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DESAFIOS EM
ELETROCARDIOGRAMA
CY

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K
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Desafios em
CM

MY

ELETROCARDIOGRAMA
CY

CMY

Autoras Coordenadoras
Manuela Almeida Viana
Thainá de Lima Quinteiro
E
L
E
DESAFIO Como está o coração?
T
R
O
C
A
R
D
I
O
G Autor Bruno Oliveira Pedreira
R
A
M
A
63 Revisora Thaise Almeida
Médico Revisor Estevão Tavares De Figueiredo

Apresentação do caso clínico

W. D. A. sexo feminino, 87 anos, deu entrada na Unidade de Pronto Atendi-


mento referindo dor epigástrica iniciada há 3 horas, em queimação, intensidade
5/10, associada a parestesia em membro superior direito. Em uso irregular de
medicações para diabetes mellitus tipo 2 e hipertensão arterial sistêmica, po-
rém não soube informar medicamentos. Ao exame físico, Sinais Vitais; PA: 120
x 80 mmHg; pulso radial 103 bpm; FR 18 ipm. Solicitado Monitorização Multipa-
ramétrica, ECG e Marcadores de Necrose Miocárdica. Prescrito 75 mg de Clopi-
dogrel e 300 mg de AAS.

201
Figura 1 - Eletrocardiograma da admissão

Fonte: Arquivo do autor.

Laudo sistematizado (R-E-F-O-C-I-S)


Ritmo Sinusal e Regular
Eixo 30°- Normal
Frequência 56 bpm

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Laudo sistematizado (R-E-F-O-C-I-S)
P: 80 ms ou 2 mm - Normal
Ondas T: invertida em parede anterior ( derivações V2
a V6) e inferior ( D2,D3 e aVF)
Complexo QRS 80 ms - Normal
PR: 120 ms e constante - Normal
Intervalos
QT: Normal
Segmento ST Infradesnivelamento 1mm em V2 a V5

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Qual o diagnóstico mais provável?


2. Quais anormalidades do traçado corroboram com o diagnóstico?
3. Qual é a parede acometida nesse traçado?

*A discussão das questões deste desafio encontra-se na página 476

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Referências

1. Pastore CA, Pinho JA, Pinho C, Samesima N, Pereira-Filho HG, Kruse JCL, et al. III Diretrizes da
Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Análise e Emissão de Laudos Eletrocardiográficos.
Arq Bras Cardiol 2016; 106(4Supl.1):1-23
2. Bonow RO, Mann DL, Zipes DP, Libby P. Braunwald: Tratado de Doenças Cardiovasculares. 9.
ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2013
3. Thaler, Malcom S. ECG essencial: eletrocardiograma na prática diária. 7.ed. Porto Alegre: Art-
med, 2013.
4. GUYTON, ARTHUR C.; HALL, JOHN E. Tratado de fisiologia médica. 12ª edição. Editora ELSE-
VIER, Rio de Janeiro. 2011.
5. Blog Doctor Tipster. Pre-excitation syndromes. Disponível em: < http://www.doctortipster.
com/3796-pre-excitation-syndromes-wolff-parkinson-white-syndrome-and-lown-ganong-
-levine-syndrome-causes-diagnosis-and-treatment.html> Acesso em: 20 de julho de 2018.

63. Como está o coração?

1. Qual o diagnóstico mais provável?

O diagnóstico mais provável é a Síndrome Coronariana Aguda Sem Supra-


desnivelamento do Segmento ST, as alterações presentes no eletrocar-
diograma corroboram para suspeita diagnóstica. Somente após a coleta
seriada/curva de marcadores de necrose miocárdica (MNM) será possível
distinguir entre Angina Instável (não há elevação e/ou queda nos MNM) do
IAM Sem Supra de ST (MNM alterados).

2. Quais anormalidades do traçado corroboram com o diagnóstico?

O traçado eletrocardiográfico é marcado por inversão da onda T difusa-


mente, vale ressaltar que essa inversão é definida pela polaridade contrá-
ria da onda T em relação ao complexo QRS a qual está sucedendo. Essa
alteração, relacionada a uma clínica de angina atípica, pode ser definida
como Isquemia Subepicárdica. Devido ao déficit no aporte de nutrientes
para o miócito ocorre uma alteração na fase de repolarização ventricular
(representada no ECG pela onda T) a qual a depender da região acometida
irá traduzir mudanças na polaridade e/ou morfologia da onda T. Na isque-

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mia subendocárdica a onda T mantém a sua polaridade, todavia apresenta
um aspecto simétrico e pontiagudo. No entanto, a isquemia subepicárdica
é marcada pela inversão da polaridade da onda T, como evidenciado neste
caso clínico.

3. Qual é a parede acometida nesse traçado?

A isquemia subepicárdica está presente acomentendo duas paredes: pare-


de anterior, neste traçado onda T invertida em V2 a V6; parede inferior - D2,
D3 e aVF.

Referências

1. PASTORE, C. A. et al. III Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Análise e Emissão
de Laudos Eletrocardiográficos. Arquivos brasileiros de cardiologia, v. 106, n. 4, p. 1-23, 2016.
2. MAGALHÃES, L. P. et al. II Diretrizes Brasileiras de fibrilação atrial. Arquivos Brasileiros de Car-
diologia, v. 106, n. 4, p. 1-22, 2016.

64. Do lado esquerdo do peito

1. Qual é o provável diagnóstico eletrocardiográfico?

O diagnóstico eletrocardiográfico é a associação de quatro fenômenos que


acometem a estrutura cardíaca: Sobrecarga Ventricular Esquerda (SVE) +
Bloqueio de Ramo Esquerdo (BRE) + Bloqueio Divisional Anterossuperior
Esquerdo (BDAS) + Sobrecarga de Átrio Esquerdo (SAE).

2. Quais são os achados eletrocardiográficos que justificam sua suspeita?

No ECG em estudo temos o eixo, a morfologia e a duração do complexo


QRS fora dos limites da normalidade. O bloqueio de ramo esquerdo (BRE)
é justificado pela duração aumentada do QRS (>120 ms), associada à mor-
fologia de BRE, caracterizada por ondas R alargadas, empastadas e com
entalhes em D1, V5 e V6, padrão rS em V1, V2 e V3. Para o Bloqueio Divisio-
nal Anterossuperior (BDAS) temos a associação entre o eixo desviado para

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