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Clínica… …………………………………………………………………………
● A tríade clássica de sintomas ocorre em cerca de 41% dos pacientes: febre, rigidez de nuca e
estado mental alterado
● Outra manifestação clínica comum é a cefaleia intensa
○ Em um estudo prospectivo de meningite bacteriana adquirida na comunidade, quase
todos os pacientes (95%) apresentaram pelo menos dois dos quatro sintomas
● A ausência de todos esses achados exclui essencialmente a presença de meningite bacteriana
● A febre pode estar ausente em pacientes idosos, imunocomprometidos, ou naqueles parcialmente
tratados com antibióticos.
● Manifestações menos comuns: crise convulsiva, paresia, coma, acometimento de nervo
craniano, rash, papiledema
● O diagnóstico tardio está associado a um atraso na antibioticoterapia, menor uso de
esteróides adjuvantes empíricos e maior mortalidade!
Exame físico…………………………………………………………………………………………………
● Rigidez de nuca
○ Dificuldade e m encostar o queixo no peito na flexão ativa ou passiva do pescoço
○ Dificuldade no movimento lateral do pescoço é um achado menos confiável
● Sinal de Kernig
○ Incapacidade ou relutância em permitir a extensão total do joelho quando o quadril está
flexionado em 90 graus
● Sinal de Brudzinski
○ Flexão espontânea dos quadris durante a tentativa de flexão passiva do pescoço
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OBS.: A rigidez de nuca e os sinais de Kernig e Brudzinski foram descritos há mais de um século.
Foram originalmente desenvolvidos e testados e m pacientes com meningite bacteriana e
tuberculosa grave, em estágio avançado, não tratada, na era pré-antibiótica
Esses testes podem ser menos sensíveis na meningite bacteriana adquirida na comunidade moderna
E agora?……… ……………………………………………………………………………
● Suspeita clínica de meningite, qual o próximo passo?
○ TC? PL? Hemocultura? Iniciar antibiótico?
● TC de crânio antes da punção?
○ Pode atrasar a realização da PL e o início do tratamento com antibióticos na suspeita de
meningite bacteriana aguda
○ Com base nessas observações, não realizamos uma tomografia computadorizada
antes da PL em pacientes com suspeita de meningite bacteriana, a menos que um ou
mais fatores de risco estejam presentes
■ Alteração do nível de consciência
■ Sinais neurológicos focais
■ Papiledema
■ Crise convulsiva na semana anterior
■ Imunossupressão importante
○ Os pacientes com esses fatores de risco clínico devem fazer uma TC para identificar
possíveis lesões com efeito de massa e outras causas de aumento da PIC
OBS.: não devemos atrasar o início do antibiótico na suspeita de meningite - se for fazer algum
exame que for atrasar o antibiótico, faz o antibiótico antes
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OBS.: a hemocultura ajuda na escolha do ATB, mas se for atrasar o início, colhe e já entra com o
ATB e qualquer coisa troca depois
Diagnóstico……………… ……………………………………………………………………
● O isolamento de um patógeno bacteriano do líquido cefalorraquidiano confirma o
diagnóstico
● O isolamento de bactérias de hemoculturas em um paciente com pleocitose liquórica
também confirma o diagnóstico, mesmo que a cultura liquórica permaneça negativa
Tratamento………… …………………………………………………………………………
● Todos os pacientes devem ser tratados com antibióticos venosos devido a doses
concentrações teciduais maiores que os orais
● Tratamento empírico inicial - sem confirmação de cultura
○ 2 a 50 anos: ceftriaxona + vancomicina venosos (pneumococo e meningococo)
(associar o corticóide)
○ > 50 anos e/ou imunocomprometido: ceftriaxone + vancomicina + ampicilina
venosos (listéria) (associar o corticóide)
● Recomendado o início de corticóide (dexametasona) (0,15 mg/Kg 6/6h) antes (15 a 20
minutos) ou simultaneamente à administração da primeira dose de antibiótico, e ela deverá
ser mantida durante 4 dias a não ser que seja excluída etiologia por pneumococo (reduz
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mortalidade) ou hemófilo (está associado a um menor risco de perda auditiva) (se não for
pneumococo ou hemófilo, pode tirar)
○ A dexametasona adjuvante não deve ser administrada a pacientes que já receberam
terapia antimicrobiana porque é improvável que melhore o resultado do paciente
● A terapia antimicrobiana empírica, juntamente com a dexametasona adjuvante, quando
indicada, deve ser iniciada o mais rápido possível após a realização da punção lombar (antes
se for demorar) ou, se uma TC de crânio for indicada, as hemoculturas devem ser obtidas
imediatamente e a dexametasona e a terapia antimicrobiana empírica devem ser iniciadas
antes da TC de crânio
○ A terapia antimicrobiana precisa ser direcionada às bactérias mais prováveis com base na
idade do paciente e na comorbidade subjacente
● Muitos estudos têm mostrado que um atraso na administração de agentes antimicrobianos pode
ter efeitos adversos na mortalidade e déficits neurológicos residuais
○ Causas importantes de atraso no início da terapia antimicrobiana incluem apresentação
clínica atípica (como ausência de febre) e atraso devido a imagens cranianas
Meningococo: profilaxia……………………………………………………………………………………
● Precauções de gotículas devem ser usadas para pacientes com suspeita ou confirmação de
infecção por Neisseria meningitidis
○ Estas devem ser continuadas por 24 horas após a instituição de antibióticos eficazes
● Para contatos próximos de pacientes com meningite meningocócica, deve ser realizada a
quimioprofilaxia antimicrobiana
○ Deve ser administrada o mais cedo possível idealmente < 24 horas após a identificação
do paciente índice e não > 14 dias após a exposição
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Neuroimagem ……………………………………………………………………………
● RNM mais sensível para detectar alterações precoces: a alteração do giro do cíngulo e lobo
temporal é muito sugestivo de HSV
● TC com T2 flair
● EEG frequentemente anormal na encefalite
Líquor … …………………………………………………………………………
● Aumento de células - leucócitos ( ≤ 250 mm₽)
○ Predomínio de linfócitos - LNM (inicialmente podem ser neutrófilos, mas evolui para
linfócitos)
○ A presença de hemácias, que geralmente estão ausentes, sugere infecção por HSV-1
● Proteína elevada (até 150 mg/dl)
● Glicose costuma ser normal
● Não costuma ter hemácias no líquor (HSV-1 pode ter, mas não é comum)
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Consciência……………… …………………………………………………………………...
● Conhecimento de si e do meio
● Capacidade de captar a realidade em um dado momento
● Duas dimensões
○ Ativação (nível de consciência): Sistema Reticular Ativador Ascendente → Alerta
■ O SRAA é o responsável por manter o córtex ativado para que a gente tenha
consciência do meio
■ Ele modula a atividade elétrica cortical e a vigília
■ Fica localizado dentro do tronco encefálico
○ Conteúdo: funções corticais superiores
Neuroanatomia…… ……………………………………………………………………………...
● Nível de consciência
○ Vigília: SRAA (Sistema Ativador Reticular Ascendente), localizado no tegumento do
Tronco Cerebral → Formação Reticular
○ Projeções talâmicas ou difusas diretamente para o córtex cerebral → modulação da
atividade cortical
○ SRAA modula / interfere no efeito dos estímulos sensitivos ascendentes e a influência
cortical descendente
○ Sistema Reticular, via SRAA, controlam a atividade elétrica cortical → sono e vigília
(atividade tônica)
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● Formação reticular
○ Aglomerado de neurônios que se estende do bulbo à região rostral do mesencéfalo, sendo
contínuo com Zona Incerta e núcleos talâmicos (medianos, reticular - atenção seletiva - e
intralaminares)
○ Sistema com múltiplos influxos / multi sináptico; organizada em grupos nucleares e
sistemas químicos bem definidos
Coma …………………………………………………………………………………...
● Ausência de percepção de si e do meio
○ Não tem vigília e atividade cortical mínima para interagir com o meio - não consegue
manter o córtex ativo
● Não responsivo aos estímulos
● Ausência da capacidade de despertar
● Olhos fechados
○ Ausência de ciclo sono / vigília
● Estado transitório (recuperação ou morte encefálica)
● Duração maior que 1 hora
● Expressão clínica de uma doença de base!
Causas………… ………………………………………………………………………...
Estruturais (⅓) …………… …………………………………………………………...
● Lesão direta no TE (AVC, hemorragia, doença desmielinizante)
○ Início abrupto
○ Anormalidades pupilares / movimentos oculares
○ Posturas anormais / reflexos patológicos
● Lesões focais, com grande efeito de massa → HIC → hérnias → compressão TE
○ Início: processo localizado / assimetrias ao exame
○ Com aumento de PIC → herniação
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■ Herniação do parênquima cerebral não tem para onde “fugir”, gerando uma
herniação cerebral - só consegue herniar para baixo - em direção ao tronco
encefálico, gerando uma lesão
○ Quadro com piora progressiva
■ Não se entra em coma direto, começa com uma dor de cabeça, depois uma
plegia… por último o coma
○ Respostas motoras assimétricas e movimentos oculares anormais persistem até estágios
terminais
○ Grau de alteração de consciência é relacionado a grosso modo com volume de tecido
cerebral afetada
OBS.: no tronco encefálico, além dos neurônios, estão localizados os núcleos dos pares cranianos, ou
seja, se eu tenho uma lesão no TE, eu também tenho alteração nos pares cranianos - é útil para
saber se o coma teve lesão do TE - ver se houve alteração da função dos pares cranianos
○ Hérnias
■ Passagem de tecido encefálico para compartimentos que normalmente não
ocupariam
■ Principais causas: AVCs, tumores, TCE, Lesões expansivas, etc
■ Subfalcina: giro cíngulo por baixo da foice do cérebro
● O giro do cíngulo é empurrado sob a foice cerebral por uma massa
expansível alta em um hemisfério cerebral
■ Uncal: uncus através do tentório, para fossa posterior → Acometimento NC III
● O lobo temporal medial é comprimido por uma massa unilateral através
ou sob o tentório em forma de tenda que sustenta o lobo temporal
■ Tonsilar / bulbar: amígdala cerebelar pelo forame magno → compressão bulbar
(porção mais basal do TE)
● É a de pior prognóstico
● Geralmente causada por massa expansiva infratentorial, projetando as
tonsilas cerebelares através do forame magno
■ Central: diencéfalo para baixo → compressão mesencefálica
● Hérnia pelo forame magno - em direção ao tronco encefálico
● Ambos os lobos herniam-se ao longo da incisura tentorial devido a efeito
bilateral de massa ou edema cerebral difuso
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2. Nível de Consciência
● Início: observação passiva
● Aumentar estímulo sensitivo: sonoro → tátil → tátil vigoroso → doloroso
● Paciente que procura posição no leito: consciência próxima do normal
● Escala de Coma de Glasgow (ECG- 1974) - mais amplamente utilizada
○ Cuidado com situações que comprometam resposta motora
■ Afasia/ Síndrome demencial prévia / Acometimento motor!
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5. Padrão Respiratório
● Interferência de acidose / ansiedade
● Nenhum padrão anormal garante ventilação adequada
● Tipos
○ Apnéia
○ Kussmaul
■ Cetoacidose diabética
○ Cheyne-Stokes (lesões suprat bilat. ou metabólicas)
■ Acidose metabólica grave
○ Hiperventilação central (lesões mesencéfalo)
○ Apnêustica
○ Biot
■ Anárquica, lesão de bulbo
○ Padrão lento, superficial, regular – depressão por drogas, alt. Metabólicas
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6. Sinais Meníngeos
Resumindo…………………… ………………………………………………………………...
● Coma: alteração grave do nível de consciência resultado de um processo destrutivo / patológico /
doença de base
● Mais rápido o tratamento: melhor prognóstico
● Nível de consciência transitório
○ Recuperação (Total ou parcial)
○ Estado Minimamente Consciente
○ Estado Vegetativo (falta prolongada de reação e alerta por disfunção intensa dos
hemisférios cerebrais, mas preservação suficiente do diencéfalo/ T.E. à reflexos
autônomos e motores e os ciclos de sono-vigília conservados)
○ Morte encefálica
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Causas ……………………………………………………………………………………….
● Causas mais frequentes são as tóxico metabólicas (⅔ DM ou álcool)
● Podem ser hereditárias
● Casos podem ficar sem diagnóstico nosológico
● Mononeuropatia de instalação aguda tendem a ter trauma ou compressão como causa
● Medicamentos: isoniazida, metronidazol, nitrofurantoína, cloroquina, colchicina, amiodarona,
sinvastatina
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OBS.: Marcha equina - ausência do contato do calcanhar com o chão, paciente anda nas pontas dos
pés, não faz a dorsiflexão do pé
Amiloidose ……………………………………………………………………………………….
● A amiloidose hereditária (PAF-TTR) é uma doença rara, hereditária autossômica dominante,
degenerativa e progressiva
● Alteração do gene da transtirretina (TTR), que leva à formação de fibrilas anormais da proteína
TTR, que se depositam nos órgãos de forma de amilóide
● Início entre os 25 - 35 anos, mas pode se manifestar após os 50 anos
● É neuropatia periférica comprimento dependente, inicia com formigamento e hipoestesia
nos pés, dor, fraqueza e atrofia
○ Se inicia nos MMII, com alteração sensitiva e posteriormente alteração motora
● Síndrome do túnel do carpo bilateral
● PAF-TTR também ficou conhecida como doença dos pezinhos
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● Qualquer idade e ambos os sexos, e sua etiologia desconhecida, com implicações imunológicas
● Em sua forma clássica, paralisia flácida e arreflexia, em geral ascendente, com rápido
desenvolvimento e alterações sensitivas (formigamentos distais) e autonômicas (arritmias
cardíacas e alterações da pressão arterial)
● É ascendente (a parte motora), começa em MMII e depois acomete MMSS
● Paralisia facial bilateral
● Déficit motor progressivo simétrico com arreflexia
● Pode comprometer nervos cranianos (VII, I - IX e XII), e raramente os oculomotores
● Disfunção autonômica: arritmias, hipotensão postural
● Dissociação albumina citológica (mais ou menos após 1 semana)
● Fase aguda: insuficiência respiratória e comprometimento de nervos cranianos, em especial
paralisia periférica bilateral de nervos bulbares (IX e X)
● Prognóstico é favorável, se tratado precocemente
● Sentindo critérios anuais (NINDS), o tempo de instalação dos sintomas não deve ultrapassar de
um mês, seguindo-se um “plateau” de estabilização e após, observa-se, lentamente, a recuperação
dos déficits neurológicos
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Definição… ……………………………………………………………………………….
● Sistema Nervoso Periférico (SNP)
○ Porções dos neurônios motores, autonômicos e sensitivos que se estendem para fora do
Sistema Nervoso Central (SNC), associadas a células de Schwann ou periféricas
gangliônicas
○ Os nervos espinais (raízes dorsais e ventrais), os nervos cranianos (exceção NC I e II) e
os componentes periféricos do sistema nervoso autônomo
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● Mecanismos
○ Lise da placa motora terminal pelo sistema complemento
○ Internalização acelerada AChR
○ Bloqueio dos AChR pelos auto anticorpos
● 50% dos casos Anti AChR negativos - Anti MUSK → diminuição da densidade de AChR nas
cristas da JNM
○ Sintomas mais precoces, 3 - 4 décadas de vida, mais em mulheres
○ Poucas alterações tímicas
○ Geralmente mais graves
● Anticorpos Anti LRP 4: ativação do sistema complemento + diminuição do agrupamento de
AChR, geralmente quadro clínico leve, mais em europeus, puramente acometimento ocular
● Anticorpos Anti Músculo Estriado está associados à timoma e MG em idosos
Fisiopatologia ………………………………………………………………………………….
● Axônio do 2º neurônio motor chega na fenda sináptica, atingindo a membrana, que possui altas
quantidades de um neurotransmissor - a acetilcolina - que ajuda na contração muscular
● O principal receptor na membrana é de acetilcolina, fato que vai favorecer a despolarização da
membrana muscular e a contração muscular, quando a acetilcolina se ligar a ele
● Quando temos um problema nesse mecanismo, temos uma síndrome miastênica
● Na miastenia gravis, o corpo produz auto anticorpos (anticorpo anti receptor de
acetilcolina) que atacam os receptores de acetilcolina, impossibilitando que esse
neurotransmissor se ligue ao seu receptor, diminuindo então a eficácia da despolarização da
membrana muscular
● O problema está na membrana pós sináptica
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Diagnóstico… ……………………………………………………………………………….
● Teste terapêutico
○ Edrofônio (sensibilidade 80 - 90%)
○ Inibe a Acetilcolinesterase: aumenta acetilcolina na JNM (aumenta a oferta do
neurotransmissor) → redução dos sintomas de fraqueza
○ Até 10 mg IV
○ Melhora objetiva rápida
● Teste do Gelo (sensibilidade 80%)
○ Melhora da ptose após 2 minutos de aplicação de bolsa gelada
■ O gelo desinflama → diminuição do processo autoimune na fenda
○ Sugere fraqueza miastênica no elevador da pálpebra
● Teste de Simpson
○ Contração contínua da musculatura ocular → pede para ficar olhando para cima até que a
musculatura entre em fadiga - ptose palpebral contínua
● Fácies miastênica
○ Impossibilidade de elevar a pálpebra, estrabismo, ptose assimétrica, diplopia por perda de
força da musculatura ocular
● Língua Trissulca de Wilson
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● Eletroneuromiografia (ENMG)
○ A ENMG serve para captar a condução nervosa, para ver se há uma alteração do
axônio ou da mielina
○ Em distúrbios da JNM, não há alteração da condução nervosa
■ O axônio está íntegro, o problema está na JNM
○ Estimulação repetitiva (2 - 5 Hz) - decremento do potencial de ação (mínimo 10%)
■ Tem problema na miografia
■ Diminuição da eficácia da contração muscular → fadiga
■ Diminuição de amplitude do potencial de ação
○ Múltiplos músculos devem ser testados
○ Teste de Fibra única é mais sensível
Tratamento ………………………………………………………………………………….
● Sintomático
● Imunossupressor (corticóide)
● Imunomodulador rápido: crise miastênica
● Cirúrgico
● Considerar sempre as comorbidades
● Piridostigmina: Inibe Acetilcolinesterase (máximo 480 mg/dia, doses a cada 4 horas)
○ Muitos efeitos colaterais, sobretudo efeitos gástricos
● Anti MUSK tem pobre resposta
● MG generalizada: sintomáticos + Imunossupressão
○ Prednisona em dias alternados / doses baixas iniciais com aumento progressivo
○ Não iniciar doses altas → fraqueza transitória inicial
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● Tratamento
○ 3,4-diaminopiridina: bloqueia canais de K, prolonga a despolarização terminal e
aumenta liberação de Acetilcolina
○ Imunossupressão também pode ser aconselhada
○ Tratamento da neoplasia subjacente
Miopatias …………………………………………………………………………….
● Doenças geneticamente determinadas ou adquiridas, com alterações do tecido muscular
esquelético, associadas ou não a comprometimento do músculo cardíaco
● Genéticas: Distrofia de Becker, Distrofia de Duchenne, Distrofias de Cinturas, Distrofia de
Steinert…
● Podem ser também metabólicas ou mitocôndrias
● Adquiridas: inflamatórias autoimunes, medicamentosas, processos infecciosos, doenças
sistêmicas
● ENMG: Padrão miopático
○ Não tem alteração na condução do estímulo nervoso e sim na contração muscular
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Polimiosite…… …………………………………………………………………………….
● Mais comum em mulheres, rara na infância
● Fraqueza proximal progressiva e simétrica
● CK > 10x
● Biópsia: infiltrado inflamatório endomisial + linfócitos CD8
Dermatomiosite!!!…… ………………………………………………………………………….
● Mais comum em mulheres
○ 2 picos de Incidência: infância (5 - 14 anos) e adultos (40 - 55)
● Comprometimento cutâneo: rash generalizado, eritema peri orbitário (heliotropo), sinal de
Gottron
● Fraqueza proximal progressiva e simétrica + mialgia
● CK > 10x; Anti Mi-2 (15% dos pacientes)
● Pode haver acometimento cardíaco e pulmonar
● Biópsia: infiltrado inflamatório perimisial e perivascular
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Esclerose múltipla
Esclerose múltipla ………………………………………………………………………………………...
Introdução…………………………………………………………………………………………………...
● Esclerose múltipla (EM): doença complexa secundária à disfunção do sistema imune
● Interação de predisposição genética e fatores ambientais → causas sobrepostas
○ Você precisa ter uma predisposição genética para desenvolver a doença, mas só isso não
basta, os fatores ambientais são necessários para a manifestação da doença
Epidemiologia ………………………………………………………………………...
● Predomínio no sexo feminino (2:1)
● Idade de apresentação entre 20 - 40 anos
● Sintomas de início: distúrbios de sensibilidade
● Raça: caucasianos (70%) e negros (30%)
● Forma clínica: surto e remissão (85%)
● Brasil
○ Clima tropical, baixa prevalência da doença (média 15/100.000 habitantes)
○ Grandes diferenças regionais de prevalência
■ 1,36/100.000 habitantes (Recife -PE)
■ 27,2/100.000 (Santa Maria - RS)
○ Extensão do seu território e população miscigenada
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● Surto-remissão (85%)
○ Paciente apresenta uma sintomatologia aguda, e em seguida apresenta um quadro de
melhora
● Progressiva secundária
○ Caso não consiga controlar a forma surto-remissão, o paciente pode evoluir para a forma
progressiva secundária
● Progressiva recorrente
○ Forma menos comum
○ Início progressivo, mas em algum momento apresenta uma sintomatologia aguda
● Progressiva primária
○ Não vemos uma sintomatologia aguda, mas o paciente vai piorando devagar desde o
princípio
Definições ………………………………………………………………………...
● Surto
○ Manifestações neurológicas “tipo” esclerose múltipla (por lesões no sistema nervoso
central), subjetivamente relatado ou objetivamente observado, com duração mínima
de 24h
■ Deve-se excluir pseudo-surtos e sintomas paroxísticos
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A B
● Exame de LCR
○ Principais marcadores de inflamação é a presença de bandas oligoclonais no LCR
● Análise laboratorial: excluir outras doenças que podem cursar com inflamação do SNC
Tratamento ………………………………………………………………………...
● Surtos
○ Primeira escolha: metilprednisolona IV = Pulsoterapia
■ Dose habitual de 1 g/dia por 3 a 5 dias
○ Opções: plasmaférese e imunoglobulina humana IV (última opção) - 400 mg/kg/dia por 3
a 5 dias
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● Preventivo
○ Deve ser feito desde o início, porque a história natural da EM é muito ruim - em 10 anos,
pelo menos metade dos pacientes vão estar em progressão secundária
● História natural da doença
○ Síndrome clínica isolada (CIS): é uma janela de oportunidade para o tratamento - o
início do tratamento precoce aumenta a qualidade de vida
● Expectativas não atendidas
○ O que é perdido, não é recuperado
● Drogas modificadoras de doença
○ Natalizumabe, alemtuzumabe e ocrelizumabe: maior eficácia, mas maiores riscos de
efeitos colaterais
○ Fingolimode e fumarato de dimetila: média eficácia
○ Teriflunomida, betainterferonas e glatirâmer: baixa eficácia
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