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Semiologia Neurológica
Conceitos gerais …………………………………………………………………….
1º neurônio motor…… ……………………………………………………………….
● Localizado no córtex cerebral, logo, se temos uma problema no 1º neurônio motor (NM) temos
uma lesão no córtex cerebral
● É responsável pelo movimento voluntário muscular e pela força muscular
● Lesão: fraqueza muscular (paresia) e/ou paralisia (plegia)
● Lesão central: 1º NM acometido
● Os exames de reflexos podem estar positivos em lesões de 1º NM, pois os reflexos não precisam
voltar para o cérebro, o sinal volta somente para a medula (2º NM)
Exame neurológico………………………………………………………………………………………….
● Categorias principais
○ Estado mental
○ Nervos cranianos
○ Motor
○ Sensorial
○ Reflexos
○ Função cerebelar e coordenação
○ Marcha e postura
○ Sempre ver a força antes da coordenação
● Nem todos os pacientes necessitam de todos os testes, mas todos necessita, de um exame de
triagem
● Exame neurológico inicial
○ Atividade mental e comunicação durante a conversa com o examinador
○ Marcha e equilíbrio
○ Tônus, força e volumes musculares proximal e distal em todas as extremidades
○ Coordenação: movimentos alternados rápidos das mãos, teste dedo-nariz
○ Reflexos: bíceps, tríceps, braquiorradial, quadríceps, aquileu, plantares, clônus.
○ Nervos cranianos.
○ Sensibilidade superficial e profunda
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Tônus……………………… …………………………………………….
● Tensão do músculo passivo ou a resistência ao movimento passivo quando não há contração
voluntária
○ Um músculo normal tem consistência semi elástica
● Testada flexionando, estendendo e girando passivamente a parte do corpo, por toda a amplitude
do movimento (cotovelo, ombro, joelho, pescoço, punho).
○ Variar a velocidade e a orientação para que o paciente não te “ajude” e falsifique o teste
● Cuidado com dor → pode simular hipertonia
● Hipertonia
○ Tônus muscular aumentado a movimentação passiva
○ Lesões do trato corticoespinhal (após a fase aguda).
○ Espasticidade (canivete) - Hipertonia elástica
■ 1º neurônio motor
■ Não é uniforme durante a amplitude do movimento.
■ Varia com a velocidade
○ Síndromes extrapiramidais – Hipertonia plástica (ex.: parkinson)
■ Roda dentada ou cano de chumbo.
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Força………… ………………………………………………………….
● Avaliar contração muscular voluntária e contra a resistência
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○ Embora seja comum, a força de preensão não é uma boa técnica para avaliação da força
nas lesões do TCE.
○ Os flexores dos dedos e do punho não têm inervação corticoespinhal e há pouca
probabilidade de estarem fracos em uma lesão discreta do TCE.
● O restante da musculatura não deve deixar de ser examinado, já que pode estar comprometida em
outras doenças neurológicas, como as neuropatias periféricas.
● Manobras auxiliares
○ MMSS e MMII - Mingazzini - deixar os braços elevados paralelamente de 30s a 1 min
■ Quando positivo: membro afetado cai
○ MMSS - Desvio do pronador
○ MMII - Barré
■ Mingazzini - deitado de barriga para cima, pernas suspensas a 90º
■ Barré - deitado de barriga para baixo, pernas suspensas a 90º, com coxa apoiada
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● Jendrassik
○ Técnica de reforço do reflexo
○ Duração de 1 a 6 segundos
● Outras manobras de reforço
● Reflexo cutâneo plantar
○ É uma das mais significativas indicações de doenças em qualquer nível do trato
corticoespinhal
○ Flexão plantar do pé e dos artelhos
○ Reflexo normal
○ Sinal de Babinski
■ Nas doenças do sistema corticoespinhal,
pode haver dorsiflexão (extensão) dos
artelhos, especialmente o hálux, com
separação variável e abertura em leque dos
quatro artelhos laterais.
■ Ao invés de haver uma flexão plantar e dos artilheiros, eles abrem como um
leque
○ Os únicos movimentos com significância são aqueles do hálux. Abertura em leque sem o
movimento do hálux raramente tem alguma significância clínica
Clônus… ………………………………………………………………….
● Série de contrações musculares rítmicas involuntárias induzidas pela distensão passiva
súbita de um músculo ou tendão
● Acompanha frequentemente espasticidade e os reflexos profundos hiperativos vistos em doenças
do TCE
● Ocorre mais frequentemente no tornozelo, no joelho e no punho.
● Clônus prolongado nunca é normal
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I Olfativo… ………………………………………………………………….
● É um nervo sensitivo e sua função é conduzir impulsos olfatórios
● Somente é realizado quando há queixas específicas da redução de olfato ou suspeita de que
possa existir lesão na base da fossa anterior do crânio
● Ao examinar, certifique-se que as vias nasais estão desobstruídas
● Utilizar estímulos não irritativos, pois estes podem estimular o nervo trigêmeo
○ Cravo, canela, café, etc.
● Examinar cada narina separadamente e com os olhos fechados, começando pelo lado que deve
estar comprometido, e as perdas geralmente são unilaterais
● Hiposmia, anosmia
II Óptico………… ………………………………………………………….
● É um nervo sensitivo e sua função é conduzir impulsos visuais
● Ocluir olho não examinado
● Visão e cores
● Oftalmoscopia
● Acuidade visual
○ Acuidade visual normal é 20/20
○ Carta de Suellen (6 m) ou Rosenbaum (35,5 cm)
○ Testar com e sem correção visual
● Campo visual
○ Campineira por confrontação
● Aferência do reflexo fotomotor
○ Miose e midríase
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IV Troclear …………………………………………………………………….
● É um nervo motor e sua função é inervar o músculo oblíquo superior
● Abaixa, abduz e rotação medial do globo ocular - gira o olho inferolateralmente
VI Abducente …………………………………………………………………….
● É um nervo motor e sua função é inervar o músculo reto lateral
● Abdução do olho
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XI Acessório……………………… …………………………………………….
● É um nervo motor e sua função é inervar o músculo trapézio e esternocleidomastóideo
● Solicitar que mantenha os ombros elevados e tentar baixá-los.
● Solicitar que mantenha a cabeça virada para um dos lados e tentar virada para o lado oposto,
fazendo resistência no queixo, enquanto palpa o esternocleidomastóideo oposto.
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○ Colocá-la para fora e para dentro, movê-la de um lado para o outro, e de cima para baixo.
○ Se houver lesão do nervo, quando o paciente coloca a língua para fora, ela desvia para o
lado que não há lesão
Sensibilidade… ………………………………………………………………….
● Na dúvida - parestesia
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○ Cápsula interna
■ Vascularização pelas artérias lenticuloestriadas (ramo da cerebral média)
■ Lesões nessa área provocam síndrome piramidal a nível da cápsula interna -
paresia ou paralisia da área inferior da face, braço e perna contra lateral da lesão
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● É uma lesão estabelecida (ictus instalado), que resulta no comprometimento vascular encefálico
● O principal fator de risco é a hipertensão
● O AVE incapacita mais do que mata
● Sinais clínicos persistentes
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● A clínica de algum evento hemorrágico é muito mais evidente do que de um evento isquêmico
● No evento hemorrágico, a pressão intracraniana vai aumentando
● A clínica é muito mais súbita
● Náusea, vômito, dor de cabeça, aumento importante da pressão arterial, perda de consciência
● Thunderclap headache
● Pode dar irritação meníngea, convulsões, déficit focal…
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○ A febre aumenta muito o metabolismo cerebral, o que vai piorar ainda mais o prognóstico
e a morte neuronal
○ Atentar processos infecciosos
● Avaliação fisioterápica e fonoterápica - cabeceira elevada
● Reavaliação constante do nível de consciência
● Pressão arterial: manejo dependente do tipo de AVC
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○ A queda de pressão deve ser controlada de maneira que geralmente mantenha PAS 150
mmHg (garante mínima perfusão e tenta evitar ao máximo que o paciente sangre)
● Considerar EEG em pacientes com alteração de consciência persistente
● Medidas contra edema e hipertensão intracraniana
● Acompanhamento em conjunto com neurocirurgia - abordar se
○ Hemorragia cerebelar > 3cm de diâmetro
○ Hemorragia lobar com deterioração neurológica
● Considerar DVE (hematoma ventricular)
● Escore ICH estratifica mortalidade em até 30 dias
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Parkinsonismo
Definição……………………………………………………………………………………………………..
● Síndrome caracterizada pela presença de 2 ou mais de 3 sinais cardinais, sendo eles
○ Bradicinesia: lentidão do movimento com redução da amplitude do movimento
○ Rigidez: hipertonia plástica; resistência à movimentação passiva do início ao fim do
movimento
○ Tremor de repouso
● O paciente não tem problema de coordenação e sim na velocidade do movimento, ele tem
lentidão e rigidez dos movimentos
● Nem todo parkinsoniano tem doença de Parkinson
Etiopatogenia……… …………………………………………………………………………..
● Predisposição genética + fatores ambientais + estilo de vida + idade
○ Fatores genéticos e ambientais que levam a disfunção oxidativa, agregação proteica,
prejuízo da autofagia e neuroinflamação
○ Predisposição genética
■ A mais comum é a mutação do gene PARK2/LRRK2
■ A maior parte dos casos são esporádicos, sem história familiar positiva
○ Idade: a incidência da doença aumenta conforme a idade da população aumenta
Anatomopatologia…… ……………………………………………………………………………..
● Degeneração dos neurônios dopaminérgicos do SNC com subsequente depleção
dopaminérgica estriatal
● Presença dos corpos e negritos de Lewy - corpúsculo de Lewy - na substância negra e locus
coeruleus
○ O corpúsculo de Lewy é um marcador anatomopatológico da doença de Parkinson (DP)
○ Não é patognomônico da doença de Parkinson!!!
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○ É um marcador patológico importante, junto com a clínica típica, mas pode não estar
presente
○ São infusões eosinofílicas dentro dos citoplasmas celulares
● Os sintomas motores da DP são desencadeados pela morte dos neurônios dopaminérgicos da
substância negra (localizada no mesencéfalo)
○ Como há morte neuronal, há diminuição na produção de dopamina nos outros núcleos da
base
○ A dopamina não chega no núcleo caudado o no núcleo lenticular, fazendo com que o
movimento autonômico fique lento, e fazendo com que apareça o tremor de repouso e a
rigidez característicos da DP
● A clínica se manifesta quando há perda de aproximadamente 60% dos neurônios dopaminérgicos
da substância negra
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● Tremor
○ A forma tremulante da doença de Parkinson está associada a uma progressão mais lenta
da doença
○ É mais frequente em repouso
■ Pode envolver todas as partes do corpo
■ Distal é mais comum
■ Exacerbado com manobras provocativas (andar e contar de trás para frente)
■ Frequência de 6-8 Hz
■ Latência de até 1 minuto para iniciar
○ Mais típico é o tipo “contar moedas”
■ Observar a presença de tremor de repouso sútil (apenas no polegar, ao realizar
movimentos rápidos com os dedos da mão contralateral…)
○ Flexão-pronação do cotovelo
○ Pronação e supinação do antebraço
○ Lábios, queixo e mandíbula
○ Tremor da cabeça é mais comum no tremor essencial
● Instabilidade postural
○ Medo crescente por quedas, devido à imobilização e dependência por declínio motor e
cognitivo
■ Aumento do risco de depressão, osteoporose e constipação grave
○ Maioria das quedas ocorrem para frente ou para o lado
○ Avaliação pelo pull test
● Aumento da frequência de visitas médicas 4 a 6 anos antes das manifestações clássicas
○ Sudorese excessiva, dermatite seborreica, urgência urinária, disfunção erétil, perda
ponderal, hipotensão postural, doenças e medicamentos, maior frequência de alterações
de humor e dor, principalmente no ombro
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Cefaleias
Cefaleia é todo processo doloroso referido no segmento cefálico, podendo envolver tanto estruturas
faciais quanto cranianas.
Cefaleias……………………………………………………………………………………………………..
● Primárias
○ Enxaqueca
○ Tensionai
○ Em salvas
● Secundárias
○ HSA - hemorragia subaracnóidea
○ HIC - hipertensão intracraniana
○ Dissecção
○ Trombose
○ Neoplasia
○ Arterite temporal
○ Meningite
○ Neuralgia do trigêmio
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SNOOP… …………………………………………………………..
Enxaqueca ………………………………………………………………………..
● Reação neurovascular anormal, relacionada à herança genética multifatorial, desencadeada por
fatores ambientais (gatilhos)
Epidemiologia ………………………………………………………………………..
● História familiar
● Sexo feminino (3:1)
● Mais prevalente em consultório médico
● Segunda causa mais comum de cefaleia
Fisiopatologia…… ………………………………………………………..
● Vasodilatação e ativação do sistema trigeminal
● Liberação de neuropeptídeos - CRGP
● Ativação dos núcleos sensitivos no tronco cerebral
● Sensibilização central da dor no tálamo e córtex
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Aura…………… ………………………………………………..
● Pode ser visual, sensitiva, motora e afásica
● Sintoma neurológico focal ou transitória
● Progressiva em 5-20 min
● Duração de menos de 60 min
● Pode preceder ou acompanhar a dor
● Em 20% dos casos pode vir isolada
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Tratamento…… ………………………………………………………..
● Orientar quanto à baixa gravidade do quadro
● Medidas educativas (sono regular, controle de estresse)
● Prescrição de analgésicos
○ Associações com cafeína aumentam a eficácia analgésica.
○ Se não há resposta em 1 ou 2 horas com uma medicação, pode-se usar outra
● Abordagens acessórias
○ Terapia cognitivo-comportamental.
○ Técnicas de relaxamento.
○ Fisioterapia.
○ Uso de aparelhos ortodónticos (na disfunção oromandibular).
○ Acupuntura (parece aumentar o limiar da dor).
○ Exercícios aeróbicos (aumenta produção e liberação de endorfinas).
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Profilaxia …… ………………………………………………………..
● Indicação: Cefaléia tensional crônica (15 ou mais dias de dor no mês, por mais de três meses)
○ Antidepressivo tricíclico - 1ª linha
○ Mirtazapina
○ Topiramato
○ Auxílio psicológico ou psiquiátrico
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Fisiopatologia ……………………………………………………………..
● Desregulação central dos marca-passos circadianos diencefálicos
● Alteração funcional e estrutural do hipotálamo
Profilaxia ……………………………………………………………..
● Verapamil
● Lítio
● Divalproato de sódio
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● Manifestações clínicas
○ Dor lancinante, tipo choque elétrico
○ Curtíssima duração
○ Espontâneos ou desencadeados por estimulação em “zonas de gatilho”
● Possibilidade de compressão vascular
● Tratamento
○ Carbamazepina
○ Baclofeno
○ Gabapentina
○ Pregabalina
○ Fentoína
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Demências
Cognição……………………………………………………………………………………………………..
● Atenção complexa
● Função executiva
● Aprendizado e memória
● Linguagem
● Função percepto-motora
● Cognição social
Definição ……………………………………………………………………………..
● O DSM-5 classifica as desordens neurocognitivas em três síndromes: delirium, transtorno
cognitivo leve e transtorno neurocognitivo maior (demência)
● O déficit cognitivo é o sintoma definidor e característico do transtorno neurocognitivo, como por
exemplo na doença de Alzheimer, demência frontotemporal, doença dos corpúsculos de Lewy, etc
○ Ele também pode estar presente em outras doenças, como a esquizofrenia, distúrbio
bipolar do humor ou no transtorno depressivo maior, porém não é o fator definidor destas
afecções
● Além do déficit cognitivo, o transtorno neurocognitivo se caracteriza por déficits adquiridos que
representam um declínio de um nível cognitivo previamente adquirido
○ Estes déficits não podem ser melhor explicados por outras doenças mentais, como a
depressão ou a esquizofrenia
Delirium ……………………………………………………………..
● O delirium é um estado confusional agudo, é um quadro clínico comum em idosos
hospitalizados, com presença de alguma infecção ou uma condição médica geral, que se
caracteriza pelo seu início agudo, de curso flutuante, déficit de atenção, pensamento
desorganizado e alteração do nível de consciência
● Critérios diagnósticos para delirium, segundo o DSM-5
○ (1) Distúrbio na atenção e vigília
○ (2) Mudança na cognição, não explicado por patologia prévia ou demência
○ (3) Início subagudo (horas a dias) e tendência a flutuar durante o dia
■ Paciente está bem e do nada fica mal
○ (4) Evidência a partir da história, do exame físico ou dos achados laboratoriais indicando
que as alterações são causadas por uma condição médica geral
■ Quadros infecciosos pioram o quadro - sempre descartar infecção
● O estado confusional agudo possui três subtipos principais: hiperativo, hipoativo e misto
○ Hiperativo - paciente agitado
○ Hipoativo - paciente sonolento
○ Misto - paciente agitado e sonolento
OBS.: O paciente com demência pode ter delirium, mas delirium não é uma demência
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OBS.: O que diferencia a demência do TCL é que na demência, temos a interferência na autonomia
para as atividades diárias, e no TCL, não
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Fisiopatologia ……………………………………………………………………………..
● Acúmulo de placa beta amiloide
○ É uma proteína transmembrana celular, que na doença de Alzheimer ela sofre uma
clivagem maior do que deveria, formando uma maior quantidade de beta amiloide, que se
deposita em placas, que são tóxicas para os neurônios e provocam morte celular
○ Essas placas também facilitam a fosforilação da proteína TAU
● Alteração na proteína TAU
○ A proteína TAU ajuda a manter a estrutura dos microtúbulos dentro dos neurônios
○ Quando a proteína TAU é hiperfosforilada, ocorre a desintegração do microtúbulo que se
acumula - emaranhado neurofibrilares - consequência da morte neuronal devido à perda
da estrutura do microtúbulo
● Essa alteração patológica vai levar a alteração estrutural do cérebro - atrofia cortical
(principalmente no lobo temporal, onde tem o hipocampo) e hipertrofia ventricular
Clínica………………………………………………………………………… …..
● O principal fundamento clínico para o diagnóstico desta enfermidade é a síndrome
demencial, de início insidioso, evolução progressiva e inexorável
● Alteração de memória
○ Esquece de pagar contas, perde objetos pessoais, esquece compromissos, esquece eventos
recentes
● Visuoespacial
○ Se perde, não reconhece faces e objetos
● Executiva
○ Perde a capacidade de se planejar, solucionar problemas, de atenção e de julgamento
● Linguagem
○ Perde a capacidade de nomeação e compreensão e o discurso se torna não fluente
● Comportamento
○ Depressão, ansiedade, apatia, agressividade, irritabilidade, alucinações ou desinibição,
pouca higiene
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Diagnóstico ……………………………………………………………………………..
● Doença insidiosa
● Déficit cognitivo
● Tomar cuidado com outras doenças que podem enganar - história de AVC, doença de Lewy,
doenças psiquiátricas…
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■ MEEM
■ MoCA
■ Fluência Verbal
■ Teste do Relógio
■ A escolaridade influencia no resultado do teste
Biomarcadores ……………………………………………………………………………..
● PET Aß (PiB) - marca as placas amilóides
● FDG-PET
● Os biomarcadores são o depósito da beta amilóide e da proteína TAU
● No líquor
○ Redução da Aß - formação de placas amilóides
○ Aumento da t-TAU e p-TAU - emaranhadas neurofibrilares e neurodegeneração
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Medicamentos ……………………………………………………………………………..
● Inibidores da acetilcolinesterase - aumentar a acetilcolina - melhorar a função cognitiva
○ Donezepina
○ Rivastigmina
○ Galantamina
○ Efeitos adversos: náuseas, vômitos, bradicardia e anorexia
● Antagonista NMDA
○ Memantina
○ Efeitos adversos: vertigem, cefaléia e sonolência
● Aducanumab
○ Anticorpo monoclonal contra a proteína beta-amiloide
○ O tratamento parece retardar a progressão, mas sem haver efeito curativo da
doença
○ A medicação não teve efeito em fases moderada e grave da doença
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Encefalites ……………………………………………………………………………..
● Inflamação do parênquima cerebral
○ Pode ser infecciosas, paraneoplásicas ou autoimunes
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● Exames
○ LCR
■ Glicose e celularidade normais
■ Pode ter discreto aumento de proteína
■ Proteína 14-3-3 - indica degeneração neuronal
● Falsos positivos podem ocorrer em outras condições em que ocorra dano
neuronal (AVE, inflamação, por crise convulsiva, em paraneoplasias)
■ RT-QuIC
● Sensibilidade 92% e especificidade 100%
■ EEG
● Complexo periódico generalizado de ponta-ondas trifásicos com
repetição em 1 a 2 segundos
● A sensibilidade é menor nas fases iniciais
■ RNM
● Hipersinal em T2/Flair e difusão em caudados putâmen e córtex
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Epilepsia
Conceitos gerais……………………………………………………………………………………………..
● Crise epiléptica
○ Ocorrência transitória de sinais e/ou sintomas devido à atividade neuronal anormal
excessiva e síncrona no cérebro
○ Crise de início focal: originada em circuitos limitados a um hemisfério e podem ser bem
localizadas ou mais difusamente distribuídas
○ Crise de início generalizado: originadas em algum local de uma rede neuronal com
rápido envolvimento de redes distribuídas bilateralmente
○ Crise epiléptica de início desconhecido: o início pode ser não observado ou ser obscuro
● Epilepsia
○ Distúrbio cerebral caracterizado pela predisposição persistente do cérebro para
gerar crises epilépticas e as consequências neurobiológicas, cognitivas, psicológicas e
sociais desta condição
● A crise epiléptica é um evento transitório e a epilepsia é uma doença crônica
● O diagnóstico de epilepsia é clínico, realizado pela anamnese da semiologia dos eventos
● O cérebro normal é suscetível à crise epiléptica sob determinadas circunstâncias e o limiar varia
entre os indivíduos
○ Anóxia
○ Hipoglicemia
○ Traumatismo craniano
○ Intoxicações
○ Uso excessivo de álcool o Abuso de drogas ilícitas
○ Abstinência alcoólica
○ Infecção
● Eletroencefalograma
● O EEG confirmou a natureza das crises epilépticas como uma atividade paroxística e
anormal dos neurônios
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Epilepsia ……………………………………………………………………………..
Introdução ……………………………………………………………………………..
● Distúrbio do cérebro caracterizado pela predisposição persistente do cérebro em gerar
crises epilépticas
● O que é epilepsia?
○ 2 crises não provocadas com intervalo maior que 24 horas
○ Uma crise epiléptica não provocada (ou reflexa) e a probabilidade de ocorrência de crises
epilépticas similar ao risco de recorrência em geral (de pelo menos 60%) após duas crises
epilépticas não provocadas, ocorrendo nos próximos 10 anos
○ Diagnóstico de uma síndrome epiléptica
● A epilepsia é considerada resolvida para indivíduos que
○ Tenham uma síndrome epiléptica dependente da idade, mas já ultrapassaram a idade
limite da mesma
○ Tenham permanecido 10 anos sem crises e sem fármacos antiepilépticos por pelo menos
os últimos 5 anos
○ O termo “resolvida” não é necessariamente idêntico ao que se convenciona chamar de
“cura” ou “remissão”
Conceitos… …………………………………………………………………………..
● Conceitualmente, a definição de epilepsia requer a ocorrência de pelo menos uma crise
epiléptica não provocada, quando há risco elevado para outra, embora o risco real seja
sujeito a debate
● Após uma única crise epiléptica não provocada, o risco para outra é de 40 a 52%.
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● Com duas crises não febris não provocadas, a chance de ter outra crise em 4 anos é de 73%, com
um intervalo de confiança de 95% (IC) de 59- 87%, e o risco é subsequentemente retratado em
aproximadamente 60 a 90%
● A epilepsia existe em um paciente que teve uma crise epiléptica e cujo cérebro, por qualquer
motivo, demonstra uma tendência patológica e duradoura de gerar crises epilépticas
recorrentes
○ Essa tendência pode ser imaginada como uma redução patológica do limiar
epileptogênico, quando comparada ao limiar de pessoas sem essa condição
● Crise única com alteração na neuroimagem ou no eletroencefalograma
● O termo “resolvida” não é necessariamente idêntico ao que se convenciona chamar de cura” ou
“remissão”
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Tratamento ……………………………………………………………………………..
● Drogas de amplo espectro (início focal ou generalizado)
○ Clobazam
○ Lamotrigina
○ Levetiracetam
○ Topiramato
○ Valproato de sódio
● Drogas de menor espectro (início focal)
○ Carbamazepina
○ Lacosamida
○ Oxcarbazepina
○ Fenobarbital
○ Fenitoína
OBS.: é importante alertar a todas as mulheres que todos os remédios para a epilepsia são
teratogênicos, uns mais e outros menos
Mais seguros - lamotrigina e levetiracetam
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