DIREITO INTERNACIONAL II

5. O Papel do Tribunal Penal

Internacional

Mateus Kowalski
2021
1. Transição pós-conflito
2. A Jus@ça Penal Internacional

3. O Tribunal Penal Internacional

4. Alguns desafios

5. Mecanismos alterna@vos de jus@ça

1. Transição Pós-Conflito

• Transição Pós-Conflito:
ü ‘DDR’ (Desarmamento, Desmobilização e Reintegração)
ü Reforma do Setor de Segurança
ü Reforma do Sistema Político e Partilha do Poder
ü Desenvolvimento Económico e Social Sustentável
ü Justiça de Transição
1. Transição Pós-Conflito

Jus$ça de Transição

ü Princípio jurídico-filosófico ü Ausência de conflito

ü Mecanismos de resolução de diferendos ü Respeito pelo Estado de Direito
ü Processo ü Regime democráLco
ü Objetivo
1. Transição Pós-Conflito

• Objetivos
ü Responsabilização dos autores dos atos de violência
ü Prevenção de novos atos de violência
ü Descoberta da Verdade e construção de uma narrativa completa e imparcial
ü Reconhecimento das Vítimas e do seu sofrimento
ü Reconciliação como forma de reconstrução do tecido social
1. Transição Pós-Conflito

Mecanismos

• Ação Penal
ü Investigação e julgamento de crimes
ü Mecanismos internacionais, nacionais, híbridos, tradicionais
1. Transição Pós-Conflito

Mecanismos

• Ação Penal

• Comissões de Verdade
ü Foco na descoberta da verdade e construção da narraLva dos factos
ü Mecanismo não-judicial composto por peritos independentes
1. Transição Pós-Conflito

Mecanismos

• Ação Penal

• Comissões de Verdade

• Reformas Ins?tucionais
ü Restruturação das instituições públicas
ü Reforma orgânica das instituições, banir ou negar
acesso a cargos públicos, revisão de legislação
básica
1. Transição Pós-Conflito

Mecanismos

• Ação Penal

• Comissões de Verdade

• Reformas Ins?tucionais

• Compensações
ü Simbólica
ü Em espécie
ü Indemnização
1. Transição Pós-Conflito

Perspetiva Holística

• Desenho do plano de Justiça de Transição

• Análise casuís?ca em função do contexto

ü Violência generalizada ou dirigida a grupo específico?
ü Qual o papel das instituições públicas? Estado participou na violência?
ü Responsáveis ocupam lugares públicos?
ü Estado tem capacidade para a transição ou carece de apoio internacional?
ü Sistema judicial é capaz e credível?
ü Quais as exigências das víLmas e da sociedade em geral?
ü Quais as causas da violência? Ainda perduram?
1. Transição Pós-Conflito

Desafios

o Implementação de modelos pré-desenhados

o Critérios para a elaboração de um modelo concreto
o Equilíbrio entre diferentes objetivos
o Equilíbrio entre a solução ideal e concessões face ao contexto
o Participação de todos os intervenientes, incluindo antagonistas e perpetradores
o Avaliação do processo e sua qualificação no intervalo ‘sucesso-insucesso’
2. Justiça Penal Internacional

Foto: TPI

• The Prosecutor v. Omar Hassan Ahmad Al Bashir

ü Situação Sudão/Darfur
ü Situação referida pelo Conselho de Segurança (Sudão não é Parte no Estatuto TPI)
ü Mandado de Detenção em 2009

ü Crimes contra a humanidade, crimes de guerra e genocídio

ü Presidente da República do Sudão
2. Justiça Penal Internacional

• Jus?ça Penal Internacional

ü Superação do super-poder da impunidade

ü Atos graves que ferem a consciência da humanidade

ü Indivíduo como ator central das relações sociais internacionais

ü Tribunais de Nurenberga e Tóquio (pós II GG)

ü Convenção sobre o Crime de Genocídio (1947)

ü Tribunais ad hoc ex-Jugoslávia e Ruanda (1993 / 1994)

ü Estatuto TPI (“Estatuto de Roma”) (1998)

ü Entrada em vigor do Estatuto de Roma (2002)

ü Sessão inaugural do TPI (2003)

ü Início do primeiro julgamento (caso Lubanga Dyilo) (2009)

3. O Tribunal Penal Internacional

Fonte: TPI

ü Estatuto de Roma (Tratado adotado em 1998)

ü 123 Estados Parte

ü Organização Internacional

ü Caráter permanente

ü Responsabilização penal individual

ü Jurisdição complementar

Artigo 1.º Estatuto de Roma

O Tribunal será uma instituição permanente, com
jurisdição sobre as pessoas responsáveis pelos crimes de
maior gravidade com alcance internacional, de acordo
com o presente Estatuto, e será complementar das
jurisdições penais nacionais.
3. O Tribunal Penal Internacional

• Estrutura

ü Presidência: Presidente (Piotr Hofmański- Polónia) + 2 VPs

ü Secções judiciais (18 juízes, 9 anos): Instrução, Julgamento, Recurso

ü Gabinete do/a Procurador/a: Procurador (Karim Khan – Reino Unido)

ü Secretaria: funções administrativas, relações externas, apoio judicial

Foto: TPI
3. O Tribunal Penal Internacional

• Crimes

ü Genocídio:
Atos praticados com intenção de destruir, no todo ou em parte, um
grupo nacional, étnico, racial ou religioso Foto: TPI

ü Crimes de Guerra:
Atos praticados como parte integrante de um plano ou de uma política
ou como parte de uma prática em larga escala em violação de regras de
Direito Internacional Humanitário

ü Crimes contra a Humanidade:

Atos praticados no quadro de um ataque, generalizado ou sistemático,
contra qualquer população civil, em violação de regras de Direito
Internacional dos Direitos Humanos

ü Crime de Agressão:
Uso da força armada por um Estado contra a soberania, integridade
territorial ou independência polídca de outro Estado, ou de alguma
outra forma incompaevel com a Carta das Nações Unidas
3. O Tribunal Penal Internacional

• Jurisdição

ü Crimes comeddos após 2002 ou após entrada em vigor para

Estado respedvo

ü Se crime cometido no território de um Estado Parte ou por nacional de

Estado Parte, ou se um Estado não-Parte aceitou a jurisdição do TPI

ü Exercício da jurisdição:

• Situação referida por um Estado Parte

• Situação referida pelo Conselho de Segurança

• Iniciadva do/a Procurador/a (motu proprio)

3. O Tribunal Penal Internacional

• Situações / Casos

ü 14 situações em inves=gação ü 8 situações em análise preliminar ü 30 casos

• RDC • Colômbia
• Uganda • Nigéria ü 46 Indiciados
• RCA • Guiné
• Sudão/Darfur • Filipinas ü 13 indiciados que não estão sob
• Quénia • Ucrânia custódia do TPI
• Líbia • Venezuela I
• Costa do Marfim • Venezuela II ü 10 condenações
• Mali • Bolívia
• RCA II ü 4 Ilibados
• Geórgia
• Burundi
• Bangladesh/Myanmar
• Afeganistão
• Estado da Palestina
4. Alguns Desafios

ü Dialética Paz vs. Justiça

A justiça penal internacional põe em causa os processos de paz?

ü Foco em África
O TPI é seletivo e só dirige os seus esforços para situações em África?

ü Influência polí-ca no funcionamento do Tribunal

O jogo polí@co dos Estados condiciona o TPI?

ü Cooperação internacional
A cooperação internacional é suficientemente eficaz?

ü Imunidade de altos funcionários

O TPI recusa a imunidade dos altos funcionários indiciados pela prática de crimes?
5. Mecanismos AlternaIvos de JusIça