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Continua o autor esclarecendo que a doutrina majoritária entende que elisão fiscal
traz ao contribuinte uma economia lícita, ao passo que a evasão seria uma
sonegação, um ilícito tributário, uma simulação. Destacando ainda a questão da
simulação ser absoluta ou relativa.
Este conceito, relata o autor, foi trazido por Rubens Gomes de Souza que afirma ser
o único critério seguro para distinguir a fraude da elisão2.
Pagar tributo é uma obrigação “ex lege”, surgindo o crédito com o fato gerador,
desta forma, se evitar o fato gerador, não haverá exação a ser paga, não podendo o
sujeito ativo cobrar o contribuinte. Conclui-se que para ocorrer um ato lícito elisivo
deve “... sempre proceder à ocorrência da hipótese de incidência in concreto”3.
1
TÔRRES, Heleno apud MOREIRA, André Mendes. Elisão e Evasão Fiscal – limites ao planejamento tributário.
Revista da Associação Brasileira de Direito Tributário, Belo Horizonte, Vol.21, mar-abr. 2003. p. 1.
2
SOUZA, Rubens Gomes apud MOREIRA, André Mendes. Op. cit. p. 2.
3
Ibidem
3
Para o critério da licitude dos meios utilizados devemos analisar os atos praticados
pelo contribuinte em conjunto com o critério temporal. Será o uso em conjunto que
se poderá distinguir entre elisão e a evasão. Reforça o autor que na elisão fiscal são
sempre utilizados meios lícitos enquanto na evasão meios ilícitos como a
sonegação, simulação e fraude.
4
MOREIRA, André Mendes. Op. cit. p. 3.
4
Por outro lado a elisão fiscal, sendo licita, se observa em várias formas e pode ser
utilizada tanto pelas pessoas jurídicas como pessoas físicas. Temos a elisão fiscal
induzida pela lei, onde a própria norma estabelece beneficies para redução tributária
do contribuinte (v.g., Zona Franca de Manaus); a elisão típica, por lacuna na
legislação tributária que parte da doutrina e o próprio fisco resistem e explica o autor
“... a existência de lacuna nesta última possibilita ao contribuinte utilizar-se de
5
COÊLHO, Sacha Calmon Navarro apud MOREIRA, André Mendes. Op. cit. p. 4
6
DERZI, Misabel Abreu Machado apud MOREIRA, André Mendes. Op. cit. p. 5
7
ibidem
5
Bibliografia
8
MOREIRA, André Mendes. Op. cit. p. 7
9
TÔRRES, Heleno apud MOREIRA, André Mendes. Op. cit. p. 9
6
Sim tendo respaldo em lei o Fisco, conforme artigo 166, VI do Código Civil Brasileiro
que prevê: “É nulo o negócio jurídico quando tiver por objetivo fraudar lei imperativa.”
Pela análise efetuada sobre evasão, se o contribuinte utilizou de simulação,
cometendo um ilícito tributário com a evasão fiscal, pode o Fisco, considerar sem
efeito o negócio e tributar. Por exemplo, é um contrato de transferência de bens no
final do ano de bens com seu cancelamento no inicio do ano seguinte, apenas para
evitar o pagamento de tributos. Podemos analisar este caso no Recurso Voluntário
de numero 114.164.
“CARF
1101-000.824 Acórdão
7
1301-001.249 Acórdão