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Nota 1 = 9,5
Nota 2 = 8,5
Nota 3 = 5,5
Ji-Paraná
2023
NILTON MOTA DE OLIVEIRA E LUCIANO SILVA
Ji-Paraná
2023
2
SUMÁRIO
Introdução .................................................................................................................. 4
4 Estrutura ................................................................................................................ 5
5 comentário ............................................................................................................. 6
5.1 Oráculo Juramentado Sobre a Assíria (V24 -25) ................................................ 6
5.2 O Oráculo Determinado Sobre Todas as Nações (v26-27) ................................. 8
7 Aplicação ............................................................................................................. 11
7.1 A profecia é seguida de juramento e livramento (v24-25): ................................ 11
7.2 A profecia é seguida do conselho determinado pelo Senhor (v26-27) .............. 12
8 Bibliografia .......................................................................................................... 14
4
INTRODUÇÃO
ok
Este trabalho trata-se de uma pesquisa exegética que visa estudar o texto
bíblico de Isaias 14.24-27. Este texto é uma profecia contra a Assíria onde podemos
ver o Deus Soberano utilizando seu poder e decretando a destruição dos assírios
para a salvação de seu povo.
A exegese de um texto é de suma importância pois é o método eficaz pa-
ra se extrair das Escrituras o seu real significado e aplicá-lo de forma objetiva e prá-
tica à nossa realidade. Por isso a importância e a relevância deste trabalho.
São objetivos deste trabalho demonstrar, quem eram os assírios e qual a
sua importância para a geopolítica da época. Outro fator importante, e que será de-
monstrado através desta pesquisa, é em qual período da história se deu os aconte-
cimentos relatados na profecia, e em qual período da história a profecia foi escrita
por Isaías. Outro desafio que nos propomos é definir o que diz os estudiosos quanto
a autoria do livro, Isaías é autor de todo o livro? Ou apenas de parte dele? Se Isaias
é o autor, como explicar o fato do profeta ter relatado, com tantos detalhes, aconte-
cimentos que se deram séculos depois de sua morte? E após completar toda a pes-
quisa exegética faremos uma aplicação dos ensinos trazidos pelo texto para os leito-
res atuais.
Para alcançarmos esse objetivo utilizaremos o método hermenêutico His-
tórico-Gramatical-Teológico, que visa abordar o texto utilizando uma hermenêutica
reformada levando em consideração a natureza divino-humana das Escrituras. Este
método segue três partes principais: o estudo textual, estudo contextual e o estudo
teológico.
O trabalho será dividido em sete partes, iniciando pelo estudo textual que
tratará da pesquisa feita no texto original hebraico, passando pela delimitação do
tema e concluindo na tradução. A segunda parte abordara o contexto histórico que
envolve todo o livro e culminando na definição da época em que a perícope foi escri-
ta. Na terceira parte trataremos do contexto literário onde nosso foco será descobrir
nuances que existem no texto hebraico referente a perícope, e no contexto imediato
que a envolve, além de definirmos o autor que a escreveu. O objetivo da quarta par-
te é tratar da estrutura da perícope onde será captada o fluxo de conteúdo e os pa-
drões desenhados nela pelo autor. A quinta parte será o comentário feito verso a
verso, é onde as informações colhidas até agora serão utilizadas para explicar cada
5
verso contido na perícope. A sexta parte será o esboço homilético onde será estabe-
lecida a estrutura para o sermão. E a sétima e última parte é a aplicação, onde fa-
remos a proclamação dos ensinamentos retirados da perícope para os leitores atu-
ais.
1 ESTUDO TEXTUAL
ם־לא
ֹ֞ אמר א
ֹ֑ הוָ֥ה ְׁצ ָב ֹ֖אות ֵל
ָ ְׁ נ ְׁש ַּ֛בע י24
וְׁ כ ֲא ָ֥שר יָ ֹ֖ע ְׁצתי ָ֥היא ָת ֽקּום׃ יתי ֵכֵּ֣ן ָה ָָ֔י ָתה
֙ כ ֲא ֶׁ֤שר ד ִּ֨מ
בּוסּנּו
ֹ֑ ל־ה ֹ֖רי ֲא
ָ וְׁ ע ּׁשּור ְׁבא ְׁר ָ֔צי
֙ ל ְׁש ֶׁ֤בר א25
יָ ֽסּור׃ [ ָכל־הֹּגויֽם׃aוְׁ ִֻּ֨ס ֳּב ָ֔לו ֵמ ָ֥על ש ְׁכ ֹ֖מו וְׁ ָ ֶׁ֤סר ֵ ֽמ ֲע ֵליה ֙ם ֻע ָ֔לו
טּויֹ֖ה על־
ָ ְׁל־ה ָ ֹ֑ארץ וְׁ ַּ֛זאת היָ ָ֥ד הּנ
ָ ל־כ
ָ עּוצה ע
ֹ֖ ָ ְַּׁ֛זאת ָה ֵע ָ ָ֥צה הי 26
1 יבּנָ ה׃ פ
ֽ יְׁ שaּומי
ָ֥ טּויֹ֖ה
ָ ְּׁומי יָ ֵ ֹ֑פר וְׁ יָ ָ֥דו הּנ
ֵּ֣ הוָ֧ה ְׁצ ָב ַּ֛אות יָ ָ ֹ֖עץ
ָ ְֽׁכי־י 27
1.2.1.1 Título
1 Bíblia Hebraica Stuttgartensia, electronic ed. (Stuttgart: German Bible Society, 2003), Is 14.24–27.
2 SILVA, C. M. (2000). Metodologia de Exegese Bíblica (2ª ed.). São Paulo: Paulinas. Pág. 71
6
Texto
Verso Tradução BHS Variante Tradução Variante
BHS
25a ש ְׁכ ֹ֖מו Ombro dele שכמם
ָ Ombros deles
27a ּומי
ָ֥ E Quem? gaʿya eras E Quem?
Fonte: BHS – Bíblia Hebraica Stuttgartensia
anotação na BHS:
deles”. Já a BHS traz o substantivo comum, singular, construto, com sufixo terceira
ִׁ com a tradução “...e a sua carga seja removida
pessoa, masculino, singular ()ש ְכ ֹ֖מו
5 EBERHARD, Nestle; ERWIN, Nestle. Nestle-Aland: NTG Aparatus Criticus. 28. ed. Pág. 697
8
1.4 Tradução
6
verbo, Nifʿal, qātal (perfeito), terceira pessoa, masculino, singular (Jurou)
7
verbo, Qal, infinitivo, construto (dizendo)
8
ם־לא
ֹ֞ – ִאEste termo aparece três vezes no AT (Is 5.9, Is 14.24 e Ez 33.27), sempre relacionado ao momento da
profecia em que a palavra do Senhor será dita, alguns traduzem como “certamente ou em verdade”, outros
preferem omitir a tradução.
9
verbo, Pi''el, perfeito, primeira pessoa, singular (pensei)
10
verbo, Qal, qātal (perfeito), terceira pessoa, feminino, singular (Acontecerá)
11
verbo, Qal, qātal (perfeito), primeira pessoa, singular (determinei)
12
verbo, Qal, yiqtōl (imperfeito), terceira pessoa, feminino, singular (será, efetuará, acontecerá)
13 verbo, Qal, infinitivo, construto (quebrar, destruir, esmagar, maltratar)
14 verbo, Qal, yiqtōl (imperfeito), primeira pessoa, singular, nun enérgico (pisar, referindo-se à rejeição)
15 verbo, Qal, perfeito, terceira pessoa, masculino, singular (apartar, afastar)
16 A palavra “Israel” não está no texto hebraico, é usado apenas um pronome seguido de preposição (֙עלֵיהֶ ם ֲ )מ
ֵֽ ֵ que
indica que o escritor se refere, de forma indireta, ao povo de Deus.
17 verbo, Qal, yiqtōl (imperfeito), terceira pessoa, masculino, singular (seja removida, seja tirada)
18 verbo, Qal, particípio passivo, feminino, singular, absoluto (foi determinado, planejado, formado, designado)
9
ok
2 CONTEXTO HISTÓRICO
O livro de Isaias tem uma característica singular, que envolve três cenário
históricos diferentes. O primeiro deles está compreendido entre a vida terrena de
Isaias (739 a 701 a.C.), registrado nos capítulos 1 a 39. O segundo vai além da mor-
te de Isaias, e compreende o período do exílio babilônico (605-539 a.C.), registrado
entre os capítulos 40-55, e do retorno do exílio entre (539 a 400 a.C.) abrangendo os
capítulos 56-66.23
Esses três cenários têm levado os estudiosos a discutirem a autoria múlti-
pla do livro de Isaias, mas esse assunto trataremos mais tarde quando falarmos so-
cenário
bre o contexto literário do livro. No momento nos atentaremos ao primeiro senário
que abrange o capítulo 14 que vamos estudar.
Em 783 a.C. morre Adad-Nirari, rei da Assíria. Seus sucessores não con-
seguiram manter o ritmo das conquistas anteriores e levaram a Assíria a um período
de declínio e uma pausa na expansão de seu território. Esse declínio foi provocado
pela sucessão de reis fracos, problemas com a Armênia em sua fronteira norte e
uma sequência de epidemias de peste bubônica que dizimou o povo Assírio.24
Quem se beneficiou com isso foram os reinos mais distantes, como Judá
e Israel, que por cinquenta anos não tiveram problemas com invasões estrangeiras,
trazendo paz e prosperidade para ambos.
Nesse período Israel era governada por Jeroboão II (2Rs 14.23-29), e Ju-
dá era governada por Azarias ou Uzias (2Rs 15.1-7; 2Cr 26.1-23). Mas, mesmo des-
frutando de paz e prosperidade, como nunca tinha acontecido desde os tempos de
Deve usar a mesma fonte do Windows.
19 verbo, Qal, qātal (perfeito), terceira pessoa, masculino, singular (determinou, planejou, formou, designou)
20 verbo, Hifʿîl, yiqtōl (imperfeito), terceira pessoa, masculino, singular (invalidará, destruirá, aniquilará)
21 verbo, Qal, particípio passivo, feminino, singular, absoluto (estendida, esticada, alongada)
22 verbo, Hifʿîl, yiqtōl (imperfeito), terceira pessoa, masculino, singular, nun enérgico (voltar, retornar)
23 OSWALT, J. Comentários do Antigo Testamento: Isaías. 1ª. ed. São Paulo: Cultura Cristã, v. 1,
2011. Pg 21
24 HORTON, S. M. Isaías: O profeta Messiânico. 2ª. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2003. Pg 6
10
Assíria era Senaqueribe (704-681).26 O governante de Judá era Ezequias, que as-
sumiu o trono após a morte de seu pai Acaz (2Cr 28.26-27 e 29.1).
Como vimos acima, Acaz faz uma aliança com os assírios a fim de manter
o seu reinado e destruir seus inimigos. Mas quando Ezequias assume o trono o ce-
nário muda novamente, com a morte de Sargão II e a ascensão de Senaqueribe, faz
surgir uma oportunidade de revolta devido ao processo de transição que deixaria a
Assíria momentaneamente enfraquecida. A babilônia e o Egito oferecem uma opor-
tunidade a Ezequias para se unirem a eles contra a Assíria.27
Ridderbos ao comentar sobre a passagem escreve o seguinte:
“Poucos anos depois, por volta de 715 a.C., esta situação mudou. Este é o
ano em que prefiro colocar as profecias dirigidas contra a Assíria (105-34;
14.24-27). Mais ou menos nessa época levantou-se novo movimento contra
a Assíria entre os estados palestinos, apoiados pelo Egito — rebelião essa
que teve fim três anos mais tarde, com a sujeição de Asdode em 711 a.C.
(20.1). As profecias dos capítulos 18 e 20, que pertencem a esse período,
mostram o intenso interesse com que Isaías seguiu esses acontecimen-
tos”.28
3 CONTEXTO LITERÁRIO
com 14.24-27 sendo o texto de transição às nações reais existentes nos dias de
Isaias.29 ok
3.3 Autoria
Alonso Schokel, é um defensor de que o livro não foi escrito por Isaias, e
o argumento acima é utilizado para defender essa tese, mas em seus escritos ele
deixa bem claro a sua posição quanto ao assunto:
31
SCHÖKEL, L. A.; SICRE DIAZ, J. L. Profetas 1 Isaias e Jeremias: Grande Comentário Bíblico. 1ª. ed. São
Paulo: Paulinas, 1988. Pg 91
32 (SCHÖKEL e SICRE DIAZ, 1988, p. 111)
4
Sob essa luz, minha convicção é que o conteúdo essencial do livro nos
chegou por meio de um autor humano, Isaías, filho de Amós. Foi ele que re-
cebeu a revelação da parte de Deus e que dirigiu a formação do livro. 35
Com isso acreditamos que todo o livro forma uma unidade e que foi escri-
ta por Isaias, e não três autores distintos. E que o profeta foi inspirado por Deus a
relatar os acontecimentos históricos e escatológicos.
33 PRICE, R. E. et al. Comentário Bíblico Beacon: Isaías a Daniel. 1ª. ed. São Paulo: CPAD, v. 04,
2005. Pg 14-15
34 (PRICE, GRAY, et al., 2005, p. 14)
35 (OSWALT, 2011, p. 45)
5
Com isso ele está dizendo que esse oráculo está encerrando um oráculo
profético contra a coletividade iniciado no capítulo 13.1 contra a Babilônia, como já
discutimos nesse trabalho no ponto “3.1 função literária”.
3.5 Subcategorias
4 ESTRUTURA
A estrutura dessa perícope tem início no capítulo 13.1 onde inclui uma in-
trodução sobre a destruição da Babilônia, seguido de um anúncio de juízo universal
(13.2-16), por conseguinte vemos uma longa descrição do juízo de Deus para a Ba-
bilônia (13.17-14.23), uma mensagem curta de juízo contra a Assíria (14.24-25) e
36
(OSWALT, 2011, p. 399)
6
5 COMENTÁRIO
Este oráculo se inicia no capítulo 13.1, onde Isaias traz uma profecia con-
tra a Babilônia, e esta perícope é o ponto de transição entre as profecias contra a
Babilônia, que nesta época era uma província da Assíria, e as profecias contra os
outros reinos da terra, que terminam no capítulo 23.
SENHOR
Jurou o Senhor dos Exércitos, dizendo: O primeiro verbo é o נ ְׁש ַּ֛בע, e
está conjugado no Nif’al, que normalmente é traduzido na voz passiva, ou seja, onde
o sujeito recebe a ação. Mas em alguns verbos o Nif’al expressa uma ação reflexiva,
onde o sujeito recebe e pratica a ação. Outra forma de traduzir o Nif’al é quando, em
alguns casos, não ocorrem formas do verbo no Qal, que é a voz ativa simples da
língua hebraica, neste caso o Nif’al adquire significado semelhante ao do Qal, que é
o que ocorre neste verbo. Então a conclusão é que o Senhor pratica a ação de fazer
37
CHISHOLM JR, R. B. Introdução aos Profetas. 1ª. ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2018. Pg 52-53
7
um juramento,38 e como não existe ninguém a quem o Senhor possa jurar ele jura
por si mesmo.
VanGemeren, comentando sobre essa palavra diz que:
As pessoas juravam pela divindade, mas Javé não tinha como invocar um
poder superior: podia jurar por si mesmo (Is 45.23; Jr 49.13; 51.14), por sua
santidade (Sl 89.35 [36]), pela sua mão direita (Is 62.8) ou por seu grande
nome (Jr 44.26). Quando Deus falava, era impensável que sua palavra não
se cumpriria; ficava implícito que ele havia jurado por si mesmo em todas as
promessas e alianças com seu povo.39
Esta doutrina ensina que, devido a sua imensa perfeição, Deus não mu-
38 KELLEY, P. H. Hebraico Bíblico: Uma Gramática Introdutória. 10ª. ed. São Leopoldo: Sinodal,
2015. Pg 140 e 141
39 VANGEMEREN, W. A. Novo Dicionário Internacional de Teologia e Exegese do Antigo Testamento.
da, pois, a mudança demanda de seres imperfeitos que comentem atos imperfeitos
Os intentos do Senhor para a Assíria é de utilizá-la como um instrumento
de ira, e assim castigar seu povo infiel. Os assírios não se contentaram somente
com Israel, eles queriam mais (Is 10.5-11). Mas a determinação do Senhor era de
proteger o seu povo e destruir o intento de seus inimigos de invadir Judá e conquis-
tá-la (Is 7.5-7).
Aqui deveria ser uma subdivisão, em negrito, com as explicações dos devidos termos em hebraico.
(v25a) Esmagarei a Assíria na minha terra e nas minhas montanhas a pi-
sarei: O contraste desta determinação do Senhor é que Ele permite que a Assíria
invada a terra da Palestina, dando a entender que o Senhor armou uma armadilha
contra eles para os derrubar dentro das terras de Judá.41
Segundo os estudiosos, essa profecia se cumpriu quando Senaqueribe
em 701 a.C, invade e conquista dezenas de cidades no sul e sudoeste de Judá (2Rs
18.13 e Is 36.1)42. Segundo Ridderbos, a terrível opressão causada a Judá não foi
feita por Sargom que reinou sobre a Assíria de 722 a 705 a.C (Is 20.1), mas ocorreu
pouco tempo depois com Senaqueribe.
Mas os acontecimentos não se deram como Senaqueribe intentava, pois
ele, ao tentar invadir Judá, foi impedido pelo anjo do Senhor que destruiu seu exérci-
to e humilhou a tão poderosa nação opressora (Is 37.36-38). O cerco contra Judá
era um ataque ao próprio Deus (Is 37.29), era um ataque a sua propriedade, e po-
demos perceber isso através dos sufixos possessivos “minha terra” e “minhas mon-
tanhas” e foi dentro das terras do Senhor que Senaqueribe foi derrotado.43
Aqui deveria ser uma subdivisão, em negrito, com as explicações dos devidos termos em hebraico.
(v25b) E seu jugo se aparte de (Israel), e a sua carga seja removida
dos ombros dele: Esta parte do verso é parecido com Is 10.27 e soa como um alí-
vio para o povo de Deus. Por mais poderosa que a Assíria seja ela não pode contra
os decretos do Senhor que visam a salvação de seu povo.
O Senhor vê a dominação Assíria como um jugo ou um fardo que precisa
ser retirado dos ombros do seu povo, e devido ao poder superior dos Assírios, Judá
SENHOR
não poderia fazer isso sem a ajuda direta do Senhor dos Exércitos.
41
(SCHÖKEL e SICRE DIAZ, 1988, p. 182)
42
CROATTO, J. S. Isaías 1-39: O Profeta da Justiça e da Fidelidade. 1ª. ed. Rio de Janeiro: Vozes, v. 1, 1989.
Pág. 108
43
(CROATTO, 1989, p. 108)
9
Aqui deveria ser uma subdivisão, em negrito, com as explicações dos devidos termos em hebraico.
conjunção ִּֽכי־traduzida como “porque” indica uma resposta do porquê que este de-
sígnio acontecerá. Isso se dará pelo fato de que “o Senhor dos Exércitos o determi-
nou”. Ele é onipotente, soberano e senhor de todo o cosmos, e definiu o que aconte-
cerá na história, diante disso quem poderá frustrar seus decretos eternos? A respos-
ta é clara: ninguém! Nem mesmo o poder esmagador do exército Assírio.
(v27b) A sua mão está estendida; quem a fará voltar atrás? A mão es-
tendida do Senhor garantirá que todos os seus propósitos sejam cumpridos e que
ninguém poderá invalidá-los.45 O destino do governo do mundo está sobre o contro-
le do Senhor e não da Assíria ou de qualquer outro império que possa se levantar
contra Deus e seu povo.
A mão estendida do Senhor indica castigo e força, castigo contra seus
44
(CRABTREE, 1967, p. 244)
45
(PRICE, GRAY, et al., 2005, p. 68)
10
inimigos e força para defender seu povo da tirania. A mão do Senhor não está mais
contra Israel (5.25; 9.11,16,20; 10.4), mas contra a Assíria e seus domínios.46 Essa
mesma mão, que está estendida contra a Assíria por terem invadido o povo de
Deus, será estendida contra todas as nações que tiverem o mesmo propósito.
A Assíria era considerada na época, uma nação invencível devido a sua
grandiosidade e poderio militar, mas nem mesmo esse poder foi suficiente para re-
sistir à poderosa mão do Senhor que estava estendida para defender o seu povo.
Apesar disso, ninguém tem o poder para fazer com que essa mão, uma
vez estendida, possa ser recolhida. Nem mesmo se todas as nações se reunissem
em batalha contra o Senhor seria o suficiente para fazer com que sua mão protetora
e vingadora não se levantasse para defender o seu povo e destruir seus inimigos.
6 ESBOÇO HOMILÉTICO
Você poderia ter usado a palavra "soberania" no lugar de "oráculo", como palavra-chave na estrutura exegética, no capítulo anterior.
INTRODUÇÃO
Captação:
Contexto Remoto
Contexto Próximo
46
(CROATTO, 1989, p. 108)
11
7 APLICAÇÃO
Muitos fazem todo tipo de juramento. Uns juram por suas vidas, por suas
famílias e tem alguns que até juram por Deus. Mas o caráter pecaminoso do ser
humano o leva a possibilidade de não cumprir suas promessas se tornando assim
um ser de pouca confiança.
Com o Senhor não acontece assim, nele não contém pecados e nem er-
ros, ele cumpre todas as suas promessas (Nm 23.19; Js 21.45; Sl 89.34-37), Deus é
um ser imutável e tudo o que ele diz se cumpriu no passado e se cumprirá no pre-
sente.
Nesses versos vemos o Senhor jurando que destruirá a Assíria nas suas
montanhas, e isso se dará para livrar o seu povo do jugo imposto pelos assírios. E
mais tarde quando Senaqueribe tenta invadir Judá o Senhor envia um anjo que der-
rota seu exército e livra Judá da destruição (Is 37.36-38).
Nós também estávamos sobre ameaça de destruição, pois éramos peca-
dores, sem esperança e sem perspectiva de livramento. Nosso inimigo não era um
exército de uma nação poderosa, mas era o próprio Deus. E todo aquele que tem
Deus por seu inimigo não tem quem o livre, a não ser que o próprio Deus aja com
misericórdia. E foi exatamente o que o Senhor fez: quando Jesus renunciou a sua
glória, desceu à terra e pagou o preço pelo nosso resgate, ele tirou o poder que o
pecado tinha de nos condenar e trouxe a paz que precisávamos para nos reconciliar
12
com Deus.
Agora vivemos cada dia aguardando a consumação dos séculos. Nesse
tempo Jesus voltará mais uma vez e nos livrará de todos os nossos inimigos, nossas
enfermidades, nossos pecados. Assim como a Assíria trouxe medo e desespero pa-
ra o povo de Judá (Is 37.6), nós também andamos amedrontados, pois a morte nos
cerca todos os dias. Temos medo de que um ente querido se vá, e como suportare-
mos tamanha dor? Temos medo de receber o diagnóstico de uma doença fatal que,
antes de tirar nossas vidas, nos fará sofrer em agonia. Mas assim como o alívio veio
para o povo de Judá, também virá para nós. Quando Jesus o anjo perfeito vier res-
taurar todas as coisas ele derrotará todos os nossos inimigos, inclusive a morte.
mundo passariam por aflições, mas que mesmo assim eles tivessem alegria pois
Jesus venceu o mundo. Essa é uma verdade que nunca deve sair de nossa mente,
não teremos vida fácil aqui na terra, mas todos os nossos inimigos serão derrotados
pela manifestação de nosso senhor Jesus Cristo na consumação dos séculos, por
mais poderosos que possam ser eles não podem contra a Soberania e o decreto do
Senhor, por isso descansemos nas promessas que Jesus nos fez, pois elas certa-
mente se cumprirão.
Digite o texto aqui
14
8 BIBLIOGRAFIA
CHISHOLM JR, R. B. Introdução aos Profetas. 1ª. ed. São Paulo: Cultura Cristã,
2018.
EBERHARD, N.; ERWIN, N. Nestle-Aland: NTG Aparatus Criticus. 28. ed. Stuttgart:
Deutsche Bibelgesellschaft, 2012.
FRANCISCO, E. D. F. Manual da Bíblia Hebraica. 3ª. ed. São Paulo: Vida Nova,
2008.
HORTON, S. M. Isaías: O profeta Messiânico. 2ª. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.
PRICE, R. E. et al. Comentário Bíblico Beacon: Isaías a Daniel. 1ª. ed. São Paulo:
CPAD, v. 04, 2005.
RIDDERBOS, J. Isaías: Introdução e Comentário. 1ª. ed. São Paulo: Vida Nova,
2006.