FATORES NUTRICIONAIS E QUÍMICOS

Má nutrição pré natal

A má nutrição pré natal é uma causa comum que dificulta o desenvolvimento

do feto. Ela pode resultar dos seguintes fatores: placentários, fetais e maternos.
A má nutrição placentária ocorre devido a dificuldade do transporte de
nutrientes para o feto. “O feto depende do suprimento de sangue da mãe e ação
osmótica da placenta e do cordão umbilical para obter nutrientes” (GALLAHUE;
OZMUN; GOODWAY, 2017)
A má nutrição fetal ocorre devido a incapacidade, da parte do feto, de usar os
nutrientes à sua disposição em sua fase de crescimento. Ocorre geralmente devido
a problemas em seu metabolismo que atrapalhem o uso normal dos nutrientes
disponíveis (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2017)
A má nutrição materna está associada com inadequação por parte da mãe na
sua ingestão de nutrientes, assim como seu nível de nutrição. Por isso as
insuficiências na dieta da mãe, tanto durante, quanto antes da gravidez, podem ser
prejudiciais ao desenvolvimento do bebê (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2017)

Medicamentos

Segundo Gallahue, Ozmun e Goodway (2017) “A parede da placenta é

porosa , e as substâncias químicas podem penetrar por ela, provocando trágicos
resultados para a criança em gestação.” Por isso medicamentos são potencialmente
destrutivos para o feto e mesmo que usados por uma grávida sem efeitos colaterais
graves, ele não pode ser considerado seguro para todas as gestantes e seus bebês.
Fatores que devem ser considerados quando avaliar a influência de uma
substância sobre um bebê em gestação são: Período da gravidez que será tomado
o medicamento, dosagem, duração do uso, predisposição genética do feto e a
interação entre esses quatro fatores.
Os medicamentos podem afetar o feto de diferentes maneiras, seja
interferindo no crescimento dos órgãos ou na diferenciação celular em comparação
ao desenvolvimento normal. Também podem podem alterar a penetrabilidade da
placenta, reduzindo o fluxo de oxigênio e nutrientes ou potencializando a contração
que flui para o feto. (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2017)
Durante a gestação também é possível que a gestante siga algum tratamento
médico devido a alguma doença que possa afetar o desenvolvimento do bebê.
Nesse caso, assistência médica é importante para a mãe que tem necessidades
médicas especiais e para o feto que também pode ter necessidades especiais. Às
vezes será necessário modificar o medicamento ou a sua dosagem para proteger
tanto a mãe quanto o bebê em gestação (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2017)
Drogas ilícitas

Efeitos para a gestantante

Heroína: É o opióide ilícito mais comum consumido por mulheres grávidas.

Geralmente usuários de heroína fazem consumo de outras substâncias nocivas, o
que dificulta separar os efeitos da heroína de outras drogas (SEBASTIANI et al,
2018).

Anfetaminas: Estão altamente relacionadas a comportamento sexual inconsequente,

gravides na adolescência e transmissão de doenças sexuais. Abuso de anfetaminas
também é associado a perda de peso materno (SEBASTIANI et al, 2018).

Tranquilizantes: O abuso de tranquilizantes pode aumentar os riscos de

complicações para a mãe como problemas respiratórios, sono excessivo e
problemas cognitivos, além de aumentar o risco de problemas mentais
(SEBASTIANI et al, 2018)

LSD: É uma droga capaz de alterar as percepções do indivíduo, fazendo com a mãe
não seja capaz de cuidar de si mesma ou do feto, além de causar problemas
comportamentais e psicológicos como surtos de pânico (SEBASTIANI et al, 2018)

Cocaína: Por ser um supressor de apetite, usuários de cocaína têm tendências

anoréxicas. A população viciada em cocaína foi observada tendo um número menor
de hemoglobinas devido a má nutrição. (SEBASTIANI et al, 2018)

Efeitos para o bebê em gestação e recém nascido

Droga Possíveis efeitos

Heroina Irritabilidade. Problemas de sono. Choro

muito alto Vômito e diarréia Acentuados
sintomas fisiológicos de abstinência
Redução do oxigênio nos tecidos
sanguíneos Hepatite causada por
agulha contaminada e Suscetibilidade a
infecçõ es Complicações: 1. Toxemia 2.
Nascimento pelas nádegas 3.
Prematuridade 4. Pequeno para a data
de nascimento 5. Separação prematura
da placenta Complicações quando não
tratada: 1. Desidratação 2. Incômodo
respiratório 3. Choque 4. Coma 5. Morte

Anfetaminas Co Natimortalidade e Defeitos de

nascimento
 Tranquilizantes Drogas como Sominex, Nytol, Sleep-
Eze e Compoz contêm duas anti-
histaminas que produziram
deformidades congênitas em animais

LSD (dietilamida de ácido lisérgico) Pode causar dano cromossômico Às

vezes contaminado por quinina ou
outros materiais que podem prejudicar a
criança na gestação. Algumas
pesquisas mostraram maior incidência
de defeitos congênitos em crianças de
usuárias de LSD

Cocaína Abstinência fisiológica Hipertensão

Regulação térmica ruim Peso de
nascimento baixo Incapacidade de
aprendizado Problemas
comportamentais Maior mortalidade
(GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2017)

Álcool

O consumo de álcool é um dos motivos mais comuns para o surgimento de

defeitos congênitos, porém seus efeitos podem ser inteiramente prevenidos. Nos
casos mais graves a criança nasce com retardo mental e acentuados defeitos
físicos, posteriormente podem ser observados déficits em uma série de
características psicomotoras. Crianças em casos menos graves correm um risco
adicional, pois devido aos seus sintomas serem mais brandos aparentam estar se
desenvolvendo normalmente e não recebem atenção durante seus primeiros anos
de vida até que os sintomas sejam perceptíveis. (GALLAHUE; OZMUN;
GOODWAY, 2017)

Tabaco

Tabagismo, mesmo sendo de conhecimento geral que o mesmo é perigoso

de se consumir na gravidez, ainda um grande percentual de gestante o praticam.
“Estima-se que 13% das mulheres grávidas fumam durante a gravidez. Estima-se,
ainda, que 12% dos bebês nascidos dessas mulheres foram classificados como de
peso de nascimento baixo” (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2017) O tabagismo
é apontado como culpado por múltiplas adversidades para o bebê, como lábio e/ou
palato leporino e retardo mental, além da exposição à fumaça ser associada a
doenças respiratórias como asma e síndrome da morte súbita infantil. (GALLAHUE;
OZMUN; GOODWAY, 2017)
GALLAHUE D.L.; OZMUN J. C.; GOODWAY J. D. Compreendendo o
desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. 7. ed. Rio Grande
do Sul: AMGH, 2017. 487 p.

SEBASTIANI, G et al. The Effects of Alcohol and Drugs of Abuse on Maternal

Nutritional Profile during Pregnancy. MDPI. 2018