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Avaliação de Projectos
0. A Unidade Curricular
Avaliação de Projectos
0.1 Programa
Objectivo Geral
Proporcionar aos alunos, numa perspectiva microeconómica, adequadas competências no âmbito da avaliação,
financiamento, risco, rendibilidade e selecção de investimentos.
Programa
1. Elementos Base, Ópticas e Parâmetros Económicos Fundamentais na Avaliação de Projectos
2. Tipos, Etapas de Investimentos, Cashflow, Resultado Contabilístico e Efeitos Derivados
3. Critérios de Avaliação e Selecção de Projectos
4. Alternativas Incompletas
5. Preços Constantes vs. Preços Correntes
6. Rentabilidade e Custo de Capital
7. Custo de Capital e Avaliação Económico-financeira
8. Análise de Risco
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0.2 Aprendizagem e Avaliação
Propõe-se um procedimento de avaliação contínua cuja aprovação na unidade curricular pressupõe
classificação ponderada igual ou superior a dez valores nos seguintes moldes:
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Avaliação de Projectos
0.2 Aprendizagem e Avaliação
Datas dos Momentos de Avaliação
Testes e exames
1º Teste: 15 de dezembro
2º Teste: 2 de fevereiro
Exame: 18 de Fevereiro
Nesse momento de avaliação o aluo poderá optar por repor:
Repor a nota final obtida na componente MAPs ou ser avaliado em 100% para conclusão da UC
Projecto
Constituição dos Grupos 8 de Dezembro (5 elementos)
Disponibilização de Enunciado 19 de Dezembro
Relatório (entrega) 23 de Janeiro
Relatório (discussão) 31 de Janeiro a 2 de Fevereiro
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0.3 Bibliografia
Principal
• Soares, I., J. Moreira, C. Pinho, e J. Couto. 2015. Decisões de Investimento - Análise Financeira de
Projectos. 4ª Ed. Sílabo Mithá, O. 2009. Análise de Projectos de Investimento. Escolar Editora.
• Brealey, R., S. Myers, F. Allen. 2017. Princípios de Finanças Corporativas. 12ª Ed. McGraw-Hill.
• Blank, L., Tarquin, A. 2017. Engineering Economy 8ª Ed. McGraw-Hill.
Secundária
• Berk, J., and P. DeMarzo. 2013. Corporate Finance. 3rd Ed. Pearson.
• Bodie, Z., A. Kane, and A. Marcus. 2014. Investments. 10th Ed. McGraw-Hill.
• Damodaran, A. 2011. Investment Valuation: Tools and Techniques for Determining the value of any
Asset. 3rd Ed. John Wiley & Sons.
• Mota, A., J. Nunes, P. Inácio, C. Barroso, M. Ferreira, e L. Oliveira. 2015. Finanças da Empresa. 5ª Ed.
Edições Sílabo.
• Ross, S., R. Westerfield, B. Jordan. 2017. Essentials of Corporate Finance. 9th Ed. McGraw-Hill.
• Ross, S., R. Westerfield, J. Jaffe. 2009. Corporate Finance. 9th Ed. McGraw-Hill.
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1.1. Elementos Base
Balanço
Capital Próprio (equity)–
§ Algumas considerações:
Origens de Fundos Próprios;
Capitais § Aumento de capital social por
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1.1. Elementos Base
Passivo Não
Corrente (Médio
CAPITAIS ALHEIOS
(Circulante)
Passivo Corrente
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1.1. Elementos Base
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS 20__ 20__
Vendas de mercadorias e produtos
Prestação de serviços
Outros proveitos operacionais
VOLUME DE NEGÓCIOS
Variação da produção
Trabalhos para a própria empresa
PRODUÇÃO
Proveitos suplementares (+)
Subsídios à exploração (+)
PROVEITOS OPERACIONAIS
Custo das existências vendidas e consumidas
MARGEM BRUTA
Fornecimento e serviços externos
Outros custos e perdas operacionais
Custos com pessoal
Impostos
EXCEDENTE BRUTO DE EXPLORAÇÃO
Amortizações do exercício
Provisões do exercício
RESULTADO OPERACIONAL
Proveitos financeiros
Amortizações e provisões de inv. Financeiros
Despesas financeiras
RESULTADOS CORRENTES
Resultados extraordinários
RESULTADOS ANTES DE IMPOSTOS
Impostos sobre os lucros
RESULTADOS LÍQUIDOS
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1.1. Elementos Base
+ VN Vendas (Mercadorias, Produtos e Serviços) Volume de Negócios
- GV Gastos Variáveis
+/- Ext. Expl. Resultados (positivos ou negativos) não referentes à exploração ou à área financeira
= RAJI Resultados antes de gastos financeiros e impostos sobre resultados
= RL Resultados Líquidos
Nota: Como é óbvio, esta Demonstração de Resultados não coincide com a do SNC, sendo necessário efectuar algum trabalho preliminar de preparação dos
elementos financeiros.
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1.1. Elementos Base
Demonstração de Demonstração dos
Balanço
Fluxos de Caixa Resultados Líquidos
Operacionais Operacionais
Activo Passivo
Investimento Corrente Não Financeiros
Corrente
Financiamento Não Correntes
Caixa e
Passivo
= Fluxo Líquido de Depósitos B. Corrente = Resultados
Caixa Líquidos
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1.1. Elementos Base
Estrutura financeira
Aspectos fundamentais da análise:
Rentabilidade
Crescimento
Fluxos de caixa
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1.1. Elementos Base
Valor Temporal do Dinheiro (Time Value of Money)
Explica a mudança na quantidade de dinheiro ao longo do tempo
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1.1. Elementos Base
Valor Temporal do Dinheiro (Time Value of Money)
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1.1. Elementos Base
• Um dos pilares fundamentais das Finanças assenta no conceito de valor temporal do dinheiro,
isto é, na relação de valor existente entre um euro hoje e um euro no futuro.
=
• É intuitiva a ideia de que um euro hoje valerá mais do que, por exemplo, um euro dentro de
um ano. E podemos explicitar esta intuição de três formas.
• Se alguém puder ter um euro hoje, em vez de o ter dentro de um ano, pode gastá-lo
na satisfação de uma qualquer necessidade que tenha no momento.
• A eventual existência de inflação – O valor da moeda diminui no tempo. Quanto
maior a inflação, maior a diferença entre o valor actual e o valor futuro.
• A existência de incerteza (risco), associado ao recebimento no futuro. Quanto maior
o risco, maior o valor futuro.
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1.1. Elementos Base
Valor Temporal do Dinheiro (Time Value of Money)
o A idea que o dinheiro disponivel no presente vale mais do que o mesmo valor no futuro, devido ao seu potencial
gerador é chamado de valor temporal do dinheiro
o Significa que um Euro recebido hoje vale mais do que um Euro recebido amanhã. Esta é a essencia do valor temporal
do dinheiro.
o Desde que o dinheiro possa gerar juros, qualquer quantia de dinheiro vale tanto mais quanto mais cedo for recebida
o Recebendo os 10,000 € hoje (Opção A), Podemos aumentar o valor futuro desta quantia, investindo e ganhando juros
ao longo do tempo;
o Se receber o dinheiro daqui a 3 anos (Opção B), o pagamento que recebe é o seu valor futuro.
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1.1. Elementos Base
Juros e Taxas de Juro
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1.1. Elementos Base
Na sua forma directa, permite o cálculo do capital acumulado (Cn) em função do capital inicial (C0), do tempo (n) e da taxa de juro (i).
No momento 0, C0 é o valor actual de Cn se, aplicado à taxa i, produzir durante o prazo “n” um valor acumulado igual a Cn.
Cn
C 0 (1 + i )n = Cn C0 = = Cn × (1 + i )-n
(1 + i )n
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1.1. Elementos Base
Factor de Actualização
O conceito de factor de actualização contém implícita uma taxa de rendibilidade do capital, traduzindo-se no valor de que alguém
está disposto a abdicar para receber antecipadamente um determinado cash-flow.
Ou, na perspectiva contrária, traduz-se no prémio que o investidor exige para adiar o recebimento de um determinado cash-flow.
𝟏
Factor de Actualização = (𝟏#𝒊)𝒏
𝐂𝐧
Valor Actual (VA) = (𝟏#𝐢)𝐧
A esta taxa que designamos de rendibilidade do capital, pela sua utilidade no cálculo de valores actuais, é também usual chamar-se
taxa de actualização ou taxa de desconto.
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1.1. Elementos Base
Valor Actual Vs Valor Futuro
Capitalização
Actualização
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1.1. Elementos Base
Valor Actual e Actualização
EXEMPLO - ACTUALIZAÇÃO
Considere que necessita de 11,550 euros daqui a um ano para efectuar determinado pagamento. Sabendo que a taxa de juro que o
banco lhe oferece é de 5% ao ano, qual é o valor que tem de depositar hoje para obter 11,550 euros daqui a um ano?
Na verdade terá de depositar o valor actual de 1 1,550 euros, ou seja, 11,000 euros:
𝐂𝐧
Valor Actual (VA) = (𝟏#𝐫)𝐧
Ou seja, um cash-flow que ocorra daqui a t anos deve ser descontado t vezes, se utilizarmos uma taxa anual.
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1.1. Elementos Base
Taxa Nominal, Efectiva e Real
Independentemente do regime de capitalização, as taxas de juro podem ser classificadas de acordo com a seguinte tipologia:
• Taxa Nominal;
• Taxa Efectiva;
• Taxa Real.
TAXA NOMINAL
• A taxa de juro nominal, ou contratual, é a taxa que consta explicitamente nos contratos de crédito ou aplicações, enquanto
referência para cálculo dos pagamentos e recebimento. Nem sempre corresponde à taxa efectiva da operação e é reportada a um
período anual.
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Avaliação de Projectos
1.1. Elementos Base
Taxa Nominal, Efectiva e Real
Corresponde à taxa anual a que efectivamente é colocado o capital, podendo ser usada directamente, e de uma só vez, para calcular o
valor futuro de um capital ao final de um ano. Sendo as taxas distintas é útil conhecermos a relação entre ambas:
r
(1+ r ) = (1- m
) m
Onde: m
m - número de capitalizações num ano
r - taxa de juro efectiva anual
Rm - taxa de juro nominal anual com m capitalizações ao ano
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1.1. Elementos Base
Taxa Nominal, Efectiva e Real
INFLAÇÃO E TAXAS REAIS
Definimos taxa efectiva, como sendo aquela que proporciona o rendimento efectivamente gerado por um activo financeiro durante
um determinado período de tempo. No entanto, para a análise deste rendimento não é alheio o efeito da inflação, sendo útil,
nomeadamente em períodos de inflação elevada, o cálculo de taxas de juro reais. Assim, para transformar uma taxa nominal numa
taxa real temos a seguinte relação:
com:
(1 + i n )
ir = -1 in - taxa de juro nominal;
(1 + p) ir – Taxa real
π - taxa de inflação
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1.1. Elementos Base
Taxa Nominal, Efectiva e Real
Aplicação financeira em certificados de aforro, durante um ano, gerou uma rendibilidade anual de 2.5%. Durante esse ano a taxa média
de inflação foi de 1.8%.
rreal= 0.688%
Na verdade, obteve um rendimento real de apenas 0.688%, uma vez que apesar da aplicação financeira lhe proporcionar um
rendimento de 2.5%, ocorreu uma desvalorização monetária de 1.8%.
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1.1. Elementos Base
Calculo de Rendas: Anuidade e Perpetuidade
Valor actual de C.F. em diferentes períodos
…
0 1 2 3 n
O valor actual do conjunto dos cash-flows, consiste na soma do valor actual de todos, no momento zero.
n
VA = å
Cn
CF CF2 CFn , ou seja
VA= 1 + + ... + (1+ i ) n
(1 + i) (1 + i) 2
(1 + i) n i =1
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1.1. Elementos Base
Calculo de Rendas: Anuidade e Perpetuidade
Sempre que tivermos um cash-flow constante, que ocorra com intervalos regulares, durante um determinado período de tempo,
estamos perante uma anuidade.
Poderíamos determinar o valor actual de uma anuidade mediante a utilização da expressão já conhecida para o cálculo de valores
actuais:
CF CF CF
VA= + 1
+ ... + 2 n
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1.1. Elementos Base
Calculo de Rendas: Anuidade e Perpetuidade
No entanto, dado que estamos perante um cash-flow constante, que se repete periodicamente, podemos derivar a seguinte
expressão:
[
é 1 - (1 + i) - n ù
VA=CFX ê
]
ú
ë i û
VA = CF x an┐i [ ]
é (1 + i) n - 1ù é 1 - (1 + i) - n ù
ahi = ê ú =ê ú
ë (1 + i) ´ i û ë
n
i û
Sendo que an┐i corresponde ao factor de actualização da anuidade para um período de n anos e para uma taxa de
actualização i.
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1.1. Elementos Base
Calculo de Rendas: Anuidade e Perpetuidade
As perpetuidades podem considerar-se um caso particular das anuidades.
Por perpetuidade entende-se, então, um cash-flow constante que ocorre com intervalos regulares de tempo mas, neste caso, para
sempre.
O valor actual dos cash flows perpétuos pode ser determinado da seguinte forma:
Sendo:
VA = Valor actual CF
VA =
CF = Cash-flow r
r = Taxa de desconto
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1.2. Ópticas
Há dois grandes tipos de ópticas na análise de investimentos:
1. Óptica patrimonial - expressa segundo um período de recuperação. Trata-se de um critério que não tem em atenção a
actualização financeira, apenas o quociente entre valores não actualizados ou seja reportados a momentos diferentes.
2. Óptica de fluxos de fundos (ou financeira) - considera a diferença entre o fluxo de receitas geradas (cash in-flows) e o
fluxo de despesas incorridas (cash out-flows), prevendo a respectiva actualização para que se tornem equivalentes os
montantes recebidos e despendidos em diferentes momentos.
1. Óptica de Tesouraria - Os cash-flows devem reflectir entradas e saídas de dinheiro e não proveitos e custos via
especialização do exercício.
2. Óptica Incremental: Ao analisar a viabilidade de um projecto, terão de ser considerados todos os cash-flows que resultam
da implementação do projecto (numa empresa em laboração, apurar a diferença entre o cash-flow da empresa após e
antes do projecto), ignorar os sunk costs, incluir custos de oportunidade e incluir efeitos derivados.
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1.3. Parâmetros Económicos Fundamentais
Análise do Crescimento da Empresa
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1.3. Parâmetros Económicos Fundamentais
Análise do Crescimento da Empresa
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1.3. Parâmetros Económicos Fundamentais
Cash-flow do Projecto e Resultados Contabilisticos
As contas de exploração previsionais contabilísticas permitem o apuramento do resultado de cada exercício futuro mas
este está influenciado por critérios subjectivos como as políticas de provisões, critérios de valorimetria e de consolidação, etc.,
para além das suas rubricas não serem comparáveis com o investimento inicial uma vez que elas são obtidas numa
perspectiva de custos e proveitos e não numa perspectiva de receitas e despesas.
Em alternativa, recorre-se ao CASH-FLOW, conceito mais objectivo, menos dependente de critérios contabilístico-fiscais e
apresentando uma situação mais realistas e temporalmente adequada da Tesouraria da empresa.
Na ótica da empresa, o investimento resulta de uma decisão estratégica e consiste, em geral, na afetação de recursos financeiros
humanos e materiais com a finalidade de criar mais riqueza para os empresários.
A) Sendo implementado por uma empresa que já a laborar, podem ocorrer impactos sobre as atividades atuais que devem
ser atribuídos ao projeto.
B) Não se deve imputar ao projeto gastos ou proveitos que a empresa teve (terá), que não dependam da sua implementação.
Resulta que os cash-flows do projeto devem corresponder à diferença entre os cash-flows da empresa com o projeto e sem o
projeto, racional dos cash-flows incrementais. 33
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1.3. Parâmetros Económicos Fundamentais
Cash-flow do Projecto
1. A avaliação económica, que visa estudar a viabilidade económica do projecto, sem ter em consideração a
sua forma financiamento (assume-se que o projecto é exclusivamente financiado por capitais próprios);
2. A avaliação financeira, que procura estudar a viabilidade do projecto considerando já a sua forma
específica de financiamento.
Na avaliação é utilizado o conceito de cash-flow que pode ser desagregado nas componentes de exploração (meios libertos de
exploração do projecto) e de investimento (cash-flow do investimento).
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1.3. Parâmetros Económicos Fundamentais
Capital Investido – Custos Afundados ou Sunk Costs
Custos afundados - São custos que ocorreram no passado e que não podem ser alterados quer se aceite ou rejeite o projecto de
investimento. Em certos casos, contribuem para a ideia de negócio, transposta para um projeto de investimento, mas não têm
relação com a decisão de investir.
Exemplo: Suponhamos que uma empresa está a lançar um novo produto e que, no ano anterior, pagou a uma empresa para fazer um
estudo de mercado. O custo deste estudo de mercado deverá ser tido em conta na avaliação do projecto de investimento?
Não, pois a empresa quer realize ou não este investimento, o custo do estudo não é recuperável visto que já está pago.
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1.3. Parâmetros Económicos Fundamentais
Capital Investido – Custo de Oportunidade
Custos de oportunidade – correspondem aos custos que decorrem da utilização de um determinado recurso, devendo ser
considerados ainda que não impliquem uma saída de fundos.
Exemplo: uma empresa tem um armazém vazio que pode arrendar ou vender e, como está a lançar um novo produto, decide utilizá-lo
para aí instalar a sua linha de fabrico.
Ora, se o armazém vai ser utilizado para o novo produto, não poderá ser arrendado ou vendido.
Então, o valor do , arrendamento ou da venda terá de ser incluído no cash-flow do projecto. É um custo de oportunidade porque ao
utilizar o armazém a empresa perde outras oportunidades de o rentabilizar.
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1.3. Parâmetros Económicos Fundamentais
Capital Investido - Efeitos Derivados e Utilização da Capacidade em Excesso
• EFEITOS DERIVADOS - A realização de um projecto integrado numa empresa pode dar origem a impactos positivos (no caso de
complementaridades e/ou sinergias) ou impacto negativo noutras áreas de negócios (canibalização de outros produtos/serviços).
Exemplo: se o lançamento de um novo produto concorre com outros produtos da empresa, há que considerar não só o fluxo positivo resultante
das vendas do novo produto, mas também a quebra que provocará nas vendas dos já existentes.
• UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE EM EXCESSO - Imaginemos que uma empresa produz o bem “A” e está inserida num mercado em crescimento.
Suponhamos que dispõe de uma capacidade disponível que lhe permite acomodar o aumento esperado da procura e sabe que, a verificar-se
o crescimento previsto, deverá expandir a sua capacidade ao fim de cinco anos.
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1.3. Parâmetros Económicos Fundamentais
Duração do Investimento ou Vida Útil do Projecto
• Os cash-flows têm que ser projectados durante a vida útil do projecto (designado por n anos).
• A escolha da vida útil de projecto depende fundamentalmente da área de negócio e da respectiva duração do ciclo de vida do
negócio.
• Este horizonte temporal é definido de modo a que seja suficientemente relevante para se conseguir fundamentar a tomada de
decisão, tendo em conta a natureza do projecto e o período de vida útil dos bens (activos) mais significativos para a sua
implementação.
• A regra deverá ser de elaborar projecções até o projecto atingir a estabilidade do negócio, geralmente designado de período de
cruzeiro.
• Ao atingirmos a vida útil do projecto assume-se a liquidação dos activos (vide valor residual) ou a sua continuidade (vide valor de
continuidade).
•O período de vida económica (período de referência) varia com a natureza do investimento.
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1.3. Parâmetros Económicos Fundamentais
Duração do Investimento ou Vida Útil do Projecto
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1.3. Parâmetros Económicos Fundamentais
ESTUDOS DE MERCADO
• Devem abranger análises da procura global e da oferta de produtos acabados, contemplando ainda informações sobre:
• a concorrência,
• o sector de actividade,
• o produto/serviço,
• os circuitos de distribuição,
• outros factores produtivos: mão-de-obra especializada, matérias-primas essenciais, combustíveis, energia, água, etc…
ESTUDO DA TECNOLOGIA
• A escolha da tecnologia a utilizar dever-se-á pautar pela eficiência dos rendimentos de produção, pela redução das despesas iniciais de
investimento e, também, pela minimização dos custos de exploração futuros;
• Observe-se que pode vir a justificar-se, plenamente e do ponto de vista económico, a opção por uma tecnologia que conduza a mais
elevadas despesas iniciais de investimento (sobredimensionamento inicial da capacidade de produção a instalar), desde que o
desenvolvimento da empresa o justifique e os custos de exploração futuros venham a ser substancialmente reduzidos.
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1.3. Parâmetros Económicos Fundamentais
ESTUDO DA DIMENSÃO
• Os indicadores de dimensão de um projecto de investimento mais utilizados são, além da capacidade física anual de produção, o número
total de trabalhadores, as despesas totais de investimento e o volume anual de vendas, preferencialmente em unidades físicas.
• Trata-se de variável muito importante na medida em que se a capacidade produtiva instalada for persistentemente superior à capacidade
utilizada poderá estar em causa a viabilidade do projecto e/ou da empresa, em consequência da erosão de resultados operacionais motivada
por elevados custos fixos.
ESTUDO DA LOCALIZAÇÃO
• Como principais factores determinantes teremos:
• acessibilidade ao mercado consumidor e maior proximidade entre produtor e cliente (redução dos custos de distribuição);
• proximidade de fontes de energia, matérias-primas e mão-de-obra especializada e/ou abundante (redução dos custos de transporte);
• natureza da actividade (grandes necessidades de assistência técnica, elevado número de subcontratos, etc);
• estímulos e benefícios de natureza financeira (subsídios, redução de custos de energia, redução de preços de aquisição de terrenos,
bonificação de taxas de juro, etc), fiscal (isenção ou redução de impostos) ou outros (obtenção de infraestruturas a preço reduzido,
vales e fianças do Estado, etc.).
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1.3. Parâmetros Económicos Fundamentais
PRINCIPAIS DESPESAS DE INVESTIMENTO – ACTIVOS FIXOS TANGÍVEIS
• Terrenos e recursos naturais
• Edifícios e outras construções (fabris, administrativos e habitacionais)
• Equipamentos básicos e outras máquinas
• Ferramentas e utensílios
• Equipamentos administrativos e sociais e mobiliário diverso
• Peças de reserva
• Taxas aduaneiras, desalfandegamento, impostos não dedutiveis, transportes e seguros, comissões, etc ...
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1.3. Parâmetros Económicos Fundamentais
PRINCIPAIS DESPESAS DE INVESTIMENTO – ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
• As estimativas das despesas de investimento poderão ser feitas quer a preços correntes, quer a preços constantes;
• Os desvios qualitativos ocorrem geralmente por deficiências verificadas na construção civil ou na implantação dos equipamentos e instalações
(layout);
• O valor residual dos investimentos corresponde geralmente ao valor contabilístico líquido dos activos fixos e ao valor contabilístico do fundo
de maneio necessário de exploração constantes do balanço previsional do último ano de vida útil;
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1.3. Parâmetros Económicos Fundamentais
Dado que o volume de negócios é a mais importante variante no âmbito de um projecto de investimento, importa conhecer tão
aprofundadamente quanto possível o seu valor e evoluções para o que geralmente se recorre aos seguintes métodos da previsão da
procura:
• método empírico
• método da correlação
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1.3. Parâmetros Económicos Fundamentais
MÉTODOS DE PREVISÃO DA PROCURA – EMPÍRICO
• Não exige técnicas estatísticas nem específicos métodos de previsão pois assenta essencialmente na experiência de pessoas envolvidas
directamente no ramo de negócio e às quais são solicitadas estimativas de vendas que tenham em conta as reacções dos consumidores e a
evolução histórica dos consumos;
• Dado a sua subjectividade, só é utilizado em horizontes temporais inferiores a um ano;
Construção do mercado
Método adequado para mercados de bens industriais cujos compradores são fáceis de identificar. O mercado é simulado (construído) a partir de
informação sobre as empresas existentes e calculado o potencial de compra de cada uma.
Opinião de especialistas
Assenta num conjunto de avaliações dos fatores explicativos da procura global e na probabilidade de acontecerem sob a hipótese de um ou mais
cenários.
Mas, a estrutura causal subjacente é própria do especialista, pelo que um outro profissional, perante a mesma realidade pode chegar a
conclusões diferentes.
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1.3. Parâmetros Económicos Fundamentais
MÉTODOS DE PREVISÃO DA PROCURA – EMPÍRICO
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1.3. Parâmetros Económicos Fundamentais
MÉTODOS DE PREVISÃO DA PROCURA – CORRELAÇÃO
• Consiste em verificar se há grau de correlação entre duas variáveis e aceitar a previsão daí resultante se aquela correlação estiver
muito próximo da unidade, em módulo (coeficiente de correlação = r = [-1, +1]) ;
• Exemplo, se, relacionando as vendas de gasolina com os veículos de passageiros, encontrarmos r = 0,995 há uma forte
correlação entre aquelas duas variáveis.
• Tem desvantagens como:
• dificuldades na determinação de r por falta de dados históricos;
• deficiente relacionação causa-efeito entre variáveis;
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1.3. Parâmetros Económicos Fundamentais
MÉTODOS DE PREVISÃO DA PROCURA – TAXA MÉDIA DE CRESCIMENTO ANUAL (TMCA)
Anos Vendas (u.m.)
1 (Y1) 15.000
2 17.000 Yn
3 22.500 TMCA = n-1 -1
4
5 (Yn)
24.000
27.000 Y1
Assim e considerando Y como a variável que representa o volume de vendas, teremos:
Yn 27.000
TMCA = n-1 -1 = 4 - 1 = 1,158292 - 1 = 0,1583
Y1 15.000
Obtivemos assim uma taxa média de crescimento anual de cerca de 15,8% que utilizaremos para
determinar as vendas do ano 5 partindo das do ano 1:
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27.000 = 15.000 (1 + 0,1583)
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1.3. Parâmetros Económicos Fundamentais
CONCLUSÃO
De uma forma geral, os métodos de previsão têm limitações pois não produzem resultados fiáveis, sobretudo no médio e longo
prazos, devido ao grau de incerteza implícito nos seus resultados, designadamente em consequência das bruscas e significativas
mudanças do meio envolvente.
No entanto, são geralmente utilizados num horizonte temporal até cinco anos em complemento de outros estudos com idêntica
finalidade (estudos de mercado, demográficos, etc.).
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2.1 Tipos e Etapas de Investimento
TIPOS DE INVESTIMENTO - PROJECTO DE INVESTIMENTO
CONCEITO
Diremos que um projecto de investimento, quer em activos financeiros, quer em activos reais implica sempre uma afectação/aplicação de
recursos (humanos, financeiros, materiais, tecnológicos, etc), num momento próximo, com o objectivo da sua recuperação integral, para
além da obtenção de um excedente financeiro ou de vantagens sociais no decurso de um período mais ou menos longo.
O horizonte temporal é importante e permite distinguir os dois tipos de aplicações: investimento (perspectiva è longo prazo) e
especulação (perspectiva de curto prazo).
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2.1 Tipos e Etapas de Investimento
TIPOS DE INVESTIMENTO - PROJECTO DE INVESTIMENTO
Os investimentos financeiros dizem respeito a aplicações efectuadas tanto por indivíduos como por organizações, em que a
responsabilidade pela gestão não está presente. Um depósito bancário, a compra de obrigações ou a aquisição de um pequeno lote
de acções são exemplos de investimentos financeiros.
Nos investimentos reais — por exemplo edifícios, equipamentos ou viaturas - existe uma dimensão de controlo ou de capacidade de
gestão que influencia decisivamente a sua rendibilidade futura.
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DIFERENÇAS ENTRE PROJECTOS PUBLICOS E PRIVADOS
Tempo de vida Mais longos (30- 50 anos) Mais curtos (2- 25 years)
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TIPO DE CONCTRATOS
• Reembolso de custos
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TIPOS DE INVESTIMENTO - PROJECTO DE INVESTIMENTO
A classificação dos projetos depende dos critérios que se adotem e são, obviamente, inúmeras as possibilidades de classificação para o
mesmo projeto. Vejamos, aqui, apenas alguns exemplos:
- financeira
- humana
- patrimonial
Para projectos de raiz, a situação mais típica consiste na utilização de recursos financeiros, de fácil medição. No entanto, para empresas já existentes,
outros recursos internos podem ser aplicados — utilização de mão-de-obra especializada (recursos humanos) ou de um edifício devoluto, propriedade
da empresa (recursos patrimoniais), sendo a sua medição mais subjectiva.
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TIPOS DE INVESTIMENTO - CLASSIFICAÇÃO DE INVESTIMENTOS
Nível de inovação
• Investimentos autónomos são os que resultam de uma diferenciação tecnológica, comercial, ou outra que garanta a
competitividade da empresa.
• Os investimentos induzidos visam o aproveitamento de factores favoráveis, tais como benefícios fiscais ou financeiros, subsídios à
aquisição de determinados factores produtivos, flutuação do preço de matérias-primas, etc. A natureza conjuntural destes benefícios
torna estes projectos mais vulneráveis do que os anteriores.
Alan Shapiro (1998: 44) cita o caso da indústria automóvel americana que obteve rendibilidades elevadas devido a um sistema de quotas que reduzia a importação de veículos
fabricados no estrangeiro, referindo no entanto que «o que o governo dá, o governo pode tirar...».
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TIPOS DE INVESTIMENTO - CLASSIFICAÇÃO DE INVESTIMENTOS
Projetos de raiz
São projetos não integrados em empresas em funcionamento e que, muitas vezes, são eles geradores de novas empresas.
• Investimento de substituição
Tem por objetivo manter o potencial produtivo, substituindo equipamento “velho” por equipamento “novo”, seja por (causa da) usura
física ou por obsolescência.
São à priori os mais fáceis de analisar e o nível de risco associado e a considerar na sua análise é idêntico ao risco do negócio
atual da empresa.
• Investimento de modernização
Visam a melhoria da produtividade do trabalho e a redução de custos de produção: frequentemente combinam-se com os
investimentos de substituição.
No plano do risco, incorporam num nível idêntico ao do negócio atual da empresa.
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TIPOS DE INVESTIMENTO - CLASSIFICAÇÃO DE INVESTIMENTOS
• Investimento de expansão
São projetos que permitem à empresa aumentar a sua capacidade de produção e ou de comercialização dos produtos atuais.
À priori o risco continua a ser o do negócio atual, já que apenas se pretende maiores níveis de atividade que, em principio, não se
pretenderiam se não existisse uma oportunidade de crescimento.
• Investimento de inovação
Visa a introdução de novas tecnologias nas linhas de produção, de melhorias nos produtos ou serviços atuais ou o lançamento de
novos. A lógica de avaliação, pode afastar-se da rendibilidade e assentar no impacto para o futuro desenvolvimento da empresa.
Envolvem um nível de risco elevado sendo mesmo normal que alguns gestores aceitem projetos sem viabilidade económica mas
que se afigurem, por exemplo, como a melhor forma de entrarem em mercados com elevado potencial de crescimento.
• Investimento Estratégicos
Pretendem servir de suporte às restantes áreas da empresa, podem não ser facilmente avaliados numa óptica de rendibilidade.
Exemplo: a instalação de uma central de tratamento de resíduos representa uma despesa sem contrapartida em termos de receita,
mas pode ter um impacto positivo na imagem da empresa. 58
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TIPOS DE INVESTIMENTO - CLASSIFICAÇÃO DE INVESTIMENTOS
Conforme se observa mais adiante, projectos de maior risco exigem remunerações mais elevadas. Deste modo, o risco de um projecto
deve ser considerado no cálculo da respectiva taxa de actualização. A título de exemplo, esta taxa pode atingir os seguintes valores de
acordo com a natureza dos investimentos:
Relação Risco/Rendibilidade Exigida
Tipo de projecto Taxa de actualização
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TIPOS DE INVESTIMENTO - CLASSIFICAÇÃO DE INVESTIMENTOS
Os padrões a), b) e c), a seguir apresentados, correspondem a investimentos comumente designados por convencionais. O d) tipifica o projeto
não convencional cujos fluxos de investimento se intercalam com os de exploração.
Cash inflows
Cash inflows
R R R R R R
R
0 1 2 3 4 5 6 …
0 1 2 3 4 5 6 7 …
Cash outflows I
Cash outflows I
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Cash inflows
R R R R R R
0 1 2 3 4 5 6 7 8 …
Cash outflows I I I I I
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TIPOS DE INVESTIMENTO - CLASSIFICAÇÃO DE INVESTIMENTOS
• Independentes
Em termos práticos, o resultado do projeto A não é influenciado pelo resultado de B e o inverso também se verifica.
Portanto, são projetos não relacionados do ponto de vista técnico, financeiro e comercial, pelo que, podem ser
realizados em simultâneo.
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TIPOS DE INVESTIMENTO - CLASSIFICAÇÃO DE INVESTIMENTOS
• Dependentes
Em termos práticos significa que o resultado do projeto A influencia o resultado de B. Podem ser:
• Complementares
Quando existe uma influência positiva de A em B (aumentando receitas ou diminuindo despesas do projeto B) por via da complementaridade
técnica ou comercial;
• Concorrentes
Quando a realização de A exerce influência negativa nos cash-flows do projeto B (projetos substitutos).
• Mutuamente exclusivos
Correspondem a casos extremos de projetos concorrentes onde a realização de um exclui a realização do outro.
Exemplo: instalar a máquina A, significa não instalar a máquina B ou realizar, no mesmo local, uma
ponte de ferro exclui a alternativa de realizar uma ponte em betão.
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TIPOS DE INVESTIMENTO - CLASSIFICAÇÃO DE INVESTIMENTOS
O período de vida útil de um projeto de investimento deve corresponder ao menor do período de vida técnica e do período de vida económica
dos equipamentos mais importantes do projeto.
O período de vida física (ou técnica) resulta das caraterísticas intrínsecas dos equipamentos e é definido pelos respetivos fabricantes.
O período de vida económica corresponde ao período durante o qual o equipamento possui caraterísticas técnicas capazes de assegurar um
nível de produtividade competitiva quando comparado com equipamentos alternativos.
O período de vida útil do projeto pode ser fixado subjetivamente pelos investidores e financiadores, em geral, em contextos de instabilidade
face à perceção do risco associado ao projeto.
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TIPOS DE INVESTIMENTO - CLASSIFICAÇÃO DE INVESTIMENTOS
Horizonte temporal do projeto corresponde ao período de tempo para o qual se estimam os cash-flows esperados e é o
período de tempo de vida útil durante o qual se concretiza o potencial de criação de riqueza contido no investimento.
Assim, a noção de “horizonte temporal” coincide, então, com a de “vida útil do projeto”. Porém, em certos casos,
nomeadamente para efeitos de comparação de projetos, o horizonte temporal engloba uma parte imaginária resultante do
pressuposto de n réplicas do projeto nas mesmas condições.
Noutros casos, pode ser suficiente, para efeitos de análise considerar-se um horizonte temporal inferior à vida útil,
sobretudo quando se tratar projetos com vida útil muito longa.
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2.1 Tipos e Etapas de Investimento
O sucesso da decisão de investimento depende da capacidade de diagnosticar os factores que influenciarão os cash-flows futuros.
Os projectos de investimento de maior dimensão, habitualmente projectos de expansão ou inovação, introduzem um elevado nível de
incerteza na organização. Por isso, esse tipo de projecto deve ser criteriosamente elaborado e servir como instrumento de controlo
no caso de ser tomada a decisão de realizar o investimento.
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O ciclo do projeto
Pretende descrever o processo desencadeado desde a formulação da “ideia” até ao momento em
que o projeto se transforma numa realidade física, susceptível de gerar resultados. identificam-se
três fases principais:
Funcionamento Pré-
ou exploração investimento
Ciclo
do
projeto
Investimento 67
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PRÉ-INVESTIMENTO INVESTIMENTO EXPLORAÇÃO
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PRÉ-INVESTIMENTO INVESTIMENTO EXPLORAÇÃO
Uma boa ideia não chega! É necessário satisfazer uma necessidade real e o primeiro crivo pelo qual uma ideia terá de passar é o
mercado.
Em sintonia com Kotler, mercado é o conjunto de todos os compradores, ou seja, os destinatários da oferta contida na ideia de
negócio. Então, quantos são? Quanto é que cada um está disposto a comprar? Quantos serão dentro de um ano ou de dois? Como
deverá evoluir a sua estrutura de consumo?
• Preparação do anteprojecto (draft):
• construção das variantes;
• comparação das variantes;
• financiamento do projecto;
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PRÉ-INVESTIMENTO INVESTIMENTO EXPLORAÇÃO
• Construção de variantes:
• Estudos de engenharia;
• Estudos de arquitetura;
• Estudo de mercado e sua evolução;
• Estudo dos canais de distribuição;
• Estudos dos meios de produção, técnicos e de previsão de custos;
• Preparação dos elementos previsionais ;
• Análise dos custos;
• Caracterização das condições jurídicas, financeiras e de recursos humanos ;
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PRÉ-INVESTIMENTO INVESTIMENTO EXPLORAÇÃO
Sob o prisma da estratégia da empresa, selecionam-se combinações de variantes que perspetivem maior rendibilidade e cujas soluções técnicas
se afigurem acertadas. Admite-se, nesta fase, que:
à A informação possa ser suficiente para uma decisão de investir;
à Justifica-se uma análise detalhada sob a forma de estudo de viabilidade;
à Existem aspetos críticos que merecem particular investigação;
à Pode concluir-se que o projeto não é suficientemente atrativo para o investidor.
• Comparação de variantes:
• aplicação de critérios de escolha e de selecção (de natureza empírica e com actualização financeira);
• análise do risco subjacente à avaliação de cada variante (TIR, VAL, DPbp, ROI, Ponto crítico, etc...);
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2.1 Tipos e Etapas de Investimento
PRÉ-INVESTIMENTO INVESTIMENTO EXPLORAÇÃO
A variante escolhida ganha forma concreta. De modo cada vez mais preciso são definidos domínios de cada variável, perspetivados
comportamentos alternativos (cenários) e procuram-se fontes de financiamento.
• Estudo do financiamento:
• óptica da despesa total do investimento;
• não consideração de gastos de financiamento decorrentes de eventual utilização de capital alheio nem a remuneração
de capital próprio;
• determinação da taxa real de imposto a fim de obter rigorosos cash-flows líquidos;
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PRÉ-INVESTIMENTO INVESTIMENTO EXPLORAÇÃO
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PRÉ-INVESTIMENTO INVESTIMENTO EXPLORAÇÃO
à Negociação e contratação:
Firmam-se contratos que assegurem os inputs, quer técnicos quer financeiros, necessários à realização “física” do projeto.
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PRÉ-INVESTIMENTO INVESTIMENTO EXPLORAÇÃO
à Construção
Eventual preparação do terreno onde deverá ser implantado o projeto, construção civil, montagem e instalação de equipamentos. Poderão
realizar-se ações paralelas, como a formação de mão de obra necessária.
à Arranque
Etapa breve, importante do ponto de vista do sucesso do projecto, só deverá acontecer quando o este se encontrar em conformidade com o
planeado, o que implica processos de produção testados, mão de obra preparada e proximidade aos custos orçamentados (em linguagem
comum “sem deslizes orçamentais”).
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PRÉ-INVESTIMENTO INVESTIMENTO EXPLORAÇÃO
Situa-se aqui o período de arranque do projecto, com a realização dos últimos testes, a implantação do produto/serviço e o
aprofundamento do conhecimento do mercado. Além disso:
• realizam-se tarefas de carácter operacional (compras, produção, vendas, etc);
• revê-se todo processo de preparação e aprovação do projecto;
• controlam-se os desvios de exploração;
• desenvolve-se o período de funcionamento, que atingirá o ano cruzeiro quando a capacidade instalada estiver a ser
integralmente utilizada (geralmente em finais do terceiro ou quarto ano de exploração);
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