Você está na página 1de 3

PARALISIA CEREBRAL

DEFINIÇÃO

A Paralisia Cerebral é uma condição na qual ocorre uma lesão não progressiva
que afeta o Sistema Nervoso Central (Encéfalo) em desenvolvimento, isso
pode ocorrer desde o período gestacional até 5 anos de idade. Esta condição
de provoca uma série de alterações no controle do movimento e tem etiologia
bem variável. A etiologia pode ocorrer no período Pré-Natal, Perinatal ou Pós-
Natal.

A lesão que afetará o Encéfalo pode ocorrer no Período:

 Pré-Natal: durante a gestação;


 Perinatal: no momento do nascimento;
 Pós-Natal: Após o nascimento até 5 anos de idade.

CLASSIFICAÇÃO DA PARALISIA CEREBRAL

A Paralisa Cerebral pode ser classificada de duas formas: classificação


topográfica (local do corpo atingido) e classificação quanto a área de lesão
(relacionado ao distúrbio de tônus e movimento).

Classificação Topográfica
Diz respeito aos locais do corpo que são atingidos. Desta forma, teremos as
seguintes possibilidades:

 Monoplegia: acometimento de apenas um membro, é uma alteração


rara.
 Diplegia: acometimento dos membros inferiores mais importante que em
membros superiores. Muito relacionada com a Prematuridade e a
Hemorragia Periventricular. Normalmente cursa associada com
Espasticidade (Diplegia Espástica).
 Hemiplegia: acometimento de um hemicorpo, direito ou esquerdo.
Normalmente ocorre como consequência de lesões unilaterais.
 Triplegia: Acometimento dos membros inferiores e mais um membro
superior, ocorrência rara.
 Quadriplegia: É a forma mais grave e mais comum de ocorrência. Há o
acometimento dos quatros membros, tronco e cervical. É a forma mais
debilitante e muitas crianças podem não conseguir sustentar a cabeça.

QUADRO CLÍNICO

Embora possa haver variação, o quadro clínico da Paralisia Cerebral, em geral


cursa com:

 Distúrbios de movimento e tônus;


 Atraso no Desenvolvimento Neuro-Sensório-Motor (DNSM) típico;
 Permanência de Reflexos Primitivos;
 Graus variados de Perdas Sensitivas;
 Graus variados de Déficit Cognitivo;
 Graus variados de Dependência Funcional e nas Atividades de Vida
Diária (AVDs)

RELAÇÃO COM A MOTRICIDADE GROSSA

A paralisia cerebral é uma condição clínica que afeta o movimento e a postura,


causando limitações nas atividades diárias. Na paralisia cerebral, a motricidade
grossa é uma das áreas mais afetadas, referindo-se aos movimentos amplos e
coordenados realizados pelo corpo, como andar, correr e pular. Esses
movimentos são importantes para a independência funcional e a participação
ativa das crianças nas atividades cotidianas.

Existem várias formas de avaliar a motricidade grossa em crianças com


paralisia cerebral, utilizando diferentes escalas e instrumentos de avaliação.
Uma escala importante na avaliação da função motora grossa é a Escala
Motora Grossa (GMFCS - Gross Motor Function Classification System),
desenvolvida por pesquisadores da CanChild Centre for Childhood Disability
Research. Essa escala classifica o nível de independência funcional e
habilidades motoras de crianças com paralisia cerebral em cinco níveis, de
acordo com a faixa etária.

Outro instrumento utilizado é o teste GMFM (Gross Motor Function Measure),


que avalia de forma quantitativa as alterações na função motora grossa de
crianças com paralisia cerebral. Esse teste é dividido em cinco dimensões:
deitar e rolar, sentar, engatinhar e ajoelhar, em pé e andar, correr e subir
escadas. A avaliação do GMFM fornece informações importantes para o
planejamento do tratamento e a melhoria da função e qualidade de vida das
crianças.

Além das escalas e testes, também são utilizadas estratégias lúdicas e jogos
adaptados na reabilitação motora de crianças com paralisia cerebral. Essas
atividades estimulam o desenvolvimento da coordenação motora grossa,
equilíbrio e força muscular, promovendo a melhoria da funcionalidade e da
independência das crianças.

É importante ressaltar que cada criança com paralisia cerebral é única e pode
apresentar diferentes desafios e habilidades motoras. Por isso, é fundamental
contar com uma equipe multidisciplinar composta por profissionais de saúde,
terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas, que possam avaliar individualmente
cada caso e desenvolver um plano de tratamento personalizado.

Você também pode gostar