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Epidemiologia
Ricardo William Muotri

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) 7,6 milhões de


crianças nascem com alguma desordem genética a cada ano, dentre essas
desordens destaca-se o Transtorno do Espectro Autista (TEA).
O termo “Transtorno do Espectro do Autismo” passou a ser usado a partir
de 2013, na nova versão do Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos
Mentais, publicação oficial da Associação Americana de Psiquiatria, o DSM-5,
quando foram fundidos quatro diagnósticos sob o código 299.00 para TEA:
Autismo, Transtorno Desintegrativo da Infância, Transtorno Global do
Desenvolvimento Sem Outra Especificação e Síndrome de Asperger.
Na atual Classificação Internacional de Doenças, a CID-11, o autismo
recebe o código a 6A02 (antigo F84, na CID-10), atualizada em junho de 2018,
também sob o nome de TEA.
Mais da metade das pessoas com autismo permanecem não-verbais (não
desenvolvem a fala) além de apresentarem algum nível de deficiência intelectual,
distúrbios gastrointestinais, convulsões, distúrbios do sono, Transtorno de Déficit
da Atenção com Hiperatividade (TDAH), ansiedade e fobias fazem parte da
sintomatologia aplicada ao autismo.
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças do governo dos Estados
Unidos (CDC, na sigla em inglês: Centers for Disease Control and Prevention)
estima a prevalência de autismo em 1 a cada 36 crianças nos diagnósticos de
crianças com 8 anos de idade.
Não podemos esquecer que este número vem se modificando ao longo
dos anos, conforme o gráfico representado abaixo:

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Fonte: Centers for Disease Control (CDC), 2023.

Esses dados não representam um aumento do número de pessoas


autistas no mundo, mas sim uma evolução diagnóstica o que permite maior
número de diagnósticos precoces. Dados como estes lideram discussões
acadêmicas sofre o futuro das classificações e subtipos de autismos ou mesmo
maior possibilidade, através de exames de codificação gênica, de identificação
de síndromes raras.
A ONU, através da Organização Mundial da Saúde (OMS), considera a
estimativa de que aproximadamente 1% da população mundial esteja dentro do
espectro do autismo, a maioria sem diagnóstico ainda.
A idade média de diagnóstico de autismo nos Estados Unidos costuma
variar, mas geralmente está entre 3 e 4 anos de idade. No entanto, é importante
notar que o diagnóstico pode ocorrer em idades mais jovens ou mais velhas,
dependendo da gravidade dos sintomas e de quando os sinais do autismo se
tornam mais evidentes, estima-se que há cerca de 2 milhões de autistas no
Brasil, aproximadamente 1% da população, mas os números não são precisos.
A prevalência de autismo nos EUA demonstrou diferença nos resultados
entre meninos e meninas, o número de meninos no TEA é quatro vezes maior
que o de meninas, os grupos raciais e étnicos, também apresentam diferenças,
pois as crianças americanas/nativas do Alasca, representaram um resultado

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muito maior de crianças com TEA, do que as brancas-não hispânicas. E em
vários locais, as crianças hispânicas apresentaram menor prevalência de TEA
do que crianças brancas e crianças negras não hispânicas.
Além de serem significativos, os resultados divulgados contribuem de
forma científica, fazendo com que mais estudos sejam realizados sobre o TEA.
Assim, é possível descobrir mais sobre o transtorno e investigar suas causas,
que hoje são apontadas como genéticas e ligadas a fatores ambientais.
Além disso, podem usar as descobertas da Autism and Developmental
Disabilities Monitoring (ADDM) Network uma rede de monitoramento de
deficiências de autismo e desenvolvimento, um programa financiado pelo CDC
para coletar dados, para entender melhor o número e as características de
crianças com transtorno do espectro do autismo (TEA) e outras deficiências de
desenvolvimento que vivem em diferentes áreas dos Estados Unidos, para
oferecer planejamento de serviços de suporte para as pessoas autistas e suas
famílias.
Isso impacta também as políticas que promovem melhores resultados nos
cuidados de saúde e educação, e na orientação de pesquisas sobre fatores de
risco e proteção para TEA.
O diagnóstico precoce continua sendo o foco principal da ADDM Network
do CDC, pois é uma das ferramentas mais importantes que as comunidades têm
para ajudar a fazer a diferença na vida de crianças com TEA e na transição para
a idade adulta.

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