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INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DE BRASÍLIA

Estudo da atenção através da aplicação do Efeito Stroop

CLARA FRISCHEISEN
HELOISA MENEZES
LEONARDO FOURNIER
NATÁLIA LINS

PROFESSOR: SÉRGIO ALVES


DISCIPLINA: PROCESSOS COGNITIVOS
O teste Stroop de Cores e Palavras, foi desenvolvido por John Redley Stroop, em
1935. Tem como objetivo observar os processos de atenção e verificar o controle
inibitório. No que se refere à atenção, esse teste tem sido utilizado há mais de 70 anos
na área de neuropsicologia, avaliando variados aspectos da atenção seletiva.

De acordo com Brandelero e Toni, (2015), são palavras de cores escritas em cores
diferentes. A versão Golden e Freshwater, que é a mais utilizada entre as diferentes
versões do teste, é apresentada em 3 etapas, primeiro o sujeito fará a leitura dos
nomes das cores impressas em preto no cartão, em seguida nomear as cores de outro
cartão e a terceira fase que corresponde a mistura das duas fases anteriores, o sujeito
precisará nomear a cor da palavra impressa, desconsiderando o nome da cor. Como
por exemplo: as palavras escritas serão cores, porém essas serão coloridas de outra
cor, sendo assim, a palavra azul teria a cor verde e a palavra amarelo teria a cor
vermelho.

Segundo Cunha, Jabson, Guimaraes, Afonseca, Nascimento e Santo, (2012), é partir


da última etapa é possível observar que a maioria das pessoas erram ou demoram
mais tempo para responder corretamente e é com base nesse erro que se constitui o
efeito Stroop. Apesar do surgimento do teste de ter sido em 1935, pode-se inferir que a
origem de estudos sobre o efeito Stroop se deu em 1886 quando James Mackeen
Cattel em seu trabalho de doutorado afirmou que palavras e letras por ter frequente
associação entre ideias e nome tem um processo automático enquanto que no caso de
cores e imagens era necessário um esforço voluntário para a escolha do nome, o que
explicaria o fato de que se leva mais tempo para nomear cores do que para ler os
nomes de cores. Assim, é mais fácil identificar o nome (a palavra) azul do que a cor
azul em uma imagem (Klein, Adda, Miotto, Souza de Lucia & Scaff, 2010).

Com esse trabalho pretende-se estudar a relação entre os processos de atenção


e o efeito Stroop, por meio da avaliação dos resultados dos participantes, analisando
sua capacidade de inibir uma resposta automática.

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Método:

Participantes:

Participaram da aplicação do Efeito Stroop, 4 indivíduos. Sendo 3 mulheres, todas com


20 anos e 1 homem com 22 anos.

Local:

O instrumento foi aplicado durante a aula, em ambiente virtual por videoconferência.

Instrumentos: descrever (efeito Stroop)

Foram utilizados 3 cartões, sendo o primeiro: 24 nomes de cores impressos em cor


preta; o segundo: 24 retângulos preenchidos por cores diferentes e por fim o terceiro:
que 24 nomes de cores impressos em cores diferentes de seus nomes.

Pode-se conceituar o efeito Stroop como o aumento no tempo de reação para uma
tarefa por vez, visto que o cérebro lida simultaneamente com informações conflitantes.
O fenômeno se baseia nas descobertas feitas por Ridley Stroop, que afirmam que o
processamento de texto é mais rápido que o processamento de cores. Quando há um
estímulo conflitante como palavras escritas em uma cor, porém com outro significado, é
possível observar que ocorrem erros nas respostas e atrasos.

Procedimentos: passo a passo a coleta

É solicitado que o participante tenha em mãos: papel, caneta e um cronômetro.

Antes das 3 folhas serem apresentadas, explica-se ao participante que ele deve ler as
palavras listadas e marcar no cronômetro o tempo que foi necessário para cumprir a
leitura, o anotando na folha posteriormente.

Na primeira folha é necessário que o participante leia em voz alta as palavras (azul,
verde, vermelho e amarelo) na ordem listada;

Na segunda folha é pedido que o participante leia a cor presente dentro dos retângulos
apresentados;

Por fim, na terceira folha o participante deve ler mentalmente as cores em que estão
escritas as palavras, não elas em si.

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Após a apresentação, se tem 3 tempos anotados, cada um referente a cada folha
apresentada.

Análises dos dados:

Na tabela apresentada abaixo é possível conferir o tempo que cada participante levou
para concluir a leitura dos cartões.

Pode-se observar de acordo com a tabela que na primeira folha onde os participantes
leram nomes de cores impressos em cor preta, os participantes D, A e C possuem
pouca diferença de tempo entre si, sendo respectivamente, o participante D com 11
segundos, o A com 13 segundos, o C com 14 segundo e por fim o participante B com
16 segundos.

Já no segundo cartão onde o objetivo era ler a cor que preenchia alguns retângulos, os
participantes C, A e B tiveram resultados bastantes similares, com diferença de 1
segundo do C (16 segundos) para o A e o B (17 segundos), enquanto o participante D
concluiu a leitura em 11 segundos.

Por fim o terceiro cartão cuja os participantes tiveram que ler as cores dos nomes de
cores diferentes, o participante C concluiu a leitura do cartão em 19 segundos, já o
participante D levou 22 segundos e ambos os participantes A e B obtiveram o mesmo
tempo, 25 segundos.

Resultados:

Tempos cronometrados
Participante Sexo Idade
1a Folha 2a Folha 3a Folha

A F 20 13 seg 17 seg 25 seg

B F 20 16 seg 17 seg 25 seg

C F 20 14 seg 16 seg 19 seg

D M 22 11 seg 11 seg 22 seg

Discussão:

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Os resultados referentes a folha 1 sugerem um tempo médio de leitura de 13,5
segundos, são estímulos simples (apenas requerem a leitura) e, portanto, apresentam
os menores tempos. Assim como na folha 2, que também apresenta estímulos simples
(apenas cores) com tempos levemente maiores. Porém a folha 3 apresenta estímulos
mais complexos e necessitam de uma maior atenção, obtendo os maiores tempos
cronometrados, em média 22,7 segundos.

De acordo com o estudo de Montagnero, Lopes e Galera (2008), John R. Stroop


chegou a conclusão que as palavras grafadas em cores incongruentes geram maior
dificuldade e interferência na atenção no momento da resposta.

O efeito Stroop ocorreria aqui com a interferência da resposta entre cor e palavra, já
que os atalhos neurais de processamento desses dois processos são distintos. As
palavras possuem um atalho neural mais elaborado, portanto é comum que esse
processamento seja feito primeiro do que o processamento da cor.

Stroop (1935) comparou o desempenho dos indivíduos de acordo com o gênero e,


embora as mulheres tivessem tempos de resposta mais rápidos e maior competência
para nomear cores, essas diferenças não são significativas ou não provocam grandes
disparidades. Tal hipótese também é sustentada nesses resultados, já que a diferença
encontrada não foi significativa, inclusive, os resultados do único participante homem
foram levemente menores do que das participantes mulheres.

Conclusão:

O efeito Stroop nos possibilita visualizar como a cognição está atrelada à atenção e
como a atenção seletiva é importante para classificar os estímulos de acordo com a
importância ou demanda.

De certa forma, nosso estudo não alcança grandes conclusões, visto que se tem um
baixo número de participantes, com idades e nível educacional similares, o que não
permite uma comparação mais profunda.

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Referências Bibliográficas:

Montagnero, A. V., Lopes, E. J., & Galera, C. (2008). Relação entre traços de
ansiedade e atenção através de Tarefas de Stroop. ​Revista Brasileira De Terapia
Comportamental E Cognitiva,​ ​10(​ 2), 157-169. ​https://doi.org/10.31505/rbtcc.v10i2.185

Cunha, B. L. A., Jabson, S. F., Guimaraes, R. R., Afonseca, A. C., Nascimento, L. F.,
Santos, S. S. (2012). Efeito Stroop: uma estratégia para difusão do conhecimento
científico sobre anatomia e funcionalidade do sistema nervoso. v.2 n.4: Revista
Focando a Extensão. Recuperado
de:​http://periodicos.uesc.br/index.php/extensao/article/view/759

Raposo, M.S.V.(2012). Adaptação do Teste Stroop de Cores e Palavras para Adultos


Jovens. Recuperado de:
https://ubibliorum.ubi.pt/bitstream/10400.6/2522/1/Disserta%C3%A7%C3%A3o_Marta_
Raposo.pdf
Stroop, J.R. (1935). Studies of interference in serial verbal reaction. Journal of
Experimental Psychology, 18, 643-662
Klein, M., Adda, C. C., Miotto, E. C., Souza de Lucia, M. C ., Scaff, M. (2010). O
paradigma stroop em uma amostra de idosos brasileiros. vol.8 no.1. Recuperado de:
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-74092010000100007

Brandelero, V., Toni, P. M. (2015). Estudo de Validade do Teste Stroop de Cores e


Palavras para Controle Inibitório - Psicologia Argumento. v.33, n.80. Recuperado de:
http://www2.pucpr.br/reol/pb/index.php/pa?dd1=16150&dd99=view&dd98=PB

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