diferentes
glândulas endócrinas. Os hormônios chegam através do sangue aos
órgãos-alvo, onde influenciam o metabolismo de maneira característica.
Como substâncias reguladoras, os hormônios fazem parte de um “círculo
regulador”.
O sistema nervoso serve preferencialmente para transferência
específica de informação. O sistemaendócrino atua principalmente na
regulação hemeostática e mais global sobre a função celular. Em especial,
esta tarefa exige a produção contínua de hormônios, sempre adequada às
necessidades de tecidos específicos com liberação concentrada no sangue,
e posteriormente, a inativação direcionada coordena informações num
sistema de transdução.
Esta íntima relação entre o sistema nervoso e o hormonal (= humoral)
também se mostra no fato, que elementos nervosos no mesencéfalo
(especialmente no hipotálamo), localizados próximo à hipófise, têm alta
capacidade de sintetizar substâncias ativas. As glândulas endócrinas
exercem influência mútua mediante seus hormônios.
As alterações de condições do meio ou as complicações emocionais
(caso ultrapassem um limite individual) podem provocar por via
hipotálamo-hipofisária, alterações medidas nas concentrações. As
glândulas clássicas com secreção endócrina são: o sistema hipotálamo-
hipofisário; a tireóide; o corpo epitelial; o aparelho insular do pâncreas; a
medula adrenal; o córtex adrenal; as gônadas (ovários / testículos); o timo;
a epífise cerebral.

- O Sistema Hipotálamo-hipofisário

O hipotálamo e a hipófise formam a unidade funcional superior, a


coordenação central, afetando todas as demais funções endócrinas e
vegetativas do organismo. No hipotálamo, o código neural e elétrico é
traduzido no código hormonal. A ligação anatômica entre estes dois
sistemas e a área hipotálamo-hipofisária, tornou-se objeto da neuro-
endocrinologia.
O hipotálamo forma a saliência relativamente pequena do mesencéfalo,
na parte inferior do cérebro. Liga-se à hipófise através de um pedículo. O
hipotálamo tem íntima ligação com o sistema límbico, e – através do
tálamo – com o córtex cerebral.
Dependendo da função, diferencia-se o sistema hipotálamo-hipofisário
do lobo anterior, e o sistema hipotálamo-hipofisário do lobo posterior.
Conexões nervosas somente existem entre os núcleos hipotalâmicos e a
neuro-hipófise (lobo posterior), não no caso da adeno-hipófise (lobo
anterior).
Os neurônios neuro-secretores do hipotálamo liberam os fatores
liberadores ou inibidores na forma de neuro-secreção. Estes são mandados
através do sistema de “veia portal” diretamente ao retículo vascular do
lobo anterior hipofisário, onde provocam a síntese ou inibição dos
hormônios do lobo anterior da hipófise e a liberação posterior na
circulação – dependendo das necessidades físicas.
Juntamente com a hipófise, representa-se como centro de integração
para funções nervosas, vegetativas, humorais, endócrinas e psíquicas.
Como “entroncamento” coordena os círculos reguladores funcionais
existentes, e desta forma, controla todos os processos vitais de nosso
organismo.
- A Hipófise

A hipófise consiste e duas partes de diferentes proveniências


evolutivas: a adeno-hipófise ou lobo anterior hipofisário, surgindo do
ectoderma. A neuro-hipófise é o lobo posterior e nasce do diencéfalo.
Todos os hormônios do lobo anterior hipofisário atuam sobre outras
glândulas endócrinas.
Os hormônios hipofisários do lobo posterior (adiuretina, ocitocina) são
sintetizados nos núcleos hipotalâmicos e transportados através do pedículo
hipofisário. São armazenados e liberados conforme a necessidade.
As possíveis lesões anatomo-patológicas são: distúrbios do
desenvolvimento, como cistos e hipoplasias; inflamações, hipofisite
contínua; granulomas; alterações degenerativas, distúrbios da circulação,
necrose, traumas. Doenças no sistema hipofisário-hipotalâmico podem
atuar ao mesmo tempo sobre partes individuais ou sobre várias partes do
corpo físico.
Os quadros clínicos de origem hipofisária são: Diabetes melitus (lobo
anterior hipofisário), adiposidade (tronco, abdômen, menos no quadril e
nas coxas). Neste caso existem formas hiper – e hipopituitárias. Também
se incluem a hipertonia e hipotonia, tetania (lobo anterior hipofisário). A
hipófise se localiza na íris direita a 2’, na íris esquerda a 58’. Os sinais
iridológicos referentes às glândulas endócrinas têm contato com o
colarete. Segundo Angerer, o lobo posterior hipofisário tem contato com o
colarete, e o lobo anterior hipofisário se encontra no meio da zona ciliar.

- A Tireoide

A tireoide está situada no pescoço e se apresenta como um órgão de 20-


30g em forma de ferradura. Diferenciam-se dois lobos laterais – o lobo
direito e esquerdo, e a ponte entre os dois, chamada de istmo da tireóide.
A tireóide se caracteriza pela grande riqueza em vasos sangüíneos.
Os hormônios tireoidianos – T3 e T4 – contém iodo, necessários para o
metabolismo normal e para o crescimento normal. A calcitonina (tireo-
calcitonina) afeta a concentração do cálcio sérico. A tireóide, o hipotálamo
e a hipófise são interligados por “biofeedback”, tendo participação na taxa
hormonal sanguínea.

- A Paratireoide
A glândula paratireoide (“corpo epitelial”) é do tamanho de uma
lentilha e encontra-se na parte posterior da tireóide. Apresenta quatro
corpos epiteliais, duas na parte superior, e duas na parte inferior. O
hormônio polipeptídico produzido nesta glândula é o “hormônio da
paratireóide (PTH) que é vital. Sua tarefa é a regulação da concentração
de cálcio e fosfato. Fisiologicamente, controla a concentração sérica de
cálcio e fosfato, permanecendo-os dentro de limites constantes.”

- As Glândulas Adrenais

As duas glândulas adrenais situam-se na altura da primeira extremidade


superior do rim, e à esquerda a extremidade superior medial do rim. As
glândulas adrenais são bem mesodérmicas vizinhas diretas das gônadas,
durante o desenvolvimento embriológico), enquanto a medula adrenal é de
origem ectodérmica. As glândulas adrenais representam glândulas
compostas onde as duas partes anatômicas (medula e córtex) exercem
diferentes funções.
As influências psicológicas fazem parte dos estímulos naturais mais
fortes, alterando a atividade do sistema hipófisário-adrenal. Hoje em dia,
comprovou-se o impacto sobre a função somatotrópica (hormônio do
crescimento = HGH) e adenotrópica (hormônio adrenocorticotrópico =
ACTH) da hipófise. Condições ambientais ou distúrbios emocionais
podem finalmente resultar – por via hipotálamo-hipofisária – em
alterações medidas na concentração hormonal e o organismo – caso
ultrapassem certo limite. Estas alterações podem levar a doenças. Este
mecanismo de reação entre hipófise e glândula adrenal é a parte essencial
na “reação de alarme”, significando para Selye “o estresse” .

- O Órgão Insular do Pâncreas

O pâncreas é um órgão secretório, com função exócrina e endócrina.


As ilhotas de Langerhans produzem hormônios e os liberam diretamente
no sangue, atuando sobre a concentração sérica de glicose.

- A Epífise Cerebral (Glândula Pineal)

A posição da epífise cerebral dentro do sistema endócrino ainda não é


definitivamente determinada, sendo raramente citada na iridologia. Esta
pequena glândula endócrina (glândula pineal, corpo pineal) é uma
exvaginação do diencéfalo embaixo do corpo caloso da tubérculo
cuadrogémino. Apresenta semelhança estrutural com o tecido hipofisário,
porque também consiste de duas partes geneticamente diferentes e
intimamente ligadas.
Deve a sua posição no sistema endócrino ao “hormônio do tempo”, a
melatonina – um hormônio com papel essencial no ritmo “sono e vigília”.
Também se conhecem outras substâncias da epífise cerebral, como o
peptídeo arginina-vasotocina, e várias enzimas. A produção da melatonina
e de enzimas depende da luz. Existe a possibilidade que algumas doenças
hereditárias também dependem da lesão genética da epífise cerebral com
distúrbio na secreção de melatonina. Depende da regulação do ritmo pela
melatonina para a coordenação decorrer conforme o programado.
A epífise cerebral é ligada ao nervo óptico através de conexão nervosa.
Existem relações funcionais com a secreção de aldosterona no córtex
adrenal, participando assim na regulação dos elétrons.

- O Timo

A glândula do timo faz parte dos órgãos branquiogênicos, com várias


questões abertas atualmente. Somente a partir dos anos sessenta, que este
órgão foi associado às glândulas endócrinas. Hoje, na literatura fisiológica
se fala em primeiro lugar da importância imunológica – sendo evidente e
sem dúvida.
A glândula se encontra no mediastino em cima do coração, atrás do
esterno, em frente das grandes veias. Na idade infantil é maior e após a
puberdade, ocorre involução gradativa tornando-se um copo gorduroso. A
glândula do timo termina sua atividade após quatro décadas. A glândula
do timo contém 11 hormônios.
A timosina é o de maior importância. O timo faz parte dos órgãos
primários da imunidade, juntamente com o apêndice e as amígdalas.
Conforme Angerer atribui-se as seguintes funções ao timo:
- co-regulação do crescimento celular, juntamente com a tireóide e a
hipófise;
- influência na integração de cálcio no sistema ósseo, ação estimulante
sobre a função tireotrópicada hipófise;
- inibição da tiroxina durante o desenvolvimento embrionário,
retardamento da maturação sexual a favor do desenvolvimento
constitucional;
- atrofia do sistema sexual na maturidade a favor do fluxo endócrino;
- contato com as adrenais e o órgão insular do pâncreas;
- reação de imunidade no caso da formação de tumores e de leucemia;
- redução da imunidade com a idade.

- Ovários e Testículos

O ovário e os testículos (e o córtex adrenal) tem a mesma origem


evolutiva. Os dois órgãos encontram-se de forma espalhada na íris, com a
localização no mesmo local.
Mostram-se na íris os dois processos contrários, estímulo e hipofunção,
colocando os sinais iridológicos conhecidos no local indicado.
Aclaramentos no setor do ovário podem indicar salpingite, afetando
também o ovário.
O ovário exerce sua influência sobre o restante do organismo,
principalmente pela ação sobre o sistema nervoso autônomo. Por razão, a
Iridologia tem que avaliar também o estado do sistema nervoso autônomo
(=colarete). A análise sistêmica iridológica dos distúrbios hormonais não
pode ser somente um diagnóstico setorial, deve ser o resultado da
associação teórica-modelar, incluindo as diferentes expressões do ser
humano como um todo.

- O Pâncreas

O pâncreas é um órgão de secreção endócrinas espalhadas na forma de


insulas. O órgão tem um cumprimento de até 20 cm, encontra-se na altura
entre a primeira e a segunda vértebra lombar.

Pupila

O estudo da pupila encerra “per si”, uma importância capital para


melhor compreender o indivíduo em todos os seus aspectos. Contudo
serve, também, de forma corroborativa para se firmar as suspeitas
diagnósticas, elaboradas através do exame da íris. Portanto, é preciso, se
conhecer algo a seu respeito.
A pupila é um orifício circular que se localiza na parte central da íris.
Seu diâmetro guarda uma relação de aproximadamente um para quatro em
relação à íris, com uma variação de 20% para mais e 20% para menos. A
íris possui um diâmetro em torno de 12 milímetros; desta forma
guardando as proporções citadas, o diâmetro pupilar deve oscilar entre três
a quatro milímetros e possuir uma forma esférica bem definida. Nas
crianças e idosos, a pupila pode se apresentar menor, em torno de dois
milímetros.
Na pupila encontram-se representados funcionalmente os sistemas
nervosos somáticos e viscerais, aquele responsável pela vida de relação,
este pela vida vegetativa, através do sistema nervoso em central e
periférico igualmente se acha representada na pupila. Neste sentido a
pupila, como a íris, é um microssistema.
Com relação à pupila representar o sistema nervoso central, convém
recordar um importante fenômeno irisdiagnóstico, que é a degeneração
marginal da pupila. Como se sabe, a íris está respaldada pela úvea até a
orla pupilar e nesta orla há uma fina capa granulada de pigmentos, que
mantêm uma importante relação com a retina. Trata-se de uma
delicadíssima expansão do nervo óptico, que é uma relação, em função da
alteração dos pigmentos desta capa granulada, dos pontos de origem que
se achem alterados, em decorrência das variações das cinco classes de
pigmentos pupilares marginais.
Por sua vez, o SNA, com seus integrantes simpáticos e
parassimpáticos, age formidavelmente na pupila, registrando de imediato
o que ocorre no organismo. A porção simpática inerva o músculo dilatador
da pupila, ao passo que à parte parassimpática inerva o músculo constritor
da pupila. Por isso a simples inspeção da pupila fornece dados de extremo
valor para se avaliar a função do SNA.

 Os Fenômenos Pupilares

“A pupila é de suma importância à avaliação da função simpática e


parassimpática.” Muitas doenças neurológicas se expressam em reações
pupilares, que às vezes é o sinal cardinal da patologia. As reações
pupilares fazem parte do currículo da neurologia e da oftalmologia. A
pupila deve a sua forma e seu movimento à presença da íris. Observa-se
na verdade um vácuo óptico.
Fenômenos na orla pupilar são basicamente “fenômenos da borda
interna da íris”. Somente parte da íris é movimentada. Schnabel disse: “O
comportamento da íris pode ser bem observado pela sua parte negativa, a
pupila ou orifício visual. Os fenômenos apresentados são chamados de
reações da orla pupilar.”
Dois aspectos importantes sobre este tema são os “fenômenos
psíquicos” e as “representações de alterações funcionais da coluna
vertebral”. Seguem alguns critérios gerais para efetuar um diagnóstico
seguro.
Várias funções oculares, como o diâmetro da pupila, são reguladas –
quase exclusivamente – pelo sistema nervoso vegetativo. A intervenção do
músculo esfíncter pupilar (=músculo constritor) e do músculo dilatador
por fibras simpáticas com origem no gangliocervical superior é intensa.
Através dos nervos ciliares breves e longos, estas fibras entram nas células
efetoras da musculatura lisa local e garantem o potencial de libertação de
noradrenalina nas terminações simpáticas destes nervos.

 O Diâmetro Pupilar

As dilatações e as contrações da pupila representam a motórica pupilar.


Dois músculos inserem-se na íris: o músculo esfíncter (constritor) e o
músculo dilatador da pupila. Ambos trabalham de forma antagônica e
determinam o diâmetro pupilar. A noradrenalina estimula receptores
adrenérgicos pós-simpáticos (contração da musculatura lisa).
Os dois músculos apresentam dependência negativa. A sua regulação
estabelece o devido equilíbrio e o diâmetro pupilar normal. Seu diâmetro
chega até 7,5 a 8 mm, no caso da dilatação máxima, e de 1,5 – 2 mm no
caso da constrição máxima.
A pupila do recém-nascido é estreita (2 mm), em jovens é maior (3mm)
e ao envelhecer, novamente diminui. O diâmetro pupilar dos dois olhos
deve ser igual, desconsiderando pequenas variações de 0,5 mm. Mais ou
menos 17% das pessoas apresentam ansocoria, sendo em 4% bem forte.
As reações de constritor são principalmente reguladas pelo
parassimpático, e do dilatador pelo simpático. Tanto o músculo esfíncter
quanto o dilatador recebem informações acessórias simpáticas e
parassimpáticas. Sobre alterações do diâmetro pupilar podemos registrar:

Midríase: é a dilatação pupilar além do diâmetro normal acima


descrito. A redução do tônus muscular do esfíncter resulta em dilatação
passiva. Dores, estímulos sensoriais e psíquicos podem causar dilatação
ativa. Além disso, a midríase pode ter origem medicamentosa.
A midríase bilateral indica “simpaticotonia” contínua, o que também
ocorrem em conseqüência do Mal de Basedow, alcoolismo. A midríase
bilateral também indica simpaticotonia transitória devido ao uso de
drogas, ou ocorre na fase maníaca de um maníaco-depressivo. As psicoses
e fobias muitas vezes associam-se a midríase. A midríase unilateral leva a
suspeita de neurite do nervo-óptico.

Miose: é representada por calibre pupilar de 3mm ou menos. Ao


contrário da midríase, expressa predominância do tônus parassimpático.
Existe uma série de fatores causadores: constituição – a íris pigmentada
mostra, com freqüência, pupila menor do que a íris azul; idade; reflexos
motores frente a estímulos luminosos; reação de convergência para
focalizar objetos próximos (visão de perto), e; reflexo vagotônico,
cansaço, digestão. Trata-se muitas vezes de tipos constitutivos “nutritivos”
com labilidade psíquica.

Miose bilateral: mostra possível intoxicação, hemorragia central e


psicoses.

Miose unilateral: esta forma lembra a síndrome de C. B. Horner,


outras síndromes centrais, a síndrome de sinus-cavernosus e as afecções
da zona do pescoço. São patologias que necessitam de diagnóstico maior e
mais específico por um médico especialista.

Anisocoria: significa que as duas pupilas tem diâmetros diferentes.


Comumente, existe diferença leve do tônus vegetativo. A anisocoria não
tem significado patológico, caso a motricidade pupilar mostre função
normal – às vezes causada por variações diurnas.

Hippus: alteração espontânea e periódica entre a constrição e a


dilatação da pupila. Depende da iluminação, do piscar das pálpebras, de
estímulos psíquicos e sensíveis. O Hippus pode indicar esclerose múltipla,
paralisia, miastenia grave e outras doenças. Deve-se diferenciar o Hippus
da tão chamada “pupila pulante”, que se caracteriza por alteração rápida
de diferenças pupilares. Alternadamente, encontra-se midríase leve em
cada íris, principalmente no caso de Mal de Basedow, neurastenia e
histeria.

Pupilotonia: este termo oftalmológico se refere à desaceleração tônica


unilateral de todas as reações. O estreitamento máximo e o re-
estabelecimento do diâmetro inicial ocorrem dentro de minutos. A
síndrome de ADIE é caracterizada por pupilotonia juntamente com
redução dos reflexos periósteos e tendinosos.

 A Orla Pupilar e Seus Fenômenos


A base para a estrutura da orla pupilar são três componentes: o
estroma, o músculo esfíncter e a camada básica (úvea). A úvea
filogeneticamente e orntogeneticamente surgiu da retina, tem íntima
ligação com o nervo óptico e o sistema nervoso central. A orla pupilar é a
parte externa visível da úvea: o único local físico onde se visibiliza uma
estrutura com ligação direta ao cérebro. A orla pupilar, através de sua
estrutura e de sua cor, é um valioso objeto de observação dentro da
Olhodiagnose.

- A “Orla Pupilar Normal”

A orla pupilar forma um relevo com altos e baixos em diferentes


tamanhos, sempre levemente irregular ou tipo “dentado”, sem destacar-se
muito. Apresenta uma coloração marrom até marrom-avermelhada, em
casos extremos aparece vermelho. Existem diferenças individuais. Na
miose forte, a parte visível se dobra a redução do espaço disponível.
Os fenômenos da orla pupilar correlacionam-se com as reações do
sistema nervoso central devido à origem filogenética e ontogenética.
Alterações patológicas da borda pupilar representam os “fenômenos da
orla pupilar”. Mesmo com significado próprio, estes fenômenos não
podem ser avaliados e interpretados de forma isolada. Sempre são
incluídos em uma somação de fenômenos iridológicos e conjuntivos.
No caso de achatamentos pupilares, os fenômenos da orla pupilar se
correlacionam aos segmentos funcionais. Avaliamos alterações segmentais
e alterações parciais (mais limitadas). Neste caso, o alargamento da orla
pupilar indica hipersensibilidade, e seu estreitamento, hiposensibilidade –
referente ao respectivo setor iridológico. É necessário dizer que estes
fenômenos são atribuídos à orla pupilar, e nunca à zona gástrica. Na
literatura encontram-se os termos “borda pupilar” e “orla pupilar”,
denominando o mesmo local no olho.

- “Anel Neurastênico” ou “Anel Astênico”

Este anel, fino e estreito, é um fenômeno saliente, de coloração


vermelha que lembra recifes de corais. Revelam uma pessoa sensível com
pouca força vital, cansaço rápido e susceptibilidade a doenças devido a
diferentes insuficiências orgânicas existentes.

- “Orla Pupilar Senil” ou “Orla de Guarda Noturno”


A destruição pigmentar do espaço pupilar indica degeneração senil e
pré-senil, induzindo o término normal da vida celular e a morte fisiológica
do organismo inteiro. O fator “tempo” é o grande desconhecido, do espaço
temporal deste processo. Esta orla pupilar mostra coloração branco-cinza-
clareado da camada uveal.

 As Deformações Pupilares

Avaliam-se as pupilas elípticas e as transposições em relação ao eixo


vertical e horizontal. O significado das deformações gerais:
A “Pupila elíptica em pé” com eixo maior em sentido vertical indica o
perigo de um derrame letal devido à paralisia generalizada. A “Pupila
elíptica deitada” com eixo maior em sentido horizontal revela o perigo de
disfunções motoras nas extremidades inferiores devido ao aumento da
pressão do líquor. Quando aparece somente no olho esquerdo esperam-se
psicoses com tendências suicidas.

Fonte: LINDEMANN, G. Manual de iridologia. São Paulo: Corrêa Brasilis, 2005, p. 96

 Transposições do Eixo
Normalmente, os eixos horizontal e vertical da pupila (e da pupila
elíptica) apresentam um ângulo de 90 graus. As “transposições do eixo”
devem-se a inclinação do eixo vertical para um determinado lado.
A “Pupila elíptica com eixo desviado para a direita” pode significar
risco de hemiparesia do lado direito do corpo, tontura, náusea, poliúria e
debilidade da bexiga.
A “Pupila elíptica desviada para a esquerda” é um sinal de possível
hemiparesia do lado esquerdo do corpo no futuro.
A “Pupila elíptica com eixo divergente na parte superior” refere-se à
predisposição de AVC súbito e letal.
A “Pupila elíptica divergente na parte inferior” sinaliza possível
paralisia das extremidades inferiores.
Fonte: LINDEMANN, G. Manual de iridologia. São Paulo: Corrêa Brasilis, 2005, p. 97.

 Deformações Parciais – Achatamentos Pupilares

1. Achatamento frontal da pupila no olho direito: afetividade


emocional, afluência de pensamentos, pessoas pensativas, invejosas e
pessimistas, melancólica, depressões (verdadeiras), até loucura depressiva.
Olho esquerdo: pessoa colérica, teimosa, ativista político. Em casos
extremos, crises coléricas e criminosas.

2. Achatamento ventral das duas pupilas indicando distúrbios


sensíveis e motores nas extremidades inferiores. Dores nos membros
inferiores e nas articulações. Possível disposição para artrite.

3. Achatamento nasal da pupila no olho direito: histeria. Olho


esquerdo: hipocondria, sensações cardíacas de fundo neuronal. Em gera
se refere à inibição da atividade respiratória e a redução da capacidade
vital.

4. Achatamento temporal das duas pupilas revelam correspondências


com o pulmão, neuralgias intercostais e o diafragma.

5. Achatamento nasal superior das duas pupilas, Angerer menciona


percepção inibida em relação ao registro e a utilização daquilo que o olho
percebeu. (olho esquerdo: “cegueira” da alma).
Eventualmente psicose persecutória.

6. Achatamento temporal superior das duas pupilas, ao contrário do


achatamento nasal superior, existe inibição acústica: “surdez” da alma,
distração e ausências. Ao longo da vida percebe-se um “estranho caos”.
Ignorância e idéias geniais alternadamente, segregação e picaretagem.

7. Achatamento temporal inferior da pupila no olho direito:


patologias hepáticas associadas ao mau humor. Olho esquerdo: derrame
cerebral associado ao medo (coração); distúrbios motores das
extremidades superiores acompanhados por crises de dores neurálgicas,
convulsões de escrita, impulso nervoso desviado.

8. Achatamento nasal inferior refere-se ao plexo lombar, sacral e


sexual.

9. Achatamento naso-temporal superior megalomania e paranóia.

10. Achatamento naso-temporal inferior indicando fortes fenômenos


neuropáticos de origem sifilítica.

O grau de aceitação do achatamento pupilar indica a severidade do


respectivo estado patológico.
Mas as pequenas indicações também devem ser incluídas no
diagnóstico.

Fonte: LINDEMANN, G. Manual de iridologia. São Paulo: Corrêa Brasilis, 2005, p. 98.

 Descentramento Pupilar
Um descentramento nasal inferior da pupila é fisiológico.
Descentramentos destacados são bem raros.

1. Olho direito: malacia encefálica;


Olho esquerdo: oligofrenia;
2. Olho direito: suspeita de tumor cerebral;
Olho esquerdo: encefalite aguda ou anterior;
3. Olho direito: tendência a patologias pulmonares atuais ou passadas;
Olho esquerdo: patologias cardiopulmonares;
4. Olho direito: tendência a doenças hepato-biliares;
Olho esquerdo: baço, aerofagia, hérnia de hiato;
5. Olho direito e esquerdo: nefrite, nefrite crônica e nefrose, orquite,
salpingite.
Fonte: LINDEMANN, G. Manual de iridologia. São Paulo: Corrêa Brasilis, 2005, p. 99.

 Formas de Sulcos na Íris

A íris normal não apresenta sulcos ou pregas causados pelo


antagonismo entre o músculo esfíncter e o músculo dilatador. Cada
alteração desvia mais ou menos do padrão normal. O surgimento de sulcos
na íris é sinal de distúrbios funcionais e de desarmonias funcionais entre
os dois músculos. O percurso destes sulcos pode ser radiar ou circular,
sendo o critério para a classificação dos mesmos.

- Sulcos Radicais e Sua Formação

Fonte: LINDEMANN, G. Manual de iridologia. São Paulo: Corrêa Brasilis, 2005, p. 100.

Os sulcos partem de forma radiar do centro da íris em direção à borda


ciliar. São de diferentes larguras e espessuras, mais freqüentes na íris
marrom ou misto-biliar.
Sulcos Radiais Simples, Sulcos de Astenia: muitas vezes, estes sulcos
partem do colarete, são curtos (até a terceira ou quarta zona pequena) e
bem mais destacados, largos e escuros do que os radios solares (“raios do
sol”). Quando este sinal já parte de dentro da zona do colarete (não
diretamente na orla pupilar) e perfura a borda do colarete, a patologia
referente é mais grave. A astenia também pode ser de origem
neurocirculatória.
Jensen correlaciona os sulcos radiais escuros, principalmente no setor
frontal, com afecção de perfuração cerebral como conseqüência de
distúrbios do trato intestinal, associado a dispepsias, e complicações da
microbiota intestinal.
Sulcos Radiais Curtos: quando parte da borda do colarete é chamado
de “sulcos de congestão”. No setor frontal indicam aumento da pressão no
interior da cabeça.
Sulcos Radiais Alinhados: este sinal – primeiramente descrito por
Schnabel– inclui vários pequenos sinais individuais, estendendo-se até a
borda ciliar. Possivelmente indica esclerose múltipla.

- “Raios de Sol” ou “Radios Solares”

Os raios apresentam forma de lança e estendem-se da pupila até o meio


da zona ciliar. O surgimento destes “radios solares” indica seguramente,
estado de debilidade nervosa. Este fenômeno aparece, principalmente, na
parte frontal da íris e o paciente mostra cansaço e cefaléias devido à
sobrecarga dos nervos. O fato de partir da borda da íris (localização do
sistema vegetativo nervoso) indica insuficiência do sistema nervoso
vegetativo. O sinal também se refere ao setor da íris onde aparece. O
respectivo órgão afetado deve ser tratado com relação ao sistema nervoso
vegetativo. Em muitos casos apresenta desproporção entre as fases ativa e
passiva. Todos os “radios solares” representam sinais de debilidade e
devem ser avaliados juntamente com os demais sinais iridológicos.

A Banda do Sistema Nervoso Autônomo Babado ou Colarete

O Colarete forma a fronteira entre a zona ciliar de fibras finas (camada


estromal anterior) e a zona pupilar de fibras grossas (camada estromal
posterior). O Colarete é o ponto mais elevado da íris, donde segundo
alguns autores haveria vasos de trajeto circular na totalidade da íris.
Durante a vida fetal, corresponde à região de inserção da membrana
pupilar que cerca a íris e que se abre pouco depois do nascimento; por este
motivo, o colarete corresponde a uma zona mais rica em fibras colágenas,
patas para sustentar melhor a membrana pupilar durante a vida fetal.
No tocante ao Colarete existem duas funções antagônicas:
1º O músculo dilatador da íris, disposto semi-radialmente, controlado
pelo sistema nervoso vegetativo simpático e que produz midríase.
2º O músculo constritor da pupila, uma espécie de esfíncter disposto
em torno da pupila. O músculo constritor da pupila está controlado pelo
parassimpático.

Uma vez compreendida a ação do simpático e parassimpático, quando


se examina um colarete, se houver uma alteração pode-se interpretar à luz
da ação destes sistemas antagônicos, porém complementares, o que deve
estar ocorrendo nas regiões topográficas contíguas ao colarete, tanto as
internas, situadas na zona pupilar, como nas externas, localizadas na zona
ciliar, em suma o que acontece dentro do colarete reflete fora e a recíproca
é verdadeira, denotando a unidade do organismo. Qualquer alteração
quantitativa ou qualitativa do colarete, tais como na extensão, forma e
espessura chama a atenção para o que foi citado, porém, principalmente
para o próprio suprimento nervoso autonômico.
Sabe-se que a deflexão ou evaginação do Colarete denota fenômenos
simpáticos. Já a invaginação ou inflexão dos mesmos denota que a área
está sujeita a fenômenos parassimpáticos, por exemplo, se ocorre uma
deflexão na topografia cardíaca pode-se pensar em fenômenos
taquicardíacos. O inverso, ou seja, uma invaginação faz pensar em
alterações parassimpáticas como a bradicardia. Se houver uma solução de
continuidade, indica alterações estruturais de Colarete e conseqüentemente
do suprimento nervoso autonômico naquela área topográfica.
O Colarete funciona como um divisor entre os componentes internos e
externos da íris, bem como do indivíduo como um todo. No colarete se
registram todas as impressões da vida vegetativa e da vida de relação.

 O Sistema Nervoso Autônomo

Uma das vantagens da iridologia é que o sistema nervoso autônomo


(SNA) pode ser localizado inteiramente dentro da topografia iridológica.
O local do SNA na íris é o Colarete.
O SNA um dos dois sistemas nervosos funcionais. Transmite a ordem
no corpo, permanecendo-a cuidando da interação livre e harmônica entre
as atividades do corpo, englobando as funções individuais a serviço da
conservação da vida. A denominação “sistema nervoso autônomo”
também se refere a sua função de coordenar funções vitais como
respiração, digestão, metabolismo, secreção, amnutenção de água, calor,
etc. O SNA forma a unidade funcional juntamente com os líquidos do
corpo físico e com o sistema das glândulas endócrinas.
As regulações nervosas e hormonais, na maior parte, estão sujeitas à
influência mútua. O termo “sistema nervoso simpático” somente enquadra
o aspecto parcial, sendo muito simples e pouco generalizado, como refere
Linder:
O SNA não somente supre todas as vísceras, todo o sistema glandular (parcialmente
como nervos vasculares, parcialmente como nervos secretórios), a musculatura lisa
como toda e o músculo cardíaco. Mas também participa da inervação da musculatura
estriada esquelética, da pele externa e das mucosas. Na verdade, onde não tem tecido,
o sistema nervoso autônomo não participa do suprimento do mesmo.

A denominação “SNA” se refere, em primeira linha, a uma maior


interpretação fisiológica do que anatômica. O resultado destas
observações para a iridologia é que o SNA conduz, e ao mesmo tempo é
conduzido. Este fato pode ser bem avaliado na zona nutricional.
Três fenômenos importantes na íris esclarescem a função respectiva do
SNA: tamanho do colarete (estreito, extenso); grau de claridade; coloração
do colarete.

Diáteses

Antes da descrição das diáteses de Menetrier, vale a pena ressaltar


outras abordagens, uma vez tratar-se de tendências efermantes ou
destrutivas, que reconhecidas no homem, derivadas de uma anomalia
estrutural, lhe imprime suas características, tornando tal indivíduo
suscetível à aquisição de determinado grupo de doenças.
Segundo Trousseau “Diátese é uma predisposição congênita ou
adquirida, porém essencial e invariavelmente crônica, em virtude da qual
se produzem alterações múltiplas na forma, porém únicas na essência.”
Maffei se refere às diáteses como sendo certos estados patológicos
constitucionais, que se distinguem por exagerada predisposição para
determinadas moléstias; por isso, são denominadas diáteses, que em grego
significa dispor a. As diáteses são variações da constituição patológica,
caracterizadas por condições hereditárias do organismo, em virtude das
quais, mais cedo ou mais tarde, sem causa aparente, manifesta-se
determinada moléstia que se repete constantemente.
Os indivíduos portadores de alguma diátese deixam de apresentar
alterações anatômicas ou funcionais, sendo, portanto, aparentemente
normais. A única anormalidade é a acentuada tendência a manifestar com
certa freqüência determinadas doenças frente a estímulos insuficientes
para produzir qualquer dano em um organismo normal, ou mesmo na
ausência de qualquer estímulo normal, ou aparente, de tal modo que a
moléstia parece apresentar-se espontaneamente.
Foram descritas várias diáteses ao longo do tempo, que, entretanto
carecem de fundamento, talvez até pelo desconhecimento que se tinha
antigamente de certas muletas, por isso foram agrupadas em diáteses.
Três diáteses, contudo, merecem ser descritas pelo fato de serem muito
conhecidas e do consenso de vários autores:

a) Diátese alérgica: nesta diátese ocorrem reações extremamente


aumentadas do organismo, tecidos ou órgãos ao menos estímulo de
determinadas substâncias, por menores que sejam, resultando em erupções
na pele, rinite, asma brônquica, edema de tecido subcutâneo.
b) Diátese artrítica: também denominada herpetismo e, litemia,
caracterizada pela tendência às doenças do metabolismo como gota úrica,
obesidade, diabete melitus, calculose biliar e das vias urinárias,
arteriosclerose prematura, reumatismo, neuralgias, eczemas e outras
doenças crônicas de pele.
Tais alterações podem se apresentar todas juntas ou alternadamente,
formando as mais diversas “combinações” entre si. O mesmo pode ocorrer
com os familiares. Como podem ser relacionadas à constituição
neuropatológica recebem o nome de neuroartríticas.

c) Diátese exsudativa: esta diátese foi descrita pelo pediatra Czerny e


sua característica é a imensa facilidade com que as crianças apresentam
fenômenos inflamatórios em pele; em mucosas, produzindo muco e
catarro; através de reações exsudativas manifestadas através da seborréia,
crosta Láctea, assaduras, eczemas recidivantes aos mínimos estímulos
externos. O aparelho respiratório pode ser afetado, através de rinites,
faringites, bronquites, asma brônquica. Conjuntivites também são comuns
nesta diátese.
O sistema linfático pode também ser afetado, em particular por
desenvolvimento dos assim chamados órgãos linfóides, tais como:
amígdalas, timo, placas de Peyer.

O CÉREBRO EMOCIONAL

A Estrutura Emocional

Cabe perguntar: o que seria da emoção se ela não provocasse um


batimento acelerado do coração, uma pele ruborizada, uma dor de cabeça,
uma respiração ofegante, um nó na garganta, uma agitação das mãos, uma
paralisia das pernas?
Desde o nascimento somos nutridos tanto de emoções como de leite.
Não é exagero dizer que a falta de u ou de outro desses elementos pode
conduzir o recém-nascido à morte. Não se vive sem afeto. Freud e depois
os psicanalistas demonstraram como as primeiras emoções estruturaram a
personalidade. Na vida adulta evoluímos, apesar de emoções vividas na
fase de crescimento. Uma das principais vantagens da maturidade e da
experiência é saber identificar nossas emoções e, em alguns casos, até
domesticá-las progressivamente. Pois, embora componente de nossa
psique, que nos identifica e nos singulariza, a emoção parece ter uma certa
independência em relação a nós mesmos. Gostaríamos, por exemplo, de
não corar quando nos provocam ou nos constrangem, mas a emoção aflora
sem que possamos controlá-la. É nisso que ela parece irracional. Por isso é
comum dizer que: “o coração tem razões que a própria razão desconhece”.
Para muitos, o mundo perfeito não teria emoções, tudo seria racional,
refletido, calculado. Mas que sentido teria a existência? O ser humano sem
emoção seria como uma máquina. As emoções são tão inerentes ao ser,
que segundo alguns estudiosos, estão inscritas no nosso patrimônio
genético. Há quem associe essa visão das emoções a das cores. A
variedade de matizes que enxergamos seria uma mistura entre as cores de
base. No caso das emoções, as tonalidades seriam infinitas.
As emoções regulam nossa percepção do meio e as relações com as
pessoas. Em decorrência das emoções nos aproximamos ou nos afastamos,
às vezes pelas mesmas razões, mas administrando as emoções
diferentemente.

Criatividade e Capacidade de Decisão


Determinadas pessoas são capazes de colocar tanta energia naquilo
quer nos parece pouco importante, até mesmo insignificante. Observe, por
exemplo, como uma criança pode passar horas numa praia sem o menor
sinal de cansaço procurando conchinhas ou fazendo castelos de areia.
Note como um atleta treinará todos os dias, com determinação, para bater
um recorde ou vencer uma competição. Muitos empresários, depois de
ganharem muito dinheiro, sem, por vezes, jamais poder gastá-lo,
continuam querendo mais poder, mais dinheiro, mais sucesso.
Por trás dessa enorme energia, existem emoções que nos estimulam,
que se tornam uma necessidade interior. Estão ligadas à satisfação de
nossas necessidades básicas e são fundamentais para gerar o impulso que
nos faz levantar todas as manhãs. Outras emoções respondem por atitudes
deliberadas que adotamos em nossas vidas.
Tudo que fazemos envolve emoções. Um de nossos grandes desafios na
vida é saber utilizá-las como estímulo à ação, em vez de nos inibir ou de
nos bloquear. Ocorre que esta dualidade é uma das principais
características das emoções, cujos efeitos sobre nosso comportamento são
muitas vezes imprevisíveis. Um exemplo é o medo, que tanto pode ter
efeito paralisante, como nos impelir para a ação e a superação de algum
problema.
Como temos idéias? Em primeiro lugar devemos sentir a necessidade
delas. É preciso que algo nos provoque de tal forma que mobilize o nosso
cérebro no mesmo sentido. Elaboramos nossos pensamentos, sem hora e
local determinado – às vezes, a solução para um problema pode surgir até
durante o banho. A emoção pode emergir em forma de tensão,
preocupação ou inquietude, colocando nosso cérebro em um estado de
excitação. Ou se manifesta através do prazer da descoberta, da emulação
criativa, processo que, normalmente, resulta no aparecimento das soluções
mais inventivas para os problemas.

Combustível da Vida

Nos vivemos para e por nossas emoções. O amor, este sentimento que
nos faz mover montanhas e cometer os atos mais impensados, repousa
sobre nosso sistema emocional. Sem as emoções não teríamos a ambição
que nos estimula a obter mais e melhor ou a frustração de não conseguir o
que queremos ou, ainda, o prazer de um encontro. Cada momento de
nossa vida é colorido pelas emoções. Sem elas viveríamos em um
ambiente sem graça, no preto e branco.
Diferentes doenças psíquicas são caracterizadas pela subtração de
certas emoções. A mais conhecida é a depressão, uma doença
caracterizada por emoções negativas: tudo fica escuro, o futuro parece
incerto e o ambiente transmite pessimismo e abandono. Quem tem
depressão sabe a que ponto esse estado é capaz de produzir sofrimento; a
perda de emoções positivas sempre acarreta a perda do élan vital.
A visão que temos das coisas, chamada representação, nos permite dar
sentido ao conjunto de informações às quais somos confrontados. Ela
funciona também como uma necessidade interior, que está presente em
relação a tudo que se faz, alimenta uma emoção, em certos casos da
probabilidade de errar. O comportamento meticuloso atende à necessidade
de sentir culpado. Logo, é determinado por uma emoção.
À medida que crescemos, entretanto, nossas representações mudam,
determinando mudanças também em nosso comportamento.

Fonte: URURAHY, G.; ALBERT, E. O cérebro emocional. As emoções e


o estresse do cotidiano. Rio de Janeiro: Rocco, 2005, p. 23.

A Anatomia da Emoção

A emoção é geralmente definida como uma reação afetiva que se


manifesta por diversas alterações fisiológicas (aumento do ritmo cardíaco,
palidez, tremores, etc.) e corporais (risos, choro, etc.). É uma reação
instintiva ao meio que se manifesta a priori. Compreendem-se as coisas
antes mesmo de entendermos a natureza do perigo.
As emoções passam pelo corpo em manifestações às vezes extremas
(aumento da pressão arterial, infarto do miocárdio, acidente vascular
cerebral, câncer, etc.). A conexão entre o cérebro e o corpo existe para que
possamos ajustar nossas emoções ao nosso cotidiano. Se compreende o
circuito nervoso, e descobrem-se novas nuances do funcionamento do
cérebro.
As emoções são manifestações visíveis e detectáveis no organismo
(através de dosagens de hormônios ou registros gráficos) e, para
entendermos sua transmissão para o corpo, precisamos conhecer um
pouco da organização do nosso sistema nervoso.
A partir daí, entenderemos por que, diante de uma emoção como a
alegria, os sintomas físicos podem ser uma aceleração do ritmo cardíaco,
excitação ou a sensação de muita energia. Ou, diante de outra emoção,
como o medo, podemos sentir tremor, dificuldade para respirar ou palidez
cutânea. A reação do organismo face a uma emoção ou a um estresse é
idêntica, pois ambos fazem o mesmo percurso no nosso corpo. Diante de
um estresse intenso, crônico, duradouro, o nosso corpo responde com
doenças das mais diversas gravidades.

Os Caminhos da Emoção

Não existe estrutura viva mais complexa que o sistema nervoso. Várias
são as estruturas anatômicas envolvidas em sua constituição. Bilhões de
células, com funções específicas, integram-se num sistema que comanda
nossa existência. As células que no tecido nervoso transmitem o impulso
nervoso são chamadas neurônios.
Fonte: URURAHY, G.; ALBERT, E. O cérebro emocional. As emoções e o estresse do cotidiano.
Rio de Janeiro: Rocco, 2005, p. 26.

O neurônio tem uma morfologia fácil de ser reconhecida. É composto


pelo corpo celular, um núcleo, que mede um décimo de milésimo de
milímetro, e prolongamentos longos e finos, os axônios e dendritos.
Existem neurônios com prolongamentos que transportam impulsos
nervosos até um metro de distância do corpo celular. Mas, no tecido
cerebral, a maioria dos neurônios está conectada por esses prolongamentos
com células vizinhas muito próximas umas das outras. Cada neurônio do
cérebro, através de seus prolongamentos, está em contato com um
universo de 10 a 100 mil outros neurônios, o que corresponde a um
número astronômico de 1016 contatos. A título de comparação, esta
ordem de grandeza corresponde à medida em milímetros, que pode ser
contada entre o Sol e Plutão, o planeta mais distante do sistema solar.

A Física e a Química Transportando Emoções

Os axônios que partem dos corpos celulares dos neurônios são como
fios naturais que transportam o impulso nervoso através de um sinal
elétrico extremamente veloz (três milésimos de segundo).
O impulso nervoso se manifesta como uma corrente elétrica. Na
realidade, é uma força muito rápida de íons que entram e saem da
membrana da célula nervosa. Seria mais correto falar de sinal iônico.
O que se constata no tecido nervoso? Os contatos estabelecidos entre
os neurônios são chamados de sinapses. O elemento pré-sináptico, onde
chega o impulso nervoso, e o póssináptico, que dá seqüência na
transmissão do sinal, diferem muito em seus aspectos. O pré-sináptico, por
exemplo, contém em sua extremidade grande quantidade de vesículas,
ausentes no póssináptico.
Observa-se que, ao nível da sinapse, os dois neurônios em contato não
se tocam. Um espaço entre 20 e 50 nanômetros (20 e 50 milionésimos de
mm) os separa. É a fenda sináptica.
O impulso nervoso não Poe passar livremente ao nível d sinapse, pois o
líquido que preenche a fenda é um excelente isolante. E esta fenda é muito
grande se comparada ao tamanho dos íons, cujos movimentos de entrada e
saída da membrana do neurônio sustentam o impulso nervoso.
Assim, o sinal nervoso é elétrico até o momento do encontro com a
sinapse. A transmissão do impulso nervoso, de um lado e de outro da
sinapse, ocorre, mas de outra forma. Neste caso é um sinal químico que,
através do espaço da fenda, passa do neurônio pré-sináptco para o
neurônio pró-sináptico.
Esse sinal se apresenta sob a forma de uma substância química
particular, que se chama neurotransmissor (neuro, pois se refere ao
sistema nervoso; e transmissor, substância que, uma vez elaborada,
promove o funcionamento de diversas estruturas), estocada nas vesículas
do elemento pré-sináptico. O cérebro humano funciona com uma
infinidade de circuitos nervosos, todos baseados em dezenas de
neurotransmissores diferentes.
Durante muito tempo acreditava-se que um determinado neurônio
liberava somente u tipo de neurotransmissor. Com o avanço da ciência,
que seguramente, ainda revelará muitas descobertas neste campo, foi
possível identificar vários tipos de neurotransmissores, entre os quais,
podemos destacar:
A acetilcolina é um neurotransmissor que inicia a contração muscular e
estimula a secreção de certos hormônios. No cérebro, participa do
despertar, da atenção, da reação de raiva, da agressão, da sexualidade e da
sede. Também participa das ações do sistema parassimpático.
A dopamina é um estimulador responsável pelo controle dos
movimentos e da postura.
Regula também o humor, a fome, a sensação de calor e frio e a
atividade sexual. A perda de dopamina em certas partes do cérebro
acarreta a rigidez muscular, típica da doença de Parkinson. Sua cadeia
molecular é muito próxima da adrenalina e da noradrenalina.
A noradrenalina age no sistema simpático para coordenar a reação de
luta ou fuga gerada pelo estresse. As alterações das atividades deste
neurotransmissor podem ter repercussões em uma série de funções, entre
elas na freqüência cardíaca e na pressão arterial.
A serotonina contribui em diversas funções do organismo, como a
regulação da temperatura, do sono, do humor, do apetite e da dor. Uma
desordem na sua ação pode conduzir à depressão e ao suicídio.
O gaba (ácido gama-aminobutírico) é um neurotransmissor inibidor
muito disseminado nos neurônios do córtex cerebral. Contribui para o
controle motor, da visão e de várias outras funções do córtex. Regula
também a ansiedade.
A ação do neurotransmissor é muito fugaz. E muito concentrada, pois
uma “descarga” de moléculas de neurotransmissores é liberada na fenda
sináptica no momento em que um impulso nervoso chega até elemento
pré-sináptico. Tão logo as moléculas liberadas atravessam a fenda, vão se
fixar nas moléculas do receptor que recobrem a superfície do elemento
póssináptico. Os receptores são proteínas que, por natureza, fixam uma
molécula do neurotransmissor de forma muito específica, tal como uma
fechadura que se adapta a uma só chave.
Uma vez fixada na fechadura, esta chave, que é o neurotransmissor,
abre uma “porta”. O fenômeno iônico ocorre quando os receptores fixam o
neurotransmissor e se reinicia a formação de um novo impulso nervoso
que, por sua vez, se propaga no neurônio seguinte até a próxima sinapse.
Assim, a mensagem nervosa passou. Isso vale para todo o nosso sistema
nervoso, inclusive para as emoções. Em nosso cérebro, existe um centro
que regula as emoções.

Sistema Límbico – O Cérebro Emocional

O ser humano é um ser físico, intuitivo, emocional e intelectual. Liga-


se ao mundo de forma lógica e racional, e de maneira analógica e
intuitiva. De uma maneira esquemática, o cérebro humano é construído de
três camadas superpostas ao longo de sua evolução:
* Cérebro primitivo – instintivo e reflexo;
* Cérebro intermediário – emocional, formado pelas estruturas do
sistema límbico;
* Cérebro superior – intelectual, compreendendo a maior parte dos
hemisférios cerebrais, sendo o hemisfério direito intuitivo, sede dos
processos simbólicos e analógicos, e o hemisfério esquerdo racional,
sede da linguagem e dos processos lógicos.

O cérebro emocional controla a fisiologia do corpo: o ritmo cardíaco, a


pressão arterial, o apetite, o sono, a libido e mesmo o sistema
imunológico. Passam por ele todas as nossas emoções, o estresse, a
depressão, a ansiedade etc. Como foi dito, as emoções desencadeiam no
corpo reações visíveis (palidez, rubor facial, lágrimas, arrepios) e
mensuráveis (dosagens hormonais, aumento dos batimentos cardíacos e da
pressão arterial). O responsável pela regulagem desses fenômenos é o
cérebro emocional, localizado na parte interna dos hemisférios cerebrais.
O pesquisador americano Panksepp, compara esse sistema com uma
árvore com galhos que tocam o cérebro superior, um tronco que passa pelo
cérebro emocional e raízes que mergulham no tronco cerebral.
Algumas estruturas do sistema límbico estão bem identificadas. Por
exemplo, em situações de perigo, a amígdala cerebral recebe sinais do
córtex e logo se inicia a reação de medo. A amígdala é a estrutura
pertencente ao sistema límbico que identifica o perigo.
A memória é um dos aspectos importantes para defesa do nosso corpo.
Quando nos lembramos de emoções desagradáveis, aquelas que nos
remetem a situações que não queremos reviver, estamos no domínio da
memória. É ela que regula o desejo de evitar uma lembrança desagradável.
Ou, ao contrário, quando vivemos emoções positivas, a memória também
é acionada. Assim, emoção e memória têm sua base no cérebro emocional.
A memória do passado não existe para que nos lembremos do passado,
mas para prevenirmos o futuro. É um instrumento de predição. No caso de
um infarto do miocárdio, pode-se ultrapassar a obstrução de uma artéria
coronária através de uma ponte venosa (safena) ou arterial (mamária ou
radial). Mas, para os traumas em nosso emocional, não existem
substitutos. Estes precisam ser analisados e compreendidos para não se
tornarem mais um elemento gerador de estresse no cotidiano. O estresse
começa no cérebro, e se alimenta de pensamentos negativos repetitivos.

Continuando nos Caminhos da Emoção

O hipotálamo, mais um integrante do cérebro emocional entra em ação


para preparar o corpo para a reação de luta ou fuga. O cérebro deve
também suas funções à existência de múltiplas relações que unem ao resto
do corpo. O corpo envia ao cérebro informações sobre o estado do mundo
exterior e interior. Do seu lado, o cérebro controla o conjunto do
organismo não somente pelas fibras nervosas do sistema nervoso
autônomo (que correm pela medula espinhal até os órgãos), mas também
por intermédio dos neurotransmissores que são utilizados nos receptores
localizados nos órgãos. É dessa forma que influências vindas do resto do
corpo podem também modificar o meio interno cerebral e criar emoções.
Ocorre também que, inversamente, o cérebro contribua para modificar o
meio interno do corpo a fim de prepará-lo para iniciar as reações de
estresse.
O hipotálamo representa o estágio funcional mais elevado do sistema
nervoso autônomo ou vegetativo. É ele que estimula ações em nosso
corpo (que não controlamos) e está em conexão, através de circuitos
nervosos (lembrar modelo comparativo de Panksepp), com outras áreas do
cérebro, incluindo os núcleos vegetativos do tronco cerebral. Nessa região
transitam as fibras nervosas que vêm e vão do corpo.
O vaivém da emoção está representado no Sistema Nervoso Autônomo.
É formado por nervos que atuam na regulação das funções vitais internas e
coordenam atividades como digestão, respiração, circulação sangüínea, e a
temperatura do corpo.

Fonte: URURAHY, G.; ALBERT, E. O cérebro emocional. As emoções e o estresse do cotidiano.


Rio de Janeiro: Rocco, 2005, p. 32.

O Sistema Nervoso Autônomo comandado pelo hipotálamo é


subdividido em dois grupos de nervos:

Sistema Nervoso Simpático – a sua ativação prepara o organismo para


a atividade física ou intelectual. Face a um agente estressor importante, é
ele que orquestra a resposta. Dilata os brônquios (para recebermos mais
oxigênio) e as pupilas (para enxergarmos melhor), acelera a atividade
cardíaca (apara, via corrente sangüínea, enviar mais oxigênio e energia
para o corpo), aumenta a transpiração e pressão arterial e diminui a
atividade digestiva. Como foi dito, o impulso nervoso necessita de
neurotransmissores. Os envolvidos na atividade simpática são a
noradrenalina e adrenalina.
Sistema Nervoso Parassimpático – sua ativação conduz a uma
diminuição geral das funções do organismo, a fim de reduzir gastos
energéticos. O que estava acelerado, aumentado ou dilatado pelo sistema
simpático, contrariamente, no sistema parassimpático, estará lento,
reduzido, ou contraído. As funções digestivas e a libido são favorecidas,
por exemplo, pelo parassimpático, cujo neurotransmissor é a acetilcolina.
Segundo sua intensidade, assim, o reflexo vagal pode se resumir a um
conjunto de sintomas desagradáveis ou provocar até uma perda de
consciência. É indicado pela atividade do nervo vago, a expressão nervosa
do sistema parassimpático. Influencia o ritmo cardíaco, está sempre
atuando e tem função de moderar a rapidez de nossos batimentos
cardíacos. Age em equilíbrio com o sistema simpático, que acelera nosso
coração.
Numerosos reflexos que contribuem para a pulsação e as necessidades
do organismo passam por esse nervo. Se um deles funciona em demasia
ou de forma inapropriada, o nervo vago reduz bastante o ritmo cardíaco,
produzindo baixa pressão arterial e conseqüente mal-estar. Antes ou após
este incomodo é comum o indivíduo vomitar, sentir náuseas e suar. Outros
sinais são palidez extrema e pulsação baixa (menos de 50 batimentos por
minuto). Raramente este mal-estar dura mais que alguns minutos.
Comparativamente, podemos afirmar que, enquanto o sistema simpático
acelera, o parassimpático freia o nosso organismo.
Fonte: URURAHY, G.; ALBERT, E. O cérebro emocional. As emoções e o estresse do cotidiano.
Rio de Janeiro: Rocco, 2005, p. 35.
Fonte: URURAHY, G.; ALBERT, E. O cérebro emocional. As emoções e o estresse do cotidiano.
Rio de Janeiro: Rocco, 2005, p. 36.

Hipotálamo – Hipófise - Glândula Adrenal

Comandando o sistema nervoso autônomo, o hipotálamo sob influência


das emoções, estimula o funcionamento da hipótese, glândula com a qual
mantém ligação direta. A hipófise comanda todo o sistema endócrino,
inclusive a reação de resposta ao estresse. Só que, diferentemente do que
ocorre com o sistema nervoso, a informação é conduzida por uma
microcirvulação sangüínea. Por meio dela, o HCL (hormônio liberador de
corticotropina), produzido no hipotálamo, estimula a glândula hipófise a
produzir o ACTH (hormônio córtico-estimulante), que será levado pela
grande circulação até as glândulas adrenais. Esta, por sua vez, estimuladas
pelo ACTH, produzirão os hormônios do estresse: adrenalina e cortisol.
Assim quando o cérebro interpreta uma situação como ameaçadora ao
equilíbrio interno (homeostasia), todo o organismo se mobiliza para
desenvolver a Síndrome Geral de Adaptação ou Reação de Estresse.

Fonte: URURAHY, G.; ALBERT, E. O cérebro emocional. As emoções e o estresse do cotidiano.


Rio de Janeiro: Rocco, 2005, p. 37.

As emoções, como vimos, começam no cérebro e se propagam pelo


corpo. A grande resposta do corpo ao estresse se faz a partir do eixo
hipotálamo - hipófise - glândula adrenal, portanto, da ligação do cérebro –
sistema endócrino.
A natureza é sempre sábia. Nosso cérebro está protegido por uma caixa
óssea e dentro dela, no osso que forma a base do cérebro, existe uma
cavidade (portanto, uma caixa dentro de outra caixa) onde se situa a
hipófise – a glândula comandante de todo o sistema endócrino. Ela mede
aproximadamente 1,3 cm de diâmetro e está ligada diretamente ao
hipotálamo. É dividida em duas regiões: anterior e posterior. Da sua região
anterior, estimulada pelo hipotálamo, produz o ACTH, que estimulará as
glândulas adrenais a produzir o cortisol. O hipotálamo também estimulará
as glândulas adrenais na produção de adrenalina.
As glândulas adrenais são duas pequenas glândulas localizadas sobre
os rins. Cada uma é constituída de duas partes: a medula adrenal, que é a
parte central, e a córtex adrenal, que embala a glândula.
Na realidade, essas partes são duas glândulas distintas produtoras de
hormônios, que caem na corrente sangüínea e são distribuídos por todo o
corpo. A medula adrenal, quando estimulada, produz adrenalina; o córtex
adrenal, também quando estimulada, produz vários hormônios, sendo um
deles o cortisol (hidrocortisona).

Dois Cérebros: Cognitivo e Emocional

De acordo com o Dr. Damásio, nossa vida mental surge de uma luta
constante para equilibrar esses dois cérebros. Por um lado, há o cérebro
cognitivo – consciente-racional e voltado para o mundo exterior. Por
outro, o cérebro emocional – inconsciente, antes de tudo preocupado com
a sobrevivência e, acima de tudo, unido ao corpo. Embora os dois
“cérebros” estejam altamente conectados e dependam constantemente um
do outro, visando a um funcionamento integrado, cada qual contribui de
modo diverso para a nossa experiência de vida e para o nosso
comportamento.
Como Darwin tinha previsto, o cérebro humano compreende duas
partes principais. No fundo do cérebro, em seu centro, está o velho
cérebro primitivo, e, em seu núcleo, o que temos em comum com os
répteis. Esse cérebro foi à primeira camada depositada pela evolução. Paul
Broca, o renomado neurologista francês do século XIX, quem primeiro o
descreveu, chamou-o de cérebro “límbico”. Ao redor do cérebro límbico,
no curso de milhões de anos de evolução, uma camada muito mais recente
se formou. É o “novo” cérebro, o “neocórtex”, o que significa “nova
casca” ou “novo invólucro”.

 O Cérebro Límbico Controla as Emoções e a Fisiologia do Corpo

O cérebro límbico é constituído pelas camadas mais profundas do


cérebro humano. De fato, de certo modo, ele é “um cérebro dentro do
cérebro”. O Dr. David Servan-Schreiber (2004) descreve algumas
experiências:
Uma imagem feita em um laboratório de neurociências cognitivas na Universidade de
Pittsburgh que dirigi com Jonathan Cohen, M. D., Ph. D (agora na Universidade de
Princenton) ilustra claramente essa ideia. Quando voluntários receberam uma
substância que estimulava diretamente a área do cérebro responsável pelo medo (uma
região conhecida como “amígdala”), vimos o cérebro emocional ativa-se. O efeito foi
semelhante ao de uma lâmpada acendendo. Enquanto isso, o néocortex ao redor do
cérebro límbico não demonstrou nenhuma atividade. Durante esse experimento, fui o
primeiro participante injetado com a substância que ativava diretamente o cérebro
emocional. Lembro-me com clareza do sentimento estranho que me provocou. Estava
apavorado, sem saber por quê. A experiência foi “puro” terror – pavor que não estava
relacionado a nenhum objeto em particular. Depois, um grupo de outros participantes
descreveu a mesma sensação estranham de temor, ao mesmo tempo intensa e
“flutuante”. Felizmente ela só durou alguns minutos.

O cérebro emocional tem uma organização muito mais simples do que


o neocórtex. Ao contrário deste, a maioria das áreas do cérebro límbico
não está organizada em camadas regulares de neurônios que o
capacitariam a processar informação. Ao contrário, em algumas de suas
áreas centrais – como a amígdala – os neurônios parecem ter se juntado ao
acaso. Devido a essa estrutura mais rudimentar, o cérebro emocional
processa informações de modo muito mais primitivo do que o cérebro
cognitivo, mas ele é muito mais rápido e mais ágil para garantir nossa
sobrevivência. É por isso que, por exemplo, em uma floresta escura, um
pedaço de pau parecendo uma cobra aciona uma reação de medo.
Antes mesmo que o resto do cérebro possa determinar que o objeto é
inofensivo, o mecanismo de sobrevivência do cérebro emocional acionará
a resposta que julgar melhor, freqüentemente baseado em informações
parciais, incompletas e, às vezes errôneas. Até o tecido celular do cérebro
emocional é diferente daquele do neocórtex. É por esse motivo que o
primeiro sinal de que alguém tem raiva é um comportamento emocional
altamente normal.
O cérebro límbico é um posto de comando que recebe continuamente
informações de diferentes partes do corpo. Ele responde regulando o
equilíbrio fisiológico do corpo. Respiração, batimento cardíaco, pressão
sangüínea, apetite, sono, impulso sexual, secreção hormonal e a te mesmo
o sistema imunológico seguem suas ordens. O papel do cérebro límbico
parece ser o de manter essas diferentes funções em equilíbrio.
“Homeostase” é o nome que o pai da moderna fisiologia, o cientista do
final do século XIX Claude Bernard, deu a esse estado de harmonia entre
todas as funções fisiológicas. É o equilíbrio dinâmico que nos mantém
vivos.
Desse ponto de vista, como intuíra o filósofo do século XVII Spinoza –
e o Dr. Damásio descreveu com grande clareza -, nossas emoções talvez
não sejam mais do que a experiência consciente de um vasto conjunto de
reações fisiológicas supervisionando e continuamente ajustando a
atividade dos sistemas biológicos do corpo às exigências do nosso
ambiente interno e externo. O cérebro emocional está, portanto, quase
mais intimamente relacionado ao corpo do que ao cérebro cognitivo. E é
por isso que é muito mais fácil acessar emoções pelo corpo do que pela
linguagem verbal.

 O Cérebro Cortical Controla a Cognição, a Linguagem e o


Raciocínio

O neocórtex, a “nova casca”, é a superfície sobrada que dá ao cérebro


sua aparência característica. Ele é também o invólucro que cobre o cérebro
emocional. Está na superfície do cérebro porque, do ponto de vista
evolucionário, é sua camada mais recente. O neocórtex inclui seis
camadas distintas de neurônios que são perfeitamente regulares e, como
um microprocessador, estão organizadas para o processamento mais
favorável de informações.
A área do neocórtex localizada atrás da testa, logo acima dos olhos, é
chamada “córtex pré-frontal”. Ele é especialmente bem desenvolvido. O
tamanho do cérebro emocional em geral varia pouco de uma espécie para
outra (proporcionalmente ao tamanho do corpo de cada espécie, claro). O
córtex pré-frontal, porém, no cérebro humano, representa uma proporção
muito maior do que em todos os outros animais.
O córtex pré-frontal é à parte do neocórtex responsável pela atenção,
pela concentração, pela inibição dos impulsos e dos instintos, pelo
regulamento das relações sociais e – pelo comportamento moral. Acima
de tudo, o neocórtex faz planos para o futuro baseado em “símbolos”
meramente mentais, portanto invisíveis aos olhos. Por controlar a atenção,
a concentração, a elaboração de planos futuros, o comportamento moral, o
neocórtex – nosso cérebro cognitivo – é um componente essencial de
nossa humanidade.
O resultado dessa interação – cooperação ou competição – determina o
que sentimos, nossas relações com o mundo e nossos relacionamentos
com os outros. A competição entre os dois, pouco importa a forma que
seja, nos torna infelizes.
Quando os cérebros emocional e cognitivo trabalham em conjunto,
sentimos o oposto – uma harmonia eterna. O cérebro emocional nos dirige
rumo às experiências que buscamos. O cérebro cognitivo tenta fazer com
que cheguemos lá do modo mais inteligente possível. Da harmonia
resultante vem o sentimento “estou onde quero estar em minha vida”, o
qual subjaz a todas as experiências duradouras de bem-estar.

FATORES PSICODINÂMICOS DA APRENDIZAGEM

Dificuldades de Aprendizagem

A dificuldade de aprendizagem projeta-se não só em problemas


pedagógicos também como problemas econômicos e sociais. O êxito
escolar impõe-se muitas vezes, como um meio de promoção profissional
dos professores.
As causas das dificuldades de aprendizagem, nomeadamente da
dislexia (dificuldade da leitura), da disgrafia (da escrita), da disortografia
(da formulação de idéias e sua expressão ortográfica) e da discauculia (do
cálculo e da aritmética) são fundamentalmente sociais. Em hora haja a
diferenciar causas endógenas e exógenas, umas por dificuldade de
processar a informação, outras por problemas de motivação.
Para que o indivíduo aprenda, é necessário que respeitem várias
integridades nomeadamente: o desenvolvimento perceptivo-motor e a
maturação neurobiológica, para além de inúmeros atos psicossociais como
seja, oportunidades de experiências, exploração de objetos e brinquedos
assistência médica, etc.
A partir de imagens que revelam o desenvolvimento do cérebro), são
feitos exames que possibilitam que um especialista flagre o cérebro em
plena atividade, os pesquisadores estão conseguindo mapear praticamente
tudo o que acontece dentro dele – como se processam as emoções, a
cognição, o pensamento e o raciocínio e até mesmo como se originam
algumas doenças. Essa visão está prestes a mudar a forma como hoje se
detecta e trata uma série de distúrbios, como Alzheimer, autismo,
transtorno do déficit de atenção e perda de memória. Ela também ajuda a
identificar os aspectos que contribuem para o aparecimento de problemas
como depressão, esquizofrenia, alcoolismo e uso de drogas. O trabalho
dos neurocientistas, amparado por esse aparato tecnológico atual, vai além
de desvendar o funcionamento do cérebro. Está se descobrindo de que
maneira ele responde a estímulos externos – tanto que já se criou uma
nova modalidade nos Estados Unidos, o neuromarketing. Buchalla refere
que: “Em suas pesquisas, os neumarqueteiros utilizam aparelhos que
fornecem imagens do cérebro, para saber que áreas são ativadas quando
a pessoa é exposta a marcas, produtos ou imagens e falas de políticos.”
Assim, ao detectarem as emoções suscitadas podem direcionar melhor
campanhas publicitárias. Não se exclui, ainda, que esse tipo de iniciativa
também seja empreendido em tratamentos psicológicos.
Em 1,5 kg de massa encefálica (valor equivalente ao peso do cérebro
de um adulto), 100 bilhões de células nervosas estão em atividade. Cada
uma é ligada a milhares de outras em mais de 100 trilhões de circuitos. A
trama é complexa, precisa e delicada. Graças a ela, o homem pensa,
raciocina, lembra, enxerga, ouve, aprende. Não faz tanto tempo assim,
acreditava-se que o ser humano utilizasse apenas 10% de sua capacidade
cerebral. Hoje já se sabe que esse é mais um daqueles mitos que se
produzem no vaivém da ciência. Os médicos já não tem a menor dúvida
que toda a máquina cerebral é solicitada nas mais diferentes funções.
Durante séculos o conhecimento da estrutura cerebral humana
permaneceu rudimentar. O filósofo grego Aristóteles, um dos primeiros a
se debruçar sobre o assunto, acreditava que a memória fosse fisicamente
armazenada no cérebro. As recordações ficariam uma a uma impressas no
tecido cerebral. No século XVIII, o cientista alemão Franz Joseph Gall
divulgou a teoria de que as protuberâncias cranianas poderiam determinar
a personalidade das pessoas. Uma de suas concepções era a de que
crianças com boa memória também tinham “olhos proeminentes” – uma
pista clara de que, segundo ele, a memória estava armazenada no cérebro.
Quanto maior a memória, mais “inchado” o cérebro. Conhecida como
frenologia, essa teoria foi derrubada em 1861, quando o neuroanatomista
francês Paul Broca dissecou o cérebro de um paciente com distúrbios na
fala que tinha acabado de morrer. O que ele viu não correspondia ao que
dizia a frenologia.
O fato é que, até meados do século XX os pesquisadores não faziam
uma idéia suficientemente clara do que enxergavam dentro do crânio
humano.
As condições psiconeurológicas da aprendizagem pedem-nos
esclarecer a razão da disfunção e da adaptação que certos indivíduos estão
sujeitos. A aprendizagem não é uma aquisição puramente instrumental, ela
encerra em si uma significação pessoal e social.
Três tipos de integridades devem ser considerados na aprendizagem:
1º fatores psicodinâmicos e sociodinâmicos;
2º funções do sistema nervoso periférico;
3º funções do sistema nervoso central.
 Fatores Psicodinâmicos e Sociodinâmicos

- visão;
- audição;
- capacidades mentais;
- adaptação emocional;
- envolvimento psicogenético adequado;
- condições de motivação;
- modelos de identificação ajustados;
- desenvolvimento da comunicação não verbal;
- desenvolvimento da comunicação verbal.

 Funções do Sistema Nervoso Periférico

- recepção da informação através dos sentidos;


- desenvolvimento dos receptadores à distância (visão e audição);
- desenvolvimento dos receptores proximais-tato-esquema corporal;
- desenvolvimento dos afectores: aparelho fonador e aparelho
locomotor.

 Função do Sistema Nervoso Central

- funções de seleção, integração e retenção da informação captada pelos


receptores periféricos;
- funções de organização, programação e associação;
- descodificação e codificação de informação.

O indivíduo com D. A. não apresenta anormalidade neurológicas ou


disfunções, porém, evoca-nos que algo se passa nas áreas cerebrais
superiores de integração onde se alicerça todo o fenômeno da
aprendizagem humana.
Unidades funcionais do cérebro, segundo Luria:
FONTE: FONSECA, V. Dificuldades de aprendizagem. 2. ed. Porto Alegre: Artes Médicas: 2003,
p. 162.
FONTE: FONSECA, V. Dificuldades de aprendizagem. 2. ed. Porto Alegre: Artes Médicas: 2003,
p. 163.

Os sistemas de sensoriais processam ambos os conteúdos verbais, e


encontram-se distribuídos pelos sentidos do tato (inclui também o
quinestésico), da audição e da visão. Algumas vezes, funcionam
independentemente (intraneurossensoriais), outras vezes funcionam inter-
relacionadamente aos pares (interneurossensorial) e outras vezes, ainda,
englobam as três modalidades (integrativos). Como é sabido, o cérebro
dispõe de áreas de processamento especializado para cada modalidade
sensorial, conforme podemos verificar abaixo:

FONTE: FONSECA, V. Dificuldades de aprendizagem. 2. ed. Porto Alegre: Artes Médicas: 2003,
p. 141.
Localização inter-hemisférica e concomitantes funções corticais
superiores:
FONTE: FONSECA, V. Dificuldades de aprendizagem. 2. ed. Porto Alegre: Artes Médicas: 2003,
p. 175.

SÍNDROME DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE -


TDAH

TDAH significa Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. Na


infância, o TDAH é um dos transtornos mentais mais comuns. Quase
sempre aparece na fase em que a criança começa a freqüentar a escola.
Cerca de 5% de meninos e meninas nessa fase têm esse problema. Sabe
aquele aluno desatento que não consegue se concentrar nas tarefas? Ou
aquele inquieto, impulsivo que está sempre agitado durante a aula? E
ainda o executivo que não consegue se concentrar em reuniões? É possível
que eles tenham TDAH.
E como eu posso ter certeza de que uma pessoa tem mesmo esse tipo
de transtorno? Os sintomas do TDAH são desatenção, inquietação e
impulsividade. Se o indivíduo tiver alguma dessas características é
possível que ele esteja sofrendo desse transtorno. O diagnóstico de um
especialista, como o neurologista ou psiquiatra é muito importante.
Principalmente porque os sintomas do TDAH podem ter conseqüências
graves se não forem tratados desde cedo.
As causas do TDAH ainda não estão completamente esclarecidas.
Entretanto, diversos estudos no mundo inteiro encontraram tendências
genéticas e ambientais que podem contribuir para o entendimento do
transtorno.
A criança pode nascer com uma predisposição para o transtorno e vai
desenvolvendo seus sintomas (desatenção, inquietação e impulsividade) à
medida que ela cresce e se relaciona com sua família e com outras
pessoas.
O TDAH não é um transtorno exclusivo da infância. A maior parte dos
indivíduos com TDAH mantém os sintomas ao longo da vida: 85% dos
casos persistem na adolescência e de 50% a 70% continuam na idade
adulta.
É comum, adultos apresentarem os sintomas do transtorno. O que
geralmente acontece é o indivíduo ter o TDAH desde a infância e ele
nunca ter sido diagnosticado. Em adultos, o TDAH é provavelmente o
transtorno psiquiátrico mais comum não diagnosticado. É uma
continuação do problema de infância.
Os sintomas do TDAH podem interferir na vida profissional, social e
familiar dessas pessoas de diversas maneiras. Dificuldades de organização
e concentração, problemas para realizar tarefas que exigem raciocínio e
administração de tempo e falta de habilidade para se relacionar com outras
pessoas são alguns dos problemas.
O TDAH é diagnosticado entre 2% e 5% das crianças com 6 a 16 anos.
Aproximadamente 80% são meninos. Os sintomas típicos de distração,
hiperatividade e agitação aparecem em todas as idades, até mesmo em
adultos, mas com uma disparidade considerável. As crianças mostram-se
esquecidas ou impacientes, tendem a atrapalhar os outros e têm
dificuldade em respeitar limites. A falta de controle dos impulsos se
manifesta em decisões precipitadas, brincadeiras bobas e alterações
rápidas de humor: elas agem sem pensar. Ainda assim, crianças com
TDAH muitas vezes se comportam de modo perfeitamente normal em
situações novas, principalmente se tiverem pouca duração e envolverem
contato direito com pessoas agradáveis, ou forem estimulantes, como
assistir à TV ou participar de jogos.
Antecedentes como temperamento difícil ou transtornos de sono ou
apetite já foram detectados em crianças com menos de 3 anos que depois
foram diagnosticadas como TDAH mas não foi possível fazer uma
avaliação definitiva nos primeiros três anos de vida. A inquietação física
normalmente se reduz nos adolescentes, mas a falta de atenção permanece,
e muitas vezes se associa a comportamentos agressivos ou antissociais e
problemas emocionais, assim como a uma tendência ao uso de drogas. Os
sintomas continuam na idade adulta entre 30% e 50% dos casos.
Estudos epidemiológicos de longa duração demonstram que o TDAH
não é mais comum hoje do que no passado. O aparente aumento estatístico
no número de casos pode ser explicado pela maior conscientização e
melhora no diagnóstico. Atualmente é possível identificar o problema
segundo um conjunto de características que o diferenciam do
comportamento adequado para cada idade.

Processamento Neuronal

O debate tem recebido subsídios dos neurologistas. Utilizando as mais


modernas técnicas de imageamento, pesquisadores identificaram
diferenças em várias regiões do cérebro de crianças que sofrem de TDAH.
Na média, tanto seu lobo frontal como o cerebelo são menores, assim
como os lobos pariental e temporal. O TDAH parece ser resultado do
processamento anormal de informações nessas áreas cerebrais,
responsáveis pela emoção e pelo controle dos impulsos e dos movimentos.
Mas essas variações não indicam nenhuma deficiência mental básica.
Os médicos veem hoje o transtorno como um extremo dentro da
variabilidade do comportamento humano. Em testes neuropsicológicos
como o reconhecimento de uma seqüência de letras num computador, as
crianças com TDAH apresentam tempos de reação variados, mas
freqüentemente mais lentos. O motivo acreditam especialistas, é que o
processamento neural de informação – a base da experiência e do
comportamento – pode se interromper, principalmente quando muitas
exigências concorrentes inundam subitamente o cérebro. Nessas
circunstâncias, ou diante de tarefas que requeiram velocidade, eficácia ou
resistência, o desempenho de cérebros de crianças com TDAH cai
drasticamente. A falta de estímulo, por outro lado, leva rapidamente ao
tédio.
O déficit de atenção fica particularmente claro quando se pede às
crianças que controlem seu comportamento – interrompendo um ato
impulsivo ou mantendo um alto nível de performance em determinada
tarefa. O problema não está tanto na falta de atenção em si, mas na rápida
queda da capacidade de prestar atenção contínua.
Um fenômeno diferente, no entanto, dá às crianças hiperativas uma
necessidade incontrolável de se mexer. Junto com o cérebro, que coordena
o movimento, vários sistemas de controle no interior do cérebro e sob o
córtex são responsáveis pelas funções motoras. Nessa região reúnem-se os
neurônios do córtex motor, dos gânglios da base do tálamo. O córtex
motor representa o estágio final do processamento neural. Depois dele, os
impulsos motores são enviados para os músculos. Quando a atividade
nessas regiões não está equilibrada, as crianças têm dificuldade de
preparar, selecionar e executar movimentos, já que não conseguem
controlar ou inibir adequadamente seu sistema motor. Movimentos
complexos que exigem um seqüenciamento preciso são iniciados cedo
demais e ultrapassam o alvo. A hiperatividade também costuma andar de
mãos dadas com déficit na coordenação motora fina e com a incapacidade
da criança de parar de falar.
Em geral, a característica básica da impulsividade relaciona-se ao
desenvolvimento da chamada função executiva do cérebro: a capacidade
de planejar e monitorar a memória de trabalho. Conforme o cérebro
amadurece, essa atribuição se desenvolve. Em crianças com TDAH,
porém, ela tende a permanecer rudimentar. Em termos anatômicos, a
função executiva do cérebro resulta de redes neurais no córtex pré-frontal
– o chamado sistema atencional posterior, localizado em grande parte nos
lobos parientais, ele monitora e controla o comportamento.
Como tentam conduzir a vida sem uma boa capacidade de monitoração
e planejamento, as crianças com TDAH enfrentam uma constante batalha
com suas emoções. Quase não conseguem controlar seus sentimentos, e
não suportam bem a frustração. Fica excitadas e impacientes com
facilidade e pendem para a hostilidade. Também acham difícil se motivar
para realizar determinadas tarefas. Além disso, estão dispostas a agarrar a
primeira recompensa que aparecer pela frente, não importa quão pequena
seja, em vez de esperar propõe uma compensação maior e mais atraente.
A dopamina tem uma importante atuação no sistema límbico, que trata
dos desafios emocionais, e as crianças com TDAH quase sempre têm
níveis baixos desse neurotransmissor. A liberação de dopamina
normalmente fortalece as conexões neurais que levam ao comportamento
desejado quando há um estímulo de recompensa. Mas, quando ausente,
recompensas pequenas ou mostradas no momento errado não funcionam.
Uma dúvida despertada por todas essas descobertas é por que regiões
específicas do cérebro são menores que outras e por que motivo certas
funções cerebrais ficam enfraquecidas ou desequilibradas. Os genes
podem ter um papel considerável. Estudos abrangentes realizados com
pais e filhos e com gêmeos idênticos e fraternos, como os conduzidos por
Anita Thapar, da Universidade de Cardiff, em 1999, por Philip Aherson,
do King’s College, de Londres em 2001, e por Susan Sprich, do Hospital
Geral de Massachusetts, também em 2001, mostram que a hereditariedade
tem grande influência na ocorrência do TDAH. Filhos de pais que tiveram
TDAH, por exemplo, são muito mais propensos a sofrer de sintomas
semelhantes. Essas pesquisas indicam que aproximadamente 80% dos
casos de TDAH se relacionam com fatores genéticos.

Genes Suspeitos

Por isso pesquisadores têm trabalhado muito para identificar os genes


que sejam diferentes nas crianças com TDAH. No topo da lista de
suspeitos estão genes envolvidos na transferência de informação entre
neurônios. Esse grupo inclui genes para proteínas que influenciam na
circulação da dopamina nas sinopses entre os neurônios – por exemplo,
proteínas que eliminam moléculas mensageiras antigas para abrir caminho
para as novas. Até agora, cientistas descobriram que a medicação do
receptor do sinal de dopamina é muito fraca em certos pacientes, e que a
reabsorção desse neurotransmissor é muito rápida em outros.
As pesquisas genéticas parecem indicar que problemas de
comportamento estão associados a uma regulação falha do metabolismo
da dopamina, atrapalhando o processamento de informação. Outro
neurotransmissor, a noradrenalina e seus receptores e condutores não
serem tão claramente compreendidas, medicamentos como a atomoxetina,
que inibem a reabsorção da noradrenalina pelos neurônios, provocam uma
melhora real nos sintomas.
Combinadas, as evidências dos neurotransmissores e das imagens
cerebrais indicam a possibilidade de os cérebros de crianças com TDAH
terem uma organização e um funcionamento diferentes desde uma idade
muito precoce. Essas disparidades orgânicas podem na verdade ser a causa
das alterações comportamentais, e não conseqüência dela, como algumas
vezes se sugere. Outra evidência é que, em alguns casos, conforme a
criança amadurece certas peculiaridades fisiológicas, como o tamanho do
corpo estriado, normaliza-se, e o TDAH perde a intensidade.
Mesmo com esses fatos, ainda não se pode ligar com certeza o TDAH a
fatores físicos e genéticos conhecidos. Especialistas acreditam que os loci
genéticos descobertos até hoje expliquem no máximo 5% dos
comportamentos problemáticos. Se há mais variações genéticas básicas
responsáveis, elas ainda não foram encontradas. A probabilidade de
desenvolver um transtorno de hiperatividade depende de uma associação
de vários genes diferentes.
Além disso, há uma ampla variabilidade no grau de expressão desses
fatores genéticos. Isso significa que influências do ambiente certamente
têm alguma atuação. Por exemplo, o consumo de álcool e nicotina durante
a gravidez tende a aumentar o risco de TDAH nos bebês e contribui para a
prematuridade extrema, baixo peso ao nascer e alergias alimentares.
Outros fatores psicossociais, incluindo ambiente escolar sem apoio,
crises conjugais e problemas psicológicos entre os pais, além de uma
ligação deficiente destes com a criança, também podem transformar uma
tendência latente em um transtorno instalado.
Recentes descobertas sobre déficits nas funções cerebrais e em
neurotransmissores explicam claramente por que certas drogas são
tratamentos possíveis. Mas a atuação do ambiente sugere que a terapia
comportamental também possa ser eficaz. A incerteza cerca hoje as duas
alternativas, e o crescente uso de medicamentos são polêmicos. As
opiniões vão do apoio entusiástico à rejeição categórica.

As provas materiais indicam que os alvos devem ser os sistemas de


neurotransmissores.
FONTE: ROTHENBERGER, A.; BANASCHEWSKI, T. Mentes inquietas. Viver Mente &
Cérebro. São Paulo: Duetto, jan./2005, p. 49.

Hemisfério Direito – A Visão do Contexto no Texto da Vida

O cérebro humano, como se sabe, é composto por duas grandes partes


chamadas de hemisfério direito e hemisfério esquerdo, separados por uma
estrutura neurológica chamada de corpo caloso, que seria uma espécie de
ponte, tornando possível à comunicação entre os dois lados cerebrais.
Desde os primeiros estudos realizados, a partir da secção do corpo
caloso, analisando assim o funcionamento em separado dos dois
hemisférios, até as pesquisas atuais sobre o cérebro como um todo
funcional, a partir da integração harmoniosa dos dois lados, os cientistas
vêm esclarecendo, cada vez mais, as funções que cabem,
preferencialmente, a cada um dos hemisférios e a participação de ambos
na manutenção da eficácia cerebral.
O hemisfério direito apresenta algumas capacidades que levam a
conceituá-lo como o hemisfério do contexto, ou seja, ele possibilita se ter
uma visão geral do mundo. Já o hemisfério esquerdo oferece uma visão
mais detalhista. Dessa maneira, pode-se inferir que o lado esquerdo do
cérebro escreve o texto de nossas vidas e o lado direito se encarrega do
contexto dessa história.
Em seu livro A mente certa, o autor Ornstein nos diz:
A visão geral do hemisfério direito pode incluir a compreensão do objetivo de uma
discussão; a compreensão das associações necessárias para entender uma piada; a
reunião de expressão facial, tom de voz e informação textual para entender o que a
outra pessoa quer dizer; ou criatividade e gosto pela literatura.

Assim, quando ocorrem distúrbios nesse hemisfério, a visão global do


indivíduo também será alterada, chegando, em alguns casos, a abalar
profundamente os alicerces de sua vida mental. Quando ocorrem lesões
adquiridas (acidentes, isquemias por falta de circulação sangüínea,
traumatismos cerebrais, etc.) no hemisfério direito, a capacidade de inferir,
de entender com rapidez e de atualizar o entendimento de uma situação,
de compreender o que se passa ao redor e o que se deve fazer é alterada,
podendo ocasionar graves modificações no raciocínio.
Por outro lado, caso haja um excesso de ativação do hemisfério direito,
ocorrerá toda uma exacerbação dos processos citados acima. Isso pode ser
exatamente o que ocorre com os cérebros DDAs. Seguindo essa linha
hipotética, observamos que, por terem uma visão contextual (global)
exacerbada, os DDAs teriam toda uma gama de pensamentos alternativos
que os levariam a ver a vida sob um novo foco, criando, assim, o terreno
ideal para o exercício da criatividade. É como imaginar o mundo sob uma
visão míope. Tiram-se os óculos e tudo muda de foco. Talvez tenha sido
assim que pintores impressionistas, como Monet, revolucionaram o
mundo da pintura colocando-a sob uma ótica de traços, cores e
sentimentos.
Cabe aqui uma pequena observação sobre o sistema educacional que,
no Ocidente, carece de uma abordagem contextual. O mais clássico
exemplo dessa abordagem é o ensino da Matemática. Grande parte da
informação fornecida nessa disciplina é totalmente desconectada do
contexto de nossas vidas cotidianas. Quando ao há essa conexão, a
informação aprendida perde-se rapidamente, tornando-se apenas uma
memorização temporária e inútil. Esse fato não ocorre apenas na
Matemática, mas praticamente em todas as disciplinas do currículo
estudantil. Tal explicação pode levar à compreensão do fato de mentes
DDAs brilhantes terem apresentado uma vida acadêmica no limiar da
mediocridade.

Lobo Frontal: O Portal da Mente

Quando era criança, ouvia os adultos dizerem que São Pedro era o porteiro do céu.
Ficava horas imaginando aquele senhor alto de barbas brancas que olhava para cada
um de nós por algum tempo e, logo após, emitia seu veredicto: “Vais para o céu” ou
“Vais para o inferno”. Muitas vezes tentava descobrir o que São Pedro pensava sobre
meu comportamento. Afinal, tem que se ir para algum lugar um dia, e é obvio que
queria seu “carimbo” de visto liberando meu acesso ao céu. Sonhei acordada várias
vezes, com seu sorriso largo abrindo-me a porta do paraíso e isso me fazia sentir muito
bem.
Já se vão muitos anos, mas confesso que aquela imagem sempre me vem à cabeça em
momentos de decisões. Sorrio e tenho saudades do tempo em que São Pedro me
ajudava a organizar todo o meu aparato mental na busca de soluções que acalmariam
meu coração.
É claro que tive uma educação católica que acabou por influenciar bastante minhas
tomadas de decisão. No entanto, o que isso tudo tem a ver com os DDAs e seu
complexo comportamento?
Através dos anos fui desenvolvendo um interesse quase obsessivo sobre o
comportamento humano e acabei por deparar-me com o lobo frontal. Este foi
considerado uma região cerebral sem muita importância no passado, chegando mesmo
a receber denominações depreciativas como o “lobo do nada”. Isso por que lesões
ocorridas em seu interior não se manifestavam em perdas corporais visíveis.
Lesões no lobo frontal freqüentemente não eram acompanhadas de perdas motoras
(paralisias ou hemiplegias) que tanto chamavam a atenção nos pacientes que sofriam
lesões no lobo parietal.
Hoje, no entanto, a história começa a mudar de maneira radical. O interesse pelo lobo
frontal nunca foi tão grande como agora, e tudo isso porque pesquisas o apontam como
“estrela” maior do comportamento humano. Tento conter o entusiasmo que as
revelações de estudos sobre ele têm me causado. Arrisco dizer que o lobo frontal é o
portal da mente humana e, como tal, é o grande maestro do comportamento de cada
um de nós. O São Pedro do universo mental, caso eu queria dar uma satisfação ao meu
universo infantil.

É importante entender que a mente é algo muito maior e mais


complexo que a estrutura cerebral em si. A mente é constituída por um
imenso “banco de imagens” distribuídas por todo o Cérbero. Dessa forma,
um organismo só é detentor de uma mente quando possui a capacidade de
gerar imagens internas e de utilizá-las de maneira organizada para a
formação dos pensamentos. Os pensamentos, por sua vez, têm a
capacidade de se unir na busca de um objetivo comum. Daí se obterá
então, um raciocínio que passará por um processo de seleção, cujo
resultado será uma tomada de decisão refletida em um comportamento.
Ter comportamento ou ações inteligentes não significa ter mente.
Somente os organismos que apresentam o processamento cognitivo
(baseado na capacidade de pensar) possuem uma mente. É importante
frisar que mesmo os pensamentos relativos a palavras ou outros símbolos
(como notas musicais) também se constituem em imagens representativas,
uma vez que palavras, frases, textos e sons existem sob a forma de
imagens em nossa mente.
As ações individuais e sociais terão sempre como objetivo a
sobrevivência, seja ela no plano literal (vida e morte), seja no metafórico
(aspecto emocional). Sempre estamos buscando tomar decisões que
possam ser benéficas a cada um de nós individualmente. Para isso, é
necessário um imenso repertório de conhecimento sobre o mundo externo
e sobre o que acontece em nosso mundo interno (nosso corpo e cérebro).
Esse conhecimento vem do processamento organizado das imagens
mentais. No entanto, o cérebro humano retém todo o conhecimento de
forma fragmentada, isto é, as diversas partes que compõem o
conhecimento encontram-se especialmente distribuídas em várias áreas do
cérebro. Assim, para que a engrenagem do raciocínio e a toma da de ações
funcionem a contento, é necessário que a atenção e a memória selecionem
e armazenem informações para o conhecimento adquirido na forma de
imagens seja utilizado ao longo do tempo e possa auxiliar na previsão de
fatos futuros e planejamento de ações a partir dessas suposições.
Outro aspecto fundamental na tomada de decisões nos seres humanos é
a participação das emoções e dos sentimentos nesse processo. As emoções
despertam reações físicas em todo o corpo (taquicardia, reações viscerais,
contração muscular, etc.) que são transmitidas ao cérebro e levam à
elaboração de imagens mentais na forma de sentimentos. Esses
sentimentos elaborados no cérebro poderão despertar boas ou más
lembranças que resultarão em reações específicas em cada ser humano,
frente a uma determinada situação.
As emoções desencadeiam, assim, reações instintivas vindas do corpo e
reações cognitivas no cérebro, através do sentimento que nada mais é do
que o pensamento em forma de imagem, iniciado no processo emocional.
Assim deve ser considerada a enorme influencia que as emoções exercem
sobre o comportamento humano. Por conseguinte, podemos afirmar que as
ações humanas são fortemente influenciadas tanto pelas emoções quanto
pela razão.

Lobo Frontal: Emoção e Razão


O lobo frontal apresenta-se como uma região muito especial na
modulação do comportamento humano, isto porque nessa área cruzam-se
sistemas neurais responsáveis pela razão e pela emoção.

Fonte: SILVA, A. B. B. Mentes inquietas. Entendendo melhor o mundo das pessoas distraídas,
impulsivas e hiperativas. São Paulo: Gente: 2003, p. 101.

Segundo estudos realizados, haveria três regiões no lobo frontal que


estariam comprometidas direta e indiretamente com o processo de
raciocínio, tomada de decisões emoções e sentimentos. A região frontal
ventromediana, quando danificada, alteraria tanto o raciocínio para
tomadas de decisão quanto as emoções e sentimentos, especialmente nos
campos social e pessoal. Nessa região ocorreria, então, um cruzamento
entre razão e emoção.
A região somatosensorial, localizada no hemisfério direito, quando
danificada, comprometeria também o raciocínio e tomada de decisões, e as
emoções e sentimentos. No entanto, algo mais se altera com o dano desta
região: os processos de sinalização básica do corpo (os sinais vindos do
nosso corpo, como taquicardia, sudorese, contração muscular, etc.).
E, por fim, a região dersolateral, cujo dano também irá acarretar
comprometimento do raciocínio e tomada de decisões, sendo, no entanto,
de outra forma. A alteração observada com o dano dessa área seria um
comprometimento de operações cognitivas gerais ou específicas (fala,
números, objetos ou espaço).
No caso específico do DDA, as duas primeiras regiões exercem uma
influência maior. Se considerarmos o lobo frontal direito, região de maior
interesse no funcionamento DDA, na qual veremos que recebe, na sua
parte chamada ventromediana, sinais vindo do cérebro de conteúdos
racionais (pensamentos) e sentimentais (parte racional das emoções) e na
sua parte chamada somatossensorial, conteúdo emocional (instintivo)
vindo dos sinais corporais.
Se partirmos da hipótese de o lobo frontal direito ser hipofuncional nos
DDAs, poderemos considerar as seguintes situações:
a) a quantidade de pensamentos e sentimentos vindos das diversas
áreas cerebrais chega em maior número e com maior intensidade nessa
região, em função da ação filtrante (moduladora) do lobo frontal direito
estar diminuída. Assim, tem-se o cognitivo e o emocional exacerbado na
tomada de decisões dos DDAs.
b) os processos cognitivos aumentados criam um leque maior de
possibilidades de raciocínio que pode ser responsável pelo grande
potencial criativo dos DDAs. Com isso, ampliam-se as possibilidades de
soluções para um determinado problema.
c) Os processos emocionais aumentados podem constitui-se em um
fator favorável para a tomada de decisões, apesar de existir uma crença
predominante sobre o fato de as emoções atrapalharem na tomada de
decisões acertadas. A influência positiva das emoções nas ações dos
DDAs pode se dar, de três maneiras:

- no processo imaginativo “como se”: ao imaginar situações não


existentes de fato, os DDAs ativam todo um processo no lobo frontal que
conduzirá a algum conhecimento “virtual” ou “simulado”, que poderá
servi-lhe em situações reais futuras.
- No uso de intuições: muitas vezes, a atenção dos DDAs desperta
emoções e sentimentos sem que eles tenham consciência disto. Por isso,
repetimos que o termo déficit de atenção é, no mínimo, impróprio. Os
DDAs são capazes de atentarem para várias coisas ao mesmo tempo, mas
só se dão conta disso quando fazem uma hiperconcentração, que
chamamos de hiperfoco. Os sinais vindos dessa atenção dispersa dos
DDAs são registrados pelo corpo e cérebro e acabam por constituir uma
influência oculta (na forma de memória inconsciente) nas ações dos
DDAs. Essa influência pode manifestar-se de forma atrativa ou aversiva.
Nesse sentido, muitas decisões intuitivas dos DDAs podem conduzi-los
por caminhos certos ou a afastá-los de caminhos errados sem que tenham
controle consciente desses fatos. Hoje sabemos que a capacidade de tomas
decisões intuitivas é um ingrediente essencial no processo da criatividade
humana.

- E, por fim, observa-se que as emoções positivas na forma de paixão


podem levar os DDAs a uma hiperconcentração instintiva (hiperfoco)
sobre determinado conhecimento. E é justamente esta capacidade de
hiperfoco que cria no DDA a persistência necessária para que sua
criatividade se expresse em criação.

Como se constata, razão e emoção exacerbada no lobo frontal direito


dos DDAs podem constituir o grande diferencial positivo desses
indivíduos no exercício de sua capacidade criativa e original.

FATORES QUE DETERMINAM O DÉFICIT DE ATENÇÃO E


HIPERATIVIDADE

Estresse e Depressão

Quando algo estressante ocorre na vida de uma criança, ela pode sofrer
uma alteração em suas atividades cotidianas. Incidentes como divórcio dos
pais, doenças na família, mudança, nascimento de um irmão ou a morte de
um parente podem levar a sintomas semelhantes á depressão. No entanto,
se o estressor for removido ou estabilizar-se e os sintomas depressivos
desaparecerem após seis meses, o termo distúrbio de ajuste é usado em
vez de depressão. Você pode encontrar orientadores ou médicos que
diagnosticam crianças com distúrbios de ajuste após um acontecimento
estressante, mas, se os sintomas persistires por mais de seis meses, o
diagnóstico é alterado para depressão. Isso é normal e adequado para o
diagnóstico, mas não traz impactos significativos para o regime de terapia.
Há uma linha tênue, entre o ajuste a estressores e a depressão. Quando os
sintomas duram mais de que seis meses e a depressão é diagnosticada, esta
é considerada uma depressão reativa (depressão associada a algo externo à
pessoa, como um acontecimento ou experiência estressante). De fato, uma
pessoa poderia argumentar que em casos em que há uma resposta parecida
com depressão a um estressor, a única diferença entre um distúrbio de
ajuste e a depressão é a duração dos sintomas.
O termo depressão reativa normalmente não é mais usado, pois se
descobriu que a maioria dos ciclos depressivos duradouros começou com
um acontecimento estressante. A combinação de predisposição biológica
(denominada diátese) e ocorrência de estressores, incluindo uma criação
inadequada por parte dos pais ou acontecimentos estressantes graves,
causa à depressão. Dessa forma, não é útil usar o termo depressão reativa
– a maioria das depressões começa como uma reação a um estressor por
parte de uma pessoa predisposta a experienciar um padrão depressivo de
resposta ao estresse.

Diátese-estresse: Uma Base Para a Depressão e Seu Tratamento

No modelo de diátese-estresse, os problemas emocionais surgem


desvio a vulnerabilidade fisiológica e biológica de uma pessoa,
acompanhada pela introdução de estressores ambientais que afetam esta
vulnerabilidade. É algo como fazer um pequeno corte num pedaço de
madeira e dobrá-lo até que ele se quebre. Ele quebrará no ponto em que
foi enfraquecido pelo corte. Em termos psicológicos, um indivíduo tem
uma propensão genética e biológica para ficar deprimido, exibindo os
sintomas da depressão ante acontecimentos estressantes.
A teoria de diátese-estresse de depressão expressa-se como um modelo
biocomportamental, que inclui vulnerabilidade genética, temperamento,
idade, sexo, falta de desenvolvimento de um vínculo adequado na infância
e estilos diferentes de personalidade como fatores predisponentes para a
depressão. Conclui-se que há diversos elementos que precipitam ou
provocam a resposta depressiva em indivíduos vulneráveis. Os
precipitantes incluem perda de u vínculo, perda de apoio social, perda de
controle e múltiplos acontecimentos estressantes ao longo da vida.
Considerava-se que alguma combinação desses estressores e a
predisposição do indivíduo alteravam o sistema nervoso central e
afetavam os sistemas neurológicos associados ao estímulo, ao
temperamento, á motivação e às funções psicomotoras.
À medida que se vai digerindo as informações sobre a depressão, é útil
pensar sobre o modelo de diátese-estresse. As causas e os tratamentos para
a depressão estão associados a esses dois aspectos do funcionamento
humano.

 Diátese

A diátese é a predisposição biológica, neurológica e genética para a


depressão. Para prevenir ou tratar a depressão, devemos ser capazes de
intervir na diátese na tentativa de reduzir sua influência sobre a resposta
ao estresse. Para prevenir a depressão em termos de diátese, uma criança
deve dominar adequadamente as primeiras tarefas de desenvolvimento
para reduzir a influência biológica da depressão ao longo da vida. O
tratamento com medicação pode corrigir o colapso biológico, que ocorre
uma vez que a criança se deprima.

 Estressores

Estressores são acontecimentos ambientais que ativam o distúrbio


depressivo. Para prevenir ou tratar a depressão, devemos controlar os
estressores que causam o episódio depressivo inicial e propiciar ao
indivíduo as habilidades necessárias para lidar com o estresse.
Especificamente, para prevenir a depressão devemos corrigir problemas
que ocorreram durante os dois primeiros anos de vida, permitindo que a
criança se sinta segura quanto a si mesma, para regular suas reações
emocionais ao estresse, ser compreensiva para com os outros e
experienciar todo tipo de emoção de um modo socialmente apropriado.
Para tratar a depressão devemos apurar mecanismos comportamentais e
cognitivos para lidar com diferentes situações e ensinar os filhos como e
quando usá-los para combater a influência do estresse. Em casos graves,
também devemos ensinar a pessoa a conviver com a depressão.

Diagnóstico da Depressão

Há diversos tipos de depressão. Alguns são definidos pelo Diagnostic


and Statistical Manual of Mental Disorders, Fourth Edition (DSM-IV), ou
seja, o Manual de Diagnóstico e Estatística dos Distúrbios Mentais (ele
descreve os sintomas de vários problemas mentais). Os tipos de depressão
descritos no DSM-IV são a depressão grave, a distimia, a ciclotimia e o
distúrbio bipolar. Esses distúrbios são listados como distúrbios de
Temperamento. Outros tipos de depressão são relatados por psicólogos e
psiquiatras que pesquisam a depressão, mas não são relacionados no
DSM-IV. Esses tipos de depressão incluem a depressão exógena, a
depressão psicótica, a depressão agitada, a depressão dupla e a afetividade
negativa.

 Diagnóstico de Depressão do DSM-IV

Há basicamente dois tipos de episódios ou fases pelos quais pode


passar uma criança ou um adolescente com um distúrbio de
temperamento. Um deles é chamado de episódio depressivo. Ele está
presente nos quatro tipos de depressão listados no DSM-IV, ou seja, para
ser diagnosticada com um distúrbio de temperamento, uma pessoa deve
experienciar algum episódio de temperamento deprimido ou perda de
interesse no prazer durante algum período de tempo. O outro tipo de fase é
chamado de episódio maníaco e só é experienciado por pessoas
diagnosticadas com os seguintes distúrbios de temperamento: ciclotimia e
distúrbio bipolar. Nesses distúrbios, uma pessoa vivencia episódios de
temperamento deprimido em alguns momentos e episódios de
temperamento anormalmente animado em outros.
Um conjunto de sintomas normalmente é observado em pessoas que
experienciam um episódio depressivo, enquanto outro conjunto de
sintomas é visto em pessoas que passam por u episódio maníaco. Um
sintoma indica a presença de um distúrbio. Para essas duas manifestações,
os sintomas podem ser categorizados como problemas de pensamento,
problemas sentimentais, problemas comportamentais e problemas
fisiológicos (às vezes chamados de sintomas vegetativos ou somáticos).
Cada um dos sintomas específicos de um episódio depressivo ou maníaco
será descrito para cada categoria. É útil pensar nos sintomas da depressão
em termos de categorias, pois os diferentes tratamentos para a depressão
costumam ter como alvo um determinado conjunto de sintomas e suas
causas.
Para que os sintomas tenham uma relevância clínica, deve haver uma
mudança nos pensamentos, sentimentos, comportamentos ou fisiologia,
devendo essa mudança ser experienciada por um período significativo de
tempo, como, por exemplo, duas semanas. Além disso, um sintoma
isolado não representa um diagnóstico, assim como uma pessoa não
necessita apresentar todos os sintomas para estar deprimida. De fato, há
regras específicas no DSM-IV que indicam quantos sintomas de cada
categoria devem estar presentes para se fazer o diagnóstico. Por outro
lado, um sintoma isolado pode ser um sinal de um problema grave e não
deve ser ignorado categoricamente. Se uma criança demonstra uma
alteração significativa em uma ou mais áreas, resultando em algum
prejuízo em suas atividades, é um boa oportunidade levá-la para uma
avaliação. Essa complexidade é apenas uma das razões pelas quais um
profissional deve ser consultado para diagnosticar a depressão.

 Sintomas do Episódio Depressivo

Problemas de Pensamento: crianças com depressão muitas vezes


experienciam problemas com seus pensamentos. Esse é um aspecto
importante da depressão. Algumas das teorias mais influentes sobre a
depressão, como a teoria cognitiva da depressão de Aaron Beck, a teoria
do desamparo aprendido de Martin Seligman e a teoria racional-emotiva
da depressão de Albert Ellis estão relacionadas aos problemas com os
pensamentos de um indivíduo.
É importante apontar que aquilo que uma pessoa deprimida pensa está
ligado a seu ponto de vista e pode não ter fundamentos na realidade. Isso é
conhecido como a natureza subjetiva ou fenomenológica dos
pensamentos. Por exemplo, uma criança pode considerar-se um fracasso
acadêmico simplesmente por errar um problema numa prova de
matemática, mesmo que obtenha uma A nessa matéria. Nesse tipo de caso,
muitas vezes é difícil fazer com que a criança se concentre no aspecto
positivo, e não negativo, de seu desempenho na matemática. Desse modo,
embora não seja verdade que a criança seja incompetente em matemática,
ela acredita subjetivamente que é de fato um fracasso.
Um problema com pensamento está relacionado com sentimentos de
inutilidade. Nesse caso, uma criança pode dizer que não merece ter
amigos ou ser feliz. Uma criança pode pensar que não é digna de vencer,
aceitar recompensas ou passar de ano. Uma criança numa fase deprimida
experiência culpa excessiva. Ela aceita inapropriadamente a
responsabilidade pelos problemas dos outros. Em casos graves, ela pode
expressar abertamente sua culpa sobre coisas sem nenhuma relação com
ela. Por exemplo, a mãe de uma criança pode derrubar algo e a criança vai
se desculpar, mostrando que isso foi culpa dela. Além da culpa, essas
crianças sentem vergonha de si mesmas. Elas podem ter vergonha de
como apresentam ser, como andam, como falam ou como sorriem. São
extremamente autocríticas e procuram todas as oportunidades para
mencionar quão ruim são. Muitas vezes os sentimentos de inutilidade
resultam numa ênfase excessiva em determinada característica física.
Espinhas parecem piores do que realmente são ou um nariz pode ter
aparência grotesca apenas por ser diferente do padrão convencional.
Outro problema com pensamentos que é visto durante episódios
depressivos é uma capacidade menor de pensar ou de se concentrar. Uma
criança com esse problema pode não ser capaz de fazer tanta lição de casa
quanto costumava fazer ou ter menos competência ou interesse em tomar
decisões por si só. Às vezes as crianças têm dificuldades em concentrar-se
ou entender o que está sendo ensinado na escola. Outros problemas são
pensamentos relacionados à morte e ao suicídio. Esse último é chamado
de ideação suicida e não precisa necessariamente incluir um plano de
suicídio. Algumas crianças penam que querem morrer, enquanto outras
pensam especificamente em como iriam se matar.

Problemas Sentimentais: o sintoma característico de um episódio


depressivo é um sentimento de abatimento quase diário, isto é, indivíduos
podem dizer que se sentem cabisbaixos, tristes ou chateados ou podem
parecer tristes, magoados, a maior parte do tempo. Isso inclui uma
expressão facial triste ou pouca mudança em relação às suas emoções.
Essas podem resistir a mudanças mesmo quando ocorrem momentos de
alegria ou êxito. De acordo com os critérios de diagnóstico do DSM-IV, a
irritabilidade pode substituir o abatimento na obtenção do diagnóstico.
O sintoma seguinte é o interesse menor em atividades prazerosas. Uma
criança dirá que não sente vontade de fazer coisas que normalmente
gostava muito. Além disso, a criança pode achar que não merece ter prazer
ou aparentemente não vai buscar o prazer em diversas situações.

Problemas Comportamentais: durante uma fase deprimida, o


indivíduo pode apresentar agitação ou retardo psicomotor. A agitação
psicomotora é quando a pessoa fica inquieta, sempre ativa ou agitada. O
retardo psicomotor é a forma clássica de agir letárgica, desmotivada e
passivamente associada à depressão. Esse é um daqueles sintomas que
cobrem os dois extremos do espectro. Indivíduos deprimidos não têm
todos o mesmo conjunto de sintomas, sendo esse um exemplo perfeito.
Uma pessoa deprimida pode ficar agitada ou letárgica durante uma fase
deprimida. Os dois casos afetam negativamente o funcionamento
adaptativo do indivíduo.

Problemas Fisiológicos: há diversos processos fisiológicos básicos que


podem causar perturbações numa pessoa com depressão. Muitas vezes
esses sintomas são tidos como vegetativos porque eles estão relacionados
às funções corporais básicas. Sintomas vegetativos normalmente surgem
num dos extremos. O distúrbio dos processos fisiológicos básicos sustenta
a idéia de que a depressão é em parte biológica e não simplesmente
induzida pelo ambiente.
Na fase deprimida, uma criança pode sofrer uma perda considerável de
peso sem fazer dieta ou ganhar peso significativamente. Isso se manifesta
num apetite continuamente maior ou menor. Em crianças pequenas, não
conseguir obter o ganho de peso esperado como parte do desenvolvimento
também é considerado um sintoma. Os sintomas fisiológicos seguintes são
a insônia ou hipersônia quase todo dia. Crianças com insônia reclamam
que não conseguem adormecer, que Adam freqüentemente durante o sono
ou acordam muito cedo e não são capazes de voltar a dormir. A hipersônia
é o sono excessivo durante a noite ou dormir demais de dia após uma
noite normal de sono. Outro sintoma fisiológico de um episódio
depressivo é a fadiga ou falta de energia. A fadiga crônica pode se
apresentar como reclamações de cansaço, não se sentir motivado ou ter
várias dores e desconfortos difusos.

 Sintomas do Episódio Maníaco

Problemas de Pensamento: as crianças podem experienciar dois


problemas de pensamento durante um episódio maníaco: pensamentos
rápidos ou revoada de idéias. Pensamentos rápidos se manifestam por
meio de uma mudança rápida de assuntos numa discussão ou pela
incapacidade de terminar um raciocínio completo. Um caso mais grave de
pensamentos rápidos é chamado de revoada de idéias. Nele as crianças
apresentam um fluxo praticamente ininterrupto de conversação que muda
de um assunto para outro. As associações costuma ser compreensíveis ou
baseadas em rimas, mas obviamente não são normais. Uma revoada de
idéias deve ser considerada um sintoma extremamente grave, exigindo
cuidados imediatos. Outro sintoma de pensamento observado durante um
episódio maníaco é a distração. >Uma criança terá muita dificuldade de
concentrar-se em algo, desviando sua atenção rápida e freqüentemente.
Esse sintoma é confundido facilmente com a distração vista no distúrbio
de déficit de atenção/hiperatividade (DDAH). A diferença é que, na
depressão, a distração ocorre apenas durante o episódio maníaco,
enquanto no DDAH ela parece ser relativamente consistente desde o
começo do desenvolvimento da criança.

Problemas Sentimentais: durante um episódio maníaco incluem


autoestima ou grandiosidade exacerbadas. Durante esses episódios uma
criança pode sentir-se particularmente invencível ou tende a exagerar suas
capacidades. Isso não é simplesmente à volta à autoestima normal após o
abrandamento de uma fase depressiva; na verdade, a criança pode fazer
afirmações absurdas sobre sua popularidade ou capacidades físicas em
face de evidências contraditórias. Embora seja difícil de identificar esse
sintoma, um bom médico pode perceber prontamente quando uma criança
está experienciando esse nível de grandiosidade.

Problemas Comportamentais: em episódios maníacos, há diversos


problemas comportamentais. Uma criança pode tornar-se extremamente
falante e ter dificuldades para ficar quieta. Ela age como se houvesse
pressão para continuar falando, quase como se algo ruim acontecesse se
ela parasse. Outro sintoma é uma atividade maior visando a um objetivo
específico. A criança não consegue parar de realizar uma dada tarefa ou
parece obcecada com algum aspecto de uma atividade. Esse sintoma
também pode se manifestar como uma agitação psicomotora. O terceiro
sintoma comportamental é um envolvimento excessivo em atividades
prazerosas que pode ser prejudicial. Para as crianças, isso inclui o gasto
irresponsável de todo o seu dinheiro, tentativa de manter uma relação com
colegas que rejeitam sua amizade ou outros atos impulsivos.

Problemas Fisiológicos: esse sintoma durante o episódio maníaco é


uma necessidade menor de dormir. Esse sintoma é apenas um extremo,
mas está relacionado ao quadro de sintomas de um episódio maníaco, em
que o indivíduo tem muita energia e permanece bastante ativo. Apesar de
falantes e superativas, essas crianças afirmam sentir-se descansadas após
muito pouco tempo de sono durante a noite.

 Depressão Grave
Para o diagnóstico de depressão, uma criança deve experienciar cinco
dos sintomas de um episódio depressivo durante duas semanas ou mais.
Além disso, ela deve apresentar um temperamento deprimido ou uma
perda de interesse no prazer. No caso de uma criança, o temperamento
deprimido pode ser substituído pela irritabilidade que é usada no
diagnóstico de crianças porque elas passam por mais complicações físicas,
problemas temperamentais e reclusão social do que os adultos.

 Distúrbios Distímicos

O distúrbio distímico é uma forma diferente de depressão, mas não é


necessariamente menos devastadora. Para ser diagnosticada com distimia,
uma criança deve experienciar um sentimento deprimido ou uma
irritabilidade por um ano. Esse critério é diferente daquele aplicada aos
adultos, que exige um sentimento deprimido por dois anos. Além da
irritabilidade e do sentimento deprimido, a criança deve experienciar dois
ou mais dos seguintes sintomas: pouco apetite ou excesso de apetite,
insônia ou hipersônia, fadiga ou pouca energia, baixa autoestima,
problemas de concentração ou dificuldade para tomar decisões ou
sentimento de desamparo. O distúrbio distímico é mais crônico do que a
depressão grave, mas o indivíduo tende a demonstrar menos sintomas.

 Afetividade Negativa

A afetividade negativa é um tipo de depressão que inclui sintomas de


depressão e ansiedade. Esse padrão é visto em criança porque sua diátese
ou vulnerabilidade biológica m resposta ao estresse não se diferenciou
completamente. Normalmente, a afetividade negativa vai se diferenciar
conforme o amadurecimento da criança, até chegar à idade adulta e tornar-
se basicamente depressão ou ansiedade. A afetividade negativa é
caracterizada pelo temperamento deprimido ou irritabilidade, sensação de
inutilidade, preocupação crônica, uma visão irreal de si mesmo e uma
visão geralmente negativa em relação ao mundo e ao futuro. Os
especialistas relatam que em diversos casos em que foram diagnosticados
aspectos relativos à afetividade negativa em crianças essas possuíam uma
relação negativa com os pais, por esses serem extremamente críticos e
possuírem mensagens humilhantes relativamente constantes atingindo a
autoestima da criança.
Fonte: MILLER, J. A. O livro de referência para a depressão infantil. São Paulo: M. Books, 2003,
p. 34-35.
Distúrbios de Ansiedade

Distúrbios de ansiedade incluem o distúrbio de ansiedade da separação,


o distúrbio do pânico, fobias, o distúrbio obsessivo-compulsivo e
distúrbios de ansiedade generalizada (DAG), os quais podem ser
comórbidos com a depressão. O distúrbio comórbido de ansiedade mais
comum em crianças é o distúrbio de ansiedade da separação, visto em
aproximadamente 36% das crianças com depressão. A afetividade
negativa, é um tipo específico de combinação de distúrbio depressivo e de
ansiedade, diagnosticado principalmente por meio de testes de
personalidade e informações de histórico de como os pais criaram o filho;
ela é considerada uma forma separada de depressão e, portanto, não se
inclui nos distúrbios de ansiedade.
Pessoas com distúrbios de ansiedade demonstram sintomas motores,
fisiológicos e cognitivos. Assim como na depressão, cada tipo de distúrbio
de ansiedade apresenta níveis maiores ou menores de cada tipo de
sintoma:
* Sintomas motores: tremer, roer as unhas, chupar dedo, gaguejar,
forçar a mandíbula e evitar os outros;
* Sintomas fisiológicos: batimentos cardíacos acelerados, sudorese,
mudança na tensão muscular, respiração aumentada, falta de ar, náusea,
vômito, dor de estômago e urinar freqüentemente;
* Sintomas cognitivos: sentir-se amedrontado, esperar por perigos,
sensação de ser inadequado ou incompetente ou visões de lesão corporal.
Pesquisas mostraram que crianças com depressão e ansiedade ao
mesmo tempo apresentam ainda mais reclamações físicas (reclamações
somáticas) do que seria esperado de uma criança apenas deprimida com a
mesma idade. Especificamente nesse caso, os sintomas mais comuns são
delírios ou tonturas, enjôo e dor nas costas. Outros sintomas comuns
incluem dor de estômago, vômito e problemas menstruais. As pesquisas
demonstram que, quanto mais grave a ansiedade e a depressão, mais grave
os sintomas. Isso tem implicações importantes na identificação de crianças
com problemas emocionais. Crianças que faltam freqüentemente à escola
devido a esses problemas difusos de saúde devem ser avaliadas para
descartar a possibilidade de depressão ou ansiedade. Uma criança com
diagnóstico prévio de depressão e que apresenta ainda mais reclamações
físicas do que o esperado deve ser avaliada, considerando-se a
possibilidade de ansiedade comórbida. Em ambos os casos, o tratamento
pode mudar em conseqüência do diagnóstico.
É importante reconhecer que as crianças e os adolescentes sofrem de
uma grande variedade de medos e ansiedades. As pesquisas demonstram
que as crianças experienciam em média até dez medos ou preocupações
excessivas ao mesmo tempo. Além disso, a natureza dessas preocupações
muda ao longo do desenvolvimento. É interessante o fato de que a
ansiedade também é apropriada, até certo ponto, para o sucesso em
atividades cognitivas ou físicas; isto é, algumas ansiedades na verdade
melhoram o desempenho em tarefas cognitivas ou físicas. Ma certa
ansiedade é normal e esperada. Entretanto, ansiedade demais é prejudicial
ao desempenho. Os pais não devem ter reações exageradas diante da
ansiedade, mas ela deve ser considerada um problema quando é
significativa e prejudica alguns aspectos do funcionamento da criança.
Ao longo do período de desenvolvimento, o início da ansiedade em
crianças com ansiedade comórbida e depressão costuma ocorrer antes do
início da depressão. Questões relacionadas à segurança do vínculo e
aspectos fisiológicos marcantes (sintomas motores e somáticos) da
ansiedade facilitam a expressão de seus sintomas antes da depressão em
crianças e bebês.

 Distúrbios de Ansiedade da Separação

A ansiedade da separação é diagnosticada quando uma criança


experiência uma ansiedade maior do que a esperada quando se separa da
pessoa com quem possui vínculo. Sintomas típicos vistos na ansiedade da
separação incluem:
* angústia excessiva quando os pais vão embora ou há uma expectativa
de que isso ocorra
* preocupação quanto ao ferimento ou à morte de pessoas com quem se
possui vínculo * preocupação quanto a ser seqüestrado ou perder-se
* relutância ou recusa a ir à escola
* medo de ficar em casa sem os pais
* relutância ou recusa de dormir sem os pais por perto
* pesadelo sobre a separação dos pais
* reclamações físicas freqüentes quando se está longe dos pais
O fator fundamental nesse caso é determinar o que é ansiedade normal
para a fase de desenvolvimento. Particularmente ao longo de dois
primeiros anos (durante o desenvolvimento crítico de um vínculo seguro),
deve haver pouca preocupação diagnóstica quanto a expressões de aflição
em crianças. As necessidades da criança devem ser supridas durante esse
período, de modo que, se a criança estiver aflita, isso não se deve a uma
ansiedade da separação, mas ao fato de suas necessidades não estarem
sendo atendidas.
A criança teme que agirá de forma humilhante ou embaraçosa. Para
crianças com fobia social, exposição à situação social temida quase
invariavelmente provoca ansiedade, que pode assumir a forma de um
ataque de pânico ligado a uma situação. Diferentemente dos adultos com
fobia social, que reconhecem que seu medo é excessivo ou injustificável,
as crianças podem ver seus medos como bastante razoáveis. Em razão dos
seus medos, as crianças podem evitar essas situações ou suportá-las
sofrendo de uma grande aflição. Compreende-se que evitar ou antecipar
ansiosamente as situações temidas ou afligir-se com elas interfere
significativamente no desempenho de uma pessoa.

 Distúrbios de Ansiedade Generalizada (DAG)

O distúrbio de ansiedade generalizada é um termo clínico associado à


ansiedade geral ou não específica. Ao contrário de crianças com fobias
específicas, crianças com o distúrbio de ansiedade generalizada se
preocupam com uma grande variedade de acontecimentos ou atividades,
como desempenho acadêmico, aparência física e interações sociais.
Crianças com DAG muitas vezes ficam tensas ou nervosas. Algumas
podem precisar de muito apoio, sendo que as preocupações podem
interferir em suas atividades. Adolescentes muitas vezes sabem que suas
preocupações são irrealistas e inapropriadas. Um ponto importante para o
diagnóstico é saber o que é uma ansiedade normal para uma determinada
fase do desenvolvimento de uma criança. Além de ter dificuldade para
controlar as preocupações, uma criança com distúrbio de ansiedade
generalizada pode sofrer de:
* inquietação ou sensação de estar agitada ou no limite
* propensão para cansar-se
* esquecimento ou dificuldade de concentração
* irritabilidade
* tensão muscular
* reclamações físicas freqüentes
* problemas de sono (dificuldade para adormecer ou continuar
dormindo ou sono agitado e que não satisfaz)
 Distúrbio Oposicionista-Desafiador (DOD)

Crianças com esse tipo de distúrbio (DOD) demonstram um padrão de


comportamento negativo, hostil e desafiador. Os sintomas incluem:
* perder o controle
* discutir freqüentemente com adultos
* freqüentemente desafiar de forma ativa ou recusar-se a atender aos
pedidos ou às regras dos adultos
* perturbar deliberadamente uma pessoa
* culpar freqüentemente os outros por seus erros ou comportamentos
errados
* freqüentemente estar sensível ou ser irritado facilmente pelos outros
* estar muitas vezes bravo ou ressentido
* ser muitas vezes cruel e vingativo

 Transtorno de Déficit de Atenção / Hiperatividade (TDAH)

As principais características do TDAH são a desatenção, a


hiperatividade e a impulsividade. Embora muitas crianças possam
demonstrar alguns desses sintomas num determinado dia, a criança com
TDAH demonstrará consistentemente muitos ou a maioria deles antes dos
sete anos de idade, num grau que indica má adaptação e inconsistência
com seu nível mental em mais de uma situação. Exemplos dos principais
sintomas do TDAH são descritos a seguir:
* Desatenção – dificuldade em manter-se atenta, parece não ouvir
quando se fala diretamente com ela, muitas vezes tem dificuldades par
organizar tarefas e atividades, freqüentemente perde algo necessário para
tarefas ou atividades, distrair-se facilmente das atividades no ambiente ou
esquece com freqüência das atividades cotidianas.
* Hiperatividade – muitas vezes fica mexendo as mãos ou os pés,
mesmo em seu lugar fica se mexendo, corre ou escala excessivamente em
situações em que isso é inadequado, está freqüentemente “de saída” ou
age como se “estivesse sempre a mil” ou muitas vezes fala
excessivamente.
* Impulsividade – adianta as respostas antes de as perguntas serem
terminadas, muitas vezes tem dificuldades para esperar sua vez,
interrompe ou intromete-se frequentemente com os outros.

ESTRESSE EMOCIONAL
O homem faz parte biologicamente de um conjunto de seres vivos –
que vai do organismo monocelular, o mais elementar, passando por outros
animais, ao topo da evolução.
Para sobreviver, todo ser deve vencer a luta que o opõe a seu meio, a
seus congêneres e às espécies. A derrota é um sinônimo de morte e o
sucesso significa crescimento e evolução.
Para o homem, superar seus desafios constitui uma motivação essencial
para viver e se desenvolver. Somos motivados pela necessidade de
dominar os desafios do cotidiano e, para evoluir, recebemos
constantemente do meio, informações sensoriais – as emoções. A
superação de um desafio é uma fonte de satisfação, e gera sensação de
bem-estar.
Os desafios estão aí, cada vez maiores. É preciso enfrentá-los sem
expor a nossa saúde. Quando o desafio torna-se insuperável, para
sobrevivermos, necessitamos que um sistema de defesa intervenha.
Quando não há saída, o equilíbrio é rompido e a doença se instala.
Hoje a palavra estresse é das mais ouvidas – estresse, estressado,
estressante – se para alguns é algo externo, distante, para muitas empresas
trata-se de um problema. No plano pessoal, as pessoas queixam-se de
“nervosismo”, “dores por todo corpo”, “cansaço permanente”,
“desânimo”, “exaustão”, “palpitações”, “queda do desejo sexual”,
“queimação no peito”, “sufocamento”, etc. Observe à sua volta. Quem,
das suas relações, não tem se queixado de andar “estressado” ou de fazer
alguma coisa estressante? O estresse permanente, através de suas reações,
provoca uma redução da capacidade para enfrentar os desafios do
cotidiano.

Breve História do Estresse

O conceito de estresse evoluiu muito ao longo da história da


civilização. No início da era clássica, Heráclito foi o primeiro a sugerir
que um estado estático, sem alteração, não era a condição natural. Pelo
contrário, a capacidade de submeter-se à alteração constante, esta sim, era
intrínseca a todas as coisas.
Pouco depois, Empédocles propôs a idéia decorrente de que tudo
consistia em elementos e qualidades, em uma oposição dinâmica ou
aliança, e que o equilíbrio ou a harmonia era a condição necessária para a
sobrevivência dos organismos vivos. Cem anos depois, Hipócrates igualou
a saúde ao equilíbrio harmonioso dos elementos, e a doença, a uma
desarmonia sistemática destes elementos.
Os termos discrasia (uma mistura defeituosa dos elementos) e
idiossincrasia (uma mistura própria dos elementos) são derivados do
conceito hipocrático de saúde e doença. Hipócrates sugeriu que as forças
perturbadoras que produziam a desarmonia derivam de fontes naturais e
não sobrenaturais, assim como as forças de equilíbrio ou adaptativas.
Seguindo essa linha de raciocínio, introduziu o conceito de que a
“natureza é a cura de doenças”, uma noção mais tarde endossada pelos
romanos quando se referiam às forças de equilíbrio.
Nesse ínterim, Epicuro sugeriu que a mente poderia ser um dos fatores
que influenciam as forças de cicatrização e escreveu que a ataraxia ou
“imperturbabilidade da mente”, representava um estado particularmente
desejável.
Nos anos da Renascença, Thomas Sydenham entendeu o conceito
hipocrático de doença como uma desarmonia sistemática, trazida à tona
por forças perturbadoras, quando sugeriu que uma resposta adaptativa a
essas forças poderia, ela própria, produzir alterações patológicas.
No século XIX, Claude Bernard ampliou a noção de harmonia ou
estado de estabilidade, ao introduzir o conceito de meio interno, ou
princípio do equilíbrio fisiológico interno dinâmico. Foi Walter Cannon,
posteriormente, que cunhou o termo homeostasia, estendendo o alcance do
conceito a parâmetros tanto emocionais quanto físicos. Cannon também
descreveu a reação de luta ou de fuga e associou a resposta adaptativa ao
estresse com a secreção de hormônios e suas ações.
Na década de 1930, Hans Selye tomou emprestado à física o termo
estresse e o utilizou para expressar as ações mútuas de força que têm lugar
através de qualquer seção do corpo. Propôs que uma constelação de
eventos psicológicos estereotipados e fisiológicos, ocorrendo em pacientes
gravemente doentes, representava a consequência de uma ampliação
grave, prolongada, das respostas adaptativas.
Referiu-se a este estado como Síndrome Geral de Adaptação ou Reação
de Estresse, redefinindo o conceito de Sydenham de doenças de
adaptação.

Impacto Biológico

Normalmente não damos a devida importância ao nosso corpo. Não


pensamos no funcionamento de seus principais sistemas, nem na forma
como são integrados ou controlados.
Durante muito tempo ignorou-se que o sangue circulava sob pressão, e
não se sabia direito o que se passava nos pulmões. O funcionamento do
cérebro e o do sistema nervoso era misterioso. Aliás, a despeito dos
avanços científicos, em grande parte continua sendo.
Ao longo dos últimos cem anos, as pesquisas esclareceram vários
desses mistérios e evidenciaram o papel dos diversos órgãos e sistemas,
assim como a forma como controlam e coordenam. Tornou-se evidente
que todo ser vivo deva ter um sistema de controle que lhe permita
transformar sua alimentação em energia, de se reproduzir, de garantir o
desenvolvimento de seus embriões e de sobreviver em um meio hostil.
Nos últimos anos, as pesquisas sobre o funcionamento da célula e sua
membrana permitiram compreender melhor como o cérebro transmite a
emoção para todo o corpo, como ela se evidencia e como é registrada.
Somos constituídos de vários conjuntos de células muito específicas, a
maioria com uma única função. Elas são reagrupadas em sistemas
encarregados de assegurar a circulação de sangue, a produção de
hormônios, o deslocamento do corpo.
É preciso que todas essas atividades sejam coordenadas para funcionar
harmonicamente. Além disso, é necessário um sistema de supervisão para
garantir a atividade corporal e para enfrentar as adversidades, assim como
um sistema de manutenção. Precisamos então atentar para os impactos em
nosso corpo gerados pelo estresse do cotidiano cujas manifestações são as
mais diversas.

O Que é Estresse?

O estresse é uma estimulação pontual – agressiva ou não – que produz


um conjunto de reações no organismo, implicando respostas neuronais,
neuroendócrinas, metabólicas e comportamentais. Essas respostas se
organizam na Síndrome Geral de Adaptação ao Estresse, o que permite ao
organismo adaptar-se para enfrentar o agente estressor, ou seja, qualquer
nova situação. Toda a sensação que coloca o corpo em estado de alerta,
um pensamento que seja, torna o indivíduo mais vigilante, provoca
aceleração da respiração e da circulação, além de aumentar o
metabolismo, a secreção de hormônios e de neurotransmissores.
Diante de tal situação o indivíduo se prepara para lutar ou fugir. Trata-
se de um mecanismo de sobrevivência. É a reação ao estresse, uma
resposta global do organismo, independentemente da natureza e da causa
da agressão. De fato, todo agente estressor, físico ou psicológico,
agradável ou não, provoca uma resposta global do corpo, idêntica e
estereotipada: reação dos sistemas nervoso, endócrino, orgânico, vascular,
muscular, etc.
A reação ao estresse é, em princípio, normal, positiva, que visa
mobilizar o potencial de ação do corpo. Mas a sua intensidade e, e
sobretudo, a sua duração conduzem ao esgotamento e à doença.
O estresse não é um fenômeno recente. Sempre existiu. Nas sociedades
primitivas o homem era confrontado com perigos físicos. Ele luta ou fugia
e despendia a energia mobilizada e acumulada em seu organismo. Nas
sociedades modernas, o homem é submetido permanentemente a situações
estressantes as quais, por diversas razões, algumas de natureza social, não
pode reagir. Toda essa emoção acumulada gera alterações fisiológicas. A
resposta a essas “agressões emocionais” depende muito mais de nossa
maneira de interpretá-las e de nos adaptar e a elas do que das próprias
agressões em si. Ora, se não é possível transformar o meio à nossa volta,
há como compensar as conseqüências físicas do estresse, preservar o
equilíbrio interior e, por conseqüência, o nosso grande capital, que é a
saúde.

Reconhecendo o Agente Estressor

A resposta do organismo ao agente estressor põe em jogo uma estrutura


formada pelo córtex cerebral, cérebro emocional, nervos do sistema
nervoso autônomo e o sistema endócrino. Estes captam o estresse do meio
ou aquele produzido pelo próprio corpo, por exemplo, a partir de
pensamentos negativos, de acordo com três fases:
- recepção de agente estressor pelos órgãos sensoriais e suas
inervações;
- programação da reação ao estresse ao nível do córtex e sistema
límbico, que utilizam a memória de experiências passadas, a fiam de
elaborar uma resposta adaptada;
- início da resposta do organismo via cérebro emocional-hipotálamo
que ativa o sistema simpático e as glândulas adrenais.
FONTE: URURAHY, G.; ALBERT, É. O cérebro emocional. Rio de Janeiro: Rocco, 2005, p. 43.

Quais as Principais Causas do Estresse?

Suas causas devem ser procuradas em tudo o que modifica as


condições de existência. A lista é longa. Também é importante
hierarquizar essas causas, o que é muito difícil, por que cada indivíduo
reage de maneira diferente. E, o que é mais complicado, um mesmo fator
de estresse pode variar de acordo com o momento (por exemplo, à noite,
quando uma pessoa está exausta e se prepara para dormir, pode se
estressar diante de um problema profissional, mas se sentirá estimulada e
talvez o administre melhor em outra ocasião).
O ideal é que cada um procure as causas que lhe são próprias. Mas,
para que este exercício seja realmente proveitoso, é bom registrar por
escrito as observações sobre o estresse vivido. Esse método tem a
vantagem de assegurar o registro de eventos importantes do ponto de vista
do estresse e, ainda, de fornecer material de análise por um longo período.
Nesse ponto, é bom lembrar, a memória deforma e seleciona
subjetivamente.
Nesse sentido, são esclarecedores alguns estudos feitos em empresas
brasileiras e estrangeiras. Elas apontam como uma das principais causas
do estresse os conflitos entre as pessoas e não, como muitos acreditam a
quantidade excessiva de trabalho ou o telefone que toca sem parar.
Reagimos aos agentes estressores, em função de inúmeras variáveis. As
mais comuns são:
Causas Físicas: fome, sede, condições climáticas, poluição, barulho,
excesso de trabalho, cansaço, perturbações dos ritmos biológicos,
desequilíbrios alimentares, constituição física, hereditariedade.
Causas psíquicas: personalidade, histórico de doenças, estilo de vida,
educação recebida, afetividade do meio, maneira pessoal de perceber o
mundo e de reagir.
É possível, que o indivíduo consiga se estressar sozinho, e é o que
ocorre na maioria dos casos. O acontecimento exterior é apenas o fator
desencadeador do estresse. Toda a seqüência do processo deve ser
pesquisada no íntimo da própria pessoa. Muito freqüentemente, o estresse
tem a sua origem numa avaliação inadequada da realidade; sempre que os
nossos desejos entram em choque com ela, há uma situação estressante.
Os especialistas falam então de distorções cognitivas. Essa distância entre
o que é e o que se acredita ver, ou o que se gostaria de ver é o principal
amplificador do estresse.
O estresse excessivo, diante das exigências e tensões da vida, se traduz
em nosso corpo em bloqueios, desequilíbrios, dores, insônia e doenças.
Como citado, o hipotálamo situado no cérebro emocional regula o
funcionamento do sistema nervoso simpático, comanda as reações do
sistema endócrino por intermédio da hipófise e determina a somatização
das emoções. Sabemos que os pensamentos e as emoções influenciam o
corpo e vice-versa. Assim, os sintomas físicos do estresse nada mais são
que a transferência, para o corpo, de um conflito de natureza emocional.
Pode-se listar três categorias de sintomas considerados como indicação de
estresse:
Emocionais: insatisfação, tristeza, apatia, ansiedade, falta de
autoconfiança, irritabilidade, desconfiança, arrogância, agressividade,
revolta, raiva, fadiga intelectual, dificuldade de concentração.
Comportamentais: isolamentos, distanciamento do trabalho e de
responsabilidades; excesso de toda ordem: álcool, fumo drogas;
separações conjugais; dificuldade para gerenciar a própria vida: cuidar de
si, dos seus entes e de seus bens.
Físicos: fadiga, insônia, dores generalizadas, distúrbios digestivos,
alterações circulatórias, esgotamento físico, doenças freqüentes.
O estresse se manifesta através de sintomas que, algumas vezes, se
traduzem em estímulos e, outras, em aborrecimentos. Um estresse mal-
administrado contribui, portanto, para degradar a qualidade de vida de um
indivíduo. Podemos destacar quatro grandes registros de sintomas: a
relação com os outros, a tensão física e psicológica, a queda da capacidade
intelectual e as perturbações do sono, acompanhadas de fadiga.
O estresse atua como bola de neve. Tem efeito contaminador, pois se
transmite de um meio para outro com muita facilidade. É comum que o
estresse vivido por um executivo no trabalho acabe se transferindo para a
casa e deteriorando a suas relações familiares e vice-versa.
A instabilidade dos casamentos na sociedade contemporânea tem uma
estreita relação com o estresse da vida cotidiana. Uma prevenção poderá
ajudar os casais a gerenciar melhor as situações de estresse e a melhorar a
convivência. No Brasil, menos de um terço dos casamentos termina em
divórcio, para um índice um pouco menos elevado (36%) do que na Suíça.
Nos EUA, a separação atinge entre 50% e 66% dos casais. Cresce
exponencialmente o número de divórcios, que está se banalizando no
mundo moderno. Mesmo assim, o casamento, apesar do que parece,
sobrevive aos conflitos. Casar continua atrativo, tanto entre os novatos
quanto entre os reincidentes.
Entre 75% e 83% dos divorciados partem para a segunda ou terceira
tentativa de casamento. E isso apesar de uma taxa de divórcio ainda mais
acentuada entre os que tornaram a se casar. Os casamentos entre solteiros
ocorrem em 66% dos casos, indicando que, de uma forma ou outra, esta
forma de união ainda seduz. De fato, as estatísticas demonstram que 95%
dos americanos se casam ao longo da vida. Essa taxa é quase idêntica na
França e na Alemanha, onde 63% das mulheres e 70% dos homens entre
20 e 60 anos costumam se casar.
Se a tendência ao casamento ou a manter uma relação íntima é muito
forte nos dias atuais, suas dissoluções são mais impactantes na vida das
pessoas. Aproximadamente 20% dos divorciados consideram essa solução
como uma porta para a liberdade. A maioria, ao contrário, sofre
enormemente. Além disso, entre os que se separam, constatam-se riscos
elevados de alterações psíquicas ou psicossomáticas, como sono agitado,
problemas sexuais, abuso de álcool ou de consumo de drogas, assim como
uma probabilidade acentuada de suicídio. As conseqüências sobre os
filhos também podem ser dramáticas. Há algum tempo a psicologia do
estresse estuda esse tema e tenta mostrar o seu papel e sua gestão na vida
do casal.
(…) Durante o ano de 1993, na Alemanha, foi realizado um estudo visando a melhor
compreender as conseqüências do estresse e sua gestão vis-à-vis relação conjugal.
Como o estresse influência à interação do casal? Como gerenciar o estresse no plano
individual e em conjunto? Quais são as conseqüências em longo prazo de um estresse
elevado no cotidiano?
As respostas a estas perguntas foram baseadas em questionários preenchidos um ano
após o primeiro encontro e revelam a experiência do cotidiano das pessoas. A amostra
era composta de 70 casais germânicos, com nível universitário e idade média de 30
anos. A duração média da relação era de sete anos. A metade dos indivíduos era
formalmente casada e 50% vivam juntos.

Para os autores Ururahy e Albert, os resultados das análises


evidenciaram que o estresse, vivido no relacionamento íntimo e oriundo
dos desgastes cotidianos, deteriora a satisfação do casal. Durante a
experiência, foram constadas diferenças significativas na interação dos
cônjuges antes e após o início do estresse. Na comunicação entre os
casais, evidenciava-se uma diminuição de observações positivas e um
aumento de colocações negativas. A valorização do parceiro diminui de
40% em situação de estresse.
Entretanto, esta situação pode ser controlada por uma gestão adequada.
Os casais que, por exemplo, procuraram relativizar os problemas, evitando
se alterar, conseguiram reduzir sensivelmente seus efeitos negativos.
Observou-se que estes tentavam mais freqüentemente administrar o
estresse em comum, apoiando-se mutuamente na busca do equilíbrio
emocional.
Aqueles que, por outro lado, não mantiveram a calma e foram pródigos
em fazer comentários desagradáveis entre si, mesmo sem verbalizar,
apresentavam baixa interação. Constatou-se que a comunicação destas
pessoas era hostil, sarcástica e deletéria. Ficou provado, portanto, que o
estresse influencia na interação do casal quando sua gestão individual é
inadequada.
Outro item do estudo revelou que os casais pouco interativos
respondiam aos chamados verbais do parceiro em 46% dos casos,
enquanto os mais comunicativos em 54%. A probabilidade de receber um
apoio emocional do parceiro era o sobro nos casais felizes.
Em quase todos os tipos de enfermidades, foi possível demonstrar que
a multiplicação dos acontecimentos da vida, isto é, a importância das
mudanças a que um grupo e indivíduos e submetido, tem relação com o
aumento do risco de futura eclosão da doença. Entre outros fatores
(genético, por exemplo) o estresse é um dos principais responsáveis pela
irrupção e prolongamento de doenças de diagnósticos às vezes difícil, para
a maior parte dos médicos, sejam elas somáticas, sejam psíquicas.
A chamada, Síndrome Geral de Adaptação, é uma resposta do
organismo elaborada pelo córtex cerebral e sistema límbico (cérebro
emocional). É transmitida ao sistema nervoso simpático, que estimulará
todos os órgãos envolvidos na reação através da libertação de
noradrenalina, e ao sistema neuroendócrino (hipotálamo, fibra nervosa do
sistema simpático e medula da glândula adrenal), Concomitantemente, as
ações do sistema parassimpático atuam para frear as ações do sistema
simpático. Logo, sempre que somos “agredidos” por um agente estressor,
a Síndrome Geral de Adaptação se desenvolve em três tempos sucessivos:

No Tempo 1 – A Reação de Alarme corresponde ao momento em que o


indivíduo se conscientiza do perigo ou da ameaça. Nesse momento, o
neurotransmissor utilizado para estimular os órgãos de defesa (aparelho
cardiovascular, pulmões, fígado, músculos, sistema imunológico) é a
noradrenalina, que se serve do sistema nervoso simpático. Já o hormônio
gerado na corrente sanguínea pelas glândulas adrenais e a adrenalina (o
primeiro hormônio do estresse).

FONTE: URURAHY, G.; ALBERT, É. O cérebro emocional. Rio de Janeiro: Rocco, 2005, p. 48.

Os efeitos da adrenalina e da noradrenalina sobre os órgãos que


participam da defesa do organismo face ao estresse são:
Efeitos cardiovasculares e respiratórios:

- elevação da pressão arterial;


- elevação do ritmo cardíaco (taquicardia) e redistribuição da irrigação
sanguínea por um mecanismo de vasodilatação e vasoconstrição em favor
dos órgãos de defesa (músculos, cérebro etc.) e em detrimento de outras
vísceras e da pele. Isso favorece o aporte de oxigênio e de glicose
(energia) aos órgãos que participam da reação de luta ou fuga;
- elevação do ritmo respiratório e dilatação dos brônquios para
aumentar o aporte de oxigênio e a eliminação de CO2;
- contração do baço sob o efeito da adrenalina para aumentar a
quantidade de glóbulos vermelhos (que transporta o oxigênio no sangue) e
outros elementos que participam da coagulação sanguínea, para evitar
hemorragias;
- o sistema imunológico é ativado e o nível de células de defesa
(leucócitos e linfócitos) aumentam na circulação.
A multiplicação dos efeitos do estresse que ocorrem simultaneamente
em nosso organismo é enorme. Essas reações aumentam no dia-a-dia das
pessoas, pois o estresse é cada vez mais intenso, exigindo sempre novas
adaptações às mudanças e às emoções negativas do meio.

Efeitos metabólicos:
- elevação e transformação do glicogênio em glicose (açúcar) nos
músculos e no fígado e aumentos da utilização da glicose pelo cérebro,
portanto aumento dos níveis de açúcar no sangue;
- aumento do colesterol circulante pela elevação da degradação das
gorduras no tecido gorduroso, para produzir energia (a gordura é lançada
na circulação sanguínea);
- elevação da produção de noradrenalina, acetilcolina, adrenalina e
redução da sua destruição.

Efeitos cerebrais:
- ativação da noradrenalina a fim de aumentar a vigilância;
- liberação de endorfinas que têm função analgésica (evita a dor física
decorrente de um eventual trauma);

Outros efeitos:
- relaxamento da musculatura da bexiga (redução da vontade de urinar)
e redução do peristaltismo (movimento intestinal);
- dilatação da pupila (melhora na visão na distância e na obscuridade).

Assim, nosso organismo está pronto para lutar ou fugir. Desaparecendo


a ameaça ou o agente estressor, todas essas alterações desaparecem ou
regridem e a reação de alarme é interrompida. Esta é a resposta do corpo
ao estresse agudo.

FONTE: URURAHY, G.; ALBERT, É. O cérebro emocional. Rio de Janeiro: Rocco, 2005, p. 50.

O estresse agudo, mais ou menos violento, tem curta duração. Pode ser
produto de uma discussão no trabalho, de uma briga com o cônjuge, um
medo ou uma emoção intensa. Ou mesmo o susto com o toque súbito do
telefone.
Os órgãos sensoriais enviam todas as informações ao cérebro. O
hipotálamo age através do sistema nervoso autônomo e, para isso,
comanda a secreção de diferentes hormônios que vão ativar diferentes
órgãos. A reação de estresse se inicia, e o corpo se coloca em estado de
defesa: batimentos cardíacos se aceleram, os brônquios se dilatam para
entrada de mais oxigênio, as pupilas se dilatam e o fígado envia mais
glicogênio para os músculos, fornecendo mais energia.
Por outro lado, se o organismo permanecer continuamente submetido
ao agente estressor necessariamente manterá o seu esforço de adaptação. É
aí que entra em ação a segunda fase da Síndrome Geral de Adaptação, a
fase de resistência.

No Tempo 2 – ocorre a seqüência da reação de alarme, caso o agente


estressor persista. É baseada na ativação do eixo hipotálamo-hipófise, que
ativa a secreção do cortisol pela região do córtex da glândula adrenal.
Estímulo para a secreção: os neurônios oriundos do hipotálamo
liberam na microcirculação hipotálamo-hipófise o neuro-hormônio HLC,
que estimula as células da hipófise que reagem secretando o ACTH
(hormônio cortiço-estimulante). Este, por sua vez, é liberado na circulação
sanguínea geral ativando a distância as células da glândula adrenal para a
produção do cortisol.

FONTE: URURAHY, G.; ALBERT, É. O cérebro emocional. Rio de Janeiro: Rocco, 2005, p. 51.

Efeitos do cortisol no organismo:


- aumento da reconstituição de reservas no fígado (transformação das
proteínas para produção de glicose – açúcar);
- diminuição do consumo de açúcar na pele e órgãos;
- inibição do sistema imunológico;
- estímulo do centro da fome no cérebro gerando o aumento do apetite;
- estímulo à mucosa do estômago à produção de ácido clorídrico;
- bloqueio da ação da insulina para consumo da glicose;
- predisposição à depressão.

Em suma, o cortisol mantém a produção de glicose em um nível


elevado a fim de responder às necessidades de médio prazo dos músculos,
do cérebro e do coração. Continuando a ameaça pelos agentes estressores,
o organismo parte para a fase de esgotamento.

O Tempo 3 da Síndrome Geral de Adaptação ou fase de esgotamento e


surgimento das doenças. Nesta etapa, o estresse torna-se crônico, ou seja,
a exposição é prolongada ou repetida ao agente estressor, as capacidades
enérgicas do organismo se esgotam, o percentual de glicose circulante cai
e as células não são mais nutridas corretamente. Como a produção de
cortisol permanece elevada, as ações do sistema imunológico ficam
reduzidas, além de estimular a elevação do colesterol sanguíneo. Assim,
as possibilidades do organismo são ultrapassadas, o esgotamento se
estabelece e as doenças surgem.

Os Perigos da Reação de Estresse

A repetição incessante e contínua da liberação na corrente sanguínea


dos hormônios gerados pelo estresse crônico determinará o
desenvolvimento de sintomas, que vão desde os ligeiros incômodos até a
morte súbita. Desse prolongamento da reação do estresse advêm o
esgotamento das células nervosas que fabricam a noradrenalina e a
hipersensibilidade anormal gerada por agentes estressores.
O esgotamento da noradrenalina – a adrenalina produzida pela medula
da glândula adrenal se esgotaria somente diante de fatos excepcionais, o
que não representaria um grande problema. Já a noradrenalina, que
participa da reação ao estresse de maneira essencial, é produzida, face à
menor emoção, pelas células nervosas do cérebro. É necessário que, entre
duas descargas, essas células reconstituam seus estoques. Se trabalharem
sem repouso, podem entrar em colapso.
Esse fenômeno poderia, hipoteticamente, explicar a fadiga crônica em
pacientes constantemente estressados. Em certos casos, a repetição do
estresse não esgota diretamente as reservas de noradrenalina, mas torna o
indivíduo mais vulnerável aos agentes estressores: um pequeno esbarrão,
por exemplo, pode provocar reações intempestivas e exageradas, em
determinada pessoa. Chama-se a esse fenômeno de sensibilização, isto é,
hipersensibilidade anormal às diversas incitações.
No entanto, essa definição não explica por que, diante de um mesmo
acontecimento, alguns indivíduos reagem bem, enquanto outros o
vivenciam de maneira negativa. Além disso, não se leva em conta os
aspectos psíquicos do estresse, apresentando-o quase como uma reação
mecânica, automática. Ocorre que os homens são “máquinas” com reações
complexas. Os aspectos afetivos e as representações mentais são
essenciais para se entender isso.
A definição do estresse como resposta a um acontecimento exterior
nem sempre leva às melhores conclusões. Trata-se de uma definição
frágil. Ora, sendo o estresse uma reação ao meio, então não haveria nada a
se fazer, senão suportá-lo. Ou então modificar o meio, o que,
convenhamos, em alguns casos é impossível.
O estresse, na verdade, é produzido cada vez que o indivíduo se depara
com a iminência de enfrentar um novo ambiente e consiste, em primeira
instância, em fenômeno de adaptação à mudança. Essa mudança de
ambiente pode, é claro, ser muito importante (uma morte), ou de pequena
monta (um telefone que toca, uma luz que se acende e se apaga); pode ser
negativa (um aviso prévio de demissão) como positiva (uma promoção).
Evidentemente os grandes eventos, por definição, provocam maior
dificuldade de adaptação e, portanto, mais estresse. Mas é bom não
subestimar as miudezas da vida: quando muito repetidas estas também
podem se transformar em enormes dificuldades.
O coping, ou como evidenciar nossas especificidades em relação ao
estresse – temos maneiras muito diferentes de encarar um mesmo fator de
estresse. A esse modo de reagir, os pesquisadores anglo-saxões chamam
de coping. O essencial no coping é o custo envolvido no esforço de
adaptação, que pode ser fisiológico, mas também na forma de um desgaste
nas relações interpessoais – ou mesmo físico. Se, diante de um impasse, a
preocupação é tanta que gera perda na concentração ou perturbações no
sono, o custo é psíquico. Já o custo fisiológico está diretamente ligado à
maneira que cada um lida com os agentes estressores e á idéia que tem da
situação. Se o indivíduo se considera habilitado para enfrentar
determinado problema, o impacto fisiológico será um; caso se julgue
impossibilitado de agir, será outro.
Os custos da adaptação vão se acumulando. Com isso, sem se dar
conta, o indivíduo vai esgotando o seu capital de recursos para minimizar
os efeitos do estresse. Quando ele efetivamente acaba, não tem mais como
se adaptar e é nesse momento que o estresse é vivenciado de forma
sofrida, tornando-se mais prejudicial à saúde.
FONTE: URURAHY, G.; ALBERT, É. O cérebro emocional. Rio de Janeiro: Rocco, 2005, p. 54.

Definindo o estresse, atentamos para o seu mecanismo. Como se reage


a determinada situação? A necessidade de se adaptar cria uma emoção que
se traduz em sintomas que se reforçam mutuamente, O indivíduo entrará
num círculo vicioso: pensamentos irracionais acentuam sinais físicos que,
por sua voz, induzem a pensamentos irracionais.
Ao nível da vontade, podemos atuar para minimizar os efeitos
negativos do estresse de duas maneiras: racionalizar ou reorganizar as
idéias e aprender a relaxar, a fim de controlar com mais eficiência os
sinais físicas que, freqüentemente, acompanham os pensamentos
irracionais.

FONTE: URURAHY, G.; ALBERT, É. O cérebro emocional. Rio de Janeiro: Rocco, 2005, p. 54.

A reação do nosso organismo em função do excesso de produção de


cortisol possui as seguintes manifestações decorrentes:
Proteínas:
- aumento da destruição de proteínas;
- diminuição da massa muscular.

Carboidratos:
- aumento da produção de glicose;
- aumento da destruição e glicose;
- diminuição de receptores de insulina;
- diminuição da utilização de glicose pelos tecidos.

Lipídios:
- aumento de lípase na circulação;
- aumento de lipídeos no sangue;
- redistribuição da gordura corporal.

Células Sangüíneas:
- diminuição das defesas do organismo, por diminuição dos glóbulos
brancos;
- aumento da coagulação, formação de trombos.

Sistema Imunológico:
- diminuição da síntese de anticorpos;
- alergia, asma.

Sistema Nervoso Central:


- aumento da depressão, ansiedade e outros;
- manifestações psíquicas/comportamentais;
- aumento da destruição de células relacionadas à memória.

Sistema Músculoesquelético:
- atrofia e astenia musculares;

Tecido Ósseo/Articulações:
- compete com a vitamina D impedindo a absorção de cálcio, gerando
osteoporose;
- reumatismo;

Sistema Cardiovascular:
- aumento dos efeitos da adrenalina e da coagulação sanguínea,
favorecendo o desenvolvimento de trombos.
Aparelho Digestivo:
- no estômago, aumento da secreção de ácido clorídrico;
- diminuição do muco protetor intestinal.

Olhos:
- aumento da pressão intra-ocular.

Testículos/Ovários/Adrenal em Mulheres:
- diminuição da produção de testosterona com queda da libido e
desenvolvimento da frigidez.

E as manifestações no corpo quando exposto a altos níveis de


adrenalina são:

Cérebro:
- uma injeção de adrenalina acarreta uma reação de estresse intenso
com sentimento imediato de ansiedade.

Coração:
- aumento da freqüência cardíaca;
- aumento da pressão arterial;
- aumento da contração.

Vasos Sanguíneos:
- redução dos calibres com conseqüente queda da oxigenação dos
tecidos (altas doses).

Sangue:
- aumento da concentração de glicose pela estimulação da produção
pelo fígado;
- aumento da destruição da gordura armazenada no corpo com aumento
da gordura circulante, com conseqüente aumento do colesterol;

Aparelho Digestivo:
- diminuição do peristaltismo do intestino e estômago.

Pâncreas:
- diminuição da secreção de insulina;

Pulmões:
- dilatação crônica dos brônquios, o que facilita as afecções por vírus,
bactérias, bacilos.

As manifestações físicas mais comuns, tendo o estresse crônico como


fator desencadeador, são:

Sistema Cardiovascular:
- infarto do miocárdio;
- arritmia;
- hipertensão arterial.

Cérebro:
- depressão e ansiedade;
- diminuição da memória;
- aterosclerose de vasos cerebrais;
- acidente vascular hemorrágico/isquêmico.

Aparelho Digestivo:
- úlceras;
- gastrites;
- doenças inflamatórias;
- colites;
-diarréia crônica.

Pele e Anexos:
- envelhecimento precoce;
- rush cutâneo;
- lesões urticariformes;
- queda de cabelo;
- psoríase;
- micoses.

Órgãos Sexuais:
- impotência e frigidez.

Tecido Ósseo:
- osteoporose;
- peso corporal;
- distúrbio metabólico;
Câncer:
- face à diminuição da imunidade provocada pelos níveis de cortisol
circulante.

No Corpo como um Todo:


- fadiga crônica;
- dores generalizadas.

Uma das características do estresse é a sua individualidade. Varia em


função da hereditariedade e do estilo de vida de cada pessoa. Cada um de
nós tem o seu órgão-alvo, o mais frágil, o que explica porque os sintomas
e as doenças decorrentes do estresse são diferentes de uma pessoa para
outra. O estresse é individual em todos os sentidos, tanto na forma como
cada um reage ao agente estressor, como na maneira de se manifestar no
corpo. Muitas vezes, é de difícil diagnóstico.
Assim, submetido a um estresse crônico, constante e duradouro, o
executivo está sujeito a desenvolver doença de origem emocional, como a
depressão; ou física, como a hipertensão arterial, a obesidade, a elevação
das gorduras sanguíneas (colesterol e triglicerídeos), diabetes e suas
complicações decorrentes (infarto agudo do miocárdio, acidente vascular
cerebral, diminuição da libido e da imunidade, etc.). Além disso, o que é
mais comum, desenvolve doenças associadas ou potencializa outras: um
mesmo indivíduo, por exemplo, pode ser simultaneamente diabético,
hipertenso, obeso e com níveis de colesterol e triglicerídeos elevados.
Com o excesso de cortisol e de adrenalina secretados constantemente
pelas glândulas adrenais, o físico sobre e o cérebro passa a ser vítima e
algoz de si mesmo. Por trás de tudo está o estresse crônico.
FONTE: URURAHY, G.; ALBERT, É. O cérebro emocional. Rio de Janeiro: Rocco, 2005, p. 59.

O estresse prolongado inibe o nascimento de novos neurônios no


hipocampo do organismo adulto. De fato, uma elevação leve dos níveis de
glicocorticóides facilita o processo pela qual as sinapses do neocórtex e do
hipocampo se tornam mais sensíveis aos sinais do glutamato, a
potencialização de longo prazo que é à base do aprendizado.
Uma elevação desse nível também facilita a potencialização de longo
prazo no hipocampo. Finalmente, há alguns mecanismos obscuros pelos
quais o estresse moderado, de curto prazo, torna os receptores sensoriais
mais sensíveis. Papilas gustativas, receptores olfativos e células cocleares
do ouvido exigem menos estimulação, sob o estresse moderado, para ficar
excitados e transmitir informação para o cérebro.
Agora, podemos ver como a formação e a recuperação das memórias
podem ficar desajustadas quando os fatores de estresse são grande ou
prolongados. Vários estudos com ratos de laboratório – usando diferentes
fontes de estresse, como restrição, choque e exposição ao odor de um gato
– mostraram declínio na memória explícita. Um déficit parecido surge
quando doses elevadas de glicocorticóides são administradas a ratos.
Outros aspectos da função cerebral, como a memória implícita, continuam
bem.
O quadro é bastante parecido em humanos. Problemas com a memória
explícita aparecem em pacientes que sofrem de uma doença chamada de
síndrome de Cushing, na qual tumores geram a secreção de toneladas de
glicocorticóides. O tratamento prolongado com a versão sintética dessas
moléculas, que muitas vezes é dada a pessoas que precisam controlar
doenças inflamatórias ou autoimunes, resulta também em problemas com
a memória explícita. A evidência mais clara disso é que apenas alguns
dias de doses altas de glicocorticóides sintéticos bastam para afetar a
memória explícita em voluntários sadios.
Como o estresse prolongado atrapalha a memória dependente do
hipocampo? Uma hierarquia de efeitos foi demonstrada em animais de
laboratório.
Primeiro os neurônios do hipocampo exposto a níveis altos de
glicocorticóides não funcionam mais tão bem. O estresse Poe afetar a
potenciação de longo prazo nessa região cerebral, mesmo na ausência de
glicocorticóides (como num rato em que as glândulas adrenais tinham sido
removidas). A excitação excessiva do sistema nervoso simpático parece
responsável por esse efeito.
Em meados dos anos 80, pesquisadores descobriram os mecanismos
por trás dos problemas causados pelos níveis elevados de glicocorticóides.
O hipocampo tem grandes quantidades de dois tipos de receptores para
essas substâncias. O interessante é que o hormônio se liga com dez vezes
mais facilidade a um desses tipos (o chamado “receptor de grande
afinidade”) do que ao outro. Se os níveis de glicocorticóide subirem só um
pouco, a maior parte do efeito hormonal sobre o hipocampo é mediada por
esse receptor de grande afinidade. Entretanto, o hormônio liberado durante
um evento muito estressante, ativa vários receptores de baixa afinidade. E,
logicamente, o que acontece é que a ativação do receptor de grande
afinidade melhora a potencialização de longo prazo, enquanto o outro
receptor faz o oposto.
Na segunda posição da hierarquia de efeitos, durante eventos muito
estressantes a amígdala envia projeção neural grande e influente para o
hipocampo. A ativação dessa cascata celular parece ser um pré-requisito
para que o estresse atrapalhe as funções do hipocampo. Basta destruir a
amígdala de um rato ou cortar suas conexões com o hipocampo para que o
estresse não dificulte mais o tipo de memória que o hipocampo media,
mesmo em níveis altos de glicocorticóide.
As redes neurais no hipocampo também começam a se desconectar.
Experiências, ainda em ratos, mostraram que depois de poucas semanas de
estresse ou exposição a glicocorticóides excessivos, os cabos de
comunicação celulares conhecidos como dendritos começam a afinar,
atrofiar e se retrair. Por sorte, parece que, no fim desse período, os
neurônios conseguem recuperar essas conexões. As memórias não são
perdidas, só se tornam mais difíceis de acessar.
O estresse prolongado inibe o nascimento de novos neurônios no
hipocampo, um dos dois únicos locais onde, segundo descobertas
recentes, essas células ainda nascem no organismo adulto. Quando o
estresse cessa, a neurogênese se recupera e, se sim, com que rapidez?
Ninguém sabe. E qual a importância de o estresse impedir a neurogênese
adulta? A questão implícita nessa pergunta é a utilidade da neurogênese
adulta. Ainda não há um veredicto sobre isso também.
Se os neurônios do hipocampo sofrem um trauma (como um derrame
ou ataque), o estresse pode torná-los mais suscetíveis à morte. Depois de
cerca de 30 minutos de estresse contínuo, a chegada de glicose ao local
não é mais aumentada e volta aos níveis normais. Se o fator estressante se
mantiver, a chegada de glicose ao cérebro é inibida. Finalmente, alguns
estudos parecem sugerir que os glicocorticóides e o estresse podem até
matar neurônios diretamente, embora os resultados sejam preliminares e
controversos.
Esses achados têm implicações perturbadoras. Cerca de 16 milhões de
receitas médicas de glicocorticóides são prescritas por ano nos EUA. Boa
parte do uso é benigno – um pouco de pomada de hidrocortisona para
alergia, uma injeção da mesma substância para um joelho inchado,
inalação de esteróides para asma. Mas centenas de milhares de pessoas
tomam doses altas de glicocorticóides para suprir o sistema imunológico
em doenças autoimunes (como Aids, lúpus, esclerose múltipla ou artrite
reumatóide). Então, será que deveríamos evitar o uso de glicocorticóides
contra essas doenças para contornar a possibilidade de envelhecimento
acelerado do hipocampo mais tarde? É quase certo que não, essas doenças
são muitas vezes devastadoras, e os glicocorticóides conseguem tratá-las
com eficácia. E provavelmente os problemas de memória sejam um efeito
colateral sombrio e inevitável.
Os neurologistas também usam versões sintéticas dos glicocorticóides
(hidrocortisona, dexametasona ou prednisona) para reduzir o inchaço do
cérebro depois de um derrame. Essas substâncias fazem maravilhas ao
bloquear o edema que surge depois de um tumor cerebral, mas parece que
elas não ajudam muito os edemas pós-derrame. Pior ainda, há evidências
crescentes de que esses famosos antiinflamatórios podem, na verdade, ser
pró-inflamatórios em certas lesões cerebrais. Uma implicação ainda mais
perturbadora desse achado é que o que é considerado níveis comuns de
danos cerebrais depois de um derrame ou de uma convulsão são, na
verdade, piorados pela liberação natural de glicocorticóides, como parte
das respostas do corpo ao estresse nessas situações.
Veja como tudo isso é bizarro e pouco adaptativo. Um leão persegue você, e seu corpo
secreta glicocorticóides, cujo o efeito primário sobre o metabolismo geral é transferir
energia para seus músculos da coxa e melhorar a corrida: bela tática.
Marque o encontro com uma desconhecida, fique nervoso, e você secretará
glicocorticóides que transferem energia, provavelmente irrelevante, para seus
músculos da coxa. Tenha um derrame sério, faça a mesma coisa – e seu dano cerebral
se agravará ainda mais.

Como essas respostas pouco adaptativas surgiram? Segundo Sapolsky,


a explicação mais provável é que o corpo simplesmente não evoluiu a
tendência para não secretar glicocorticóides durante uma crise
neurológica. O processo funciona mais ou menos do mesmo jeito em
todos os mamíferos, pássaros e peixes, e foi só no último meio século que
as versões ocidentalizadas de uma única dessas espécies tiveram alguma
chance de sobreviver a eventos para que a resposta do corpo a lesões
neurológicas maciças se tornasse mais lógica.
Não faz mais que 50 ou 60 anos que consideramos que úlceras, pressão
sangüínea, ou a vida sexual são sensíveis ao estresse. Também
reconhecemos hoje as maneiras pelas quais o estresse interfere em nosso
aprendizado e memória. Sapolsky disse: “O famoso ‘neurocientista’
Woody Allen disse uma vez: ‘Meu cérebro é meu segundo órgão favorito’.
Acho que a maioria de nós colocaria o cérebro numa posição ainda
melhor.”

FATORES TEÓRICOS DE ANÁLISE

Correlaciona-se a maior parte dos sinais iridológicos encontrados com


as áreas cerebrais e as dificuldades de aprendizagem. Como dado
corroborativo, sinais iridológicos encontrados com as glândulas
endócrinas, tireoide, adrenal, hipófise, e como pertencentes do eixo
psicoimunoneuroendocrino.
Seguem gráficos, bem como dados, correlacionados aos achados
iridológicos referentes ás íris estudadas.

METODOLOGIA
Procurou-se investigar os indivíduos, através da história “anamnese”,
colhendo dados relacionados pelo indivíduo, e pelos responsáveis,
procedendo ao exame da íris, estabelecendo a relação dessa história com
áreas cerebrais do Mapa Iridológico, comuns a todos (adultos,
adolescentes e crianças).
Procedeu-se a fotografia dos olhos através do Iridofoto. Os indivíduos
foram escolhidos aleatoriamente, com referências em diversas áreas
comportamentais. O estudo possibilita confrontar todos esses dados com
as “queixas”, porque parece existir uma ligação entre tais áreas cerebrais e
os fenômenos comportamentais apresentados.

CONCLUSÃO

O estudo em questão estabeleceu relação clara entre os achados dos


sinais iridológicos e os fenômenos comportamentais apresentados pelos
indivíduos com dificuldade de aprendizagem, com dados relacionados à
história, laudos e queixas.
Tal trabalho dá indicações de que parece existir, nesses casos, um
comportamento do eixo psicoimunoendócrino, abrindo, um leque de
possibilidades para atuar profilática, preventiva e curativamente,
associando tudo o que de clássico existe, somado a essa nova perspectiva.
Uma vez identificada às áreas cerebrais relacionadas às dificuldades de
aprendizagem e dificuldades comportamentais pode-se proceder aos
cuidados necessários para beneficiar o indivíduo que potencialmente possa
enfrentar tais dificuldades.
Nesse sentido, analisou-se a íris de todos os indivíduos constando-se
que das amostras encontrou-se 62% de área cerebral, da mente inata e
pressão do ego, como área comum. O grupo de amostra constituído por
doze indivíduos de sete a quatorze anos, apresentou sete casos onde
ocorreram registros de sinais na mente inata e pressão do ego, que pelos
achados nos registros de análise são compatíveis com os referidos sinais
iridológicos, denotando a eficácia do método.
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IRISES ANALISADAS NESTA OBRA

1-D

2-TD

3-M
4-M (2)

5-M (3)
6-C

7-L
8-M (4)

9-K

10-H
11-F

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