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Apontamentos de Direito Empresarial - A Politécnica Isaías Sitói

NOÇÕES DE DIREITO
ODIREITO

$0 que é o Direito?.

0 Homem vive em sociedade enão se concebe que possa v' /er isolado. Sóvivendo
em sociedade éque o' Homem pode conservar a espécie humana, assegurar a sua
subsistência, satisfazer as suas necessidades.
Contudo, aconvivência em sociedade só é possivel se existir un conjunto de princípios
OU regras que pautem as condutas humanas, que visam insituir a ordem, apaz, a
segurança, a justiça e diminuir os conflitos de interesses que surgem nas relaçöes
SOciais.

Assim, existem vários ordens normativas que regulam a vida de homem em sociedade,
das quais se destacam pela sua importância: ordem. moral, oriem religiosa, ordem de
trato social e ordem:jurídica.

Todas estas ordens normativas exprimem regras que regula"i o comportamento do


Hormei em sociedade.

Farão parte do direito todas estas ordens normativas?

Eoque iremos ver de seguida.


ORDEM MORAL
obem.
Aordem moral éúma ordem de conduta humana dirigida para
própria cunsciência, de tal modo
As regras morais são impostas ao Homem pela sua
reprovação ervanada da sua próoria
qUe o seu incumprimento é sancionado pela
consciència.
arrependimento.
Por exemplo: o remorso, o

Politécnica.. Isaíns Sitái


Apontamentos de Direito Empresarial A
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através do critério da
As regras de ordem moral distinguem-se das regras de direito,
Coercibilidade, as normas juridicas são susceptiveis de aplicação coerciva, enquanto as
morais não.

não furtar".
Hánormas morais que såo coincidentes como direito "Não matar,

Também existem, entre Moral e o Direito, situações de indiferença (regras de trânsito,


sociedades comerciais) de conflito (despenalização do aborto em determinadas
situações).
ORDEM RELIGIOSA

A
ordem religiosa tem a fnção de regular as condutas humanas em relação a Deus:

Assuas normas têm proveniência divina.


O não cumprimento das normas de ordem religiosa leva a punições extraterrenas. Por
exemplo: punições ou castigos depois da morte.
ODireito apenas se lim.ta a garantiro livre exercicio da actividade religiosa, sem
assumir, oconteúdo das normas religiosas.
ORDEM DE TRATO SOCIAL

As nomas de trato social destinam-se a permitir a convivência mais agradável entre as


pessoas.

Sãonormas de trato scci l, por exemplo: as regras de etiqueta e boas maneiras, regras
de cortesia.

Estas regras surgem espontaneamente no meio social.


As regras de trato social se não forerm cumpridas não põem em causa a subsistência
da sociedade.

Contudo todo aquele que não as cumprir estásujeitoa reprovação social.


Parao Direito estas norm.is de tratosOcial são indiferentes.

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ORDEM JURÍDICA

Aordem jurídica é constituída pelo conjunto de normas juridicas que regulam a vida do
Homem em sociedade.

Estas normas provêm de :ima autoridade com competência legislativa.

A
ordem juridica visa aüinc ir os valores da justiça e segurança.
Aordem juridica ao cont1:rio das outras ordens normativas serve-se da coacção como
meio de garantir e impor c cumprimento das normas juridicas.
Portanto, estamos agora em condições de dizer, que apesar do Homem pautar asua
conduta em conformidade com as váias ordens normativas, apenas aordem juridica
faz parte do Direito.

NOÇÃODE DIREITO
O Direito é uma ordem normativa composta por normas jurídicas gerais e abstractas,
obrigatórias assistidas de rotecção coactiva, que regulam a vida do Homem nas suas
relações sociais.
DIREITO OBJECTIVO

Éo direito legislado, ou s:ja, oconjunto de normas juridicas que regulam as condutas

DIREITO SUBJECTIVO

Consiste no poder ou facJldade atribuidos pelo direito a uma pessoa de livremente


exigir de Qutrern un
S1at (aga0) ou negativo (omissão). la
Exemplo:
Oat. 1305° CC (conteúd> de direito de propriedade) "O proprietario goza de modo
pleno e exclusivo dos d eitos de uso, truição e disposição das coisas que Ihe
pertencem....". Esta norm i juridica constitui o direito objectivo e esta norma concede
a0 proprietário os direitos Je poder usar, fruir e dispor das coisas que lIhe pertencem,
são os direitos subjectivos

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Qual éa relação que exist> entre direito objectivo e direito subjectivo?


Podemos dizer que o direito subjectivo só existe na medida como o direito objectivo o
prevê.

NORMAS JURÍDICAS
Quando falamos das ordens normativas, verificamos que apenas aordem jurídica era
composta por normas jurídicas.
NORMAJURÍDICA
E uma regra de conduta irnperativa, geral e abstracta, imposta de forma coerciva pelo
Estado.

ESTRUTURA

Anorma jurídica estáestr1 urada de acordo com os seguintes elementos:


Aprevisão da norma consiste na descrição da situação de facto que, a verificar-se
efectivamente, produz certas e determinadasconsequências jurídicas.
pela
A estatuição da norma estabelece as consequências juridicas produzidas
verificação da situação descrita na previsão.
Ou seja, a previsão prevê asituação, a estatuição estatui a consequência juridica da
verificação dessa situação
Tome-se, por exemplo, o art. 131° CP (homicídio) "Quem matar outra pessoa é punido
compena de prisão de 8 a 6 anos".
Previsão da norma "Quer matar outra pessoa..

Estatuição da norma"...punido com pena de prisão de 8a 16anos"


Outro exemplo:
Art. 130° CC
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Previsão ("Aquele que per. zer 18 anos de idade.")


Estatuição ("...adquire pleha capacidade de exerciciode direito, ficando areger a sua
pessoae adispor dos seus bens.")
CARACTER0STICAS DAS NORMAS JURÍDICAS
IMPERATIVIDADE - anorr:a jurídica impõe obrigatoriamente um certo comportamento.
GENERALIDADE -diz-se que uma norma juridica é uma regra de conduta geral, o
geral para se contrapor ao :ndividual.
Geral èa norma juridica quase dirige a uma pluralidade indeterminada de destinatários
(pessoas).
ABSTRACÇAO - diz-se qu uma norma jurídica é uma regra de conduta abstracta, o
abstracto para contrapor a. concreto. A
Abstracta éuma norma juridica que se dirige aum número indeterminado de casos e
situações. Portanto uma norma juridica não pode ser individual e concreta.
COERCIBILIDADE - consiste na susceptibilidade de aplicação coactiva de sanções, se
norma for violada.

CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS JURIDICAS


NORMAS IMPERATIVAS QU INJUNTIVAS - São normas que impõem condutas por
acção ou por omissão;
NORMAS PERCEPTIVAS São normas que impõem certas condutas por acção.

Ex.: As normas que obrigam a pagar impostos.


NORMAS PROIBITIVAS -são normas que proibem determinadas condutas.
atc.
Ex.:as normas que punenio furto eo homicidio

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NORMAS PERMISSIVAS OU FACULTATIVAS - Saão normas que permitem ou


autorizam certos comportamentos.
NORMAS INTERPRETATIVAS - São normas que se destinam a definir o sentido e 0
alcance a certas condutas nu a certas expressões.
NORMAS SUPLETIVAS - são as normas que podem ser afastadas pela vontade das
partes. Ex: regime casamento de comunhão de adquiridos.
NORMAS GERAIS -são nYrmas que constituem um regime regra (art. 219°CC)
NORMAS ESPECIAIS - são normas que sem contrariarem o regime regra, estao
contidas nas regras gerais vêm adoptar estas normas a circunstâncias particulares.
ex.: o direito civil e um direito privado comum (norma geral) o direito comercial
(especial)
NORMAS EXCEPCIONAIS - so normas que constituem uma oposição ao regime
regra(219°- 11430, 219°- 875)
NORMAS UNIVERSAIS - são aquelasque se aplicam em todoo território nacional
NORMAS REGIONAIS - são aquelas que se aplicam nas regiões autónomas da
Madeira e dos Açores- D. egisl. Reg.
NORMAS LOCAIS - são zquelasque se aplicam no território de uma autarquia local
(posturas e regulamentos .ocais).
NORMAS AUTÓNOMAS- normas que por si sótem um sentido completo.
NORMAS NÃO AUTÓNOiMAS OU REMISSIVAS - normas, que por si só não têm um
sentido completo (falta-he toda a parte da previso, toda a parte da estatuição)

FONTES DO DIREITO
Fontes do Direito em sentido técnico-juridico conssle_nos modos_ de formação e
revelação das normas juri licas num determlnado ordenamento juridico.

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As fontes do direito podem-se distinguir em:


FONTES IMEDIATAS OUDIRECTAS DO DIREITO
São aquelas que criam no'mas jurídicas.
FONTES MEDIATAS OUINDIRETAS DO DIREITO
Sãoaquelas que não cria inormas juridicas, mas contribuem para a suaformação.
Sãoenumeradas tradicionalmente quatro fontes do direito:
-ALEI;
-0 COSTUME:
-A JURISPRUDÉNCIA:
-A DOUTRINA.

Como iremos ver de sguida, o Código Civil estabelece nos artigos 1.° a 40
disposições sobre as font:s do direito e considera a lei como única fonte imediata do
direito em contraposiço jaos usos (art® 3) e equidade(art 49) cuja força vinculativa
provm da lei, ouseja, 0s usos e equidade só têm relevância juridica, quando a leio
determine.

Portanto, temos:
Aleicomo fonte imediata do direito
Os usos ea equidade são fontes mediatas do Direito

(A LEI

Alei é considerada uma 'Tnte imediata do direitó, e para alguns autores ela é a única
fonte imediata admissive' para outros autores e, ao lado da Lei, o cOstume também
fonte imediata do direito.
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Noentanto, oart. 1° do C acolhe a LEl como a única fonte imediata do Direito.

Portanto a lei como fon'e imediata do direito, cria normas juridicas, com carácter
vinculativO emanadas do rgão dotado de competênia legislativa.
Art. 1° (fontes imediatas 'T direito)
1.São fontes imediatas do direito as leis [....
2. Consideram-se leis todas as disposições genéricas provindas dos órgãos estaduais
competentes; [ . .
Neste artigo 1° a lei éem regue em sentido amplo.
termo leipode ter vários, significados:
O
-Tem osignificado de or:enamento juridico, como por exemplo, quando a Constituição
Consagra que todos os ci ladãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a
lei
-Tem osignificado de a to legislativo (lei lacto legislativo da AR] ou Decreto-lei lacto
legislativo do Governol) como por exemplo, quando a Constituição consagra que os
impostos são criados por lei.,.
-Tem o significado de norma juridica, como por exemplo, no art. ...onde se refere "AS
decisões dos tribunais que não sejam de mero expediente são fundamentadas na
forma prevista na lei."

-Tem osignificado de Direito


Etem ainda osignificado de diploma legislativo.
Para se compreender verdadeiramente o termo lei temos que ter em conta a distinção
entre os vários sentidos ¬ que a lei se apresenta:
LEIEM SENTIDO AMPL

Refere-se aqualquer diploma que consagre normas juridicas emanadas dos ôrgãos
estaduais competentes, pela Assembleia da República, Governo e das Assembleias
Municipais, ouseja, leis, decretos-lei, Decrelos, regulamentos e posturas.

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Resumindo, a leiemser.ido amplo abrange todos os diplomas que consagram normas


juridicas.

LEIEM SENTIDO RESTRITO (lei propriamente dita)


Refere-se aos diplomas emanados pela Assembleia da República (LEI)
DISTINÇÃO ENTRE LEI EDECRETO-LEI
LEl- diploma emanado pela Assembleia da República
DECRET0-LE|- diploma emanado pelo Governo.

DISTINÇÃO ENTRE LEI SONSTITUCIONAL ELEI ORDINÁRI.

LEI CONSTITUCIONAL ORIGINÁRIA

Éa lei que cria a constituição.


LEI CONSTITUCIONAL DERIVADA (leide revisão)
Ea lei que altera a Consituição.
LEIORDINÁRIA
São todos os restantes plomas emanados pelo poder legislativo (Lei da Assembleia
da Repúbica, decreto-lei do Governo)
Podemos definir LEl contT uma norma juridica criada e imposta na sociedade emanada
de umaautoridade competente
Vimos os tipos ou categorias de leis, que fazem parte do Direito português.
Agora vamos ver como as leis se fazem e comno cessa a sua vigência.

O Estado goza de três pcderes distintos:

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Poder legislativo: Exer.:do pela Assembleia da República e pelo Governo, (Ver os


artigos da CRM)
Poder executivo (administrativo):Exercido pelo Governo.(ldem)
-Poder judicial: Exercidopelos tribunais. (ldem)
iemerge do poder legislativo.
Vamos apenas ter presente as leis da Assembleia da República os decretos-leise os
Decretos do Governo.
Em certas matérias só pòde legislar a Assembleia da República, é a reserva absoluta
de competência legislativa(ldem).
Noutras matérias pode legislar a Assembleia da República ou o Governo com
autorização dela, atravs duma lei de autorização legislativa, é reserva relativa de
competència legislativa. (dem).
Portanto a Assembleia da República tem competência para fazer leis e o Governo tem
competência para fazer vecretos-leis e bem assim competência regulamentar exercida
através de Decretos-regulamentares eresoluções do Conselho de Ministros

FEITURA DAS LEIS.

Oprocesso legislativo de elaboração das leis compreende as seguintes fases:


ELABORAQÇÃO;
APROVAÇO,
PROMULGAÇÃO;
PUBLICAÇÃO,
ENTRADAEM VIGOR.

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ELABORAÇÃO
Em primeiro lugar há que alaborar otexto da lei.
obedece a certas
Na Assembleia da Repoblica, a elaboração e aprovação da lei
formalidades que esto reguladas e previstas na constituição.
iniciativa legislativa:
Söpode iniciar o processo legislativo, quem tiver competência de
Grupos Parlamentares e ao
"A iniciativa da lei cornpete aos Deputados, a0s
Governo...." (ldem).

Aseguir àelaboração segue-se a discussão e votação (ldem).


decretos regulamentares por parte do
Aelaboraçãoe votação dos decretos-lei e dos
Governo são informal.

APROVAÇÃO.
Assembleia da República.
Aprovação das leis por maioria na

PROMULGAÇÃO
decretos-leis e Os decretOs regulamentares carecem de promulgacão do
As leis, os
Presidente da República, (ldem).
promulgação determina a inexistência do acto. (ldem)
Afalta de
promulgação é o acto pela qual o Presidente da República atesta solenemente a
A observância
existência da norma e int' midaà sua

PUBLICAÇ¢O
poder ser aplicada tem que ser conhecida e para ser conhecida tem que ser
Alei para República, nos termos do art..
publicada e asua public ção faz-se no Boletim da 11

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Com a publicação, a leibassa a ser obrigatóia, isto não significa que ela seja esde
logo aplicável,h£ ainda a necessidade de estabelecer ocomeço da sua vigència.

ENTRADAEM VIGOR

Depois da lei ser publicadano BR para asua entradaem vigor, existe um espaço de
tempo. Onúmero 2 do arti. 5° CC, dispõe o seguinte:
"Entre apublicação e avigência da leidecorrera otempo que a própria lei fixar ou, na
falta de fixação, o que for determinado em legislação especial."
Aeste tempo que mede'a entre a publicação e a entrada em vigor da lei, chama-se
"Vacatio Legis".
Quando é que uma leier:ra em vigor?
Esta matéria estáregulada na lei ...

1- Publicação
2-A data do diploma éa da sua distribuição
3-0 BRé distribuido no dia correspondente ao da sua data.

Vigência
1- Os actos legislativos...entram enm vigor no dia neles fixado, não podendo em
ceso algum, o inicio da v.gência verificar-se no próprio dia da publicação.
2- Na falta de fixação dc dia, ,entram em vigor no 5° dia após a publicação.
3-Os prazos referidos nos números anteriores contam-se a partir do dia imediato ao
dapubilicação do diplome, ou da efectiva distribuiço, se esta tiver sido posterior.
Por exemplo:
OBR distribuido hoje tern a datade hoje, 0s diplomas nele publicados tèma data de
hoje que Corresponde àdala da publicação.
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Assim, se uma lei publicada no BR no dia (01/10/99) fixar uma data para entrar em
Vigor, por exemplo, esta lei entra em vigor no dia 30/10/99.
Seránessa data que essa lei entra em vigor.

Se uma leitambém public ada no BR naguela data e nãofixar a datade sua entradaem
vigor, esta lei entra em igor 50 dia após a publicação, não se contando o dia da
publicação.

CESSAÇÁO DA VIGËNCIA' DASLEIS


Alei mantém-se em vigor até que algo a faça cessar a sua vigência.
Como éque a lei deixa de vigorar?
É o mesmoque dizer quai:do éque a lei deixa de produzir efeitos juridicos?
Esta matéria é tratada no art. 7° do CC.

Alei pode deixar de vigorir por:


- caducidade:
- revogação.

Outra realidade diferente e que não põe termo àvigència da lei, éa suspensão de
vigência de lei,ou seja, alei suspensacontinua a existr na ordem juridica, só que não
produz quaisquer efeitos. :

CADUCIDADE

Consiste no termo de vigéncia da lei em consequência de um facto superveniente, que


pode ser aprópria lei p|ver uma data de cessação: de vigência, ou um prazo de
duração (leis temporárias)

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Ou ainda pelo desaparecimento definitivo da realidade a que alei se aplicava. Omo


por exemplo, se desaparecesse completamente as espécies cinegéticas no nosso palS,
a lei da caça deixava de vigorar.

REVOGAÇÃO

Consiste no termo da vigên ia da lei em consequência da entrada em vigor de uma lei


novade valor hierárquico igualou superior.

Arevogação pode ser:


REVOGAÇÃOEXPRESSA
Quando a lei nova declara quais os preceitos que deixam de vigorar. Por exemplo,
quando alei nova diz que são revogados ou os artigos de uma lei ou decreto-lei,
quando a lei nova diz que determinado diploma é revogado.
REVOGAÇÃO TÁCITA
Equando a lei nova é incompativel com a lei anterior, neste caso prevalece a lei
posterior. Cabe ao interp ate a descoberta dessa incompatibilidade. Por exemplo:
posteriormente a uma lei que estabelece um prazo de 5anos para propor certa acção,
épublicada outra lei fixand para o mesmo efeito, o prazo de três anos.

0.COSTUME ?
o costume é prática de uma condutasocial reiterada e constante, acompanhada da
convicção da_ua obrigatoriedade pela comunidade.
ocostume é constituido por dois elementos essenciais que devem estar sempre
presentes sob pena de nãoser costume:

Corpus (usus)- uma prática social reiterada e constante.


Animus;a convicção da raspectiva obrigatoriedade, como se estivesse a obedecer a
uma nofmagerale abstracia.
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Do ponto de vista da lei, ocostume pode


ser de três espécies:
COSTUME SECUNDUM I.EGEM (segundo a lei)
O costume confirma ou interpreta. A lei
considerarelevante.
Portuguesa ignora-o, oque signiica que nau
COSTUME PRAETEN LEGEM(para além da lei)
Ocostume regula aspectos não regulados pela lei. Onosso código civil no artigo 10°
não alude ao costume como meiode integração de lacunas da lei, logo não é admitido
no Direito Português.

COSTUME CONTRA LEGIEM (o costume contrário àlei)


Ocostume cria uma regu.amentação contrária àlei. Este costume não éadmitido no
ordenamento juridico Port"guês, porque se o fosse, implicaria a cessação da vigência
da lei. Ea lei só deixa de vigorar se for revogada por outra lei (art. 7° CC).
Ocödigo Civil Português exclui ocostume como fonte imediata de direitoe nem sequer
o reconhece como meio de integração das lacunas da lei.
Olegislador apenas admitiu que os usos tinham relevncia juridica quando a lei para
ele remete e, portantonunca contra a lei-fonte mediata de Direito (art. 3°/1 CC).
Aliás, quando na lei civil ros aparece a referência ao costume é mais no sentido de
Uso, como por exemplo, no art. 737°(1 a), 14001 etc.
Diferente do costume éoso, ouseja, o uso é pratico reiterado de uma conduta a que
falta aconvicção da respectiva obrigatoriedade (o animus).
Éadmitido onúmero de disposições com referência aos usos (por exemplo art. 88512
CC).
No direito internacional público, ocostume éuma importante fonte de direito.
As normas e os principios de direito internacional geral ou comum fazem parte
integrante do direito Moçambicano.

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