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4.

2 Ato Condição
A única vontade manifestada é a admissão e o conteúdo do
contrato já é previamente definido em leis e convenções e será
aplicado logo que se formalize a admissão. O ato-condição é,
portanto, entendido como ato primitivo que acarreta a inserção
do empregado na empresa, havendo grau de subjetividade, que
é a manifestação volitiva, indispensável para a incidência do
estatuto legal preexistente. Supõe a preexistência de um dado
estatuto legal. Ensina o Professor Sergio Torres Teixeira

“Para os defensores da segunda teoria paracontratualista, por


outro lado, a relação de emprego seria um “ato-condição”,
distinto do contrato (este um ato plurilateral e subjetivo), mas
com resquícios de subjetividade. No vínculo empregatício,
assim, o elemento volitivo constituiria condição para a
incidência de um estatuto legal preexistente. Sem a vontade do
empregador em admitir o empregado, e sem a vontade deste
em prestar o serviço, a relação de emprego não se aperfeiçoa.”
5. TEORIA ECLÉTICA OU SINCRÉTICA
Pode-se dizer que esta teoria contempla tanto o contratualismo
quanto o institucionalismo na sua concepção, sendo subdividida
em contratualismo realista e institucionalismo impuro, como
veremos a seguir.

5.1 Contratualismo Realista


Segundo esta vertente teórica a relação de emprego só
concretiza com a efetiva prestação de serviço pelo obreiro para
a empresa, pois aí se verifica a real subordinação da relação
empregatícia do empregado para o empregador. O elemento
prestação de serviços predomina sobre o elemento vontade das
partes. O que vale é o próprio trabalho e sua venda ao
empregador. Real é o trabalho realizado e não propriamente o
acordo de vontade entre as partes ou o que está, porventura,
escrito no contrato. Nesse contexto impõe ao patrono cargas e
obrigações, por ter tido serviços prestados para ele por outrem.
Sergio Torres ensina, sobre esta corrente que

“...de origem mexicana, prega que os efeitos trabalhistas do


vínculo empregatício somente passam a se manifestar a partir
do momento no qual o empregado inicia a prestação de
serviços. Sem a efetiva realização do trabalho, seria
inadmissível a incidência das normas trabalhistas. Para os
adeptos de tal teoria, assim, o contrato se distingue da relação.
Esta seria o vínculo no plano fático, a simples prestação de
serviços da qual surge um complexo de direitos e obrigações.
Aquele, por sua vez, seria uma espécie de negócio jurídico,
como acordo de vontades entre o empregado e o empregador
acerca das condições da atividade laboral.”
5.2 Institucionaismo Impuro ou Moderado
É a corrente, dentro das teorias ecléticas, a que se filiou o
legislador brasileiro, pois, além de manter certa natureza
contratual vinculada ao acordo de vontades, reconhece que há
conteúdo estatutário ou institucional prevalecendo sobre ele. É
a combinação da esfera fática (prestação de serviços real) com o
elemento jurídico (o contrato). Segue ensinando Sergio Torres

“...a relação de emprego revela uma postura cada vez mais


“estatutária”, apesar de manter ainda uma certa
contratualidade. Apenas a natureza institucional da relação
prevalece sob a sua índole contratual. Embora sem negar o
cunho contratual do ato de ingresso do empregado na
empresa, os seguidores de tal teoria apontam a crescente
feição institucional do vínculo, sendo o ato admissional
simplesmente a via de acesso à instituição empresarial. No
vínculo empregatício, o direito institucional precede o
contratual, sendo marcadamente predominante quanto à
regulação dos direitos e obrigações derivados do liame. Apesar
de ser contratual na sua forma extrínseca, a relação de
emprego seria institucional intrinsecamente, em virtude da
sua substância fundamental.”
E continua analisando afirmando que

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