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SP 1.

1 – Não é minha opinião, é evidência


científica!

Na terceira semana de aula, Luísa chega cedo à faculdade e encontra Bruno na


cantina, comprando um energético.

– Nossa, Bruno, você vai tomar isso de café da manhã?

– Pior que sim. Ontem estudei até tarde e mal dormi essa noite. Hoje tem
algumas aulas importantes, tenho de estar bem.

Eles sobem dois lances de escada rumo à sala da tutoria. Bruno chega ofegante
e pede um instante para respirar.

– Bruno, você tem feito alguma atividade física?

– Pior que não. Eu fazia academia na minha cidade, mas aqui ainda não me
localizei direito. E, de qualquer forma, preciso usar meu tempo para estudar.

– E, por acaso, você estuda 24 horas por dia?

– Não..., mas tento - disse, com um sorriso triste. - Sabe o que é? Eu me sinto
meio culpado se faço qualquer outra coisa que não seja estudar.

– E está dando certo?

– Não sei... Confesso que já estou ficando exausto. Mas é que minha família
está muito orgulhosa que entrei em Medicina, fazendo um grande esforço
para bancar meus estudos, e não posso decepcioná-los. Na verdade, se eu
não chegar ao meu limite, sinto que estou fazendo menos do que deveria.

– Amigo, você sabia que dormir bem e exercitar-se podem ajudá-lo a ter melhor
desempenho na faculdade?
– Então quer dizer que se eu trocar os estudos pela minha cama e pela
academia, vou passar em primeiro na residência? - Ironizou Bruno.

– Se você parar de estudar, não vai passar nem do primeiro período – riu Luísa –
e não é que você vai ser melhor que os outros se você se cuidar. Só quero
dizer que um Bruno saudável provavelmente terá um desempenho melhor
que um Bruno em burnout.

– Sabe o que dá burnout? Tentar fazer todas essas coisas que a gente “tem” de
fazer para ser feliz e saudável.

– Bruno, a gente não “tem de” fazer nada. Mas tem muita coisa que a gente
“pode” fazer para viver e funcionar melhor.

– Olha, meu pai é médico e diz que na época dele não tinha nada desse mimimi.
Era estudar muito, dormir pouco e engolir o choro com café.

– Ah, seu pai tinha vontade de chorar e não podia? – Perguntou provocativa.

– Ih, hoje você está insistente, hein? Vamos fazer assim, você continua com a
sua opinião e eu continuo com a minha.

– Não é minha opinião, é evidência científica!

Bruno desconversa e o dia segue normalmente, mas ele fica instigado. Depois
da aula, ele entra na plataforma de saúde mental e bem-estar da faculdade
para saber mais do assunto.
SP 1.1

Coordenador: Anna Beatriz Dantas


Relator: Analice Brasil

Termos desconhecidos:
- Burnout

Problemas:
- Falta de sono e alimentação inadequada (energético como café da manhã);
- Sedentarismo;
- Falta de autocuidado, gestão de tempo inadequada;
- Ansiedade, auto cobrança, saúde mental e bem-estar;
- Medo de decepcionar as pessoas, alta competitividade;
- Sobrecarga de trabalho;
- Medicina baseada em evidências.

Hipóteses:
- Falta de sono, alimentação inadequada (energético como café da manhã) e
inatividade física pode afetar a saúde mental e o bem-estar de Bruno.
- A ansiedade e a auto cobrança pode levar à falta de sono e a alimentação
inadequada;
- O medo de decepcionar as pessoas e a alta competitividade pode levar a uma auto
cobrança excessiva de Bruno.
- A gestão inadequada de tempo, devido à sobrecarga de trabalho, levou a falta de
autocuidado de Bruno.
- O desconhecimento sobre a evidência científica do pai e de Bruno, levou a uma
sobrecarga de trabalho e a falta de autocuidado.

Questões de aprendizagem:
01. Quais as principais decisões sobre estratégias de autocuidado compatíveis com
a sua própria realidade?
02. Diferencie opinião pessoal de evidência científica. (História natural da doença,
medicina baseada em evidências, método científico)
03. Avalie os impactos da cultura médica no bem-estar dos estudantes e
profissionais médicos.
04. Aplique conceitos teóricos sobre o autocuidado na sua prática diária.

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