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ALEXANDRE PRIMON

Clínica Médica 2
DISTÚRBIOS DE NA+ E K+ excreção de agua é pequena através destes mecanismos,
consideramos a excreção de agua importante pelos rins.
Com relação aos distúrbios HIDROELETROLÍTICOS/ÁCIDO
-Então quando estamos frente a um paciente com
BÁSICOS, o RIM é a parte da solução ou é parte do
hiponatremia, sódio sério menor que 135, já aprendemos
problema.
que ele está com excesso de agua, se ele está com
-valor normal do sódio 135 a 145 mEq/l excesso de agua, que pode ser por um aumento
-hiponatremia quando a concentração sérica do sódio está acentuado na ingesta de agua (raro) ou por uma excreção
menor que 135 mEq/l. de agua prejudicada, ou porque o rim realmente está
-quando estamos frente a uma hiponatremia, não doente e daí ele já não consegue excretar agua livre ou
significa pouco sódio, na verdade é um excesso de água. porque existe a ação de um hormônio que chamamos de
anti-diurético (ADH).
OBJETIVOS:
-Porque o paciente está com excesso de agua?
-compreender os mecanismos pelos quais ocorrem
*Porque ele bebeu muito? Raro, difícil.
hiponatremia e hipernatremia.
*Porque ele não está provavelmente excretando
-conhecer os princípios básicos no diagnóstico e
adequadamente essa agua, e quem excreta a agua? O rim,
tratamento desses distúrbios.
porque existe a necessidade de um parênquima renal
funcional, o nefron tem que estar funcionante, mas além
→hiponatremia, não é pouco sódio, é muita agua, a
disso o rim recebe uma ordem para excretar agua, ele não
concentração sérica de sódio fica baixa porque esta
toma essa decisão sozinho, o hormônio chave, aqui no
diluída.
balanço da agua é o hormônio anti-diurético (ADH).

HIPONATREMIA
DISTÚRBIOS HIDROELETROLÍTICOS
-Definição: Sódio sérico < 135 mEq/l.
-Conceitos:
-A hiponatremia representa um excesso relativo de agua -Osmolalidade plasmática = 2x Pna+
em relação ao sódio. Pode ser induzida por um aumento
acentuado na ingestão de agua (polidpsia primaria) e / ou -Regulação
por excreção de agua prejudicada devido, por exemplo, a →ingesta de agua → SEDE
insuficiência renal avançada ou liberação persistente de →excreção → ADH
hormônio antidiurético (ADH).
-A osmolalidade plasmática é o principal indicador do
-Se é um excesso de agua em relação ao sódio, temos
metabolismo corporal total da agua.
que entender que a concentração sérica do sódio ela é
dada pelo metabolismo ou pelo balanço da agua (quando -Calculada = 2 [Na + K] + glicose/18 + ureia/6
falamos balanço é o equilíbrio de uma substancia, é o que
-Osmolalidade é importante porque determina o volume
entra e o que sai)
intracelular, e o sódio que coordena a osmolalidade e a
-Se a hiponatremia representa um excesso de agua em volemia, é um soluto com maior concentração
relação ao sódio, quando estou frente a um paciente com extracelular.
hiponatremia, tem que passar pela minha cabeça o
-Lembrando que a concentração sérica do sódio é dada
seguinte, porque esse paciente está com excesso de
pelo balanço da agua, e o balanço da agua está relacionado
agua? Se a agua entra no nosso organismo pela ingesta
com a função renal e com o ADH.
oral, através da sede, e a agua sai do nosso organismo,
através das fezes, pele, respiração, mais como a
1
-ADH é sintetizado e produzido pelo hipotálamo, e fica MECANISMO DE AÇÃO DO ADH NO RIM
armazenado na hipófise posterior.
-No hipotálamo existe neurônios especiais que chamamos
de osmorreceptores, são neurônios específicos e
especializados em sentir e perceber a osmolaridade
plamatica. Quando esses osmorreceptores percebem uma
alteração da osmolalidade, eles entram em ação.
-A osmolalidade plasmática tem seu valor normal em torno
de 288, mas pode oscilar 275 a 290 mmos, e essa
osmolalidade tem que oscilar em limites muito estreitos,
porque é essa osmolalidade plasmática que vai ser
importante na distribuição da agua corporal.
-Na prática no dia a dia, calculamos a osmolalidade
plasmática como 2 vezes a concentração plasmática do -Lado vermelho, é a corrente sanguínea, por onde chega
sódio. o ADH que foi liberado da hipófise posterior, ele se liga na
membrana celular do túbulo coletor através no receptor
-Quando a osmolalidade plasmática sobe ↑, esses V2, desencadeia uma serie de reações citoplasmáticas e
osmorreceptores que estão no hipotálamo, percebem, e nucleares, com isso se forma essas pontos azuis que
com isso produzem o ADH, e com isso o ADH que já está podemos observar na imagem acima, que são os canais de
sintetizado ali na hipófise posterior é liberado. agua que são chamados de aquaporinas, essas aquaporinas
-Nesse momento que o ADH é liberado, também tem um serão inseridas na membrana celular do lado apical ou
efeito de estimular o córtex para que a SEDE também luminal, que é o lado que está com contato com a urina
seja estimulada. (lado amarelo na imagem), com isso esses canais de
-Exemplo se nós comermos uma comida salgada ou pode aquaporinas se abrem formando uma ponte e a agua
ser também se perdemos líquido, se tivermos uma passa por dentro dessa ponte, desses canais e voltam
gastroenterite, a nossa osmolalidade vai subir, e no para o sangue, reabsorvendo a agua. As aquaporinas que
hipotálamo os osmorreceptores percebem o aumento da participam dessa reação é o tipo 2.
osmolalidade plasmática, vai haver a liberação do ADH e
-Só para para pensar, ADH, é um hormônio anti-diurético,
com isso vai haver estimulo para a SEDE, com isso vamos
ele diminui a diurese, ele concentra a urina, ele tira a agua
procurar e beber agua, e o ADH vai agir no rim, a nível de
que seria perdida na urina, ele reabsorve essa agua dentro
túbulo coletor, quando o ADH chegar no rim, terá um
do túbulo coletor e joga para o sangue.
receptor para ele se ligar, chamado de receptor V2.
-Então se o ADH reabsorve a agua, que iria ser excretada
na urina, como é que fica a urina do paciente na presença
-ADH, também podendo ser chamado de vasopressina, tem
do ADH? CONCENTRADA
duas funções, anti-diurética e vasoconstrictora
-Quando o ADH exerce sua função vasoconstrictora ele
-Na fisiologia aprendemos que aonde vai o sódio vai a agua
se liga no receptor V1 que se encontra nos vasos, e
e vice e versa, mas, aqui no rim, no túbulo coletor, vemos
quando ele exerce e função anti-diurética ele se liga ao
um processo que permite a excreção de agua livre de
receptor V2 que se encontra no rim, quando então ele se
sódio, na presença do ADH, o rim controla essa excreção
liga a esse receptor V2, acontece uma serie de reações
de agua livre.
intracelulares, onde se abre verdadeiros canais na célula
tubular que vai reabsorver a agua.

2
CONCEITO QUADRO CLÍNICO

→O sódio sérico é o principal determinante da osmolalidade -GRAVIDADE (GRAU) DE HIPONATREMIA:


plasmática efetiva (2x[Na+] + glicose/18)
→Hiponatremia grave uma concentração sérica de sódio
→A osmolalidade plasmática interfere no volume do LIC de <120 mEq/L. Complicações de hiponatremia são mais
comuns entre pacientes com hiponatremia grave.
→A regulação da osmolalidade plasmática é feita através
de ajustes no metabolismo da agua. →Hiponatremia moderada uma concentração sérica de
sódio de 120 a 129 mEq/l.
→Hiponatremia é um distúrbio do metabolismo da água e
não do metabolismo do sódio. →Hiponatremia leve uma concentração sérica de sódio
de 130 a 134 mEq/l.
→Apesar do prefixo HIPO, trata-se de um distúrbio de
excesso de água e não de déficit de sódio.
GRAVIDADE DOS SINTOMAS

DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA CORPORAL TOTAL →Sintomas GRAVES, convulsões, obnubilação, coma e


parada respiratória. Sintomas graves, como convulsões
são relativamente comuns em pacientes com redução
aguda e acentuada da concentração sérica de sódio. Sem
tempo para que ocorra a adaptação do cérebro, os
pacientes afetados podem desenvolver manifestações
neurológicas graves, incluindo coma, herniação do tronco
cerebral e morte.
-nosso grande medo, a hiponatremia o que ela faz na
verdade é um grande edema cerebral, esses sintomas
ACT (agua corporal total) neurológicos são causados por um edema cerebral.

-representa 60% da composição do nosso organismo. -Esse edema cerebral aumenta a pressão intracraniana,
mas sabemos que a calota craneana não expande, ela é
-desses 60%, 20% no LEC e 40% no LIC. rígida, ai pode ocorrer então a herniação do tronco
-o no LEC (20%) cerebral, com isso a morte.
 5% no LIV, plasma 3,5l (intravascular) -Quando vermos um paciente em convulsão, coma, além
 15% LIT (intersticial) de pensarmos em todas as outras causas, que sempre
 LT, liquido transcelular (LCR, urina, TGI) somos acostumados a pensar, principalmente o AVE seja
ele hemorrágico o isquêmico, lembrar que hiponatremia
também pode fazer isso, pensar então nas causas
-essa distribuição tem que ser assim e não pode ficar metabólicas.
oscilando, porque as células não toleram, que fiquem
mexendo em seu volume, ela não pode contrair e não →Sintomas LEVES a MODERADOS, incluem dor de cabeça,
expandir volume a todo momento, porque isso altera, fadiga, letargia, náusea, vomito, tontura, distúrbios da
impede o funcionamento normal das proteínas, enzimas. marcha, esquecimento, confusão e cãibras musculares

→ASSINTOMÁTICO, muitos pacientes hiponatremicos


parecem ser assintomáticos. No entanto, pacientes
assintomáticos particularmente aqueles com hiponatremia
crônica de gravidade moderada (120 a 129 mEq/L), podem
ter deficiências sutis na capacidade mental e na marcha
e um risco aumentado de quedas e fraturas (idosos).

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-Temos que entender que os distúrbios do sódio, a →HIPONATREMIA COM AUMENTO DA OSMOLALIDADE
abordagem clínica da hiponatremia, os sintomas de
-São situações que temos a produção endógena ou
apresentação, estão relacionados ao SISTEMA NERVOSO
exógena de algum soluto que fica restrito no extracelular,
CENTRAL, no caso da hiponatremia, o que acontece é um
e esse soluto fica roubando agua do intracelular,
EDEMA CEREBRAL, e tudo isso que o paciente apresenta,
acontecendo assim a hiponatremia.
náuseas, letargia, crise convulsiva, tudo isso é causado por
esse edema cerebral que aumenta a pressão intracraniana -Um exemplo importante é a hiperglicemia, então todas as
e pode levar até a morte, ser fatal, caso ocorra a vezes que vermos um paciente com hiponatremia,
herniação cerebral, justamente porque nossa calota devemos dosar glicose.
cerebral é rígida, não tem como expandir, não tendo como
aliviar essa pressão intracraniana. -Outros exemplos, manitol, glicerol, contrastes
radiológicos.
ABORDAGEM DIAGNÓSTICA
→HIPONATREMIAS COM OSMOLALIDADE BAIXA (HIPONATREMIAS
-Quando temos um paciente com hiponatremia, sódio VERDADEIRAS)
sérico abaixo de 135 mEq/l, a primeira coisa que fazemos,
é classificar essa hiponatremia em relação a osmolalidade, -São as hiponatremias que tem a osmolalidade plasmática
para que possamos saber que esse paciente está com abaixo de 275 mmol, quando estamos frente a esses
uma osmolalidade normal, baixa ou aumentada. pacientes, vamos ter que fazer o exame físico, visando
principalmente caracterizar e classificar qual é o estado
→ HIPONATREMIA COM OSMOLALIDADE NORMAL de volemia desse paciente, se ele está hipovolêmico,
normovolemico ou hipervolemico.
-chamamos de uma PSEUDOHIPONATREMIA, isso é uma falsa
hiponatremia, na verdade ela ocorre, porque temos o -o que encontramos em um exame físico que me diz que
sangue, que tem a parte das células, das hemácias, o paciente está hipervolemico? Taquicardia, hipertensão,
leucócitos, e tambem no sangue tem a parte do plasma a taquipneia que pode significar congestão pulmonar, edema.
parte liquida, aquosa, e nessa parte aquosa, temos a agua,
os eletrólitos, as proteínas, e o sódio ele é dosado na parte -Um paciente hipervolemico, é bem fácil de entender o
aquosa, e quando existe algumas outras moléculas em porquê ocorre a hiponatremia, porque é pelo excesso de
excesso nessa parte aquosa, o que acontece é que pode agua, então o sódio está diluído.
mascarar, enganar a leitura do sódio e aparecendo como HIPERVOLEMIA
hiponatremia, mas não é não, é falso, por isso que ACT (agua corporal total) ↑↑
chamamos de pseudohiponatremia.
NA+ ↑
-Em situações de HIPERLIPIDEMIA, quando temos colesterol -o paciente hipervolemico, na verdade ele está com
e triglicerídeos muito altos acima de 900, ou em situações excesso de agua e excesso de sódio, só que ele está com
de doenças que podem aumentar a concentração de mais excesso de agua em relação ao sódio, por isso que
proteínas no sangue como HIPERPROTEINEMIA, podemos fica hiponatremico.
então ter esse efeito de psedohiponatremia.
NA URINARIO > 20: IRA, IRC
-Então, para concluirmos quando há a presença de
-quando o paciente tem IRA e IRC, ele excreta menos agua
algumas doenças que aumentam muito a concentração de
e também perde o controle do sódio, ficando então
algumas substancias no sangue e é como se essas
hipervolemico, porque perde esse controle da excreção de
substancias tampassem o sódio na hora do aparelho fazer
agua e de sódio
a leitura, dando a falsa impressão que o paciente está
-Na IRA e IRC, o rim está doente, temos que arrumar um
com hiponatremia, mas na verdade não está, pois sua
outro jeito, terapia substitutiva para excretar agua.
osmolalidade esta normal.

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NA URINARIO < 20: Sx. Nefrótica, cirrose e IC. -Como é que tratamos a hiponatremia desses pacientes?
-Na sx nefrótica existe muitas vezes um efeito primário Se nós podemos entender que o problema não está no
do rim que de forma patológica ele retem sódio e agua. rim, que o rim está bom, no caso da IC, temos que melhorar
-Na cirrose e na IC, porque esse paciente fica o debito cardíaco, tratar o coração, melhorar o
hipervolemico, preenchimento da arvore arterial, quando melhoramos,
esse debito os sensores saem de ação, e o excesso de
-Volume circulatório efetivo, é o volume de sangue que agua e de sódio o rim elimina.
preenche a arvore arterial que está levando oxigênio para -Na cirrose hepática é um pouco mais difícil porque é uma
os tecidos, ele é fundamental, pois é ele que transporta doença irreversível e progressiva.
os alimentos para os tecidos, inclusive o oxigênio.
Esse volume circulatório efetivo não pode cair, porque se
HIPOVOLEMIA
ele cair, não chega alimento, nutrientes para as células,
então o que o organismo faz, ele se cerca de sensores ACT (agua corporal total) ↓
ao longo dos vasos, esse sensores ficam ali somente
NA + ↓↓
percebendo esse volume de enchimento da arvore
-Na hipovolemia, ambos estão diminuídos, a ACT e o sódio,
arterial, então se esse volume circulatório efetivo cai,
só que o que vai mais diminuir é o sódio.
esses sensores são ativados e liberam determinadas
substancias que dão ordem para o rim, para reabsorver
NA URINARIO < 20: Perda extrarrenal, vômitos, diarreia,
todo sódio e toda agua. Então nessas situações o rim está
terceiro espaço.
intacto, mas está recebendo ordens para que reabsorva
-Se o paciente está hipovolêmico (pouco liquido dentro do
o sódio e a agua, então esse é o caso da IC de baixo débito
vaso, dentro da arvore arterial) os sensores
e da cirrose hepática.
(barorreceptores, SRAA, ADH) vão entrar em ação, ai se o
rim está bom, o rim vai receber a ordem, segura todo
-Na IC, a doença está aonde? Na bomba, no coração, ele sódio e toda a agua, se ele estiver bom ele obedece, com
está fraco e não consegue bombear adequadamente o isso o sódio urinário estará baixo ou alto? BAIXO.
sangue para frente, o débito cardíaco está baixo, volume
sistólico está baixo, e o que acontece? Essa arvore NA URINARIO > 20: Perda renal, diurético, deficiência de
arterial fica subpreenchida, então os sensores (+comum mineralocorticoides, nefrite intersticial, diurese osmótica.
barroreceptores) darão ordem para o rim, reabsorve todo -Se um paciente com hipovolemia esta com o sódio
sódio e toda a agua, porque esse paciente está urinário alto, significa que o rim esta completamente
hipovolêmico, está com baixo preenchimento da arvore enlouquecido, o rim não esta conseguindo obedecer as
arterial, o rim então obedece e segura todo sódio e a toda ordem dos sensores.
a agua, e ai o paciente com IC e cirrose, na verdade fica Quem enlouquece o rim? Sempre muito cuidado, os
com excesso de agua e de sódio, só que fica represado diuréticos, causa frequente de hiponatremia, tambem
fora da arvore arterial, vemos então o paciente doenças que cursem com baixa aldosterona
edemaciado, congestão pulmonar, hepatomegalia, ou seja
esse excesso de sódio e agua fica no sistema venoso.
-Concluindo então, na IC, porque o paciente fica retendo
sódio e agua? Porque ele está com baixo volume
circulatório efetivo.
-Na cirrose, o paciente fica hipervolemico, mais esse
liquido está represado no abdômen, então ele não está
efetivamente circulando, o organismo então faz a leitura
através dos sensores que ele está hipovolêmico, então
esse paciente fica retendo sódio e agua.

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NORMOVOLEMIA uma boa anamnese desse paciente, onde na anamnese
mostra a etiologia da hiponatremia, na maioria das vezes.
ACT (agua corporal total) ↑ No exame físico, vamos ver os sinais que vai nos falar se
NA + → o paciente esta hipovolêmico, normovolemico ou
hipervolemico, e consigo entender seu caso sobre o
-São aqueles pacientes, que são normais, não tem
estado de volemia do paciente
hipotensão postural, FC normal, turgor de pele mantido,
sinais que o paciente está normovolemico.
OBJETIVOS DA TERAPIA:
NA URINARIO > 20: Deficiência de glicocorticoides, -O tratamento da hiponatremia em pacientes
hipotireoidismo, drogas, estresse, síndrome anti-diurese hospitalizados tem quatro objetivos importantes:
inapropriada.
→Prevenir novos declínios na concentração sérica de
-Está normovolemico, PENSAR EM CAUSAS ENDÓCRINAS, sódio.
como hipotireoidismo, deficiência de glicocorticoides, →Diminuir a pressão intracraniana em pacientes com risco
drogas. de desenvolver herniação cerebral.
-E também a SECREÇÃO INAPROPRIADA DE ADH, agora →Aliviar os sintomas de hiponatremia
chamada de síndrome da antidiurese inapropriada, como →Evitar a correção excessiva de hiponatremia em
sabemos, quais são os estímulos para secreção e liberação pacientes em risco de síndrome de desmielinização
de ADH, como é que o ADH é liberado, qual o estimulo? osmótica (SDO).
Aumento da osmolalidade plasmática, quando o paciente
tem hipovolemia, porque o ADH também funciona como TRATAMENTO
um vasoconstrictor, e quando temos essa secreção de 1-Não aumentar a concentração sérica de sódio mais do
ADH inapropriada é porque ele está sendo liberado de que 6 a 8 Meq/l em 24 horas.
forma errônea, não existe esses dois estímulos para que
ele seja liberado, existem inúmeras causas dessa liberação 2-Medidas gerais = restrição de agua livre + tratar causa
inapropriada, mais as mais frequentes são neoplasias, de base (ex- corrigir a depleção de volume, retirar drogas,
infecções como TBC, Aids, o estresse também pós otimizar função cardíaca)
operatório libera ADH e o paciente faz essa secreção 3-Avaliar uso de solução salina 3% (sintomas neurológicos,
inapropriada de ADH. graves, consulsões, coma), desmopressina, diurético,
antagonistas dos receptores V2.
Resumindo então, pegamos um paciente com hiponatremia,
sódio sérico menor que 135 mEq/l, e fazemos a seguinte 4-Considerar a duração da hiponatremia (aguda x crônica)
pergunta: + gravidade dos sintomas e intensidade da hiponatremia.
PORQUE ESSE PACIENTE ESTA COM EXCESSO DE AGUA? (Pois
-O tratamento da hiponatremia, nos baseamos em um
aprendemos que hiponatremia não é pouco sódio, é muita
TRIPÉ de tratamento, avaliar:
agua).
-É porque ele bebeu muito? Pouco provável →intensidade da hiponatremia (leve, moderada, grave)
-A excreção que deve estar prejudicada, ou porque o rim →velocidade de instalação (aguda quando se desenvolveu
está doente ou porque o ADH está fazendo isso. em menos de 48 horas e crônica quando se desenvolveu
com mais de 48 horas)
Logo em seguida vamos fazer o cálculo da osmolalidade →quadro clinico, sintomatologia clínica
plasmática, que já aprendemos que de forma pratica nós
calculamos sendo 2 x a concentração sérica do NA, NECESSIDADE DE INTERNAÇÃO
exemplo que o paciente está com 120 de sódio, 2x esse -Aqueles com hiponatremia aguda
valor = 240, então a osmolalidade plasmática está 240, -A maioria dos pacientes com hiponatremia grave (ou seja,
mais seu valor normal é de 275 a 290, então 240 esta sódio sérico inferior a 120 mEq/l)
baixa, falamos então que é uma hiponatremia com uma -A maioria dos pacientes com hiponatremia sintomática
osmolalidade baixa, então vamos colher a história e fazer
6
Em contraste, pacientes com hiponatremia leve e CASO CLÍNICO
pacientes assintomáticos com hiponatremia moderada -Paciente feminina, 60 anos, branca, portadora de
geralmente não requerem hospitalização. glioblastoma multiforme, em uso de temozolomida, se
apresentou com queixa de sonolência. Exames laboratoriais
normais, exceto Na+ = 115 mEq/l.
Relatava 3 internações nos últimos 2 meses para
HIPONATREMIA E CEREBRO
correção de hiponatremia. A paciente estava usando
escitalopram há cerca de 1 mês, pois a sonolência foi
interpretada como depressão. Negava uso de diuréticos.
Ao exame: PA: 120x80 mmHg, FC=80 bpm, sem alterações
posturais. Peso: 50 kg. Ausência de edema, glicose,
lipidograma, função renal, adrenal e tireoidianas normais.
Osmolaridade urinária= 600 mosm/l e Na urinário = 80
mmol/l.

RESOLUÇÃO:
-temos uma hiponatremia grave, pois o sódio sérico está
abaixo de 120 mEq/l
-hiponatremia crônica
-na hiponatremia, no extracelular o sódio está baixo, então -estado de volemia → normovolemica (pensar em
fora do neurônio eu tenho sódio baixo, então qual o patologias endócrinas, drogas, secreção inapropriada de
movimento que a agua vai fazer? A agua vai para onde ADH)
tem mais soluto, entrando para dentro do neurônio, com -lipidograma está no caso clinico como normal, para que
isso os neurônios tendem a aumentar de volume, pudéssemos descartar pseudohiponatremia.
ocorrendo o edema cerebral, que é o que leva os sintomas -quem mexe com a osmolalidade urinaria? ADH
neurológicos. -a osmolalidade urinária do caso está aumentada, a
-Em um primeiro momento, os neurônios, coloca os paciente está com 600.
solutos para fora, para que não entre tanta agua, -com essa osmolalidade de 600, a urina está concentrada
começando a se equilibrar com essa hiponatremia, esse ou diluída? CONCENTRADA.
movimento de proteção começa a se desenvolver com -quando temos uma osmolalildade urinaria acima de 100
48 horas. mosm/l é porque existe ADH circulando.
-quais são os estímulos fisiológicos para a liberação do
-Exemplo a paciente Joana, está com 120 de sódio, ai ADH? Hipovolemia e aumento da osmolalidade plasmática.
resolvi que quero aumentar esse sódio dela rapidamente, -Com hipovolemia essa paciente não está, ela tem
ai começo a dar sódio para essa paciente, com isso o sódio aumento da osmolalidade plasmática? Não, pois o sódio dela
no extrecelular vai aumentar muito rápido, e o que vai está 115 mEq/l, e lembrando que podemos calcular a
acontecer com a agua? A agua tende a ir para o meio osmolalidade fazendo 2x o valor do sódio sérico, ela teria
extracelular, roubando a agua do neurônio, do intracelular, provavelmente uma osmolalidade de 230 mmol/l, e o valor
fazendo com que o neurônio contraia de volume, com isso de normalidade da osmolalidade plasmática é de 275 a 290
podemos provocar uma doença tão grave quanto a mmol/l, então a paciente tem uma hiponatremia hipotônica,
hiponatremia que é a síndrome desmielinizante osmótica, com osmolaridade baixa.
que é um quadro neurológico muito grave, quando -concluimos que essa paciente não tem o porque de o
fazemos essa contração do volume do neurônio. ADH estar circulando, porque ela não esta hipovolêmica e
não tem aumento da osmolalidade plasmática.
-entao a ETIOLOGIA dessa hiponatremia, é drogas, levando
a uma SECREÇÃO INAPROPRIADA DE ADH, porque a paciente
esta normovolemica, osmolaridade urinaria alta.
-a osmolaridade urinaria, serve para sabermos se tem ADH
ou não, porque na PRATICA MÉDICA, não dosamos ADH,
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porque é uma molécula muito instável, então vemos se METABOLISMO DO POTÁSSIO
tem a presença de ADH, através da osmolalidade urinaria,
-É responsável pela condução neuromuscular, importante
então quando temos uma osmolalidade urinaria acima de
na excitabilidade das membranas celulares.
100, nesse caso é 600, sabemos que tem ADH, porque a
urina está concentrando. -Distribui-se principalmente na musculatura esquelética,
-O ADH tinha que estar ai? NÃO, porque ela não tem fígado e hemácias.
hipovolemia e a osmolalidade plasmática dela é 230 mmol/l,
-Íon mais importante do intracelular.
ele não devia estar aqui, então é uma secreção
inapropriada de ADH paraneoplasica, pelo glioblastoma. -O distúrbio mais importante é o potássio elevado
-Hipocalemia quando temos um potássio inferior a 3,5
mEq/l e podemos ter uma hipercalemia quando temos
HIPERNATREMIA é quando existe uma concentração sérica potássio > 5,5 mEq/l.
maior que 145 mEq/l
-Podemos deduzir que quando temos um distúrbio do
-é muito menos frequente, porque se a pessoa tem potássio seja ele elevado ou diminuído o grande perigo, pelo
acesso a agua, então não desenvolve. órgão pelo qual o impulso nervoso não pode ser
interrompido porque é fatal? CORAÇÃO.
-Assim como o SNC é a manifestação, onde ocorre os
sintomas do distúrbio do sódio, aqui nos distúrbios do
potássio nosso grande temor é o coração, são as arritmias
cardíacas.
HIPOCALEMIA
-nivel de potássio plasmático < 3,5 mEq/l
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

→Cardiovasculares
 Risco de intoxicação digitálica
 ECG: achatamento da onda T, depressão do
segmento ST, onda U.

-hipocalemia pode causar arritmias cardíacas.

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Neuromusculares: 2-INTRAVENOSA NÃO ADMINISTRAR:
 Fraqueza
-Mais do que 40 mEq/hora
 Cãimbras -Mais do que 240 mEq/dia
 Rabdomiólise -Nos casos graves (16 ml KCl 19,1% em 500ml de soro
 Paresia e Paralisia infundir em 1 hora)
 Íleo Paralítico -Monitorizar ECG continuo.

-Hoje quase não vemos mais hipocalemia, porque todo


-Como uma pessoa pode desenvolver hipocalemia?
paciente hipertenso ou com doença cardíaca, a maioria
-Temos que pensar no balanço do potássio, entrada e
dos pacientes usam IECA ou BRA, essas drogas bloqueiam o
saída do potássio, o potássio entra no nosso organismo
SRAA, sendo assim são drogas retentoras de potássio,
através do que? VIA-ORAL, INGESTA
então não vemos com muita frequência hipocalemia.
-Por onde perdemos potássio, por onde ele sai? EXCREÇÃO
RENAL E TRATO GASTROINTESTINAL (pouco).
HIPERCALEMIA
CAUSAS: -K+ > 5,5 mEq/l
1-Redistribuição entre LIC e LEC: (movimenta-se do LEC -COMUM, SILENCIOSA E POTENCIALMENTE LETAL.
para dentro da célula LIC), pode haver alguma doença que -Fácil tratamento
faça com que o potássio saia do LEC para o LIC, empurra -Além de reverter → descobrir a causa.
o potássio para dentro da célula, com isso o potássio no
sangue fica baixo.
-beta-adrenérgicos -Fazer a pergunta, porque o paciente está com excesso
-insulina de potássio? Ou porque ele comeu muito potássio ou
-alcalemia porque o potássio não sai.

2-Depleção Ingesta pobre -Exemplo, paciente ingeriu uma dúzia de banana prata um
dos alimentos mais ricos em potássio, então com essa
3-Excreção excessiva ingesta o potássio faz uma subida inicial, quando o potássio
A)Trato gastrointestinal: sobe, entra em ação os mecanismos protetores, o próprio
potássio quando aumenta seu nível sérico, ele vai estimular
 Vomitos, diarreia, laxantes, fistulas intestinais.
a produção do hormônio que controla a secreção dele, qual
é o grande hormônio chave nos distúrbios do potássio?
PERDA URINÁRIA:
-ALDOSTERONA (que pega o sódio e dá em troca o
-Diuréticos de alça e tiazídicos
potássio)
-Síndromes de Barter e Gitelman
-Então comemos uma dúzia de banana prata, subiu o
-Excesso de mineralocorticoides: hiperaldosteronismo
potássio sérico, esse nível de potássio, estimula a glândula
primário, cushing, hiperrenismo.
suprarrenal, que vai liberar aldosterona, a aldosterona vai
no túbulo coletor, aumenta a reabsorção do sódio (Na) e
TRATAMENTO
dá em troca o potássio.
1-SUPLEMENTAÇÃO ORAL
-Somente pela dieta é difícil o paciente fazer
hipercalemia, pois a mecanismos que nos protegem.
-Na maioria das vezes, o paciente para fazer hipercalemia,
ou ele não está excretando potássio, ai o grande problema
estará no rim que é o grande excretor do potássio ou
porque existe esse movimento de redistribuição, que são
substancias que fazem com que o potássio saia do
-Cuidado na hora de repor potássio pela via parenteral, pois intracelular para o extracelular.
podemos sair de uma hipocalemia para uma hipercalemia,
TER CAUTELA....
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CAUSAS
1-Redistribuição entre LIC e LEC
 Movimenta-se do LIC para fora da célula LEC
-déficit hormonal, como déficit de insulina, de
mineralocorticoides (insuficiência da suprarrenal).
-Acidemia
-quando o paciente para por hipercalemia, não volta mais.
2-Excesso de potássio
-Infusão endovenosa excessiva (iatrogenia)
DIAGNÓSTICO
-Diminuição da excreção renal
 Insuficiencia renal -ANAMNESE (sempre buscamos saber a dieta, medicações
 Hipoaldosteronismo que o paciente usa, drogas, saber se tem alguma doença,
 Diuréticos poupadores de potássio principalmente doença renal, história familiar)
 Inibidores da ECA -EX. FÍSICO (estado volêmico do paciente, edema,
 Anti-inflamatórios não esteroidais hipotensão postural)
 Outras -EX. LABORATORIAIS
+ ECG
SINTOMAS + PH
+ UREIA
-fraqueza muscular + CREATININA
-arritmias cardíaca. + GLICOSE
-parestesia peri-oral + SODIO E CALCIO

HIPERCALEMIA TRATAMENTO

1-PROTEÇÃO DO CORAÇÃO
-Gluconato de cálcio a 10% - 10 a 20 ml diluído em 100 ml
de SFO 0,9% - 2 a 5 min de infusão.
-não é para todos, só quando o paciente tem alteração
no eletro.
-o gluconato de cálcio faz o antagonismo ali e não deixa
a fibra cardíaca parar, mais ele não mexe com o nível
sérico do potássio, se o paciente estiver com 8 de
potássio, ele vai continuar com 8 de potássio.

2-Deslocamento do K+ do LEC para o LIC (pois o potássio


no intracelular não faz arritmia, não tem perigo o potássio
no LIC)
-Insulina regular 5 a 10 unidades (insulina joga potássio para
dentro da célula por estimula da bomba Na-K ATPase, o
grande problema de eu fazer insulina em um paciente que
*****-Tem que saber as manifestações não seja diabético, é pelo fato de fazer hipoglicemia, por
eletrocardiográficas para prova e para vida***** isso que usamos insulina associada com glicose, chamamos
de insulinoglicoterapia)
-ONDA P ACHATANDO E DESAPARECE -Glicose a 50% - 50 ml (25 gramas) se o paciente for
-QRS ALARGADO diabético e a glicemia estiver alta, fazer só a insulina.
-ONDA T APICULADA -Ex: 10 U de insulina regular + 50g de glicose IV em 1 hora

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-Nebulização com beta-adrenérgicos (fenoterol 10 gotas)
quando utilizamos o beta adrenérgico também faz o
movimento do extra para o intra celular, temos que ter
cuidado com cardiopatas, porque o beta adrenérgico causa
taquicardia.

3-Eliminação corporal (o potássio sai pela urina ou pelo


intestino)
-Resinas de troca (Kayexalate), são substancias que
trocam um eletrólito por exemplo o cálcio, o sódio pelo
potássio, essas resinas chegam na luz intestinal, dão o
cálcio por exemplo e pega o potássio para levar para as
fezes e ser excretado.
-Diuréticos (de alça)
-Diálise

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