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Avaliação Psicológica

MMPI - Inventário de Personalidade Multifásico de Minnesota

Foi criado em 1943. Com os avanços da psicometria na área da personalidade, Hathaway e


Mckinley criaram o MMPI, que foi apropriado pela universidade do Minnesota, já que a sua
construção demorou quase 20 anos e sozinhos não conseguiam terminar a construção/ter
fundos necessários para terminar. Em poucos anos, transforma-se no instrumento mais
usado em psicologia, com várias reformulações ao longo do tempo. É multifásico já que
avalia vários traços/fatores.

Em 1989, saí o MMPI-2. O MMPI original deixa de ser usado. Apanha totalmente o MMPI,
acrescentando informações novas. Em 1992, saí o MMPI-A (para avaliar adolescentes). Em
2008, surge o MMPI-2-RF. Não substitui o MMPI-2, sendo que é um outro teste que avalia
outras técnicas. É um dos mais usados. Em 2016 aparece o MMPI-A-RF, que não substitui o
MMPI-A (apenas avalia coisas diferentes). Em 2020 aparece o MMPI-3, não substitui o MMPI-2
nem o MMPI-2-RF, já que avaliam traços diferentes.

MMPI: Minneesota Multiphasic Personality Inventory

O MMPI original tinha mais que uma versão:

1. Caderno (folha com 566 itens que a pessoa responde de forma dicotómica);
2. Cartão (cartões com 550 itens e pessoa tira um cartão aleatoriamente e respondia
a esse item de forma tricotómica);

MMPI-2: Minneesota Multiphasic Personality Inventory-2

É composto por 567 itens de resposta dicotómica (verdadeiro-falso). É o maior inventário de


todos os tempos. Baseiam-se nos itens do MMPI, sendo que mais de metade dos itens do MMPI-
2 são do MMPI original. O MMPI-2 avalia a personalidade e a psicopatologia.

Questões Psicométricas
É um inventário estandardizado. Usou dois métodos para a criação de escalas: o grupo de
critério (para avaliar se o instrumento avalia o constructo, arranjaram grupos de critérios
que têm esse constructo) e análise fatorial. A sensibilidade e o poder discriminativo é forte. A
fidelidade, que por consistência interna (apesar de haver diferenças consideráveis entre
escalas) e estabilidade temporal é bom. O MMPI tem uma ótima validade. As normalizações
do MMPI estão feitas por estados, idades, sexo… sendo que há tabelas de normas para
quase tudo (para o EUA).

Administração
É administrado para sujeitos a partir dos 18 anos (abaixo de 18 anos aplicamos o MMPI-A) e
com escolaridade básica. Tem sido detetada a presença de fatores culturais nos
inventários. É importante estabelecer uma relação adequada antes de aplicação, sendo que
esta tem de ser feita sob a supervisão do psicólogo. Evitar ao máximo definir palavras ou
ajudar o sujeito na interpretação de significados dos itens. O tempo de aplicação médio é 60
a 90 minutos. Formas de aplicação: caderno, forma informatizada, CD de áudio.

Escalas: o MMPI-2 tem muitas escalas (só escalas básicas são 100 escalas). Tem escalas
de realidade mensuráveis e escalas de validade. O MMPI criou o conceito de escala de
validade. As escalas/notas T variam, conforme a aferição do 0 (ficticio – as pessoas não
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tem 0 de um traço de personalidade) até 120. O normal é de 20 (muitos países não utilizam
0 como ponto mínimo) a 120. A zona normativa (MMPI) situa-se entre os 50 e 70. O valor
normativo do MMPI-2 é 50 até 65.

Escalas de Validade MMPI-2 que são originais do MMPI original

➔ CNS - ? – Ponto de Interrogação (Cannot Say): as pessoas que duvidam muito


podem influenciar/invalidar respostas aos questionário

➔ L – Mentira (Lie): deteta mentira e sinceridade; quanto mais alta (para cima dos 70),
mais mente.

➔ F – Infrequência: frequência da resposta, através da análise de respostas raras


(aquelas que são dadas com menos frequência); quanto mais alto, mais raro são as
repostas dos sujeitos; quanto mais alto (acima do 70), mais probabilidade há de
invalidar as respostas dadas;
o Valores altos pode estar correlacionado a: falsificação das respostas de
maneira desfavorável (apresentar de forma negativa); não ter
compreendido bem as perguntas; respostas dadas ao acaso; presença de
patologia severa

➔ K – Correção: fator de correção do próprio teste; há casos raros em que o pessoa


tem patologia e o perfil dá normal, é uma falha do teste;
o Valores muito altos: são sujeitos hiperdefensivos, que se protegem muito e
não estão a mostrar o que são (falsificação do sentido favorável – faking
good; falsos negativos – dá negativo para algo que o sujeito está a
esconder);
o Valores muito baixos: o sujeito está a exagerar negativamente (falsificação
do sentido desfavorável – faking bad; falsos positivos – o sujeito falsifica as
suas respostas de modo a dar positivo em certas escalas);
o Se subir muito ou descer, pode invalidar o perfil.

Para saber se um perfil é válido ou não, temos de ver as escalas clínicas também: quando
mais alto são estas escalas (CNS, L, F), mais altas ou baixas a escala K e quanto mais
discrepante são os resultados das escalas clínicas, maior probabilidade existe de invalidar o
perfil.

Através da psicometria, os atores criaram um inventário com dois pontos de corte, de modo
a avaliar tanto a personalidade e a psicopatologia. O primeiro ponto de corte permite ver a
normalidade (mesmo se estiver abaixo de 50 ou acima de 70, continua a ser normal). O
segundo ponto de corte permite saber o que é patológico (que varia entre escala, mas
normalmente situa-se entre os 85/90 que vai até 120, de modo a diferenciar o grau de
patologia).

Escalas Clinicas (MMPI-2)

➔ 1 Hs – Hipocondria: avalia a preocupação com saúde e corpo (acima de 70 há


preocupações exageradas com a saúde; a partir de 85/90 dá-nos indicações
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patológicas relacionada com a hipocondria; acima de 100 pode-nos dar indicações
sobre centração exagerada)

➔ 2 D – Depressão: avalia a tendência para o pensamento negativo e tristeza.

➔ 3 Hy – Histeria: labilidade emocional, teatralismo, sugestibilidade (eleva ao registo


patológico - psicopatologia conversiva – traduzir corporalmente conflitos internos)

➔ 4 Pd – Desvio Psicopático: escala da psicopatia. Tendências para passar ao ato,


dificuldade interiorizar normas sociais, moralidade desadequada (acima de 70 até
90, é uma tendência forte para a psicopatia, mas continua normal; acima de 90, é
patologia)

➔ 5 Mf – Masculinidade – Feminilidade: escala sem ligação direta à psicopatologia.


Atributos de género e identificação de género

➔ 6 Pa – Paranoia: avalia tendência para desconfiança, sentir-se perseguido (muito


alta pode indicar delírios persecutórios, zelotipia e reivindicativo)

➔ 7 Pt – Psicastenia: estenia (tem energia) e astenia (falta de energia). A psicastenia é


falta de energia mental (se sobe a partir de 85 pode indicar POC grave, depressão,
fobias graves, esquizofrénicos)

➔ 8 Sc – Esquizofrenia: é um termo patológico. Avalia o traço esquizoide


(egocentrismo relaciona-se pouco com outros, pensamento bizarro), que é um traço
normal (acima de 85 são pessoas com esquizoide muito forte, o que pode levar à
esquizofrenia com atividade delirante e alucinatória)

➔ 9 Ma – Hipomania: avalia alterações do humor, tendência para excitação e fuga de


ideias (registo patológico pode ser devido a casos bipolares, em certas demências,
psicopatas, alcoolismo, certa toxicodependências)

➔ 0 Si – Introversão Social: não está diretamente ligada à psicopatologia. É uma


escala ligada a questões sociais (baixa mostra extroversão; alta mostra
introversão).

Como se analisa um perfil?

1. Ver escalas de validade: Se todas estão normativas, o perfil é válido. Se há alguma


escala de validade discrepante, temos de ver se há elevações das escalas clínicas
que possam explicar as discrepâncias nas escalas de validade.
2. Se tiver valido, iremos ver se há:
a. Platons – três escalas estão com o mesmo valor e são consecutivas e vai
dar uma linha reta no gráfico.
b. Spike – quando a escala sobe acima dos valores normativos e as outras
adjacentes não sobem.
i. 1 Spike – monofásico; 2 Spike – bifásico; 3 – Trifásico. Mais de três é
raro.
3. Após validar, vemos a escala que tem valores mais altos, e depois analisamos por
ordem decrescente.
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a. Histeria, a depressão e a hipocondria são a tríade neurótica. A tríade
psicótica são paranoia, hipomania e esquizofrenia.

Códigos: o MMPI também trabalha por códigos de dois pontos e de três pontos.

➔ Códigos 2 pontos: perfis bifásicos com subidas acima de 70


o Exemplo: 12 – hipocondríaco que está deprimido
➔ Código 3 pontos: perfis trifásico com subidas acima de 70
o Exemplo: 448 – psicopatia, esquizoide e paranoide.

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