Você está na página 1de 2

TECNOLOGIA EXPERIMENTO SIDNEY FENOLIO

Desde o início da minha carreira, bem lá no começo, eu sempre procurei me colocar no


lugar do aluno.
Como que eu gostaria que o professor me desse aula, que fossem as aulas?
Então, eu me coloco no lugar do aluno para que eu possa preparar as minhas aulas.
Seja nas aulas de Ciências, Matemática ou Física, eu procuro significar essas aulas, eu levo
o que tem do cotidiano para dentro da sala de aula.
A partir do momento que você começa a significar os conteúdos, o aluno começa a ver
sentido no que ele está aprendendo.
Então, eles fazem uma atividade prática.
Não é dada para eles nenhuma informação sobre o conceito final.
Eles constroem alguma coisa e depois, no final, juntos, no coletivo, a gente vai
conceituando as coisas, a gente vai aprendendo junto, nós vamos tirando as dúvidas.
E, no final, eles escrevem o que eles fizeram.
Algumas coisas que nós já construímos: robô‐escova, braço mecânico hidráulico, braço
mecânico robótico, robozinhos, sistemas de alarme, algo que você possa acender a luz por
controle remoto, por palmas, foguete a água, foguete a álcool, vários experimentos na
prática.
Durante o processo, eles ficam instigados, porque as atividades, por si só, já os motivam, e
eles ficam curiosos para saber o que vai acontecer, se vai dar certo.
Eles ficam, assim, loucos, ficam: "Nossa, mas será que vai funcionar"?
"Será que vai dar certo"?
"E se eu fizer dessa maneira, se eu fizer desse jeito"?
E, muitas vezes, eu deixo que o aluno siga a sua intuição.
Mesmo que ele não consiga fazer, isso é importante, porque o erro faz parte da
construção do conhecimento.
Aí, eu vou dando caminhos: "Tente dessa maneira".
Ele mesmo procura os caminhos e ele mesmo começa a falar: "Eu posso ir por aqui, eu
posso ir por ali"?
E eu falo: "Claro que sim"!
Ele vai dar caminhos ou vai discutir junto os caminhos.
Às vezes, eles têm uma ideia melhor, um jeito melhor, uma maneira melhor de fazer as
coisas que eu acabo aprendendo com eles.
Quantas vezes eu não aprendi com eles?
O mais importante disso tudo foi o aluno aumentar sua autoestima e adquirir autonomia.
Quantos alunos não começaram a falar, a refletir?
Eles começaram a dar opinião.
O aluno nem abria a boca.
Quantos casos e quantos alunos que abriam muito a boca, que falavam muito, que eram
elétricos começaram a ter foco, começaram a focar, a ter um certo equilíbrio?
A maior satisfação minha como professor é quando eu vejo o brilho nos olhos dos alunos.
Eu vejo que eu estou caminhando para que ele atinja os objetivos.
Não estamos construindo máquinas, nós estamos formando cidadãos.

Você também pode gostar