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Estes sentidos desenvolvem-se desde a gestação e têm uma influência importante no bem-
estar do bebé, pois é através da informação que eles lhe dão que distingue signos que
conhece, ambientes onde se sente seguro, interesse por algum alimento, vozes que conhece.
As alterações bruscas de cheiros, sons e sabores também influenciam o bebé intensamente.
Seguidamente veremos alguns materiais que podem constituir estímulos interessantes.
O olfato e o paladar estão muito relacionados, especialmente a partir da introdução de
alimentos sólidos. O momento das refeições é especialmente favorável para introdução de
sabores e cheiros diferentes à criança a partir dos novos alimentos que se vão adicionando à
dieta.
Em qualquer situação em que seja oferecida comida, a manipulação é livre enquanto a criança
permanecer interessada.
O paladar
É um sentido especialmente químico e percebido através da boca como órgão principal. O
recém-nascido tem este sentido bastante desenvolvido porque as papilas gustativas já
funcionam no útero materno. Discrimina entre o doce, ácido, salgado e amargo. A evolução e
funcionamento do paladar acontece por combinação com o olfato.
O olfato
Como o paladar, é um sentido químico. Através do olfato podem perceber-se as qualidades e
diferenças quantitativas dos diversos cheiros. No momento do nascimento o olfato já está
bastante desenvolvido. O bebé discrimina cheiros agradáveis (fruta) de desagradáveis (peixe ou
ovos podres) e tem tendência e preferência pelos cheiros conhecidos. O olfato alcança o seu
maior desenvolvimento aos 3 anos e a sua evolução perceptiva acontece combinada com o
desenvolvimento do paladar.
A audição
É o órgão que recolhe as vibrações sonoras do meio e as transforma em impulsos elétricos que
serão interpretados na zona correspondente do córtex cerebral. É a sede do aparelho auditivo
e, também, do aparelho vestibular. O recém-nascido tem uma surdez parcial devido à
imaturidade do nervo auditivo e da oclusão dos condutores auditivos pela mucosidade. Pode
distinguir intensidade, timbre e tom de um som, pode ouvir murmúrios, não reage a sons
monótonos e é capaz de localizar um som (esta capacidade desvanece e recupera-a mais
tarde). Às duas semanas aproximadamente pode diferenciar a linguagem humana de outros
sons, aos dois dias reage a sons intensos perto de si, com uma semana reconhece a voz dos
pais, aos dois meses vira a cabeça na direção de um som ou ruído e por volta dos 3 ou 4 meses
pode realizar sons. É por volta dos 3 meses que o sistema auditivo alcança um grau ótimo de
maturação
Alguns materiais
Sentido auditivo Características
• Permite a preensão
e a manipulação
livre.
• O estímulo dos guizos atrai a
criança.
• Através da manipulação a criança
percebe o contraste entre as
partes de metal e de madeira.
• Os orifícios permitem a
preensão.
• São objetos leves e pequenos,
adequados à mão do bebé.
• O estímulo dos guizos atrai a
criança
• Através da manipulação a criança
percebe o contraste entre as
partes de metal e de madeira
• O som das maracas atrai muito a
criança, mas é necessário
controlar a intensidade, pois
podem assustá-la se o som for
muito intenso.
• São objetos leves e pequenos,
adequados à mão do bebé.
• Oferecem contrastes de
materiais ao tato.
• Permite a preensão
e a manipulação
livre.
• O estímulo dos guizos atrai a
criança.
• Permite relacionar causa e
consequência, pois agitar as
maracas produz sons.
• São interessantes tanto maracas
de metal como de madeira.
• Devem ser pequenas e leves,
com boa qualidade de timbre.
• As de vime ou de cabaças são
especialmente recomendadas
para estimular a manipulação de
materiais sensoriais ricos e
estimulantes.
Alguns destes materiais podem incluir-se na Cesta do Tesouro, por exemplo desenhando uma
cesta com vagens de baunilha, paus de canela e alguns cítricos como o limonete.
A exploração da criança é livre, respeitando sempre o seu tempo de interesse sem intervir e
variando os materiais para renovar o seu interesse e convidar à repetição.
Estes materiais são também muito oportunos nas rotinas de higiene, alimentação e sono.