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SEMINÁRIO PRESBITERIANO NOROESTE DO BRASIL

NILTON MOTA DE OLIVEIRA e LUCIANO SILVA

Nota 1 = 9,5
Nota 2 = 8,5
Nota 3 = 5,5

Exegese do Antigo Testamento 3


Isaias 14.24-27 – A Soberania de Deus Contra a Assíria

Ji-Paraná
2023
NILTON MOTA DE OLIVEIRA E LUCIANO SILVA

Exegese do Antigo Testamento 3


Isaias 14.24-27 – A Soberania de Deus Contra a Assíria

Trabalho apresentado à SPNB – Seminário


Presbiteriano Noroeste do Brasil, como parte dos
requisitos da disciplina de Exegese do Antigo
Testamento 3 - Proféticos, entregue como cum-
primento parcial para a obtenção do título de Ba-
charel em Teologia.

Prof. Rev. Wagner Nogueira

Ji-Paraná
2023
2

ÍNDICE DE TABELAS E ILUSTRAÇÕES


Tabela 1 - Apresentação das Variantes Textuais ........................................................ 6
Tabela 2 - Tradução do Hebraico para o Português do texto de Isaias 14.24-27 ....... 8
3

SUMÁRIO
Introdução .................................................................................................................. 4

1 Estudo textual ....................................................................................................... 5


1.1 Texto Isaías 14.24-27.......................................................................................... 5
1.2 Defesa da perícope e divisões ............................................................................ 5
1.2.1 Delimitação inicial da perícope: .......................................................................... 5
1.2.2 Delimitação final da perícope .............................................................................. 6
1.3 Análise e apresentação das variantes ................................................................ 6
1.3.1 Análise da primeira variante ............................................................................... 6
1.3.2 Análise da segunda variante ............................................................................... 7
1.4 Tradução ............................................................................................................. 8

2 Contexto Histórico ................................................................................................ 9


2.1 Pano de Fundo Histórico (739-701 a.C.) ............................................................ 9
2.2 Cenário Histórico .............................................................................................. 10
2.3 Época da Passagem ......................................................................................... 10

3 Contexto Literário ............................................................................................... 11


3.1 Função Literária ................................................................................................ 11
3.2 Localização da Passagem ................................................................................ 12
3.3 Autoria ................................................................................................................ 3
3.4 Análise do Gênero Literário e da Forma ............................................................. 4
3.5 Subcategorias ..................................................................................................... 5

4 Estrutura ................................................................................................................ 5

5 comentário ............................................................................................................. 6
5.1 Oráculo Juramentado Sobre a Assíria (V24 -25) ................................................ 6
5.2 O Oráculo Determinado Sobre Todas as Nações (v26-27) ................................. 8

6 Esboço Homilético .............................................................................................. 10

7 Aplicação ............................................................................................................. 11
7.1 A profecia é seguida de juramento e livramento (v24-25): ................................ 11
7.2 A profecia é seguida do conselho determinado pelo Senhor (v26-27) .............. 12

8 Bibliografia .......................................................................................................... 14
4

INTRODUÇÃO
ok
Este trabalho trata-se de uma pesquisa exegética que visa estudar o texto
bíblico de Isaias 14.24-27. Este texto é uma profecia contra a Assíria onde podemos
ver o Deus Soberano utilizando seu poder e decretando a destruição dos assírios
para a salvação de seu povo.
A exegese de um texto é de suma importância pois é o método eficaz pa-
ra se extrair das Escrituras o seu real significado e aplicá-lo de forma objetiva e prá-
tica à nossa realidade. Por isso a importância e a relevância deste trabalho.
São objetivos deste trabalho demonstrar, quem eram os assírios e qual a
sua importância para a geopolítica da época. Outro fator importante, e que será de-
monstrado através desta pesquisa, é em qual período da história se deu os aconte-
cimentos relatados na profecia, e em qual período da história a profecia foi escrita
por Isaías. Outro desafio que nos propomos é definir o que diz os estudiosos quanto
a autoria do livro, Isaías é autor de todo o livro? Ou apenas de parte dele? Se Isaias
é o autor, como explicar o fato do profeta ter relatado, com tantos detalhes, aconte-
cimentos que se deram séculos depois de sua morte? E após completar toda a pes-
quisa exegética faremos uma aplicação dos ensinos trazidos pelo texto para os leito-
res atuais.
Para alcançarmos esse objetivo utilizaremos o método hermenêutico His-
tórico-Gramatical-Teológico, que visa abordar o texto utilizando uma hermenêutica
reformada levando em consideração a natureza divino-humana das Escrituras. Este
método segue três partes principais: o estudo textual, estudo contextual e o estudo
teológico.
O trabalho será dividido em sete partes, iniciando pelo estudo textual que
tratará da pesquisa feita no texto original hebraico, passando pela delimitação do
tema e concluindo na tradução. A segunda parte abordara o contexto histórico que
envolve todo o livro e culminando na definição da época em que a perícope foi escri-
ta. Na terceira parte trataremos do contexto literário onde nosso foco será descobrir
nuances que existem no texto hebraico referente a perícope, e no contexto imediato
que a envolve, além de definirmos o autor que a escreveu. O objetivo da quarta par-
te é tratar da estrutura da perícope onde será captada o fluxo de conteúdo e os pa-
drões desenhados nela pelo autor. A quinta parte será o comentário feito verso a
verso, é onde as informações colhidas até agora serão utilizadas para explicar cada
5

verso contido na perícope. A sexta parte será o esboço homilético onde será estabe-
lecida a estrutura para o sermão. E a sétima e última parte é a aplicação, onde fa-
remos a proclamação dos ensinamentos retirados da perícope para os leitores atu-
ais.

1 ESTUDO TEXTUAL

1.1 Texto Isaías 14.24-27

‫ם־לא‬
ֹ֞ ‫אמר א‬
ֹ֑ ‫הוָ֥ה ְׁצ ָב ֹ֖אות ֵל‬
ָ ְׁ‫ נ ְׁש ַּ֛בע י‬24
‫וְׁ כ ֲא ָ֥שר יָ ֹ֖ע ְׁצתי ָ֥היא ָת ֽקּום׃‬ ‫יתי ֵכֵּ֣ן ָה ָָ֔י ָתה‬
֙ ‫כ ֲא ֶׁ֤שר ד ִּ֨מ‬
‫בּוסּנּו‬
ֹ֑ ‫ל־ה ֹ֖רי ֲא‬
ָ ‫וְׁ ע‬ ‫ּׁשּור ְׁבא ְׁר ָ֔צי‬
֙ ‫ ל ְׁש ֶׁ֤בר א‬25
‫ יָ ֽסּור׃ [ ָכל־הֹּגויֽם׃‬a‫וְׁ ִֻּ֨ס ֳּב ָ֔לו ֵמ ָ֥על ש ְׁכ ֹ֖מו‬ ‫וְׁ ָ ֶׁ֤סר ֵ ֽמ ֲע ֵליה ֙ם ֻע ָ֔לו‬
‫טּויֹ֖ה על־‬
ָ ְׁ‫ל־ה ָ ֹ֑ארץ וְׁ ַּ֛זאת היָ ָ֥ד הּנ‬
ָ ‫ל־כ‬
ָ ‫עּוצה ע‬
ֹ֖ ָ ְׁ‫ַּ֛זאת ָה ֵע ָ ָ֥צה הי‬ 26

1 ‫יבּנָ ה׃ פ‬
ֽ ‫ יְׁ ש‬a‫ּומי‬
ָ֥ ‫טּויֹ֖ה‬
ָ ְׁ‫ּומי יָ ֵ ֹ֑פר וְׁ יָ ָ֥דו הּנ‬
ֵּ֣ ‫הוָ֧ה ְׁצ ָב ַּ֛אות יָ ָ ֹ֖עץ‬
ָ ְׁ‫ֽכי־י‬ 27

1.2 Defesa da perícope e divisões

Analisando o texto de Isaias 14.24-27 identificamos os seguintes elemen-


tos que nos dão base textual para a delimitação do início e do término da perícope:

1.2.1 Delimitação inicial da perícope:

1.2.1.1 Título

O primeiro critério encontrado no texto para delimitação do seu início, é o


título deixado pelo escritor bíblico que demarca uma parte importante de seu es-
crito2, neste caso a expressão: “Jurou o Senhor dos Exércitos dizendo:” indica qual
será o assunto tratado no decorrer da perícope.

1.2.1.2 Novos destinatários

No capítulo 14.1-23 Isaías escreve um hino de triunfo sobre a queda da


Babilônia, e a partir do verso 24 o escritor muda o destinatário passando a escrever

1 Bíblia Hebraica Stuttgartensia, electronic ed. (Stuttgart: German Bible Society, 2003), Is 14.24–27.
2 SILVA, C. M. (2000). Metodologia de Exegese Bíblica (2ª ed.). São Paulo: Paulinas. Pág. 71
6

uma profecia contra a Assíria. Essa mudança de destinatário e ambiente é indício de


uma nova perícope.3

1.2.2 Delimitação final da perícope

1.2.2.1 Ruptura do diálogo

A ruptura do diálogo acontece no final do verso 27 onde o profeta leva a


discussão para o seu clímax e termina com algumas perguntas retóricas que deixa a
questão em aberto. Com isso o escritor termina a frase deixando a determinação do
Senhor como sendo a última e definitiva com a qual ninguém pode discutir.

1.2.2.2 Critério literário

O critério literário observado aqui é o da endentação da margem que


ocorre no verso 28 da perícope seguinte. Na bíblia BHS, o verso 28 se encontra com
a endentação no limite da margem direita, indicando assim o término da perícope no
verso 27 e o início de uma nova perícope no verso 28. Stuart e Fee dizem que esse
recuo da margem é utilizado pelos editores para indicar que uma nova seção lógica
começou.4

1.3 Análise e apresentação das variantes

Tabela 1 - Apresentação das Variantes Textuais

Texto
Verso Tradução BHS Variante Tradução Variante
BHS
25a ‫ש ְׁכ ֹ֖מו‬ Ombro dele ‫שכמם‬
ָ Ombros deles
27a ‫ּומי‬
ָ֥ E Quem? gaʿya eras E Quem?
Fonte: BHS – Bíblia Hebraica Stuttgartensia

1.3.1 Análise da primeira variante

O substantivo, comum, singular, construto, com sufixo terceira pessoa,


masculino, singular ‫ ִׁש ְכ ֹ֖מו‬traduzido por “Ombro dele”, no verso 25, tem a seguinte

anotação na BHS:

3 (SILVA, 2000, p. 71)


4 STUART, Douglas; FEE, Gordon D. Manual de Exegese Bíblica: Antigo e Novo Testamento. 1ª. ed.
Pag 58
7

Lemos a variante da seguinte forma: No verso 25, variante (a) o códice


(códices) da versão grega (𝔊Mss), da antiga versão latina (de acordo com P. Saba-
tier, Bibliorum Sacrorum latinae antiquae versões 1739 sqq, ou de acordo com a An-
tiga Latina. Os restos da Antiga Bíblia Latina de acordo com Petrus Sabatier recém-
coletados e publicados pelo Archabbey de Beuron [ed. P. Bonifatius Fischer], Beuron
1949 sqq); sigla de acordo com a edição de Beuron, parte I (Freiburg 1949) (𝔏),
Syrohexaplar, ou seja, a versão siríaca do texto grego da recensão de Orígenes
(Syh), Targum de acordo com A. Sperber, The Bible in Aramaic, vol. 1–3 1959–1962,
ou de acordo com P. de Lagarde, Hagiographa Chaldaice 1873 (𝔖), a versão da
Vulgata Latina (de acordo com a Bíblia Sacra ao lado da versão da Vulgata latina
para o cuidado e estudo do código monástico da Abadia de Pont. St. Hieronymus in
Urbe OSB publicou 1926 sqq, ou, onde esta edição está faltando, de acordo com M.
Hezenauer, Biblia Sacra Vulgatae editionis 1922) (𝔙), a versão etíope (𝔄) da versão
árabe, utilizam o substantivo, comum, singular, construto, com sufixo terceira pessoa,
masculino, plural ‫ ש ְׁכ ָ ֽמם‬com a tradução “... e a sua carga seja removida dos ombros

deles”. Já a BHS traz o substantivo comum, singular, construto, com sufixo terceira
ִׁ com a tradução “...e a sua carga seja removida
pessoa, masculino, singular (‫)ש ְכ ֹ֖מו‬

dos ombros dele”5.


Após análise dos manuscritos, decidimos pela tradução da BHS pelos se-
guintes motivos:
A BHS acompanha o TM que é mais antigo e mais confiável;
As traduções modernas (RA, NVI e NAA) também acompanham o TM.
O contexto da profecia, comparada com o Isaías 10.27, traz maior con-
cordância se o sufixo estiver no singular, pois neste versículo há um ponto pacífico
entre os manuscritos e as traduções modernas para um sufixo no singular.
Devido a esses fatores decidimos pela tradução: “... e a sua carga seja
removida dos ombros dele.” trazida pela BHS.

1.3.2 Análise da segunda variante

ָ֥ traduzido por “e quem?” no


A conjunção (‫ )ּו‬e o pronome interrogativo (‫)מי‬,

verso 27 produz a seguinte anotação na BHS:

5 EBERHARD, Nestle; ERWIN, Nestle. Nestle-Aland: NTG Aparatus Criticus. 28. ed. Pág. 697
8

Lemos a variante da seguinte forma: No verso 27, variante “a”, o acento


secundário de cantilação ga’ya (meteg), contido nos manuscritos está apagado, ra-
surado ou borrado.
Entendemos que a variante acima não altera o sentido do texto e nem
prejudica a sua tradução ou interpretação, sendo apenas uma observação feita pe-
los editores da BHS devido a uma rasura no papiro, por isso não há a necessidade
de se optar por alguma tradução.

1.4 Tradução

Tabela 2 - Tradução do Hebraico para o Português do texto de Isaias 14.24-27

Texto Hebraico Tradução


Faltou um explicação ֹ֞ ‫ א‬6‫אמר‬
‫ם־לא‬ ָ ְׁ‫ י‬5‫נ ְׁש ַּ֛בע‬
ֹ֑ ‫הוָ֥ה ְׁצ ָב ֹ֖אות ֵל‬ Jurou6o SENHOR dos Exércitos, dizendo7:
9‫ָה ָָ֔י ָתה‬ Certamente8, como pensei,9 assim acontecerá10,
‫ ֵכֵּ֣ן‬8‫יתי‬
֙ ‫כ ֲא ֶׁ֤שר ד ִּ֨מ‬7
e como determinei11, assim será12.
‫׃‬11‫ָת ֽקּום‬ ‫ ָ֥היא‬10‫ וְׁ כ ֲא ָ֥שר יָ ֹ֖ע ְׁצתי‬24

֙ ‫ א‬12‫ל ְׁש ֶׁ֤בר‬


‫ּׁשּור ְׁבא ְׁר ָ֔צי‬ Esmagarei13 a Assíria na minha terra
13‫בּוסּנּו‬ e nas minhas montanhas a pisarei14.
ֹ֑ ‫ֲא‬ ‫ל־ה ֹ֖רי‬
ָ ‫וְׁ ע‬
E seu jugo se aparte15 de (Israel16),
‫ ֻע ָ֔לו‬15‫ ֵ ֽמ ֲע ֵליה ֙ם‬14‫ וְׁ ָ ֶׁ֤סר‬25 e a sua carga seja removida17 dos ombros dele.
‫ יָ ֽסּור׃‬a‫ ֵמ ָ֥על ש ְׁכ ֹ֖מו‬16‫וְׁ ִֻּ֨ס ֳּב ָ֔לו‬
‫ל־ה ָ ֹ֑ארץ וְׁ ַּ֛זאת היָ ָ֥ד‬ ָ ‫ ע‬17‫עּוצ‬
ָ ‫ל־כ‬ ֹ֖ ָ ְׁ‫ ַּ֛זאת ָה ֵע ָ ָ֥צה הי‬26 Este é o conselho que foi determinado18 concernente a toda
a terra; e esta é a mão que está estendida sobre todas as
‫ל־כל־הֹּגויֽם׃‬
ָ ‫טּויֹ֖ה ע‬
ָ ְׁ‫הּנ‬
nações
26

6
verbo, Nifʿal, qātal (perfeito), terceira pessoa, masculino, singular (Jurou)
7
verbo, Qal, infinitivo, construto (dizendo)
8
‫ם־לא‬
ֹ֞ ‫ – ִא‬Este termo aparece três vezes no AT (Is 5.9, Is 14.24 e Ez 33.27), sempre relacionado ao momento da
profecia em que a palavra do Senhor será dita, alguns traduzem como “certamente ou em verdade”, outros
preferem omitir a tradução.
9
verbo, Pi''el, perfeito, primeira pessoa, singular (pensei)
10
verbo, Qal, qātal (perfeito), terceira pessoa, feminino, singular (Acontecerá)
11
verbo, Qal, qātal (perfeito), primeira pessoa, singular (determinei)
12
verbo, Qal, yiqtōl (imperfeito), terceira pessoa, feminino, singular (será, efetuará, acontecerá)
13 verbo, Qal, infinitivo, construto (quebrar, destruir, esmagar, maltratar)
14 verbo, Qal, yiqtōl (imperfeito), primeira pessoa, singular, nun enérgico (pisar, referindo-se à rejeição)
15 verbo, Qal, perfeito, terceira pessoa, masculino, singular (apartar, afastar)
16 A palavra “Israel” não está no texto hebraico, é usado apenas um pronome seguido de preposição (֙‫עלֵיהֶ ם‬ ֲ ‫)מ‬
ֵֽ ֵ que
indica que o escritor se refere, de forma indireta, ao povo de Deus.
17 verbo, Qal, yiqtōl (imperfeito), terceira pessoa, masculino, singular (seja removida, seja tirada)
18 verbo, Qal, particípio passivo, feminino, singular, absoluto (foi determinado, planejado, formado, designado)
9

Texto Hebraico Tradução


19‫פר‬
ֹ֑ ֵ ָ‫י‬ ‫ּומי‬
ֵּ֣ 18‫עץ‬
ֹ֖ ָ ָ‫י‬ ‫הוָ֧ה ְׁצ ָב ַּ֛אות‬
ָ ְׁ‫ֽכי־י‬ Porque o SENHOR dos Exércitos o determinou;19 quem, pois, o
invalidará?20
‫׃‬21‫יבּנָ ה‬
ֽ ‫ יְׁ ש‬a‫ּומי‬
ָ֥ 20‫טּויֹ֖ה‬
ָ ְׁ‫הּנ‬ ‫וְׁ יָ ָ֥דו‬
A sua mão está estendida21; quem a fará voltar atrás?22
27

ok

2 CONTEXTO HISTÓRICO

O livro de Isaias tem uma característica singular, que envolve três cenário
históricos diferentes. O primeiro deles está compreendido entre a vida terrena de
Isaias (739 a 701 a.C.), registrado nos capítulos 1 a 39. O segundo vai além da mor-
te de Isaias, e compreende o período do exílio babilônico (605-539 a.C.), registrado
entre os capítulos 40-55, e do retorno do exílio entre (539 a 400 a.C.) abrangendo os
capítulos 56-66.23
Esses três cenários têm levado os estudiosos a discutirem a autoria múlti-
pla do livro de Isaias, mas esse assunto trataremos mais tarde quando falarmos so-
cenário
bre o contexto literário do livro. No momento nos atentaremos ao primeiro senário
que abrange o capítulo 14 que vamos estudar.

2.1 Pano de Fundo Histórico (739-701 a.C.)

Em 783 a.C. morre Adad-Nirari, rei da Assíria. Seus sucessores não con-
seguiram manter o ritmo das conquistas anteriores e levaram a Assíria a um período
de declínio e uma pausa na expansão de seu território. Esse declínio foi provocado
pela sucessão de reis fracos, problemas com a Armênia em sua fronteira norte e
uma sequência de epidemias de peste bubônica que dizimou o povo Assírio.24
Quem se beneficiou com isso foram os reinos mais distantes, como Judá
e Israel, que por cinquenta anos não tiveram problemas com invasões estrangeiras,
trazendo paz e prosperidade para ambos.
Nesse período Israel era governada por Jeroboão II (2Rs 14.23-29), e Ju-
dá era governada por Azarias ou Uzias (2Rs 15.1-7; 2Cr 26.1-23). Mas, mesmo des-
frutando de paz e prosperidade, como nunca tinha acontecido desde os tempos de
Deve usar a mesma fonte do Windows.
19 verbo, Qal, qātal (perfeito), terceira pessoa, masculino, singular (determinou, planejou, formou, designou)
20 verbo, Hifʿîl, yiqtōl (imperfeito), terceira pessoa, masculino, singular (invalidará, destruirá, aniquilará)
21 verbo, Qal, particípio passivo, feminino, singular, absoluto (estendida, esticada, alongada)
22 verbo, Hifʿîl, yiqtōl (imperfeito), terceira pessoa, masculino, singular, nun enérgico (voltar, retornar)
23 OSWALT, J. Comentários do Antigo Testamento: Isaías. 1ª. ed. São Paulo: Cultura Cristã, v. 1,

2011. Pg 21
24 HORTON, S. M. Isaías: O profeta Messiânico. 2ª. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2003. Pg 6
10

Salomão, o povo se acomodou, abandonou o Senhor, e abraçou a apostasia e a


idolatria. Foi nesse período que o SENHOR levantou profetas como Amós, Oséias,
Isaías e Miquéias para alertarem o povo.25
Em 745 a.C, Tiglate-Pileser III sobe ao trono da Assíria e retoma o projeto
de expansão colocando fim ao período de paz e prosperidade. Em 740 a.C., o rei
Uzias morre, e foi nesse ano que o SENHOR chama Isaias para iniciar o seu minis-
tério (Is 6.1). Portanto os reis que reinaram após Uzias não enfrentaram um cenário
muito favorável. E foi nesse contexto de apostasia e cenário político conturbado que
Isaias inicia seu ministério.

2.2 Cenário Histórico

Os Assírios retomam a sua política expansionista atingindo a região de Is-


rael. O primeiro a cair foi o reino do Norte, onde o rei Manaém, que governou Israel
entre (752 e 741 a.C.), se viu obrigado a pagar tributo ao rei Pull ou Tiglate-Pileser
III, para estabelecer seu reino (2Rs 15.19). Mas o rei assírio não se contentou ape-
nas com isso. Em 731 a.C., na época do rei Peca de Israel, Pull volta e toma toda a
região da Galileia no norte do Vale de Jesreel (2Rs 15.29).
O reino do Sul, seria o próximo a sofrer com essa expansão assíria. Então
diante dessa situação, Judá se viu obrigada a tomar uma difícil decisão estratégica,
ela seria pró-Assíria ou anti-Assíria? Neste caso a decisão que mais favoreceria Is-
rael era se unir a Assíria, pois esta exterminaria o reino do Norte, que se tornou um
grande inimigo de Judá (2Rs 17.5). E se a Assíria se tornasse uma grande potência,
ela deixaria Judá em paz se tornando assim uma grande aliada. E foi exatamente o
que Acaz fez quando assumiu o trono em 735 a.C. (2Rs 16.7-9) se uniu a Assíria
para continuar reinando. Portanto foram esses fatos que impulsionaram a primeira
parte do ministério de Isaias, pois Judá não deveria ter se aliado a Assíria, mas ter
confiado exclusivamente no livramento do Senhor. Além de uma aliança política,
Acaz também reconhece os deuses assírios, e ordena ao sacerdote Urias que faça
em Judá um altar idêntico ao que ele viu em Damasco (2Rs 16.10).

2.3 Época da Passagem

Na época em que a este oráculo foi proferido por Isaias o governante da

25 (OSWALT, 2011, p. 21-22)


11

Assíria era Senaqueribe (704-681).26 O governante de Judá era Ezequias, que as-
sumiu o trono após a morte de seu pai Acaz (2Cr 28.26-27 e 29.1).
Como vimos acima, Acaz faz uma aliança com os assírios a fim de manter
o seu reinado e destruir seus inimigos. Mas quando Ezequias assume o trono o ce-
nário muda novamente, com a morte de Sargão II e a ascensão de Senaqueribe, faz
surgir uma oportunidade de revolta devido ao processo de transição que deixaria a
Assíria momentaneamente enfraquecida. A babilônia e o Egito oferecem uma opor-
tunidade a Ezequias para se unirem a eles contra a Assíria.27
Ridderbos ao comentar sobre a passagem escreve o seguinte:

“Poucos anos depois, por volta de 715 a.C., esta situação mudou. Este é o
ano em que prefiro colocar as profecias dirigidas contra a Assíria (105-34;
14.24-27). Mais ou menos nessa época levantou-se novo movimento contra
a Assíria entre os estados palestinos, apoiados pelo Egito — rebelião essa
que teve fim três anos mais tarde, com a sujeição de Asdode em 711 a.C.
(20.1). As profecias dos capítulos 18 e 20, que pertencem a esse período,
mostram o intenso interesse com que Isaías seguiu esses acontecimen-
tos”.28

Enquanto os líderes de Judá negociavam uma coalisão anti-Assíria, Isaí-


as profetizava contra essa política sem a aprovação de Deus, o que a tornaria uma
política anti-teocrática.

3 CONTEXTO LITERÁRIO

3.1 Função Literária

Pode parecer estranho que no meio de um oráculo contra a Babilônia


apareça uma referência contra a Assíria. Alguns estudiosos argumentam que Isaias
14.24-27 é parte de Isaias 10.5-19 e que se encontra deslocada nesta parte do livro.
Mas uma análise mais cuidadosa nos mostra algo diferente. Se levarmos em consi-
deração que este oráculo é parte da profecia contra a Babilônia iniciado em Is 13.1,
e que o profeta utiliza a Babilônia de forma representativa e simbólica, podemos
concluir que nesta perícope o escritor está fazendo uma transição do geral e simbó-
lico (Babilônia) para o específico e literal (Assíria e reinos do mundo). Desta forma Is
13.1-14.27 é uma declaração geral e introdutória do juízo divino sobre as nações,
26 CRABTREE, A. R. A Profecia de Isaias: Capítulo 1-39 Texto, Exegese e Exposição. 1ª. ed. Rio de
Janeiro: Casa Publicadora Batista, v. 1, 1967. Pág. 243
27 MOTYER, J. A. O Comentário de Isaias. 1ª. ed. São Paulo: Shedd Publicações, 2016. Pág. 25
28 RIDDERBOS, J. Isaías: Introdução e Comentário. 1ª. ed. São Paulo: Vida Nova, 2006. Pág. 15
12

com 14.24-27 sendo o texto de transição às nações reais existentes nos dias de
Isaias.29 ok

3.2 Localização da Passagem

O livro de Isaias é divido em três partes. A primeira abrange os capítulos


1 ao 39, que é considerado o período em que o profeta ainda era vivo. As outras du-
as partes, que se passam após a morte do profeta, abrangem o capítulo 40 a 55 que
era o período do exílio e os capítulos 56 a 66 que retrata os períodos pós exílicos.
Isaías 14.24-27 está localizada na primeira parte do livro, em um período
em que o profeta ainda era vivo e a nação de Israel estava sendo alertada quanto a
idolatria e o castigo que viria sobre eles. Um esboço dessa primeira parte nos ajuda-
rá a entender a localização precisa dessa passagem dentro do livro.
Ridderbos propõe a seguinte divisão:30

PARTE UM (CAPS. 1—39)


Julgamento de um Povo Pecador (cap. 1)
Profecias do primeiro período (caps. 2-5)
1. Glória: Falsa e Verdadeira (caps. 2—4)
2. O Julgamento Ameaçador (cap. 5)
O chamamento de Isaías (cap. 6)
O Império Mundial e o Reino de Deus (caps. 7—12)
1. Duas Espécies de Auxiliares (caps. 7—8)
2. A Criança Milagrosa (9.1—7)
3. A Ira do Senhor Contra Israel (9 .8 —10.4)
4. A Assíria Humilhada pelo Santo de Israel (10.5—34)
5. O Messias e o Reino de Deus (caps. 11—12)
PROFECIAS ACERCA DAS NAÇÕES (CAPS. 13-23)
1. Profecia Contra Babilônia (13.1—14.23)
2. Profecia Contra a Assíria (14.24—27)
3. Profecia Contra a Filístia (14.28—32)
4. Profecia Contra Moabe (caps. 15—16)

29 (OSWALT, 2011, p. 400)


30 (RIDDERBOS, 2006, p. 44-49)
13

5. Oráculo Contra Damasco e Efraim (17.1—11)


6. Profecia Contra Assíria (17.12—14)
7. Os Embaixadores Etíopes (cap. 18)
8. O Egito Julgado e Abençoado (cap. 19)
9. Vitória Sobre Egito-Etiópia (cap. 20)
10. Queda da Babilônia (21.1—10)
11. Profecia Concernente a Edom (21.11—12)
12. Profecia Concernente a Arábia (21.13—17)
13. Profecia Contra a Frívola Jerusalém (22.1—14)
14. Sebna e Eliaquim (22.15—25)
15. Profecia Contra Fenícia (cap. 23)
A consumação (caps. 24—27)
1. O Julgamento do Mundo (cap. 24)
2. O Reino de Deus e Sua Salvação (25.1—26.6)
3. Outra Vez: O Juízo Vindouro (26.7—27.5)
4. Israel Disciplinado e Salvo (27.6—13)
Egito, assíria e Sião (caps. 28—33)
1. Judá e Samaria: Um no Pecado, Um no Juízo (cap. 28)
2. Um Deus Grande e um Povo Louco (cap. 29)
3. O Egito Envergonhado; a Graça de Deus Salvará (cap. 30)
4. Não o Egito, mas o Senhor (cap. 31)
5. O Estado Messiânico (32.1 —8)
6. Segurança Falsa e Verdadeira (32.9—20)
7. O Traidor Cai sob Julgamento (cap. 33)
Duas espécies de futuro (caps. 34—35)
1. Edom no Julgamento do Mundo (cap. 34)
2. Salvação para os Remidos do Senhor (cap. 35)
Isaías e Ezequias (caps. 36—39)
1. Senaqueribe em Judá (caps. 36—37)
2. Recuperação de Ezequias e embaixada da Babilônia (caps. 38-39)

Podemos perceber que o texto que estamos estudando está localizado na


seção que se inicia no capítulo 13 e segue até o capítulo 23, sendo a segunda parte
desta seção, onde é proferida uma sequência de profecias acerca das nações.
3

3.3 Autoria

Como vimos, o livro de Isaías é dividido em três partes pelos estudiosos.


Essa divisão é feita devido ao estilo diferente da escrita entre elas e do longo perío-
do existente entre os acontecimentos relatados nesses capítulos. Esses fatos têm
levantado discussão sobre a autoria de Isaias principalmente nos capítulos 40 a 66.
Ao comentar esse fato Schökel escreve que:

Na primeira parte (1-39), embora nem sempre, é terso, solene e mesurado;


o autor revela-se como poeta de ouvido apurado, amante da brevidade e da
concisão, com alguns finais lapidários. Na segunda parte (40-55), o estilo é
mais retórico, ardente e apaixonado; o autor gosta das repetições, das
enumerações pormenorizadas; desenvolve o pensamento em fórmulas qua-
ternárias com muitos sinônimos, constrói pouco e as suas imagens são me-
nos austeras. Na terceira parte (56-66), seguimos dentro do estilo da se-
gunda, mas temos a impressão de que o nível poético é menos elevado,
salvo honrosas exceções.31

Alonso Schokel, é um defensor de que o livro não foi escrito por Isaias, e
o argumento acima é utilizado para defender essa tese, mas em seus escritos ele
deixa bem claro a sua posição quanto ao assunto:

Como já se indicou na introdução geral do livro de Isaías, QS capítulos 40-


66 provêm de épocas e autores muito diversos. O mesmo se pode dizer dos
caps. 24-27 e 34-35. Por outro lado, 36-39 não contêm oráculos de Isaías,
mas sim narrativas; é uma seção histórica que fala do profeta em terceira
pessoa. Se a isso acrescentarmos que muitas passagens dos caps. 1-12e
quase a maioria de 13-23tampouco são autênticas, vemos que entre as co-
leções de oráculos isaianos existentes no século VIII e o atual livro de Isaías
as diferenças superam em muito as semelhanças. De modo nenhum pode-
mos considerar Isaías como autor do seu livro, nem sequer dos caps. 1-
39.32

Mas as últimas descobertas feitas em Qumrã, perto do mar morto, mos-


tram que não há uma “quebra” nos escritos entre os capítulos 39 e 40. Por isso nem
os manuscritos e nem na tradição descartam a unidade do livro de Isaias.
Para reforçar essa ideia vejamos o que Price escreveu:

Inúmeros estudiosos renomados podem ser citados de ambos os lados da


controvérsia acerca da unidade da profecia de Isaías e sua unicidade quan-
to à autoria. O autor deste comentário está disposto a se unir a estudiosos
como George L. Robinson, C. W. E. Naegelsbach, Oswald T. Allis, entre ou-
tros, ao argumentar a favor de um único Isaías. Seu argumento é que,

31
SCHÖKEL, L. A.; SICRE DIAZ, J. L. Profetas 1 Isaias e Jeremias: Grande Comentário Bíblico. 1ª. ed. São
Paulo: Paulinas, 1988. Pg 91
32 (SCHÖKEL e SICRE DIAZ, 1988, p. 111)
4

quando começamos a dividir a profecia e atribuí-la a vários autores, não há


limites. A aplicação consistente do princípio dessas divisões requereria, não
três Isaías, mas pelo menos seis, e, mais logicamente, uma escola comple-
ta de Isaías.33

Outro argumento com relação a autoria de Isaias é a questão do tempo,


pois as profecias relatadas a partir do capítulo 40 falam de épocas posteriores à
morte do profeta.
Contra isso Price também argumenta que:

Também precisamos admitir que se não adotarmos a priori os princípios


que excluirão o elemento sobrenatural e profético dos escritos de Isaías,
existem poucos motivos para dividir esse livro em diversos autores. A visão
prévia e a predição do Cativeiro ou Exílio são tão possíveis quanto a retros-
pectiva de um relato contemporâneo, se a participação de um Deus onisci-
ente não for excluída.34

E para reforçar essa ideia Oswalt escreve:

Sob essa luz, minha convicção é que o conteúdo essencial do livro nos
chegou por meio de um autor humano, Isaías, filho de Amós. Foi ele que re-
cebeu a revelação da parte de Deus e que dirigiu a formação do livro. 35

Com isso acreditamos que todo o livro forma uma unidade e que foi escri-
ta por Isaias, e não três autores distintos. E que o profeta foi inspirado por Deus a
relatar os acontecimentos históricos e escatológicos.

3.4 Análise do Gênero Literário e da Forma

O livro de Isaias contém grande variedades de forma e gêneros literários,


entre as mais comuns estão discurso de julgamento (e que o profeta acusa a na-
ção), a exortação ao arrependimento, o anúncio de salvação (o que promete a inter-
venção de Deus em favor do seu povo sofredor), o oráculo de salvação entre outras.
A perícope que estamos estudando tem como gênero literário geral a pro-
fecia, e como gênero literário específico é um oráculo de condenação contra uma
coletividade. E para defender essa tese podemos verificar no texto os seguintes
elementos: normalmente esse tipo de oráculo se dirige a um povo e não a um indiví-
duo, começa com uma fórmula “Jurou o Senhor dos Exércitos dizendo:” indicando

33 PRICE, R. E. et al. Comentário Bíblico Beacon: Isaías a Daniel. 1ª. ed. São Paulo: CPAD, v. 04,
2005. Pg 14-15
34 (PRICE, GRAY, et al., 2005, p. 14)
35 (OSWALT, 2011, p. 45)
5

que o profeta é apenas um mensageiro; vem acompanhada de anúncio de castigo


“Quebrantarei a Assíria...”, e podemos notar que há uma ampliação desse anúncio,
fazendo com que o castigo chegue a toda a Terra (v26).

Quanto ao fato da palavra ‫מ ָ ֹ֖שא‬, muito comum em oráculos proféticos,

não está presente nessa perícope, Oswalt comenta:

O oráculo contra o poder mundial da Mesopotâmia chega a seu término


com essa passagem. A ausência da palavra “oráculo” deixa claro que esses
versículos não devem ser tomados como uma profecia separada contra a
Assíria, mas, antes, são apresentados como uma parte intrínseca da profe-
cia precedente36

Com isso ele está dizendo que esse oráculo está encerrando um oráculo
profético contra a coletividade iniciado no capítulo 13.1 contra a Babilônia, como já
discutimos nesse trabalho no ponto “3.1 função literária”.

3.5 Subcategorias

A promessa do Senhor de destruir a Assíria feita nessa passagem, faz pa-


ralelo como o capítulo 10.20-34 onde a profecia diz que a Assíria é o instrumento do
Senhor para castigar as nações, inclusive Israel (10.5), mas essa nação extrapola
seus limites e assola nações que o Senhor não ordenou (10.7-11), por isso, após o
Senhor cumprir o propósito de castigar Israel, ele se levantará e destruirá a Assíria
(10.12).
Quando analisamos o capítulo 14.24, vemos que a profecia fala de um ju-
ramento feito pelo próprio Deus de que destruiria a Assíria dentro dos limites da terra
de Judá, acontecimento esse relatado pelo próprio Isaias no capítulo 37.

4 ESTRUTURA

A estrutura dessa perícope tem início no capítulo 13.1 onde inclui uma in-
trodução sobre a destruição da Babilônia, seguido de um anúncio de juízo universal
(13.2-16), por conseguinte vemos uma longa descrição do juízo de Deus para a Ba-
bilônia (13.17-14.23), uma mensagem curta de juízo contra a Assíria (14.24-25) e

36
(OSWALT, 2011, p. 399)
6

que conclui voltando para o tema do juízo universal (14.26-27).37


Podemos desenhar a seguinte estrutura para esse bloco:
Abertura (13.1)
Era pra fazer a estrutura do seu texto.
Cenário universal do juízo (13.2-16)
A queda da Babilônia (13.17-14.23)
Babilônia reduzida a pó (13.17-22)
Salvação de Israel (14.1-2)
Israel zomba do rei da Babilônia (14.3-21)
Babilônia reduzida a pó (14.22-23)
Assíria derrotada (14.24-25)
Cenário universal do juízo (14.26-27)
Esse argumento aqui é útil para delimitação da perícope, mas não aqui, cujo foco é a estrutura do seu texto.
Essa estrutura demonstra que Isaias 14.24-27 não é um texto isolado colo-
cado aqui de forma errônea pelo escritor, trata-se de parte integrante de um bloco
que inicia no capítulo 13, e termina fazendo uma transição entre uma profecia sim-
bólica, utilizando a Babilônia como símbolo de nação pagã, e passando para um
oráculo proferido contra as nações em específico iniciando pela Assíria.
Cadê o título e o tema? Uma exegese não é apenas um comentário, é uma monografia exegética.
O título e o tema dão a direção para o comentário.

5 COMENTÁRIO

5.1 Oráculo Juramentado Sobre a Assíria (V24 -25)


O texto seria muito melhor organizado em subdivisões, e não como você fez.

Este oráculo se inicia no capítulo 13.1, onde Isaias traz uma profecia con-
tra a Babilônia, e esta perícope é o ponto de transição entre as profecias contra a
Babilônia, que nesta época era uma província da Assíria, e as profecias contra os
outros reinos da terra, que terminam no capítulo 23.
SENHOR
Jurou o Senhor dos Exércitos, dizendo: O primeiro verbo é o ‫נ ְׁש ַּ֛בע‬, e

está conjugado no Nif’al, que normalmente é traduzido na voz passiva, ou seja, onde
o sujeito recebe a ação. Mas em alguns verbos o Nif’al expressa uma ação reflexiva,
onde o sujeito recebe e pratica a ação. Outra forma de traduzir o Nif’al é quando, em
alguns casos, não ocorrem formas do verbo no Qal, que é a voz ativa simples da
língua hebraica, neste caso o Nif’al adquire significado semelhante ao do Qal, que é
o que ocorre neste verbo. Então a conclusão é que o Senhor pratica a ação de fazer

37
CHISHOLM JR, R. B. Introdução aos Profetas. 1ª. ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2018. Pg 52-53
7

um juramento,38 e como não existe ninguém a quem o Senhor possa jurar ele jura
por si mesmo.
VanGemeren, comentando sobre essa palavra diz que:

As pessoas juravam pela divindade, mas Javé não tinha como invocar um
poder superior: podia jurar por si mesmo (Is 45.23; Jr 49.13; 51.14), por sua
santidade (Sl 89.35 [36]), pela sua mão direita (Is 62.8) ou por seu grande
nome (Jr 44.26). Quando Deus falava, era impensável que sua palavra não
se cumpriria; ficava implícito que ele havia jurado por si mesmo em todas as
promessas e alianças com seu povo.39

Neste caso o juramento reforça a certeza do cumprimento da promessa, e


mostrará a imutabilidade do conselho do Senhor, para que o povo possa descansar
sobre esse propósito como escreveu o autor de Hebreus 6.17-18.
SENHOR
A frase Senhor dos Exércitos demonstra quem é o autor do juramento e
comunica o papel de Deus como guerreiro que luta, tanto os conflitos cósmicos
quanto os do seu povo. Esta frase aparece 285 vezes no AT, e em grande parte nos
escritos proféticos.
Com isso percebemos a seriedade do oráculo, pois não foi proferido so-
bre ajuramentação humana que pode ser anulada, mas sim sobre ajuramentação
divina sobre a qual tem poder imutável até que tudo se cumpra.
Aqui deveria ser uma subdivisão, em negrito, com as explicações dos devidos termos em hebraico.
... Certamente, como pensei, assim acontecerá, e como determinei, assim
será: Aqui o Senhor, de forma particular, apresenta as verdades sobre todos os seus
propósitos. Pois assim como o senhor havia pensado e determinado assim aconte-
cerá e assim será, e ninguém poderá aconselhá-lo a mudar de ideia.
Neste verso percebemos, de forma bem clara, a doutrina da imutabilidade
de Deus. O capítulo II da confissão de fé de Westminster diz:

Há um só Deus vivo e verdadeiro, o qual é infinito em seu ser e suas perfei-


ções. Ele é um espírito puríssimo, invisível, sem corpo, membros ou pai-
xões, é imutável, imenso, eterno, incompreensível, onipotente, onisciente,
santíssimo, completamente livre e absoluto, fazendo tudo para sua própria
glória e segundo o conselho da sua própria vontade, que é reta e imutável. 40

Esta doutrina ensina que, devido a sua imensa perfeição, Deus não mu-

38 KELLEY, P. H. Hebraico Bíblico: Uma Gramática Introdutória. 10ª. ed. São Leopoldo: Sinodal,
2015. Pg 140 e 141
39 VANGEMEREN, W. A. Novo Dicionário Internacional de Teologia e Exegese do Antigo Testamento.

1ª. ed. São Paulo: Cultura Cristã, v. 4, 2011. Pág. 33


40
ASSEMBLEIA DE WESTMINSTER. Símbolos de Fé: Confissão de fé, Catecismo Maior e Breve Catecismo.
2ª. ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2014. Pág. 27.
8

da, pois, a mudança demanda de seres imperfeitos que comentem atos imperfeitos
Os intentos do Senhor para a Assíria é de utilizá-la como um instrumento
de ira, e assim castigar seu povo infiel. Os assírios não se contentaram somente
com Israel, eles queriam mais (Is 10.5-11). Mas a determinação do Senhor era de
proteger o seu povo e destruir o intento de seus inimigos de invadir Judá e conquis-
tá-la (Is 7.5-7).
Aqui deveria ser uma subdivisão, em negrito, com as explicações dos devidos termos em hebraico.
(v25a) Esmagarei a Assíria na minha terra e nas minhas montanhas a pi-
sarei: O contraste desta determinação do Senhor é que Ele permite que a Assíria
invada a terra da Palestina, dando a entender que o Senhor armou uma armadilha
contra eles para os derrubar dentro das terras de Judá.41
Segundo os estudiosos, essa profecia se cumpriu quando Senaqueribe
em 701 a.C, invade e conquista dezenas de cidades no sul e sudoeste de Judá (2Rs
18.13 e Is 36.1)42. Segundo Ridderbos, a terrível opressão causada a Judá não foi
feita por Sargom que reinou sobre a Assíria de 722 a 705 a.C (Is 20.1), mas ocorreu
pouco tempo depois com Senaqueribe.
Mas os acontecimentos não se deram como Senaqueribe intentava, pois
ele, ao tentar invadir Judá, foi impedido pelo anjo do Senhor que destruiu seu exérci-
to e humilhou a tão poderosa nação opressora (Is 37.36-38). O cerco contra Judá
era um ataque ao próprio Deus (Is 37.29), era um ataque a sua propriedade, e po-
demos perceber isso através dos sufixos possessivos “minha terra” e “minhas mon-
tanhas” e foi dentro das terras do Senhor que Senaqueribe foi derrotado.43
Aqui deveria ser uma subdivisão, em negrito, com as explicações dos devidos termos em hebraico.
(v25b) E seu jugo se aparte de (Israel), e a sua carga seja removida
dos ombros dele: Esta parte do verso é parecido com Is 10.27 e soa como um alí-
vio para o povo de Deus. Por mais poderosa que a Assíria seja ela não pode contra
os decretos do Senhor que visam a salvação de seu povo.
O Senhor vê a dominação Assíria como um jugo ou um fardo que precisa
ser retirado dos ombros do seu povo, e devido ao poder superior dos Assírios, Judá
SENHOR
não poderia fazer isso sem a ajuda direta do Senhor dos Exércitos.

5.2 O Oráculo Determinado Sobre Todas as Nações (v26-27)

41
(SCHÖKEL e SICRE DIAZ, 1988, p. 182)
42
CROATTO, J. S. Isaías 1-39: O Profeta da Justiça e da Fidelidade. 1ª. ed. Rio de Janeiro: Vozes, v. 1, 1989.
Pág. 108
43
(CROATTO, 1989, p. 108)
9
Aqui deveria ser uma subdivisão, em negrito, com as explicações dos devidos termos em hebraico.

(v26) Este é o conselho que foi determinado concernente a toda a


terra; e esta é a mão que está estendida sobre todas as nações: No capítulo 13
esse oráculo começa com o senhor dizendo que trará juízo sobre todas as nações.
Aqui o profeta termina como começou avisando ao povo que o juízo descrito é parte
de um plano maior que abrange toda a terra.
O propósito eterno do Senhor abrange todas as nações da terra e Isaias
já havia escrito essa profecia em outras partes do livro (Is 8.9; 10.23; 28.22), isto
demonstra que Isaías já tinha uma profunda noção da soberania de Deus sobre to-
das as nações e que o Senhor castigaria todos aqueles que intentassem contra o
seu povo.
Nesta profecia o Senhor está fazendo um alerta a todas as outras nações,
que assim como a Assíria se tornam soberbas e planejam um imperialismo mundial,
pois o propósito do Senhor é que todos os povos sejam livres. Não existe nenhum
poder militar que possa resistir à mão do Senhor que está estendida sobre todas as
nações.44
Aqui vemos a onipotência de Deus em maior destaque, pois nenhum ser
humano ou anjo pode impedir o Senhor de cumprir os seus propósitos. Ele é o Se-
nhor da história. Aqui deveria ser uma subdivisão, em negrito, com as explicações dos devidos termos em hebraico.

(v27a) Porque o SENHOR dos Exércitos o determinou; quem, pois, o


invalidará? Mais uma vez o profeta se faz valer do nome daquele que luta tanto os
conflitos cósmicos quanto os do seu povo para definir a validade da promessa. A

conjunção ‫ ִּֽכי־‬traduzida como “porque” indica uma resposta do porquê que este de-
sígnio acontecerá. Isso se dará pelo fato de que “o Senhor dos Exércitos o determi-
nou”. Ele é onipotente, soberano e senhor de todo o cosmos, e definiu o que aconte-
cerá na história, diante disso quem poderá frustrar seus decretos eternos? A respos-
ta é clara: ninguém! Nem mesmo o poder esmagador do exército Assírio.
(v27b) A sua mão está estendida; quem a fará voltar atrás? A mão es-
tendida do Senhor garantirá que todos os seus propósitos sejam cumpridos e que
ninguém poderá invalidá-los.45 O destino do governo do mundo está sobre o contro-
le do Senhor e não da Assíria ou de qualquer outro império que possa se levantar
contra Deus e seu povo.
A mão estendida do Senhor indica castigo e força, castigo contra seus
44
(CRABTREE, 1967, p. 244)
45
(PRICE, GRAY, et al., 2005, p. 68)
10

inimigos e força para defender seu povo da tirania. A mão do Senhor não está mais
contra Israel (5.25; 9.11,16,20; 10.4), mas contra a Assíria e seus domínios.46 Essa
mesma mão, que está estendida contra a Assíria por terem invadido o povo de
Deus, será estendida contra todas as nações que tiverem o mesmo propósito.
A Assíria era considerada na época, uma nação invencível devido a sua
grandiosidade e poderio militar, mas nem mesmo esse poder foi suficiente para re-
sistir à poderosa mão do Senhor que estava estendida para defender o seu povo.
Apesar disso, ninguém tem o poder para fazer com que essa mão, uma
vez estendida, possa ser recolhida. Nem mesmo se todas as nações se reunissem
em batalha contra o Senhor seria o suficiente para fazer com que sua mão protetora
e vingadora não se levantasse para defender o seu povo e destruir seus inimigos.

6 ESBOÇO HOMILÉTICO
Você poderia ter usado a palavra "soberania" no lugar de "oráculo", como palavra-chave na estrutura exegética, no capítulo anterior.

• Título: A Soberania de Deus Contra a Assíria

• Texto: Isaías 14.24-27

INTRODUÇÃO

Captação:

Contexto Remoto

Contexto Próximo

Tema: Aspectos da Soberania de Deus na Profecia Contra a Assíria


As divisões de um sermão devem guardar total relação com as divisões da estrutura exegética. E vc não usou nem os termos nem a estrutura abaixo no comentário anterior.

1. A profecia é seguida de juramento e livramento (v24-25)


As divisões homiléticas devem ser pessoais e não impessoais como está aqui.
a) Jurou o Senhor dos Exércitos dizendo:

b) Quebrantarei a Assíria na minha terra

c) Para que seu jugo se aparte de Israel

2. A profecia é seguida do conselho determinado pelo Senhor (v26-


27)

46
(CROATTO, 1989, p. 108)
11

a) Este é o conselho concernente a toda a terra

b) Pois o Senhor dos Exércitos o determinou

c) Quem invalidará sua determinação?

7 APLICAÇÃO

Deus exerce sua soberania agindo poderosamente em favor do seu povo.


Mesmo esse povo sendo rebelde e pecador, o Senhor age para defendê-los de seus
inimigos. Nesta profecia de Isaías podemos ver que o Senhor jurou que destruiria a
Assíria para tirar o pesado jugo que ela impunha sobre Judá, e por fim determinou
que isso também aconteceria com outras nações que intentasse contra seu povo.
Diante da Soberania de Deus demonstrada na profecia contra a Assíria, o que po-
demos tirar de aprendizado para nós hoje?

7.1 A profecia é seguida de juramento e livramento (v24-25):

Muitos fazem todo tipo de juramento. Uns juram por suas vidas, por suas
famílias e tem alguns que até juram por Deus. Mas o caráter pecaminoso do ser
humano o leva a possibilidade de não cumprir suas promessas se tornando assim
um ser de pouca confiança.
Com o Senhor não acontece assim, nele não contém pecados e nem er-
ros, ele cumpre todas as suas promessas (Nm 23.19; Js 21.45; Sl 89.34-37), Deus é
um ser imutável e tudo o que ele diz se cumpriu no passado e se cumprirá no pre-
sente.
Nesses versos vemos o Senhor jurando que destruirá a Assíria nas suas
montanhas, e isso se dará para livrar o seu povo do jugo imposto pelos assírios. E
mais tarde quando Senaqueribe tenta invadir Judá o Senhor envia um anjo que der-
rota seu exército e livra Judá da destruição (Is 37.36-38).
Nós também estávamos sobre ameaça de destruição, pois éramos peca-
dores, sem esperança e sem perspectiva de livramento. Nosso inimigo não era um
exército de uma nação poderosa, mas era o próprio Deus. E todo aquele que tem
Deus por seu inimigo não tem quem o livre, a não ser que o próprio Deus aja com
misericórdia. E foi exatamente o que o Senhor fez: quando Jesus renunciou a sua
glória, desceu à terra e pagou o preço pelo nosso resgate, ele tirou o poder que o
pecado tinha de nos condenar e trouxe a paz que precisávamos para nos reconciliar
12

com Deus.
Agora vivemos cada dia aguardando a consumação dos séculos. Nesse
tempo Jesus voltará mais uma vez e nos livrará de todos os nossos inimigos, nossas
enfermidades, nossos pecados. Assim como a Assíria trouxe medo e desespero pa-
ra o povo de Judá (Is 37.6), nós também andamos amedrontados, pois a morte nos
cerca todos os dias. Temos medo de que um ente querido se vá, e como suportare-
mos tamanha dor? Temos medo de receber o diagnóstico de uma doença fatal que,
antes de tirar nossas vidas, nos fará sofrer em agonia. Mas assim como o alívio veio
para o povo de Judá, também virá para nós. Quando Jesus o anjo perfeito vier res-
taurar todas as coisas ele derrotará todos os nossos inimigos, inclusive a morte.

7.2 A profecia é seguida do conselho determinado pelo Senhor (v26-27)

A soberania de Deus não se resume a uma nação ou a um local na terra,


assim como acontece com os reinos humanos. Por mais poderosa que a Assíria fos-
se o seu domínio tinha limites estabelecidos, ainda que os assírios dominassem toda
a terra o seu domínio ainda teria limites. Mas os domínios do Soberano Senhor são
ilimitados, alcança todo o cosmos, abrange o céu e o céu dos céus onde é a morada
do Senhor.
Para que um decreto seja revogado é necessário que uma instância supe-
rior o revogue, mas ninguém é superior ao Senhor, por isso nenhum de seus conse-
lhos e determinação podem ser desfeitos, a não ser que ele o queira.
Nos versos anteriores o Senhor jurou que destruiria a Assíria para prote-
ger o seu povo, e nesses versos o conselho do Senhor determinou que todas as na-
ções da terra que intentasse contra o seu povo seriam destruídas para que todas as
nações vejam que há Deus em Israel e temam diante dele e de seu povo.
Quando a Assíria foi destruída Judá não precisou levantar uma espada
para que isso acontecesse, o Senhor lutou sozinho e derrotou os assírios. Isso nos
leva a pensar do grave erro que cometemos ao tentar lutar nossas batalhas sozi-
nhos, sem a ajuda do Senhor (Jo 15.5). Confiamos em nossas riquezas, em nossa
força e juventude e não nos atentamos que o Senhor é quem luta as nossas bata-
lhas, por isso devemos confiar no Senhor colocando nossos dilemas diante dele em
oração.
Jesus quando se despedia de seus discípulos disse para eles que no
13

mundo passariam por aflições, mas que mesmo assim eles tivessem alegria pois
Jesus venceu o mundo. Essa é uma verdade que nunca deve sair de nossa mente,
não teremos vida fácil aqui na terra, mas todos os nossos inimigos serão derrotados
pela manifestação de nosso senhor Jesus Cristo na consumação dos séculos, por
mais poderosos que possam ser eles não podem contra a Soberania e o decreto do
Senhor, por isso descansemos nas promessas que Jesus nos fez, pois elas certa-
mente se cumprirão.
Digite o texto aqui
14

8 BIBLIOGRAFIA

ASSEMBLEIA DE WESTMINSTER. Símbolos de Fé: Confissão de fé, Catecismo


Maior e Breve Catecismo. 2ª. ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2014.

CHISHOLM JR, R. B. Introdução aos Profetas. 1ª. ed. São Paulo: Cultura Cristã,
2018.

CRABTREE, A. R. A Profecia de Isaias: Capítulo 1-39 Texto, Exegese e Exposição.


1ª. ed. Rio de Janeiro: Casa Publicadora Batista, v. 1, 1967.

CROATTO, J. S. Isaías 1-39: O Profeta da Justiça e da Fidelidade. 1ª. ed. Rio de


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