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Direito comercial

1. Diga dois exemplos práticos de atividades económicas que estão excluídas do direito
comercial.

O artigo 230 do código comercial indica-nos quais as situações em que são


consideradas empresas comerciais mas também as exceções das mesmas, dois
exemplos práticos de atividades económicas que estão excluídas do direito comercial
são os agricultores que plantam algo e vendem diretamente ao publico ou o pintor que
pinta os seus próprios quadros e vende de maneira direta ao publico.

2. Leia as seguintes afirmações justificando se são verdadeiras ou falsas


a) Os comerciantes em nome individual são considerados comerciantes.
Verdadeiro, pois segundo o artigo 13 do código comercial as pessoas que tem
capacidade para praticar atos de comercio e fazem disso sua profissão são
comerciantes

b) Um comerciante não está obrigado a ter escrituração mercantil.


Falsa, o artigo 18 nº2 do código comercial indica- nos que a escrituração mercantil
é uma obrigação especial do comerciante.

c) O contrato de mandato comercial é sempre gratuito.


Falso, o artigo 232 do código comercial prevê que o mandato comercial não se
presume gratuito, tendo todo o mandatário direito a uma remuneração pelo seu
trabalho

d) A prestação de contas de uma sociedade por quotas é sempre obrigatória o seu


registo comercial.
Verdadeira, artigo 18 nº4 do código comercial, é uma obrigação especial do
comerciante

e) Apenas as pessoas coletivas tem de estar registadas no Registo Nacional de


Pessoas Coletivas.
Falsa, artigo 4 do regime do registo nacional de pessoas coletivas

f) Apenas as sociedades comerciais tem de requerer o certificado de Admissibilidade


de Firma ao Registo Nacional de Pessoas Coletivas.
Falsa, artigo 9 e 10 do regime do registo nacional de pessoas coletivas

3. Maria Aurora Silva, pretende constituir uma sociedade comercial. Contudo, como é do
conhecimento geral, a constituição das sociedades comerciais está sujeita a apertadas
regras formais na sua constituição.

3.1 Refira quais os atos fundamentais a que esta sujeita a constituição de uma sociedade
para que a mesma se considere legalmente constituída e qual tipo de sociedade
comercial que aconselharia Maria Aurora a adotar. Tendo ainda em conta que, esta
sócia pretende ser sócia única e gerente da sociedade e designar a mesma de “Cheiros
Fantásticos” com uma participação social de 10.000 euros e tendo como atividade
comercial a venda de artigos de cosmética e perfumes.
O artigo 45 e 46 do regime nacional de pessoas coletivas fala-nos sobre o certificado de
admissibilidade de firma ou denominação,ou seja, teríamos então de avançar para as
normas das sociedades comerciais pois é necessário a aprovação do nome da
sociedade e da aprovação da própria sociedade artigo 7 do código das sociedades
comerciais, depois do contrato ser efetuado, a partes com a sua assinaturas já
reconhecidas é necessário promover este contrato na conservatória, artigo 18 do
código das sociedades comerciais, a conservatória tem que mandar publicar o contrato
de sociedade para que o conhecimento sobre a mesma se torne publica, isto é,
proceda á sua publicação, artigo 166 e 167 do código de sociedades comerciais. Para
Maria Aurora o mais certo seria aderir a uma sociedade unipessoal por cotas, artigo
270 alínea a) a g), ficando a sociedade com o nome de Cheiros Fantásticos unipessoal,
Maria pode assim manter o seu património pessoal separado do património em
relação á sociedade, de maneira a que apenas respondera pelas dividas o património
da sociedade.

3.2 Maria Aurora Silva é comerciante?


A comerciante aqui é a sociedade. Maria Aurora não e comerciante apesar de ter atos
de comercio e capacidade jurídica, art.13 nº2, pois apesar de ter todas as
possibilidades de poder ser comerciante, e apesar de ser ela a praticar os atos de
comercio e dar a sua cara, vai ser em nome da sociedade que quer constituir dai o
comerciante ser a sociedade.

3.3 No passado dia 8 de novembro Maria Aurora comprou ao seu fornecedor de produtos
cosméticos:
a) 100 perfumes variados de fragrâncias variadas e cremes de rosto, alem disso
comprou um computador, um balcão e vários expositores, ao longo dos meses de
novembro e de dezembro a sociedade vendeu 90 perfumes e 20 cremes a varias
clientes no seu estabelecimento comercial.
b) O computador, o balcão e os expositores foram adquiridos para serem colocados
no estabelecimento comercial da sociedade.
c) Como o estabelecimento comercial fez aniversário de 1 ano de existência a
sociedade decidiu oferecer as 10 primeiras clientes 1 perfume. Qualifique do
ponto de vista jurídico mercantil estes negócios jurídicos e classificá-los.

A Maria Aurora comprou ao seu fornecedor produtos para o seu estabelecimento


comercial e em nome da sociedade, os 100 perfumes e os 20 cremes é um ato
comercial objetivo, pois é um contrato de compra e venda, artigo 2, 1º parte, e
artigo 463, uma vez que Maria aurora vai comprar coisas para revender, então, e
um ato objetivo de comércio. Do ponto de vista de Maria aurora a venda dos
perfumes e dos cremes, é um ato objetivo de comércio, pois ela comprou-os para
revender, artigo 2 e 463.
Já em relação aos equipamentos que Maria aurora adquiriu para desenvolver a sua
atividade comercial, podendo assim ser classificado como um ato subjetivo de
comércio visto que são necessários para o seu desenvolvimento, uma vez que são
para ser utilizados no estabelecimento, artigo 2, 2ºparte. Em relação ás ofertas
para as clientes devido ao aniversario do estabelecimento, é considerado um ato
subjetivo de comercio, visto que esta ligado com a sociedade de forma indireta,
visto que e para o desenvolvimento da atividade comerciante, pois o objetivo é
adquirir clientes de maneira a cativar clientes e promover ofertas para o
desenvolvimento da sua atividade

3.4 No próximo mês de janeiro Maria Aurora decide aceitar a proposta de duas amigas e
aceita-as como sócias, tendo uma Antonia Monteiro entrado com uma viatura avaliada
em 3000 euros, e Ana Rita pereira deu início de entrada com 100 mil euros. É possível
manter a mesma designação de firma da sociedade comercial ( Cheiros Fantásticos)?

A designação da firma teria sim de ser alterada visto que deixou de ser Maria aurora a
única sócia, deixando assim de ser unipessoal, o que seria alterado seria a designação
societária, ou seja, o nome “cheiros fantásticos” mantinha-se, o que seria efetivamente
alterado era a designação societária quanto ao tipo de sociedade que ia ser constituído
visto que Maria aurora não seria a única sócia, ou seja, a parte a ser alterado seria a
“unipessoal”, artigo 270 d), e também do art.197, o artigo 200, teremos de converter
esta sociedade. O artigo 270-D diz-nos que é possível haver uma conversão desta
sociedade unipessoal numa sociedade plural por quotas, nos termos do artigo 200
teríamos de alterar a designação societária que passaria a ser “Lda”, e assim estariam
respeitados os princípios de constituição da propriedade

Letra de câmbio
A letra de câmbio é um título de crédito que consiste num documento escrito e assinado pelas
partes, que incorpora um direito de crédito pecuniário.
A letra é um título de crédito à ordem, sujeito a formalidades, através das quais uma pessoa
sacador - ordena à outra, que lhe pague a si ou a terceiro - tomador - uma certa importância
em determinada data.
É um título de crédito através do qual o emitente do titulo - sacador - dá uma ordem de
pagamento - saque - de uma quantia, em dadas as circunstâncias de tempo e lugar, a um
devedor - sacado -, ordem essa a favor de uma terceira pessoa - o tomador.

Os intervenientes na letra são:


o Sacador: pessoa que dá a ordem de pagamento e portanto, emite o saque (credor).
o Sacado: pessoa a quem é dada a ordem de pagamento (devedor).
o Aceitante: o sacado após ter concordado com o saque e ter assinado a letra.
o Tomador ou beneficiário: pessoa a favor de quem ou à ordem de quem é dada ordem
de pagamento.
o Endossante: aquele que transfere os direitos constantes da letra para outra pessoa,
através do endosso.
o Endossado: aquele a quem os direitos são transmitidos.
o Avalista: pessoa que se responsabiliza pelo pagamento da letra no todo ou em parte.

Livrança
A Livrança é um documento através do qual o subscritor ou signatário se compromete a pagar
a um beneficiário ou à ordem deste um determinado valor (valor nominal da livrança) numa
determinada data (data de vencimento).
A Livrança menciona uma promessa de pagamento de um certa quantia, em dadas condições
de tempo e lugar, pelo seu subscritor ou emitente, a favor do tomador ou de um posterior
endossado que for seu portador legítimo no vencimento.
Cheque
É um instrumento de pagamento que permite movimentar fundos que se encontram à
disposição de titulares ou seus representantes em contas de depósito abertas nas instituições
de crédito.
Exprime também (como a letra) uma ordem de pagamento de determinada quantia, dada pelo
sacador a um sacado, com a peculiaridade de este ser necessariamente um banqueiro, uma
instituição de crédito habilitada a receber depósitos em dinheiro mobilizáveis por essa forma,
e a favor de uma pessoa, o tomador, que pode ou não ser individualizada.

Cheque é:
o Um título de crédito;
o Emitido por uma pessoa;
o Para benefício da entidade nele indicada ou ao portador;
o Contendo uma ordem pura e simples de pagamento da quantia nele inscrita;
o Dirigida a um estabelecimento bancário;
o No qual o seu emitente possua fundos disponíveis.

Cheque
Uma das características do cheque é a de poder ser transmitido a pessoa diferente da que
figura no título como beneficiário: esta transmissão designa-se por ENDOSSO.
Os cheques normalizados podem referir a expressão à ordem, sendo endossáveis; ou, referir a
expressão não à ordem, caso em que não são endossáveis.
Cheque - título de crédito à ordem mediante o qual um sacador (emitente) dá uma ordem de
pagamento sobre um banco (sacado) - convenção de cheque - para que este pague a
importância que no mesmo for mencionada a si ou a um terceiro (tomador) - LUCH.

Letra de Câmbio - título de crédito à ordem, através do qual o sacador (emitente do título) dá
uma ordem de pagamento (saque) de uma determinada quantia - em determinadas
circunstâncias de tempo e lugar - ao sacado, a favor de um tomador. Muitas vezes o sacador e
o tomador são à mesma pessoa. O sacado só se obriga se se constituir voluntariamente como
aceitante - art.s 1° a 749 da LULL.

Livrança - título de crédito à ordem mediante o qual o subscritor se compromete a pagar ao


beneficiário, ou à sua ordem uma determinada quantia - art.s 75° a 78° da LULL.

Diferença entre letra e cheque:

-No cheque não lugar a aceite, art. 4° LUCH, é um título à vista, fart.
28° LUCH);
 O sacado é sempre um banco, relativamente ao qual se estabeleceu uma relação de
provisão (art. 39 e 54° LUCH);
 O banco sacado não paga o cheque por falta de provisão, se receber uma ordem lícita
em contrário (revogação art. 32° LUCH), ou sérios indícios de falsificação, furto, abuso
de confiança;
 Emitido o cheque deve ser apresentado a pagamento num prazo relativamente curto,
art. 298 da LUCH.

Diferença entre letra e livrança:


Na origem da livrança não existe ordem de pagamento dada por um sacador mas, apenas, uma
promessa de pagamento pelo subscritor.

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